terça-feira, 2 de julho de 2013

Da Guiné-Bissau para o Mundo: “A Batalha de Tabatô” por JORGESIMÕES em Jul 2, 2013

O filme “A Batalha de Tabatô”, do cineasta português João Viana, chega, a 11 de Julho, ao circuito de salas de cinema de Portugal. O filme, que recebeu uma menção honrosa no festival de Berlin, também deverá levar as histórias de uma pequena aldeia da Guiné-Bissau às salas de cinema francesas.


O autor da obra é português, nasceu em Angola, mas resolveu filmar na Guiné-Bissau. Um olhar diferente, um olhar de dentro e curioso. A obra é de ficção mas usa os elementos do documentário. Os habitantes da aldeia de Tabatô, na Guiné-Bissau, são os actores de uma história que é também daquele lugar.


Um jovem músico alemão disse ao realizador João Viana que gostava de ir para uma pequena aldeia na Guiné-Bissau aprender a tocar djembê (tambor de percussão manual). A ideia de haver uma espécie de oásis, uma aldeia em que todos os habitantes são músicos, no meio da instabilidade que o país vivia, levou o
realizador a mergulhar numa aventura que o levou a olhar de forma diferente para África.


Ao jornal Público, João Viana dizia que “quando estava em África os pais mandavam os filhos para a Alemanha para estudar música e agora era um alemão a querer ir para África aprender, precisamente, música”. Um momento-chave, que levou o realizador a viajar para Tabatô e construir um filme “com o que havia lá”.


O elenco, composto por Mutar Djebaté, Fatu Djebaté e Mamadu Baio, foi recrutado lá, bem como a maior parte da equipa de produção.


“A Batalha de Tabatô” conta a história de um pai, que vive em Portugal e viaja até à sua terra natal, na Guiné-Bissau, para assistir ao casamento da sua filha com conhecido músico da vila de Tabatô.


Entretanto, apercebemo-nos que o pai guarda um forte trauma relacionado com a guerra no país. Uma luta contra os fantasmas do passado que acontece num oásis de música e que depois de viajar pelos festivais – obteve uma menção honrosa em Berlim – chega ao circuito comercial das salas de cinema.


O autor dizia, em entrevista ao Diário de Notícias, que esta obra pretende “limpar o olhar” e desencadear uma “descolonização mental”.


Não sabemos se será assim mas, a partir de 11 de Julho, em Portugal, e 28 da Agosto, em França, a hipótese poderá ser testada

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