segunda-feira, 29 de julho de 2013

Jovem forçada a casar-se no sul do país, apesar de pedida ajuda à polícia

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins, disse domingo à Lusa que se realizou na noite passada no sul do país um casamento forçado, uma situação para a qual tinha pedido a intervenção policial.

No sábado, Luís Vaz Martins tinha pedido a intervenção da polícia para impedir o casamento forçado de uma jovem de 19 anos com um indivíduo de mais de 50 na aldeia de Dajabadá-Porto, sul da Guiné-Bissau.

O casamento forçado ou precoce é um fenómeno recorrente na Guiné-Bissau, sobretudo no sul do país, e foi proibido por lei desde o início do ano. Na noite de sábado, apesar dos alertas da Liga, o casamento realizou-se, disse Luís Vaz Martins.

Contudo, acrescentou, a polícia judiciária de Bissau (não há polícia judiciária no interior do país) está a “tomar providências” no sentido de resgatar a jovem de um casamento que não deseja e vai enviar efetivos ao local.

Segundo informações de que a Liga dispõe, a jovem já está na casa do marido e está incontactável. De acordo com o responsável, foi a própria que alertou a Liga, no sábado, para a situação, através de uma mensagem de telemóvel. Desde então o telemóvel está desligado, disse o presidente da Liga.

Luís Vaz Martins disse que o caso já é do conhecimento das autoridades civis e militares em Bissau e afiançou que a instituição que tutela vai continuar a acompanhar a situação.

No sábado, Luís Vaz Martins já tinha explicado que o casamento em causa é forçado porque a rapariga, nascida na aldeia, mas criada em Bissau desde os três anos, “nem conhecia o seu futuro marido até à semana passada”.

“A rapariga foi para aldeia passar férias, a convite do irmão mais velho”, quando soube que este “já tinha um casamento apalavrado sem o seu consentimento”, relatou, acrescentando, “isto não pode acontecer, porque a lei diz que não pode haver um casamento forçado na Guiné-Bissau”.

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