Bissau - Braima Camará, candidato a líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), afirmou segunda-feira discordar do acordo assinado no passado fim-de-semana por outros candidatos, que considera desonesto e centralista.
No sábado, alguns dos candidatos à liderança do partido mais votado nas últimas eleições na Guiné-Bissau, e que estava no poder até ao golpe de Estado de 2012, assinaram um documento intitulado "Plataforma do PAIGC para a unidade e coesão interna do partido".
Segundo o documento, o presidente do partido passa apenas a dedicar-se ao próprio PAIGC e o candidato a primeiro-ministro será eleito na primeira reunião do comité central ainda durante o congresso (que deverá ocorrer em breve).
Assinaram a "Plataforma" quatro candidatos a cabeça de lista, que se comprometeram em apoiar o nome de Carlos Correia para presidente. Outros dois candidatos não assinaram por estarem ausentes mas foi anunciado que também concordam.
Braima Camará discorda, e, num comunicado, diz que a cerimónia de sábado "testemunha a consciência e o reconhecimento de que nenhum dos pretensos candidatos à liderança do partido" reúne condições para apresentar no congresso um projecto que vá de encontro aos anseios dos militantes.
Os promotores do documento são "saudosistas do 'centralismo democrático'" e escolheram um modelo sem ter sido ouvido o órgão estatutário competente, que é o Comité Central, acusa.
Braima Camará pergunta mesmo se a "Plataforma" em nome da unidade do partido não será antes uma tentativa de resolver conflitos "injectando gasolina em situação de incêndio".
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