quarta-feira, 17 de julho de 2013

Organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau acusam autoridades de quererem protelar eleições

Mais de uma dezena de organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau acusou hoje as autoridades de transição do país de estarem a condicionar a realização das eleições a 24 de novembro ao querer um recenseamento biométrico.

Persistir num recenseamento biométrico, "não obstante a ausência das condições objetivas, técnicas, financeiras e temporais para o efeito" é uma tentativa de adiar as eleições e criar condições "para a continuidade do atual ´status quo´ caracterizado pela falta de legitimidade democrática, violações dos direitos humanos, a corrupção e clientelismo político", dizem as organizações.

Nas eleições presidenciais do ano passado, interrompidas por um golpe de Estado, alguns candidatos contestaram os resultados e exigiram um recenseamento biométrico de raiz, algo que tem estado na ordem do dia desde então. Alguns partidos deixaram hoje de exigir um recenseamento biométrico e o próprio representante da ONU no país já defendeu que o melhor será um recenseamento manual.

Hoje, em comunicado, as organizações, entre elas a Liga Guineense dos Direitos Humanos, o Conselho Nacional da Juventude e quatro sindicados, dizem que a crise política, social e económica na Guiné-Bissau só se resolve com a realização de eleições, que ainda não aconteceram devido ao "falhanço das metas traçadas no quadro da transição" (deviam ter sido em abril último).

Para as organizações, há "manifesta falta de vontade política" das autoridades de transição para fazer as eleições, porque não há medidas políticas e operacionais visando que as mesmas decorram na data marcada.

Por isso as organizações exigem que sejam tomadas medidas concretas para que as eleições decorram a 24 de novembro, fazendo-se um recenseamento manual, "sem prejuízo de nas futuras eleições se criarem condições para um recenseamento biométrico".

E alertam as autoridades de transição e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para "o risco iminente de a data de 24 de novembro não se concretizar, se se persistir no recenseamento biométrico", responsabilizando as autoridades e a organização regional pelo "eventual fracasso".

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