sábado, 31 de dezembro de 2011

Situação política na Guiné Bissau mantém-se tensa

Os partidos de oposição ao governo do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior acusaram o chefe de governo de estar a vender as riquezas do país. À volta de 30 militares e também civis teriam sido presos nos últimos dias na Guiné Bissau por alegado envolvimento na rebelião desencadeada na última segunda-feira.

DGuinee

Um dos presos, um major do Exército, teria sido executado sumariamente. Os partidos de oposição ao governo do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, acusaram, entretanto, o chefe de governo de estar a vender as riquezas do país a Angola, que mantém no país uma missão de conselheiros militares, noticiou um correspondente da rádio VoA, estação oficial dos Estados Unidos.

Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de segunda-feira os partidos da oposição da Guiné Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de ter vendido " a sua alma" e recursos do país a Angola.

Victor Pereira, falando em nome dos partidos da oposição, disse ser "inadmissível" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.

O porta-voz fazia assim alusão às noticias que o chefe do governo guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam captura-lo.

Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas

Para Vítor Pereira, a alegada tentativa de golpe de estado registada na segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários políticos do primeiro-ministro.

"Se primeiro-ministro já vendeu a sua alma aos interesses angolanos, o povo guineense não permitirá que venda impunemente os nossos recursos," disse o porta-voz da oposição para quem a rebelião de segunda-feira pode também estar relacionada com o tráfico de drogas através da Guiné Bissau que disse afectar agora "todos os níveis" do estado guineense.

Dos tiroteios registados na noite de segunda-feira na residência do deputado Roberto Ferreira Cacheu, cujo paradeiro se desconhece por enquanto, um agente da polícia de intervenção rápida acabou por falecer em Dakar, capital senegalesa, em resultado de graves ferimentos.

O suposto autor do crime, um major do exército, suspeito de envolvimento na frustrada tentativa de golpe de estado, foi executado no comando da Polícia de Intervenção Rápida, em Bissau, que assim se vingou da morte do agente.

Um outro suspeito, Marcelino Simões Lopes Cabral, ex-ministro do Interior, entregou-se ao Ministério Público, enquanto que mais de três dezenas de militares encontram-se presos em conexão a este caso.

O presidente da União Africana, Jean Ping, esteve reunido em Bissau com o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, que interinamente assume a Presidência da República, na ausência de Malam Bacai Sanha que está internado num hospital de Paris (França).

Fonte: africa21digital.com

Oposição e Governo guineense falam em tentativas de homicídio

Os partidos agrupados na chamada oposição democrática da Guiné-Bissau afirmam que estão em curso "operações de limpeza e de eliminação física" de adversários políticos do Governo. Primeiro-ministro garante que golpe de estado teria como objectivo assassiná-lo.

A preocupação da oposição vem expressa num comunicado a que agência Lusa teve esta sexta-feira acesso, no qual o movimento de oposição que reúne 15 partidos, dois dos quais com representação parlamentar, se baseia nas informações de que o major na reserva Iaia Dabó teria sido "sumariamente executado" quando se tentava entregar à policia.

Iaia Dabó, irmão do falecido antigo ministro do Interior e deputado, Baciro Dabó, foi abatido a tiro por elementos da Policia de Intervenção Rápida na passada terça-feira após se entregar naquela corporação.

Dabó era procurado pela polícia por ser o alegado autor dos disparos que vitimara mortalmente um agente daquela corporação, segundo denunciou à Lusa o presidente da Liga dos Direitos Humanos, versão que foi posteriormente confirmada pelo ministro do Interior.

"A confirmarem-se as versões de que a rendição de Iaia Dabó teria sido negociada pelo ministro do Interior, Fernando Gomes com um representante da Igreja Católica, um deputado e activistas da Liga dos Direitos Humanos, resta apenas uma firme certeza: Está em curso uma operação de limpeza patrocinada pelo Governo do senhor Carlos Gomes Júnior para eliminar fisicamente os seus adversários políticos", lê-se no comunicado.

No mesmo documento a oposição exige a demissão imediata de Fernando Gomes do cargo de ministro do Interior e o afastamento dos elementos que abateram Iaia Dabó.

O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse, esta sexta-feira, estar na posse de informações de que o conflito entre militares, registado na segunda-feira, tinha como objectivo a sua morte.

"Havia uma tentativa para assassinar o próprio Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o próprio primeiro-ministro", disse Carlos Gomes Júnior, numa entrevista à Rádio Nacional da Guiné-Bissau. O chefe de Governo negou que tivesse sido protegidos por soldados angolanos.

Angola é força "estabilizadora" na Guiné-Bissau - analista Xavier Figueiredo. Prisão de Bubo Na Tchuto vista como factor positivo para a Guiné-Bissau

Bubo Na tchuto. Mais esperança sem ele?

“Ou se faz esse plano (de reformas das forças armadas) e se criam condições mínimas para a estabilização da Guine Bissau ou tendo em conta como estão as forças armadas este foco de agitação e perturbação vai continuar a existir."

Angola é força estabilizadora

A missão militar de Angola na Guiné- Bissau tem um papel "estabilizador" no processo de reformas das forças armadas guineenses, disse à Voz da América o analista Xavier Figueiredo.


Por outro lado a prisão do almirante  Bubo Na Tchuto e de militares a si associados  após o recente levantamento militar dá “ uma pontinha” de esperança à estabilização da Guiné- Bissau, acrescentou
Xavier Figueiredo disse que para além de Bubo Na Tchuto ser uma figura alegadamente  ligada ao narco-tráfico, ele é também visto como um dos “polos” de oposição ao processo de reformas das forças armadas  algo que considera de “essencial” para a estabilização do país.


Figueiredo é o editor da newsletter “Africa Monitor” que cobre a África de  língua oficial portuguesa e conhece profundamente a situação na Guiné Bissau.


Falando no programa Temas & Debates, o analista disse que a instabilidade constante na Guiné Bissau se deve ás forças armadas que “se foram constituíndo num poder paralelo que absorveu perversões da própria sociedade” depois do golpe militar de 1999.


Xavier Figueiredo mencionou entre essas “perversões” o facto das forças armadas guineenses terem  “uma componente étnica muito forte”, a inexistência de um regulamento de disciplina interna e “outras normas essenciais para a existência de forças armadas regulares que não existem na Guiné-Bissau”.


Há também uma “promiscuidade” entre as forças armadas e sectores de poder político e últimamente os problemas agravaram-se com a ligação entre as forças armadas e o narco-tráfico, acrescentou.
Xavier Figueiredo disse que a reforma das forças armadas é “essencial” para o futuro do país.


“Ou se faz esse plano e se criam condições  mínimas para a estabilização da Guine Bissau ou tendo em conta como  estão as  forças armadas este foco de agitação e perturbação vai continuar a existir,” acrescentou.


O analista considerou que um dos entraves a essa reforma é o facto das forças armadas guineenses “serem predominatemente” compostas por membros da etnia Balanta, uma etnia com “uma história  que inclui fases de marginalização´”.


Reformas são receadas por esse grupo como um regresso a esses períodos de marginalização e “isso cria algumas resistências”.
“De qualquer modo penso que foram criadas algumas condições para permitir que o processo de reforma possa ser iniciado e levado até ao fim com êxito,” disse.


A missão militar de Angola na Guiné-Bissau tem a este respeito  um papel estabilizador porque “serve um pouco de garante”.
Para Xavier Figueiredo “esta missão tem um pouco essa função de vigiar e de influenciar as coisas no bom sentido e de criar um clima de confiança nos militares”  de que quando passarem à reforma não serão abandonados.


Xavier Figueiredo recordou no entanto que todo o processo de reforma requer meios  financeiros que foram prometidos mas que até agora não foram entregues.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

União Africana faz apelo à paz

Presidente da Comissão da União Africana abordou com o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior os acontecimentos de segunda-feira

O presidente da Comissão da União Africana pediu às autoridades da Guiné-Bissau para trabalharem “rapidamente para a normalização da vida institucional e possibilitar o retorno à paz e à estabilidade”.


Jean Ping fez o apelo à sua chegada a capital do país, Bissau, proveniente de Cabo Verde, onde pediu apoio do arquipélago  para mais um mandato à frente da Comissão da União Africana.


“As autoridades civis e militares devem tudo fazer para que a Guiné-Bissau possa encontrar a paz, a estabilidade nacional e para que todas as instituições civis e militares possam trabalhar normalmente, para que o país reencontre o seu lugar no seio na sub-região (África Ocidental), na CPLP e no mundo”, disse Jean Ping.


Durante a sua estada em Bissau, o líder da Comissão da União Africana os acontecimentos de segunda-feira com o primeiro-ministro  da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior. Jean Ping também manteve um encontro com o presidente da Assembleia Nacional, Raimundo Pereira, que assume interinamente a chefia do Estado devido à ausência do Presidente da  República, Malam Bacai Sanhá, que está em Paris para tratamento médico.


A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental   (CEDEAO) manifestou igualmente "grave preocupação" em relação aos ataques contra a sede das Forças Armadas Guineenses.


No documento, o líder da Nigéria e em exercício da CEDEAO, Goodluck Jonathan, condenou qualquer acção que possa destabilizar a Guiné-Bissau e ameaçar a paz e a segurança de toda a região da África Ocidental.  “Este atentado surge na ausência do Presidente democraticamente eleito de Guiné-Bissau e por isso é inaceitável”, considerou.


Goodluck Jonathan advertiu  “contra qualquer acção susceptível de colocar em perigo a ordem constitucional, a supremacia do direito e das instituições democráticas”.

Presidência da República condena violência militar "que mais uma vez se abateu sobre o país"

Bissau,  (Lusa) - A Presidência da República da Guiné-Bissau emitiu hoje um comunicado no qual condena a violência militar "que mais uma vez" se abateu sobre o país mas pede que sejam esclarecidas as verdadeiras motivações da crise na passada segunda-feira.

O comunicado, assinado por Alberto Batista Lopes, diretor do gabinete do Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá (ausente em Paris, em convalescença médica), diz que a Presidência está preocupada com os acontecimentos, considerando terem abalado o clima de estabilidade "que se vinha vivendo" há mais de um ano.

A Presidência guineense considera que atos de "violência de insurreição ou de insubordinação" não ajudam à paz, estabilidade e democracia no país.

Bubo Na Tchuto diz ter falta de assistência médica na prisão de Mansoa

Bissau, (Lusa) - O chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, detido no quartel de Mansoa, afirmou hoje perante os jornalistas que precisa de assistência médica devido a problemas de saúde de que padece.

O oficial é um dos 26 detidos hoje confirmados na sequência do conflito entre militares registado na passada segunda-feira e que recebeu esta tarde a visita de elementos do Movimento da Sociedade Civil, das Nações Unidas e dos jornalistas.

Na Tchuto é, afinal, o único militar detido no quartel de Mansoa, a 60 quilómetros ao norte de Bissau. Foi também o único que a imprensa pôde ver já que aos outros, detidos na base aérea de Bissalanca, arredores da capital guineense, não foi permitido que saíssem para fora das celas.

Presidente da Comissão da UA discute situação guineense com PR da Gâmbia

Presidente da Comissão da UA, Jean Ping

Presidente da Comissão da UA, Jean Ping

Banjul - O presidente da União Africana (UA), Jean Ping, discutiu quarta-feira em Banjul com o Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, a situação da Guiné-Bissau.

Em declarações aos jornalistas, Jean Ping explicou que a deslocação à Gâmbia teve como objectivo ouvir a posição do Presidente gambiano sobre os acontecimentos do outro lado da fronteira.


"Estou muito satisfeito com os aconselhamentos do Presidente Jammeh sobre uma situação que ele conhece perfeitamente e vou enviar vários técnicos para continuar a procurar aconselhamento e conhecer as ideias dos presidentes na sub-região", disse Jean Ping. 

O Presidente da Comissão da UA reiterou que a situação em Bissau está sob controlo, ressalvando contudo que "os problemas reais continuam".


"Há vários problemas, incluindo a reforma das forças armadas. Falámos sobre estes assuntos com eles e agora temos uma melhor avaliação da situação não apenas na Guiné-Bissau, mas na sub-região em geral", acrescentou. 

Jean Ping chegou à Gâmbia proveniente de Bissau onde analisou com as autoridades civis guineenses o conflito militar de segunda-feira.

Na altura, o presidente da União Africana apelou às autoridades civis e militares da Guiné-Bissau para que trabalhem rapidamente para a normalização da vida institucional do país de forma a possibilitar o retorno à paz e a estabilidade.

CFA António Indjai apresenta provas de tentativa de golpe

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, apresentou hoje armas e dois prisioneiros que considera serem provas de uma tentativa de golpe de Estado no início da semana.

«Até aqui eu não estava preocupado. Mas vendo estas armas que eles tinham escondidas, agora fiquei preocupado porque, se eles tivessem conseguido o que eles estavam a planear, este país hoje em dia estava a ferro e fogo», disse António Indjai em declarações aos jornalistas à margem desta «operação» de recolha de armamento.

Na mesma ocasião foram apresentados dois prisioneiros, o sargento José Batista Sambé, da marinha, e o soldado António Mário Cabral, que havia sido expulso do exército e em cujas casas, no bairro Plack I, em Bissau, se encontravam escondidas as armas apreendidas.

Lusa

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Angolanos são "força de ocupação estrangeira".

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"Inadmíssivel" que chefe do governo tenha sido resgatado por militares angolanos


Lassana Cassamá, VOA


A presença de militares angolanos na Guiné-Bissau constitui uma "força de ocupação inadmíssivel", disse um porta-voz da oposição guineense.


Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de Segunda-feira os partidos da oposição da Guiné Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior de ter vendido " a sua alma" e recursos do país a Angola.


Falando em nome dos partido da oposição Victor Pereira disse ser "inadmíssivel" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.


O porta-voz fazia assim alusão às noticias que o chefe do govenro guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam captura-lo.


Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar a Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas


Para Vítor Pereira a alegada tentativa de golpe de estado registada na Segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários politicos do primeiro-ministro que contou com o apoio de Angola


"Se primeiro-ministro já vendeu a sua alma aos intersses angolanos o povo guineense não permitirá que venda impunemente os nossos recursos," disse o porta-voz da oposição para quem a rebelião de Segunda-feira pode tabém estar relacionada com o tráfico de drogas através da Guiné Bissau que disse afectar agora "todos os níveis" do estado guineense.


A Guiné Bissau atravessa de momento uma situação de incerteza na sequência da rebelião.


Dos tiroteios registados na noite de segunda-feira na residência do deputado Roberto Ferreira Cacheu, cujo paradeiro se desconhece por enquanto, um agente da polícia de intervenção rápida acabou por falecer em Dakar, capital senegalesa, em resultado de graves ferimentos.


O suposto autor do crime, um major do exército, por sinal suspeito no envolvimento na frustrada tentativa de golpe de estado, foi executado no comando da Polícia de Intervenção Rápida, em Bissau, que assim se vingou da morte do agente.


Um outro suspeito, Marcelino Simões Lopes Cabral, que em tempos foi Ministro do Interior, entregou-se ao Ministério Público, enquanto que mais de três dezenas de militares encontram-se presos em conexão a este caso.


O presidente da União Africana Jean Ping encontra-se em Bissau tendo já mantido encontros com o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, que interinamente assume a Presidência da Republica, na ausência de Malam Bacai Sanha.

União Africana apela à rápida normalização do país

Bissau,  (Lusa) - O presidente da comissão da União Africana apelou hoje às autoridades civis e militares da Guiné-Bissau para que trabalhem rapidamente para a normalização da vida institucional do país de forma a possibilitar o retorno à paz e a estabilidade.

Jean Ping fez este apelo à sua chegada ao aeroporto de Bissau, oriundo de Cabo Verde, para uma visita de algumas horas em que vai analisar com as autoridades civis guineenses o conflito militar de segunda-feira, do qual resultaram dois mortos e a detenção do Chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.

"As autoridades civis e militares devem tudo fazer para que a Guiné-Bissau possa encontrar a paz, a estabilidade, para que todas as instituições civis e militares possam trabalhar normalmente para que este grande país possa reencontrar o seu lugar no seio dos países da sub-região, no seio da CPLP e no mundo", disse Jean Ping, em declarações aos jornalistas.

Liga Direitos Humanos diz que major Iaia Dabó "foi abatido friamente" pela polícia

Bissau, (Lusa) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos disse hoje que elementos da Polícia de Intervenção Rápida "abateram friamente" o major Iaia Dabó quando este se entregou voluntariamente na corporação, na sequência do conflito militar de segunda-feira pelo qual era procurado.

Em comunicado a que a Agência Lusa teve acesso, a Liga afirma ter registado "com enorme preocupação o assassínio bárbaro de Iaia Dabó, abatido a tiro pelos agentes da Policia de Intervenção Rápida" na madrugada de terça-feira.

O comunicado da Liga diz que o major Iaia Dabó, irmão do falecido ex-ministro do Interior e deputado Baciro Dabó, se tinha entregado voluntariamente à corporação, já que era procurado por suspeita de ter sido ele o autor dos disparos que vitimaram mortalmente um agente da polícia.

Procurador abre inquérito aos conflitos entre militares

Bissau, (Lusa) - O Procurador-geral da República da Guiné-Bissau (PGR), Edmundo Mendes, ordenou a abertura de um inquérito a ser conduzido pelo Ministério Público para se apurar as circunstâncias que motivaram o conflito entre militares na segunda-feira.

Em nota de imprensa divulgada hoje, o procurador faz saber que emitiu um despacho na terça-feira dando orientações ao Ministério Público para que abra um inquérito para "apurar as responsabilidades sobre os acontecimentos" de segunda-feira dos quais resultaram na detenção de alguns militares entre os quais o Chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.

"Este inquérito está a ser levado a cabo pelo Ministério Público em parceria com a Policia de Investigação Criminal, neste caso a Polícia Judiciária", lê-se na nota de imprensa do gabinete do Procurador-geral guineense, Edmundo Mendes.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Normalidade já regressou à Guiné-Bissau

Os transportes circulam e o comércio reabriu. Os ministérios e os bancos estão a funcionar normalmente. O primeiro-ministro lamenta os sinais de um golpe de estado, mas garante que a situação está ultrapassada.

Militar guineense morto ao tentar identificar suspeitos

Militar guineense morto ao tentar identificar suspeitos

Militar morreu ao tentar identificar autores da tentativa de golpe de Estado

Um dia depois da tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, o Governo e as Forças Armadas reuniram, esta terça-feira, com a comunidade internacional para analisar os acontecimentos.

Segundo a agência AFP, um militar morreu e duas outras pessoas ficaram feridas durante as operações de tentativa de identificação dos responsáveis por essa tentativa de golpe de Estado.

Um dos objectivos da reunião, segundo fonte governamental ouvida pela agência Lusa, é pedir aos parceiros que que não coloquem entraves ao desbloqueamento dos apoios prometidos ou em curso no país.

Na sequência dos acontecimentos de segunda-feira, foram detidos seis militares, incluindo o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, por suspeita de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

ONU condena violência na Guiné-Bissau e pede investigação

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou hoje os atos de violência ocorridos desde segunda-feira na Guiné-Bissau e apelou às autoridades para que realizem um inquérito "conforme os procedimentos legais".Nova Iorque, 27 dez (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou hoje os atos de violência ocorridos desde segunda-feira na Guiné-Bissau e apelou às autoridades para que realizem um inquérito "conforme os procedimentos legais".

"O secretário-geral condena o uso da força na resolução de diferendos na Guiné-Bissau. A supremacia das autoridades civis legais de acordo com a Constituição devem ser respeitadas", sublinhou o porta-voz de Ban Ki-moon, Martin Nesirky, citado pela AFP.

O exército da Guiné-Bissau continua leal ao Governo que hoje procura suspeitos de um ataque realizado segunda-feira e que o chefe das Forças Armadas, António Indjai considerou uma " "tentativa de subversão da ordem constitucional", enquanto o Governo negou uma tentativa de golpe de Estado, apesar de confirmar um assalto ao paiol do Exército.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Antigo ministro do Interior entrega-se às autoridades

O ex-ministro do Interior da Guiné-Bissau Marcelino Cabral, conhecido por «Djoy», entregou-se hoje ao Ministério Público, após ter sido apontada a sua ligação a militares revoltosos, afirmou o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

«Tivemos a informação de que Marcelino Cabral, vulgo Djoy, entregou-se voluntariamente ao Ministério Público, neste caso à Policia Judiciária», disse Luís Vaz Martins, na qualidade de porta-voz do Movimento da Sociedade Civil, plataforma que congrega mais de cem organizações da sociedade civil entre as quais a Liga dos Direitos Humanos.

Vaz Martins afirmou que foi sido contactado na manhã de hoje pelo político, cuja ligação tem sido apontada pelos militares aos conflitos de segunda-feira, com o propósito de se entregar às autoridades civis.

Lusa

Embaixadores da UE na Guiné-Bissau condenam ataques militares

Os embaixadores da União Europeia na Guiné-Bissau condenaram os conflitos militares de segunda-feira e pediram um inquérito sobre os acontecimentos.

Os representantes diplomáticos dos 27 Estados-membros declaram o apoio total às autoridades guineenses.

Entretanto, o ministro guineense do Interior revelou que um polícia ficou ferido com gravidade em consequência da troca de tiros na última madrugada, quando o agente se deslocou a casa de um deputado, onde alegadamente estaria escondido um grupo de militares que se revoltaram na segunda-feira.

De acordo com Rui Noiman, especialista em Assuntos Africanos, há políticos implicados na acção desta segunda-feira, sendo que a sua detenção «poderá estar iminente».

Para já, ainda não há um número oficial de detidos na sequência da tentativa de golpe de Estado.

O primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, regressou ao trabalho esta terça-feira sob fortes medidas de segurança.

«Neste momento a situação está calma em termos gerais, não se vêm tropas nas ruas. A única concentração de tropas de forma significativa é em torno do Estado-Maior General das Forças Armadas», disse, acrescentando que o chefe do Governo já recebeu vários representantes da UE.

Missão portuguesa parte esta quarta-feira, Catorze voluntários vão para o país apesar dos incidentes desta segunda-feira

Uma missão humanitária portuguesa com 14 voluntários, incluindo médicos e professores, parte na quarta-feira para a Guiné-Bissau, apesar dos conflitos militares registados na segunda-feira, disse à Lusa a presidente da organização responsável.


«Dos 14 voluntários, não houve ainda qualquer desistência e vamos manter», disse Joana Benzinho, fundadora e presidente da Afectos com Letras, Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação.


Segundo a responsável por esta missão, que é já a terceira organizada pela Afectos com Letras, a embaixada de Portugal em Bissau está a par da deslocação e a organização tem estado em contacto permanente com os parceiros locais, portugueses e guineenses.


«Até ao momento não nos aconselharam a não ir, por isso estamos a manter», disse, ressalvando que se for aconselhada a não viajar, a organização cancelará a missão.


Sobre os objectivos da III Missão Solidária Guiné-Bissau 2011/2012, que decorre entre quarta-feira e 9 de Janeiro, Joana Benzinho explicou que inclui a entrega de um contentor de ajuda humanitária com bens recolhidos em Portugal nos últimos três meses, que já está no porto de Bissau e será distribuído directamente pela associação.


Leite em pó, cereais, papas, água engarrafada, medicamentos, mobiliário para salas de aula, material didáctico, livros, material escolar, roupas e brinquedos são os bens doados.


Além disso, os voluntários vão dar consultas de medicina dentária e de clínica geral aos 120 alunos de uma escolinha na Tabanca de Djoló, a funcionar desde Outubro de 2010 e cuja construção contou com a ajuda financeira da Afectos com Letras.


Vão também dar consultas às 70 crianças de uma creche em Varela, no norte do país, que ajudaram a construir e vão agora acabar de equipar, com equipamento didáctico e mobiliário que levam no contentor.


Além das consultas médicas, os voluntários vão promover acções de formação em áreas como saúde oral, línguas, educação alimentar, formação ambiental e de sustentabilidade ou animação sociocultural.


Está igualmente prevista a entrega de leite em pó, água engarrafada e medicamentos no Hospital de Cumura, no Centro Nutricional e Maternidade de Ingoré, bem como no Centro de Saúde de Varela.


Criada em Setembro de 2009, a Afectos com Letras, Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação tem como missão a melhoria das condições de vida das crianças da Guiné-Bissau.


A primeira missão da associação ao país decorreu em Dezembro do ano passado e a segunda em Abril.


Conflitos militares na Guiné-Bissau na segunda-feira resultaram na detenção do Chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, e motivaram reuniões do Governo, Forças Armadas e comunidade internacional, a decorrer hoje em Bissau.


O Governo português informou na segunda-feira estar a acompanhar «com atenção» a situação no país e recomendou à comunidade portuguesa «as medidas de precaução adequadas nestas circunstâncias».

Chefe da Armada, Bubo Na Tchuto, está detido no quartel de Mansoa - Fonte militar

Bissau, (Lusa) - O chefe do Estado-Maior da Armada guineense, Bubo Na Tchuto, é um dos seis militares detidos no quartel de Mansoa, norte da Guiné-Bissau, acusados de envolvimento na alegada sublevação militar de segunda-feira, disse à Agência Lusa uma fonte militar.

De acordo com a fonte do Estado-Maior General das Forças Armadas, Bubo Na Tchuto é apontado, pelas informações disponíveis, como sendo o líder da sublevação e por ordens do Estado-Maior General das Forças Armadas foi detido na segunda-feira e conduzido para o quartel de Mansoa, 60 quilómetros a norte de Bissau.

Foi no mesmo quartel onde, em abril de 2010, Bubo Na Tchuto mandou deter o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses Zamora Induta, numa ação idêntica conduzida por ele e pelo atual chefe das Forças Armadas, António Indjai.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CEMFA da Guiné Bissau garante que situação está controlada

O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas da Guiné Bissau, garante que as forças militares guineenses e o governo controlam a situação do país. António Indjai fez esta garantia, esta tarde, depois de uma reunião de emergência na sequência do que apelidou de uma tentativa de subversão da ordem por um pequeno grupo de militares.

Governo português acompanha situação "com atenção"

Ministério dos Negócios Estrangeiros apela à comunidade portuguesa "as medidas de precaução adequadas nestas circunstâncias", após um conflito  entre militares na Guiné-Bissau.

O Governo português está a acompanhar "com atenção" a situação na Guiné-Bissau e recomendou à comunidade portuguesa "as medidas de precaução adequadas nestas circunstâncias", após um conflito hoje entre militares naquele país, segundo um comunicado enviado à Agência Lusa.

Segundo a nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Governo tem ainda "mantido contactos com as autoridades guineenses e com os parceiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)" sobre a situação.

O executivo português apela também ao "compromisso de todas as instituições e forças políticas guineenses no sentido da estabilidade, da institucionalidade e da segurança no país".

O que diz a Imprensa Internacional dos incidentes em Bissau

Jornal de Negócios

Portugal

Guiné-Bissau próxima de golpe de Estado?

A Guiné iniciou o dia com um forte tiroteio entre as forças armadas, o que obrigou o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, a refugiar-se numa embaixada.

De acordo com testemunhas e fontes diplomáticas, citadas pela Reuters, o forte tiroteio que se sentiu hoje na Guiné-Bissau levou o primeiro-ministro a refugiar-se numa embaixada.
Alguns residentes na capital relataram à agência Reuters a ocorrência de disparos de armas automáticas e rockets na zona da base militar de Santa Luzia, mais especificamente no quartel-general das Forças Armadas. Segundo o site “Bissau Digital”, a capital da antiga colónia portuguesa está em “estado de sítio”.
“Aparentemente, trata-se de um atrito entre o chefe militar e o chefe da marinha”, explicou um diplomata que pediu anonimato. “O primeiro-ministro procurou refúgio numa embaixada estrangeira”, explicou a mesma fonte.
Luís Vaz Martins, porta-voz do Movimento Sociedade Civil da Guiné-Bissau que se encontra na capital, revelou que há uma “situação anómala” nas ruas, com “grupos em contenda”, sendo que “não se sabe quem está de um lado ou do outro”. Quanto ao primeiro-ministro, a mesma fonte garante que está “seguro, em casa, protegido pelas autoridades”, de acordo com a TVI24.
Os confrontos terão tido início há 10 dias, após a aterragem de uma avioneta de altas patentes militares suspeita de servir para o tráfico de droga. O chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, e o chefe de Estado Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, já se denunciaram e acusaram mutuamente de serem os responsáveis pela operação de narcotráfico.
Fontes internas da Guiné declararam que o tiroteio teve início depois de António Indjai ter sido detido por ordem de Bubo Na Tchuto. Indjai foi depois libertado pelas suas forças, porém Tchuto nega ter dado qualquer ordem para a detenção de Indjai.
Já o presidente guineense, Malam Bacai Sanha, encontra-se a recuperar de uma cirurgia em Paris. O Ministério dos Negócios Estrangeiros português está a acompanhar a situação através da sua embaixada e irá emitir mais tarde um comunicado sobre a situação.

Guiné-Bissau: Indjai chega ao Ministério da Defesa para reunião com o Governo

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, chegou hoje, sob fortes medidas de segurança, à sede do Ministério da Defesa para uma reunião com o Governo guineense, na sequência de conflitos entre militares.

Indjai vai reunir-se com os ministros da Defesa Nacional, Baciro Djá, da Educação, Artur Silva, e do Interior, Fernando Gomes.

O chefe militar chegou vestido à civil e acompanhado de cerca de 50 militares armados com kalashnikov e lança-rockets.

Diário Digital

 

Chefe da Marinha detido por ordem do chefe de Estado Maior

Disputa entre militares volta a agitar Guiné-Bissau

26.12.2011 - 20:19 Por João Manuel Rocha

Movimentações militares confirmam instabilidadeMovimentações militares confirmam instabilidade (Luc Gnago/Reuters-Arquivo)

O chefe da Marinha da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, é um dos oficiais detidos por forças fiéis ao chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, por suspeita de envolvimento numa tentativa de revolta.

As confusas movimentações militares esta segunda-feira voltam a evidenciar a instabilidade do país. Fonte militar que pediu à Reuters para não ser identificada disse que foi morta uma pessoa, várias foram feridas e cerca de três dezenas detidas.
A situação estava , ao fim do dia, sob controlo do chefe de Estado Maior, António Indjai, que, em Abril do ano passado se sublevou, destituiu o seu antecessor no cargo, Zamora Induta, e chegou a ter sob detenção o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, durante algumas horas.
O comandante Samuel Fernandes, porta-voz da chefia militar, disse à AFP que o “levantamento” de segunda-feira foi inspirado por Na Tchuto e que outro dos detidos é o general Watna na Lai, conselheiro de Indjai e ex-chefe do Exército. A Reuters noticiou que, além de Na Tchuto, foram detidos dois generais.
António Indjai, que a meio da tarde se reuniu com os ministros da Defesa, Educação e Interior, disse aos jornalistas que “um pequeno grupo de militares” tentou “mudar a ordem no seio do Exército e do Governo”, mas que a situação estava controlada. O chefe da estrutura militar do país disse que “homens armados” atacaram a sede do Estado Maior e duas unidades da periferia Sul da capital. O objectivo seria retirarem armas dos paióis.
Carlos Gomes Júnior, a cuja casa se terão dirigido militares revoltados, ao início da manhã, chegou a estar refugiado na embaixada angolana, frente à sua residência. Até ao fim da tarde não se conhecia a sua situação nem a posição do Governo sobre as confusas movimentações militares e não havia informações seguras sobre o paradeiro do chefe do executivo. O Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, eleito em 2009, está em tratamento médico em Paris, desde final de Novembro.
O dia começou com tiros em Bissau. Residentes e uma fonte diplomática citada pela Reuters disseram ter ouvido disparos de armas automáticas e rockets numa base militar. As primeiras informações indicavam que Indjai teria sido detido por ordem de Bubo Na Tchuto, sendo depois libertado por forças que lhe são fiéis.
“Aparentemente, é uma fricção entre o chefe das Forças Armadas e o chefe da Marinha”, disse à agência fonte diplomática que pediu o anonimato. Em Novembro, o ministro da Defesa, Baciro Dja, disse que se estava a criar um “clima de intriga” entre Indjai e Na Tchuto que poderia pôr o país em perigo.
Em algumas zonas de Bissau, militares chegados de Mansoa ergueram barricadas, reclamando, segundo informações da AFP, aumento de salários. “É um problema puramente militar, não temos nenhuma intenção de tomar conta do Estado”, disse fonte dos envolvidos.
Horas antes de a sua detenção ter sido anunciada, Na Tchuto, personalidade controversa, cujo nome é referido em relatórios como estando envolvido em tráfico de droga, convocou os jornalistas para declarar nada ter a ver com as acções militares. “O meu nome é sempre associado a confusão. Mas posso dizer ao país que não tenho nada a ver com o que se está a passar. Foi o próprio chefe de Estado-Maior que me ligou, esta manhã, a perguntar se seriam os meus homens que tentaram atacar o paiol, ao que lhe respondi que não”, afirmou, citado pelo site da rádio Voz da América.

 

(AFP)

Premiê da Guiné Bissau diz que tentativa de golpe fracassou

(AFP) – Há 15 horas

BISSAU — Um ataque a alvos militares na Guiné-Bissau nesta segunda-feira foi uma "tentativa de golpe" que fracassou, disseram o primeiro-ministro Carlos Gomes Junior e um porta-voz do governo.

Tanto o premiê quanto o porta-voz Adiatou Djalo Nandigna usaram o termo "tentativa de golpe", em seus primeiros comentários públicos sobre o ataque depois de um encontro com legisladores.

"Nesta manhã, soldados atacaram os quartéis e roubaram armas. Como eu disse, muitas pessoas foram presas, incluindo a maioria dos líderes da tentativa de golpe", disse Nandigna, sem especificar quantas pessoas estavam sob custódia ou quantas foram detidas.

Gomes disse não saber se políticos estavam envolvidos na tentativa de golpe. "As investigações vão nos dizer", completou.

Comemorando o retorno à calma, o premiê disse que "houve um distúrbio esta manhã, mas tudo está claro. Continuaremos a trabalhar".

O chefe do Exército da Guiné Bissau disse que as tropas interromperam uma tentativa de golpe de manhã no oeste do país africano, e que prenderam o chefe da Marinha, o contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, acusado de ser o "cabeça do levante".

O chefe do Exército, o general Antonio Indjai, disse que homens armados atacaram a sede do Estado Maior das Forças Armadas no bairro de Bissau-Velho (centro da cidade) e duas unidades militares situadas na periferia, no sul da capital. Os ataques aconteceram enquanto o presidente Malam Bacai Sanha estava em tratamento médico na França.

"Um pequeno grupo de soldados tentou derrubar a cúpula do Exército e do governo, mas fracassou", disse o general Indjai. "A situação já está sob controle do exército e do governo"

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tensão na Guiné-Bissau

A capital da Guiné-Bissau acordou hoje ao som de tiros e com movimentações militares. A sede do Estado Maior General das Forças Armadas esteve cercada por homens armados. O ataque de hoje veio reavivar os receios de um novo golpe no país. O Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, garantiu, esta tarde, que as autoridades tinham a situação controlada.

2011-12-26    18:13:03

Dezenas de militares detidos (Reforma militar à força)

Bissau – Depois de uma manhã agitada, a calma aparenta ter regressado à capital guineense.

Entre os militares revoltosos detidos encontram-se algumas das mais carismáticas chefias militares. Watna na Lai, ex-Chefe de Estado Maior do Exército, Cletche Na Ghana, ex-Vice-Chefe de Estado Maior do Exército, Tchipa na Bidun, recentemente nomeado para a DINFOSEMIL, Augusto Mário Có vulgo «Capacete de Ferro» e Bubo Na Tchuto, actual Chefe de Estado Maior da Armada, foram detidos sob acusação de tentativa de Golpe de Estado.


O chefe das Forças Armadas, António Indjai, está reunido com os militares nas instalações dos Pára-Comandos, depois do Quartel General de Amura ter sido tomado pelos revoltosos.


As tropas de Mansoa recuperaram Amura e procederam às detenções dos militares desavindos. No centro da discórdia estará o trajecto traçado do processo de reforma das Forças Armadas.


Nem o Primeiro-Ministro, que na semana passada esteve em conversações em Angola, nem o Presidente da República, ainda a recuperar de um frágil estado de saúde em Paris, fizeram qualquer comunicação ao país.


No entanto, aguarda-se o inicio de uma reunião entre o poder civil e os militares liderados por António Indjai, finda a qual deverá ocorrer uma declaração conjunta.

Missang em alerta face ao desenrolar da situação Sob ameaça de armas de fogo população em Bissau permanece em casa

2011-12-26 15:12:46

Bissau - O chefe das Forças Armadas, António Indjai, prepara discurso à nação numa altura em que a residência do Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, se encontra cercada por militares e polícias.

O paradeiro incerto de Carlos Gomes Júnior, depois da última semana de conversações com José Eduardo dos Santos, em torno da reforma do sistema de segurança pública e defesa da Guiné-Bissau, deixa antever o agudizar da situação em Bissau, em nova insubordinação do poder militar ao poder civil.


A novidade deste levantamento consiste na ausência do Chefe de Estado do país. Malam Bacai Sanhá, ainda a recuperar de problemas sérios de saúde em França, levanta, no seio das autoridades guineenses, a possibilidade de não poder reassumir funções, deixando vago o cargo de Chefe Supremo das Forças Armadas.


As declarações do Chefe da Armada, José Américo Bubo Na Tchuto, à radio Nacional, de que se encontra há uma semana fechado em casa, deixaram as fileiras militares fiéis ao CEMA, sem orientações superiores e com receio dos militares liderados por Indjai.


O clima é de tensão e, até agora, a ordem ainda não foi reposta. Na Fortaleza de S. José da Amura foram ouvidos disparos pela manhã.
Poucos minutos depois, os confrontos com recurso a armas de calibre de guerra fizeram-se sentir em Santa Luzia.

Bissau acordou hoje ao som de tiros

Bissau acordou hoje ao som de tiros esporádicos e a situação é confusa na capital guineense. Ao que a RTP conseguiu apurar, houve movimentações militares esta manhã junto ao antigo quartel general, que está cercado por polícias e militares armados de Kalashnikov. O Chefe de Estado-Maior da Marinha, Bubu Na Tchuto, diz que desconhece o que se está a passar.

Chefe das Forças Armadas chega ao Ministério da Defesa para reunião com o Governo

Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas chega ao Ministério da Defesa para reunião com o Governo
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, chegou hoje, sob fortes medidas de segurança, à sede do Ministério da Defesa para uma reunião com o Governo guineense, na sequência de conflitos entre militares.
Atualizado às 15.18

Rebelião terá sido orquestrada pelo chefe de Estado-Maior da Armada, Bubo na Tchuto.

Bissau está em estado de sítio e há registo de troca de tiros na zona do Quartel-General das Forças Armadas. Segundo a "Portuguese News Network", é mais um caso ligado ao tráfico de droga que envolve altas patentes militares.


Há alguns dias aterrou uma avioneta perto de Mansoa, suspeita de transportar estupefacientes. Desde então, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, e o chefe de Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, acusam-se mutuamente de tráfico de droga.


O primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, está em lugar seguro, juntamente com o chefe de Estado-Maior General, António Indjai, avança o site do jornal “A Nação”. A mesma fonte adianta que esta rebelião terá sido orquestrada pelo chefe de Estado-Maior da Armada, Bubo na Tchuto.


Segundo o “Portuguese News Network”, as tropas de Mansoa - fiéis ao General António Indjai - estão a dirigir-se para Bissau, numa tentativa de evitar um banho de sangue quando avançarem para a detenção de Bubo na Tchuto, a qual pode ocorrer a qualquer momento.


Nas ruas da capital, o ambiente está tenso, estando a população a evitar circular.

Guiné-Bissau a ferro e fogo

Os militares das Forças Armadas da Guiné Bissau estão nas ruas da capital guineense em acções que, ao que tudo indica, podem estar relacionadas com uma tentativa de golpe de Estado.

De acordo com uma fonte, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior está num lugar seguro juntamente com o Chefe de Estado-Maior General, António Indjai.

Segundo a mesma fonte, esta rebelião militar, ou mesmo uma tentativa de golpe de Estado, tem por trás, o Chefe de Estado-Maior da Aramada, Bubo Na Tchuto.

http://www.alfa.cv/anacao_online/index.php

A cidade de Bissau está em estado de sítio, segundo avança o jornal “A Nação”

Quando é que tiram este senhor de sena ?

Bubo Na Tchuto

 

A edição online do jornal dá conta de um tiroteio junto ao Quartel-general das Forças Armadas. O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, acusou o Chefe de Estado-Maior da Armada,  Bubo Na Tchuto, de orquestrar uma tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau.

Ao que tudo indica o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, estará em local seguro, tendo abandonado a sua residência. Os relatos da Guiné-Bissau dão conta de um ambiente de alguma tensão.

Sinais de inquietação em Bissau denunciadas «movimentações militares anormais» "Quando é que vai acabar esta pouca vergonha!!!!!!!", não lhes dêem mais dinheiro e isto acababa logo !!!!!

Um dirigente do Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins, denunciou hoje a ocorrência de "movimentações militares anormais" nalguns quartéis do país o que disse tratar-se de "mais uma insubordinação dos militares" ao poder civil.

"Fala-se de uma eventual tentativa de assalto ao paiol militar em Bissau por indivíduos que teriam algo a reivindicar. Isso é muito grave porque numa sociedade que se queira democrática qualquer diferendo é resolvido por canais apropriados", afirmou Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, uma das organizações agrupadas no Movimento da Sociedade Civil.

"Ainda não temos informações precisas, mas tivemos conhecimentos, através dos nossos canais de informação precoce, sobre a ocorrência de movimentações militares anormais nos quartéis, o que pode evidenciar mais uma insubordinação militar", disse ainda Vaz Martins.

Os sinais de inquietação em Bissau surgem numa altura em que o Presidente da República se encontra hospitalizado em França, devido a problemas de saúde.

Malam Bacai Sanha, "está a recuperar bem", segundo informação do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, quarta-feira passada, quando questionado no aeroporto de Bissau, sobre o estado da saúde do chefe de Estado.

Diário Digital com Lusa

sábado, 24 de dezembro de 2011

Fim da visita de Trabalho do Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau a Angola

O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior

O Primeiro-Ministro Guineense Carlos Gomes Júnior regressou  Quinta-Feira à noite a Bissau após uma visita de trabalho de quase dois dias a Luanda.

Á chegada a Bissau, Carlos Gomes Júnior fez um balanço positivo da sua deslocação, indicando ter recebido garantias por parte de Angola quanto ao arranque efectivo dentro de dois meses de dois projectos de cooperação com Angola.

A exploração de bauxite em Boé e a construção de um porto de águas profundas em Buba deverão ter início neste prazo, de acordo com Carlos Gomes Júnior que declarou ter igualmente recebido a indicação por parte de Luanda de que será desbloqueada a linha de crédito de 25 milhões de Dólares concedida por Angola a empresários dos dois países.

Nesta visita durante a qual se abordou a reforma do sector da defesa da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior refere ter também recebido a garantia do empenho de Luanda neste processo no qual tem cooperado no quadro do dispositivo MISSANG.

Angola concede milhões de dólares à Guiné Bissau

O Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau leva de Luanda a garantia de uma linha de crédito para financiar actividades empresariais

Angola vai conceder uma linha de crédito de 25 milhões de dólares norte-americanos à Guiné-Bissau, anunciou ontem, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, no final da visita do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior a Angola.


De acordo com o ministro, que falava à imprensa no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, a linha de crédito vai servir para financiar empresas angolanas e guineenses para implementarem projectos naquele país. Um desses projectos consiste na exploração de bauxite.


Georges Chikoti considerou, contudo, que é necessário que haja um ambiente político e social que possa permitir a implementação da linha de crédito, bem como acelerar o programa no domínio da reforma do sector de defesa e segurança, em que Angola vai reabilitar alguns quartéis do exército da Guiné-Bissau.


De acordo com o ministro das Relações Exteriores, a visita serviu para se fazer um balanço da cooperação bilateral. “A visita serviu como ocasião para se rever a cooperação, sobretudo no âmbito da missão militar angolana na Guiné-Bissau (MISSANG)”, sublinhou Georges Chikoti.


“Foi importante avaliarmos o estado de andamento da cooperação bilateral que vai ter um maior impulso a partir do mês de Janeiro, quando uma missão angolana for para implementar alguns aspectos do programa com a Guiné-Bissau”, frisou.


De acordo com informação prestada pelo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), um dos parceiros que vai assinar um acordo com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disponibilizou um montante de 23 milhões de dólares para se iniciar o programa do fundo de pensões e desmobilização dos efectivos militares que devem ir para a reserva.


O ministro das Relações Exteriores disse que “isso requer alguma coordenação entre a CPLP e a CEDEAO, bem como o governo da Guiné-Bissau, que tem que ser devidamente discutida”. O fundo global para reinserção dos excedentes militares da Guiné-Bissau ronda os 45 milhões de dólares, dinheiro que aquele país não tem.

A esse propósito, o ministro Georges Chikoti defendeu a necessidade de a comunidade internacional participar no financiamento desse fundo, apontando particularmente os parceiros da Guiné-Bissau como a União Europeia.


“A Guiné-Bissau precisa dos 45 milhões de dólares para executar a primeira parte do programa de cinco anos, dentro deste processo da reforma” do sector de defesa e segurança. Em relação ao programa já em curso, no quadro da MISSANG, como a reabilitação de alguns quartéis, o ministro das Relações Exteriores informou que era necessário actualizar alguns aspectos para o financiamento dessas actividades, nomeadamente a existência de “infra-estruturas bancárias adequadas a esse tipo de operações”.


A missão angolana naquele país lusófono, chefiada pelo secretário das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que vai para a Guiné-Bissau em Janeiro, de acordo com o ministro Georges Chikoti, “pode coordenar todos estes aspectos para que o programa possa andar um pouco mais rápido”.


De acordo com Georges Chikoti, o primeiro-ministro guineense agradeceu o apoio de Angola. Carlos Gomes Júnior chegou ao Palácio Presidencial da Cidade Alta por volta das 12 horas e foi recebido com honras militares.


Acompanhado do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, passou em revista as tropas em parada e, de seguida, posou para a fotografia oficial.


Na Cidade Alta, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau manteve um encontro privado com o Chefe de Estado angolano, que o brindou em seguida com um almoço oficial no Salão Nobre do Palácio Presidencial.


A presença de Carlos Gomes Júnior e a delegação governamental guineense na sede da presidência angolana durou aproximadamente duas horas. Nenhuma das partes fez declarações à imprensa.
Antes de ir ao Palácio Presidencial, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau visitou a urbanização do Kilamba, onde foi recebido pelas autoridades administrativas locais.


Carlos Gomes Júnior veio a Angola acompanhado da ministra da Economia, Helena Embalo, e do secretário de Estado das Comunidades, Fernando Gomes Dias.


Recorde-se que Angola concedeu no princípio do ano um apoio financeiro à Guiné-Bissau e instalou em Março uma missão militar denominada MISSANG, que visa apoiar a reforma no sector da defesa e segurança daquele país. Angola está também a apoiar a modernização do sector da comunicação social da Guiné-Bissau.

ONU: Mandato na Guiné-Bissau prolongado até 2013

Nova Iorque, (Lusa) - O mandato do gabinete da ONU na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) foi hoje prolongado até 28 de fevereiro de 2013 pelo Conselho de Segurança, com "prioridade" para a reforma do aparelho militar e o combate à impunidade e tráfico de droga.

A resolução foi aprovada nas Nações Unidas por unanimidade dos 15 países membros do Conselho de Segurança, onde no início de novembro foram repetidos os apelos ao desbloqueamento do financiamento internacional para a reforma do setor de segurança da Guiné-Bissau - do governo guineense, do Brasil, Angola e do representante do secretário-geral da ONU, Joseph Mutaboba.

Às autoridades guineenses é pedida na resolução a "adoção completa" de legislação e enquadramento básico para a reforma, incluindo o fundo de pensões.

Efectivos das forças policiais da Guiné-Bissau iniciam curso básico de polícia

Luanda - Um total de 350 efectivos das forças policiais da República da Guiné-Bissau, dos quais 39 do sexo feminino, iniciaram nesta quinta-feira, em Luanda, um curso básico de polícia, no âmbito da implementação do protocolo de cooperação entre as corporações policiais de Angola e aquele país, bem como da missão técnico-militar e de segurança (MISSANG), que visa contribuir para a melhoria da qualidade técnico profissional das forças guineenses.

A duração do curso será de seis meses, comportando duas fases, sendo a primeira de formação básica, com a duração de 45 dias, correspondentes a nove semanas, enquanto a segunda será de ordem pública e especialidades, com a duração de 60 dias, correspondentes a 12 semanas.

Por outro lado, foram de igual modo matriculados 842 efectivos licenciados à disponibilidade do serviço militar activo pelas Forças Armadas Angolanas (FAA), dos quais oito do sexto feminino, ao 11º curso básico de agentes, que terá a duração de seis meses, dividido em duas fases, sendo a primeira de formação básica e a segunda de especialização em ordem pública.

Relativamente ao curso destinado às forças policiais da Guiné-Bissau, foram incorporados 22 instrutores guineenses, que farão parte da monotorização do processo de instrução, composto por majores, capitães, tenentes, alferes, sargentos e soldados.

No acto de abertura dos referidos cursos, o inspector geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Salvador Rodrigues, frisou que as forças policiais angolanas reafirmam a sua disposição em continuar a cooperar com a Polícia da República da Guiné-Bissau, cumprindo assim com a orientação superior do Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, José Eduardo dos Santos, bem como os compromissos assumidos no âmbito do referido protocolo.

Disse que o curso destinado às forças policiais da Guine-Bissau só tem lugar em Angola por indisponibilidade de condições para a formação naquele país, o que obrigou aos dois países, particularmente os seus Ministérios do Interior, com maior incidência nos dois comandos gerais da polícia, a procederem ligeiras alterações na programação, chamando o país a responsabilidade de o albergar, por forma a não atrasar mais as várias etapas previstas na formação.

"Desejamos que o nível de aprendizagem seja considerado bom e que as forças policiais da Guiné-Bissau possam servir condignamente aquele país em matéria da ordem, tranquilidade e segurança públicas", sublinhou.

Salientou que o curso realiza-se no quadro da implementação do protocolo de cooperação existente entre os dois países, marcando a segunda fase de formação de efectivos no decurso deste ano, porquanto terminou pouco mais de um mês, um outro curso de formadores, destinado a efectivos do Ministério do Interior da Guiné-Bissau.

Paralisado tráfego rodoviário entre Senegal e Guiné-Bissau

Ziguinchor, Senegal - O tráfego rodoviário entre o Senegal e a Guiné-Bissau estava paralisado terça-feira por uma greve desencadeada pelo Sindicato dos Transportadores e Motoristas Guineenses em todo o território do seu país para protestar contra chantagens e desmandos das forças da ordem, constatou a PANA no local.

Esta greve obrigou centenas de automobilistas de Ziguinchor, a capital de Casamança, no sul do Senegal, que rumam para Bissau, a capital da Guiné-Bissau, a estacionar os seus veículos até que  situação volte à normalidade do outro lado da fronteira.

Alguns, que partiram muito cedo de manhã de Ziguinchor, fizeram meia volta quando  chegaram à aldeia fronteiriça senegalesa de Mpack, dissuadidos pelo bloqueio imposto do outro lado pelos grevistas, confiou à PANA um motorista
senegalês.

Segundo os grevistas, na Guiné-Bissau, mesmo se um motorista tem documentos em dia, não está ao abrigo de desmandos das forças da ordem.

"Eles obrigam-te a pagar mil francos (cerca de dois dólares americanos) ou mais. Aliás, quando chegas, eles não querem saber se está em dia ou não, só te pedem para pôr a mão no bolso e se negar, vão criar-te todos os problemas do mundo”, denunciou Abdourahmane Diallo, transportador entre Ziguinchor e Bissau.

Habituado a este eixo rodoviário, Michel Gomes pensa que os transportadores bissau-guineenses trabalham para as forças de segurança e que esta situação já não pode continuar.

Segundo ele, é preciso que as autoridades ponham termo a este fenómeno, senão, disse, já não haverá transporte na
Guiné-Bissau.

"Estamos determinados a ir até ao fim. Na Guiné Bissau, ninguém tem a autoridade perante as forças de segurança que fazem tudo a seu bel-prazer sem se preocupar com as consequências dos seus actos sobre a vida das populações",  desabafou Gomes.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

'Presidente Malam Bacai Sanhá está a recuperar bem'- primeiro-ministro

Bissau, 21 dez (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje aos jornalistas que o Presidente do país, Malam Bacai Sanha, "está a recuperar bem" em França mas que é preciso dar tempo para o seu total restabelecimento.

"Pelas informações que temos tido, a saúde do Presidente está a evoluir favoravelmente. Agora temos que dar tempo ao tempo para a sua total recuperação", disse Carlos Gomes Júnior quando questionado, no aeroporto de Bissau, sobre o estado da saúde do chefe de Estado.

Carlos Gomes Júnior falou aos jornalistas no aeroporto de Bissau momentos antes de viajar para Angola onde vai efetuar uma visita de trabalho de 24 horas.

Crescimento nas transacções comerciais com Portugal

Bissau – O Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, convidou os empresários portugueses a investirem na Guiné-Bissau, com o intuito de alargarem o contexto económico do mercado português, que está em crise.

A iniciativa foi lançada pela Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, que durou toda a passada semana e terminou a 14 de Dezembro. No fórum, participaram 12 portugueses do panorama empresarial.


A Guiné-Bissau está inserida num mercado sub-regional, podendo servir de «entreposto» de empresas e produtos para o restante continente africano, dado que o país está a atravessar um momento de estabilidade política e económica.


Segundo a ministra da Economia guineense, Helena Embaló, em 2010, as trocas comerciais entre Portugal e Guiné-Bissau atingiram um volume de cerca de 38 milhões de dólares.


Como exemplo das boas relações que ambos os países mantêm ao nível comercial, há mais de 25 anos, Carlos Gomes Júnior deu o exemplo da Petrogal, empresa portuguesa de distribuição de combustíveis e lubrificantes, que actua no mercado lusófono.


Outros sectores que registam uma forte presença portuguesa na Guiné-Bissau são a banca, a construção civil, as obras públicas, o processamento de produtos agrícolas, pescas, entre outras áreas comerciais.


Este fórum foi organizado com o intuito de demonstrar aos empresários portugueses que, caso pretendam inserir-se no mercado africano, a Guiné-Bissau é um dos melhores caminhos para a difusão.


A União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) contam com 400 milhões de potenciais consumidores.

Acordos de Cooperação parlamentar entre Guiné-Bissau e Portugal

Bissau – No âmbito da cooperação parlamentar entre a Assembleia da República de Portugal (ARP) e a Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau (ANPGB), deslocou-se ao país uma comitiva de funcionários parlamentares, entre 11 e 15 de Dezembro.

A missão portuguesa na Guiné-Bissau teve o objectivo de proceder à legitimação do Relatório de Avaliação do Programa de Cooperação Parlamentar 2009-2011, bem como de analisar e assinar o novo programa de cooperação previsto para o período entre 2012 e 2014.
A assistência técnica na área informática, no âmbito do processo que está actualmente a ser implementado foi uma das questões abordadas durante o encontro.


A delegação foi recebida pelo embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, Ricoca Freire, que contextualizou a equipa no ambiente em que o país se encontra.


Da agenda constaram encontros com o Presidente do Parlamento, Raimundo Pereira, o Secretário-Geral e os dirigentes das áreas relacionadas com a orgânica do Parlamento guineense.

ONU: Mandato na Guiné-Bissau prolongado até 2013

O mandato do gabinete da ONU na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) foi hoje prolongado até 28 de fevereiro de 2013 pelo Conselho de Segurança, com «prioridade» para a reforma do aparelho militar e o combate à impunidade e tráfico de droga.

A resolução foi aprovada nas Nações Unidas por unanimidade dos 15 países membros do Conselho de Segurança, onde no início de novembro foram repetidos os apelos ao desbloqueamento do financiamento internacional para a reforma do setor de segurança da Guiné-Bissau - do governo guineense, do Brasil, Angola e do representante do secretário-geral da ONU, Joseph Mutaboba.

Às autoridades guineenses é pedida na resolução a «adoção completa» de legislação e enquadramento básico para a reforma, incluindo o fundo de pensões.

Lusa

Conselho de Segurança debate situação na Guiné-Bissau

Nova Iorque (RV) – O Escritório das Nações para a Paz está ajudando o país lusófono da África Ocidental a construir paz e a estabilidade. Justamente esta frágil estabilidade na Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, é constantemente aproveitada pelo crime organizado para colocar o país na rota do tráfico de drogas.


Nesta quarta-feira, a questão é discutida no Conselho de Segurança. O Embaixador João Soares da Gama, representante da Guiné-Bissau junto às Nações Unidas, revela que o país precisa do contínuo suporte da Onu.


“Nós temos feito de tudo para manter a paz e a segurança em outros países. Agora, a Guiné-Bissau está enfrentando muitas dificuldades especialmente na questão da segurança. Então, por isso, precisamos na Onu para aumentar a nossa capacidade de lutar contra à pobreza, contra o tráfico de drogas mas também promover uma reforma na Segurança Pública, que é o mais importante para manter a paz na Guiné-Bissau”, revelou. (Onu/RB)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Primeiro-ministro da Guiné-Bissau aguardado quarta-feira em Luanda

 Primeiro-ministro da Guiné Bissau, Carlos Gomes Júnior

Luanda - O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Carlos Gomes Júnior, inicia esta quarta-feira uma visita oficial de 48 horas a Angola, no âmbito do reforço das relações bilaterais.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Gomes vem a Angola a convite do Executivo angolano, e vai ser recebido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro pelo ministro das relações exteriores, Georges Chicoty.

No segundo dia, o primeiro-ministro da Guiné Bissau vai ser recebido com honras militares no Palácio Presidencial a Cidade Alta, local onde que vai também acolher as conversações oficiais entre as duas delegações.

Questões de interesse político-militar e sobre ajuda de Angola àquele país da CPLP, estarão na mesa das discussões entre o Chefe de Estado angolano e Carlos Gomes Júnior.

Angop

Passageiros da TAP indignados com a falta da bagagem

Passageiros da TAP indignados com a falta da bagagem

Passageiros da TAP estão indignados

Lamine Vieira, um dos cerca de 30 passageiros que se encontravam em frente às instalações da TAP em Bissau, disse à Lusa que já não sabe o que fazer, pois chegou a Bissau no dia 7 de Dezembro e até hoje não viu a sua bagagem.

"Vim da Suíça para Lisboa e de lá para Bissau, a senhora (assistente de bordo) garantiu-me que toda a minha bagagem seguia comigo no mesmo avião, mas até hoje não recebi a minha bagagem. Todos os dias, desde que cheguei a Bissau, tenho ido ao aeroporto na esperança de ver as minhas malas", desabafou Vieira.

Este passageiro da TAP, emigrante guineense na Suíça, diz que a sua paciência já está quase a chegar ao fim.

Mamadu Baldé, outro passageiro que chegou no voo da última madrugada e também sem a bagagem propõe uma solução radical: "Desliguemos os computadores aqui no escritório deles" para desta forma obrigar a empresa a parar "e arranjar uma solução".

A TAP reconhece que existem problemas com o transporte de bagagens, explicando que se deve à elevada procura de voos e de uma parte dos passageiros viajar com um volume de bagagem superior ao autorizado, o que a obriga a ficar em terra à espera de espaço para poder ser transportada. "Se fechássemos os olhos estaríamos a pôr em causa a operação", disse à Lusa fonte oficial da companhia aérea, adiantando que "a TAP está a procura de uma solução, que ainda não foi encontrada".

A porta da TAP em Bissau é um local de autêntica romaria de passageiros. Todos protestam, acusando a transportadora de "falta de respeito".

" Não é normal que uma pessoa viaje para seu próprio país para vir passar as festas com a família e se veja numa situação absurda como esta. Há mais de uma semana que estou a comprar roupas, eu e a minha filha", contou à Lusa Manuela Silva, passageira que viajou com a sua filha.

Mais contundente nas criticas, Mamadu Baldé afirma que a TAP "engana os passageiros" prometendo-lhes o equivalente a 100 dólares para aqueles cujas bagagens não conseguiu transportar.

"Mas, será que 100 dólares chegam para quem deixou toda a roupa nas malas?", questionou Baldé, sublinhando que há pessoas cujos medicamentos de toma diária ficaram nas malas.

"Um senhor já de idade, francês, estava aqui a reclamar que os seus medicamentos não vieram. E se ele morre por falta de medicamentos?", pergunta Mamadu Candé, o mais inconformado do grupo de 30 passageiros que se juntaram em frente as instalações da TAP.

"Estaremos aqui até que haja uma solução", avisam os passageiros.

88 estudantes graduados em medicina formados nas diferentes células da Faculdade de Medicina «Raul Diaz Arguelles»

Bissau – 88 médicos, formados nas diferentes células da Faculdade de Medicina «Raul Diaz Arguelles» receberam, no último fim-de-semana, os seus diplomas de 6 anos de formação, que os acredita como graduados em medicina.

Sob o lema «a verdadeira medicina não é a que cura mas sim aquela que previne», formou-se o oitavo grupo de graduação no país, desde a abertura deste estabelecimento de ensino superior no sector da medicina.


Esta cerimónia de graduação foi presidida pelo Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que destacou a importância da formação, tendo em conta falta de pessoal médico para fazer o atendimento de pacientes nos diferentes centros hospitalares.


No seu discurso, o Chefe do Governo destacou a parceria e cooperação entre Cuba e a Guiné-Bissau, na formação destes profissionais de saúde.


Carlos Gomes Júnior referiu que a Guiné-Bissau vai manter a sua posição de exigência para com os EUA, até que seja levantado o embargo a este país, bem como a libertação de cubanos presos pelos norte-americanos.


Para o ministro da Saúde, Camilo Simões Pereira, os recém-formados vão ser afectados nos diferentes centros de saúde, tanto na capital como também no interior do país, de forma a colmatar falta de pessoal médico especializado que, desde há algum tempo, se fazia sentir nestas zonas.


Participaram na cerimónia o Director-geral da Organização do Oeste Africano de Saúde, o guineense Plácido Cardoso que, na ocasião, garantiu que a sua instituição vai continuar a apoiar as autoridades guineenses no domínio da formação do seu pessoal médico.


O Governo cubano foi representado pelo seu vice-ministro da Saúde, Elauterio Gongales, que alertou os recém-formados sobre a necessidade de servirem o país.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Oposição critica "comportamento" do representante da ONU

Bissau - Os partidos da oposição na Guiné-Bissau criticam "o comportamento" do representante do secretário-geral das Nações Unidas no país, Joseh Mutaboba, que acusam de "avalizar as manobras" do Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior "para esconder a verdade".

Em comunicado enviado à Agencia Lusa, os partidos, reunidos na chamada plataforma da oposição democrática da Guiné-Bissau, afirmam discordar da iniciativa em curso no país tendente a organização de "uma dita" conferência para o diálogo e reconciliação nacional.

Para a oposição, que junta partidos como o PRS (líder da oposição), PRID (segunda força da oposição) e pequenos partidos sem assento parlamentar, a conferência "não passa de uma manobra do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) para encobrir as matanças ocorridas no país desde 1974 a este parte".

A oposição responsabiliza o primeiro-ministro e líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, de ter contas a ajustar com a justiça designadamente nos assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009, nomeadamente o ex - Presidente 'Nino' Vieira e o ex -chefe das Forças Armadas, Tagmé Na Waié.

A conferência de reconciliação, diz a oposição, teria como finalidade amnistiar os responsáveis pelos assassínios s e crimes ocorridos no país desde a independência. Para os partidos da oposição "o plano" contaria com a "cumplicidade de certos elementos da comunidade internacional", entre os quais o representante do secretário-geral das Nações Unidas em Bissau.

"Neste sentido vem a oposição democrática alertar a toda a sociedade guineense que a estratégia ora montada pelo PAIGC conta com a admissível avalização do sr. Joseph Mutaboba  o qual em vez de promover a paz e estabilidade como missões principais que tem na Guiné-Bissau, promove estrategicamente a sua grande ambição a de ser o futuro candidato a Presidente do Ruanda", lê-se no comunicado da oposição.

O grupo promete realizar uma marcha pacífica no mês de Janeiro para tornar pública a sua indignação.  

Na opinião da oposição guineense, o que Mutaboba tem feito na Guiné-Bissau "é promover uma paz pobre para ganhar notoriedade" e ainda "proteger o Primeiro- ministro, Carlos Gomes Júnior".

Para oposição "é nesta estratégia" que Joseph Mutaboba e Carlos Gomes Júnior pretendem promover a visita do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Kin-moon, à Guiné-Bissau, nos primeiros meses do próximo ano.

A Lusa tentou, sem sucesso, obter reacções junto do gabinete do representante do secretário-geral da ONU, em Bissau.

Aeroporto de Bissau recebe equipamentos de raio-X e câmaras de vídeo

Bissau - O único aeroporto internacional da Guiné-Bissau,  Osvaldo Vieira, recebeu hoje (segunda -feira) equipamentos de segurança, designadamente câmaras de vigilância na aerogare, aparelhos de raio-X e também carrinhos de bagagem 

Os equipamentos foram entregues ao director da agência da aviação civil pelo ministro da Educação Nacional guineense, Artur Silva, em representação do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que, por razões de agenda, não pôde estar na cerimónia.   

Na ocasião e explicando a decisão do executivo em adquirir os equipamentos para o aeroporto, José Carlos Esteves, secretário Estado dos Transportes, disse que a Guiné-Bissau "está a inaugurar uma nova era" na aviação civil em resposta às avaliações negativas que o aeroporto tem sido alvo até aqui.

"As avaliações internacionais que têm sido feitas ao nosso aeroporto têm demonstrado sempre várias carências em termos de segurança. O aeroporto de Bissau é considerado até aqui dos mais inseguros na zona africana", notou José Carlos Esteves. 

Para o secretário Estado dos Transportes essa situação ficou a dever-se à falta de investimentos sérios das autoridades guineenses no sistema de segurança do aeroporto de Bissau, situação, que frisou, o actual executivo quer alterar. 

O ministro da Educação guineense, Artur Silva, disse que os equipamentos postos a disposição do aeroporto vão permitir ter "a partir de agora tolerância zero" às interferências alheias no funcionamento do aeroporto. 

José António Có, presidente do conselho de administração da agência da aviação civil da Guiné-Bissau, destacou que até aqui os equipamentos do aeroporto eram adquiridos por privados, o que, disse, dificultava uma boa gestão no aeroporto. 

"Até aqui os equipamentos eram comprados por empresas privadas. Agora o Governo decidiu comprar os equipamentos. A partir de agora podemos garantir que o nosso aeroporto vai se tornar num dos mais seguros da nossa sub-região", afirmou António Có.

Guiné-Conacry - Eleições legislativas adiadas "sine die"

Conacry - As eleições legislativas na Guiné-Conacry previstas para 29 de Dezembro, foram adiadas sine die, adiantou à AFP a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) que suspendeu actividade por duas semanas. 

A decisão foi tomada numa reunião entre membros da CENI e da Comissão do Diálogo Político, conduzida por Albert David Gomez, arcebispo da igreja anglicana da Guiné-Conacry e da Guiné-Bissau. 

A comissão "tem apenas uma missão: fazer com que a CENI suspenda temporariamente as suas actividades para permitir à classe política e ao governo que prossigam o diálogo sobre a organização das eleições legislativas", explica a CENI, em comunicado. 

A comissão eleitoral decidiu, "por unanimidade, adiar a data das eleições legislativas previstas para 29 de Dezembro para uma data posterior e suspender temporariamente as suas actividades operacionais por 15 dias a contar de segunda-feira". 

O organismo diz ainda ter agido desta forma para "preservar a paz no país e o entendimento entre os diferentes actores políticos, por um lado, e manter a independência no estrito respeito pelos princípios que regem o seu funcionamento".

Missão da ONU na Guiné-Bissau espera que 2012 seja importante para paz

Presença será renovada por mais um ano; representantes no país recordaram agenda do próximo ano e ajuda essencial de parceiros.
Nesta quarta-feira decorreu uma conferência de imprensa em Bissau sobe o balanço da missão do Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz no país, Uniogbis.


Para falar do trabalho do Gabinete estiveram presentes Joseph Mutaboba, representante especial do Secretário-Geral da ONU na Guiné Bissau e chefe da Uniogbis, e Gana Fofang, o seu adjunto e coordenador residente das Nações Unidas.


Gabinete


O Gabinete foi criado em 2010 para ajudar o país na consolidação da paz e desenvolvimento.


Segundo o coordenador residente da missão, a relação entre a paz e o desenvolvimento humano é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e a redução da pobreza.


Já o chefe do Uniogbis disse que no final de Dezembro o mandato será prolongado por mais um ano, para permitir que a missão continue a implementar a sua agência integrada para a consolidação da paz, apoiando os esforços nacionais para alcançar uma estabilidade duradoura.


Joseph Mutaboba acrescentou que seguindo o relatório do Secretário-Geral, o Gabinete continuará a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades nacionais e os demais parceiros internacionais do país, principalmente na implementação das reformas nos setores da justiça, defesa e combate ao tráfico de drogas, crime organizado e impunidade, assim como na promoção do diálogo nacional.


Em Janeiro, Bissau acolherá a Conferência Nacional, sobre os caminhos da consolidação da paz e o desenvolvimento, que o representante especial diz ser uma oportunidade histórica para que o povo guineense vire uma nova página.


Joseph Mutaboba frisou ainda que espera que 2012 seja um marco importante nos esforços do país e dos parceiros de rumo à reconciliação, estabilidade e desenvolvimento.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A morte de Cesária Évora (Governo guineense lamenta "perda irreparável" da grande voz)

Bissau - O secretário de Estado da Cultura da Guiné-Bissau, Fernando Saldanha, disse hoje (sábado) à agência Lusa, que o governo guineense considera a morte de Cesária Évora "uma perda irreparável" não só para Cabo Verde ,mas para toda a lusofonia e África em geral. 

"A voz que se apagou hoje (sábado) é uma perda irreparável não só para o seu país natal, mas para todos os países da CPLP e para África em geral. Cesária encantou-nos a todos com as suas músicas durante décadas", defendeu Fernando Saldanha. 

O governante afirmou que as autoridades guineenses receberam com consternação e dor a notícia da morte de Cesária Évora, pessoa, que disse, cantava a amizade, o amor, a paz e as coisas bonitas de Cabo Verde. 

"É mais uma grande voz da cultura lusófona que se apagou hoje (sábado)", afirmou Fernando Saldanha, considerando Cesária Évora "uma grande embaixadora da música dos países de expressão portuguesa". 

A cantora cabo-verdiana Cesária Évora, de 70 anos, morreu esta manhã no hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, Cabo Verde, onde se encontrava internada desde sexta-feira.

A notícia foi confirmada à Lusa pelo director clínico do hospital, que explicou que a morte ocorreu por volta das 11H20 de hoje (sábado), por "insuficiência cardio-respiratória aguda e tensão cardíaca elevada".

Primeiro-ministro convida portugueses a investirem no país

Bissau, (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau convidou hoje os empresários portugueses a investirem no país para "fugirem da crise" que assola o mercado português, aproveitando o facto de a Guiné-Bissau estar num mercado sub-regional em África.

O repto de Carlos Gomes Júnior foi lançado no encerramento de uma missão de empresários portugueses à Guiné-Bissau a convite da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços, que durou toda a semana que hoje termina.

"A Guiné-Bissau pode servir de entreposto para empresas e produtos portugueses para o mercado sub-regional. Venham investir na Guiné-Bissau, porque hoje somos um país com estabilidade política e com uma moeda estável no âmbito da nossa integração sub-regional", disse Carlos Gomes Júnior.

Empresários portugueses identificam áreas de negócio com olhos no mercado africano

Bissau, (Lusa) - Os empresários portugueses que visitaram a Guiné-Bissau durante a semana identificaram os setores do turismo, indústria agro-alimentar, pescas, construção e tecnologias da informação como passíveis de parcerias, afirmou o presidente do Conselho Geral da Associação Industrial Portuguesa (AIP).

Jorge Rocha de Matos falava na cerimónia de encerramento de uma missão de 12 empresários portugueses à Guiné-Bissau a convite da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), na presença do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.

"Creio que temos um conjunto de áreas e setores em relação aos quais faz todo sentido desenvolver parcerias entre Portugal e a Guiné-Bissau, envolvendo investimento privado e a cooperação", sublinhou Rocha de Matos, enumerando os setores.

“Afetos com Letras” promove ação de voluntariado na Guiné-Bissau

A «Afetos com Letras» – Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação, promove a sua terceira missão solidária Guiné Bissau 2011 entre os dias 28 de dezembro e 9 de janeiro, com o objetivo de colocar as aptidões dos 14 voluntários que a integram ao serviço dos projetos apoiados pela associação no terreno.

Depois da ajuda financeira à construção de uma escola na Tabanca de Djoló, a funcionar desde outubro de 2010 e na qual a associação assegura o pagamento dos salários dos professores, a «Afetos com Letras» está atualmente a apoiar a construção de uma creche em Varela onde também se responsabilizará pelo equipamento do espaço e pagamento dos professores.

De acordo com a associação, sedeada em Pombal, «esta terceira viagem voluntária integra dois médicos, um dentista, professores entre outros e, tem como missão dar consultas de especialidade às crianças, promover ações de formação em áreas tão distintas como saúde oral, aprendizagem de línguas, educação alimentar, formação ambiental e de sustentabilidade do ecossistema ou animação sociocultural».

Durante a estadia na Guiné-Bissau será também feita a distribuição de um contentor com bens recolhidos numa campanha que decorreu em Portugal ao longo dos últimos três meses. Leite em pó, cereais, papas, água engarrafada, medicamentos, mobiliário para salas de aula, material didático, livros, material escolar, roupas e brinquedos irão chegar na mesma altura que os voluntários da «Afetos com Letras» e serão partilhados entre as crianças e organizações a atuar no terreno, proporcionando-lhes assim uma época festiva diferente do habitual. Está igualmente prevista a entrega de leite em pó água engarrafada e medicamentos no Hospital de Cumura, no Centro Nutricional e Maternidade de Ingoré bem como no Centro de Saúde de Varela.

Recorde-se que a «Afetos com Letras», liderada por Joana Benzinho, tem dedicado todos os seus esforços à melhoria das condições de vida das crianças da Guiné Bissau, apoiando essencialmente projetos de formação das camadas mais jovens da população daquele país.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

OGE para 2012 aprovado com voto favorável do PRS

Bissau - O Parlamento da Guiné-Bissau aprovou o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o próximo ano com o voto favorável da bancada do principal partido da oposição, o PRS, do ex -Presidente guineense Kumba Ialá. 

O Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse aos jornalistas, após a votação, que ficou "agradavelmente surpreendido" pelo facto de o Partido da Renovação Social ter participado na votação favorável ao OGE, salientado que "os interesses nacionais falaram mais alto". 

"Francamente, contava apenas com os votos da nossa bancada. Felicitamos a bancada do PRS, por ter  demonstrado que quando estão em causa os interesses nacionais, estamos todos no mesmo lado", referiu Carlos Gomes Júnior. 

O OGE para 2012, que o Primeiro-ministro considerou ser  "o orçamento possível" devido à crise internacional e atendendo ao facto de ter um défice de cerca de 60 por  cento que o Governo terá que ir mobilizar junto dos parceiros internacionais, foi aprovado com 88 votos a favor,  1 contra e uma abstenção.

Para Carlos Gomes Júnior, o facto de o PRS ter votado favoravelmente para a aprovação do OGE "demonstra que (esse partido compreendeu) que o Governo tem estado a
trabalhar bem", pelo que, frisou, resta agora que os parceiros comecem a desembolsar os apoios orçamentais prometidos ao país.

O Orçamento Geral do Estado para 2012 é de 115 mil  milhões de francos CFA (cerca de 175 milhões de euros), embora tenha um défice de cerca de cerca de 54 mil milhões de francos CFA (82 milhões de euros). 

Fonte da bancada do Partido da Renovação Social disse à agência Lusa que a votação do OGE "obedeceu aos critérios de responsabilidade política" que o PRS defende, mas tal não significará que não haverá fiscalização da execução orçamental.

Lançamento em Bissau do livro póstumo do antigo Ministro Guineense Filinto de Barros

Filinto de Barros / DR

Filinto de Barros / DR

"Testemunho", o livro póstumo de Filinto de Barros, antigo Ministro da era Nino Vieira na Guiné-Bissau, é lançado hoje na capital, pouco depois da morte do antigo governante no passado dia 21 de Novembro.

Como o nome o indica, esta obra que vem na sequência de outros escritos de Filinto de Barros é habitada pela História da Guiné-Bissau, dá a sua visão do período que se seguiu à independência do país, momentos por vezes trágicos como o chamado "caso de 17 de Outubro", a tentativa de golpe de estado contra Nino Vieira em meados dos anos 80, e momentos polémicos como a chegada de resíduos tóxicos no país na altura em que Filinto de Barros era Ministro dos recursos naturais.

Vítor Barros, um dos filhos do antigo governante, evoca a figura do pai e o seu livro.

 

Convidado
(05:19)
 
 

País está preso numa armadilha motivada pela instabilidade política -BM

Bissau - Um relatório do Banco Mundial diz que a Guiné-Bissau é um país preso numa armadilha de baixo equilíbrio motivada pela instabilidade política e má governação, o que acaba por condicionar o seu crescimento económico, noticia hoje (quarta-feira) a LUSA.

O relatório foi publicado em Bissau, no âmbito de uma série de seminários que o Banco Mundial tem estado a organizar com o
governo guineense e nos quais estão a ser analisados os mecanismos para melhorar a ajuda àquele país.  

Num dos seminários, que decorreu entre segunda-feira e terça-feira, subordinado ao tema "Guiné-Bissau como escapar à armadilha da fragilidade", foi abordado o relatório sobre o desenvolvimento do mundo em 2011 e as implicações para a Guiné-Bissau. 

Em relação a este país o relatório analisou os conflitos, segurança e desenvolvimento. 

"A instabilidade política tem prejudicado a lei e a ordem e enfraquecido a capacidade de governos sucessivos em prestar serviços públicos essenciais e garantir a infra-estrutura económica de base", adiantou o relatório designado Memorando Económico da Guiné-Bissau. 

De acordo com o documento de cerca de 200 páginas, a instabilidade política tem impedido o investimento privado o que se traduz na impossibilidade de o governo guineense normalizar a situação do país, por falta de recursos que poderia ir buscar aos impostos desse mesmo sector privado. 

"Na área fiscal, por exemplo, o baixo crescimento traduziu-se na falta de dinamismo das receitas do Estado, e limitou as perspectivas de oportunidades fora do sector público para o pessoal militar e civil, tornando necessária a contenção de gastos de pessoal, uma opção politicamente difícil", refere o documento. 

Esta situação realça o Banco Mundial, acaba por conduzir a uma insatisfação permanente dos funcionários públicos e dos militares bem como do próprio sector privado. 

"É pouco provável que a saída dessa armadilha de equilíbrio-baixo ocorra com rapidez apenas a partir da dinâmica interna do país", nota o documento, realçando, porém, que em caso de estabilidade política o país possui condições objectivas para dar um salto qualitativo em poucos anos. 

O Banco Mundial aponta cinco pilares sobre os quais a Guiné-Bissau se deve basear-se para dar o salto. Assim, o país deve criar infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento, promover um crescimento mais rápido do sector agrícola.

Assentar as bases de um crescimento sustentado nos seus principais recursos naturais, melhorar o ambiente de negócios e
promover a transparência e a eficiência do sector público, sublinha o documento.  

A "Guiné-Bissau, ao contrário dos seus países vizinhos, ainda possui uma base rica, relativamente intacta, de recursos naturais. Esta base de recursos e a biodiversidade associada a estes representam um activo considerável para a economia do país, tanto no curto prazo" como no médio prazo, indicou o relatório a que Agência Lusa teve acesso.

Ban Ki-moon deve visitar Guiné-Bissau em Fevereiro ou Março

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deve visitar a Guiné-Bissau entre fevereiro ou março, o que será «um sinal evidente do compromisso» da ONU para com o país, revelou o seu representante em Bissau, Joseph Mutaboba.

Em conferência de imprensa de balanço da ação das Nações Unidas na Guiné-Bissau e das suas iniciativas junto dos parceiros do país, o representante do secretário-geral em Bissau, Joseph Mutaboba, afirmou que a vinda de Ban Ki-moon se enquadrará nos esforços da ONU para apoiar o governo e o povo guineense nos esforços da estabilização do país.

Referindo-se aos «planos vitais» a serem levados a cabo pela Guiné-Bissau no futuro, Joseph Mutaboba apontou a conferência da reconciliação nacional, a reforma do setor da Defesa e Segurança, a revisão constitucional, entre outros.

Lusa

Papa sublinha dimensões positivas da globalização

Cidade do Vaticano, 15 dez 2011 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que a interdependência que a humanidade vive na era da globalização deve ser vista como “uma vantagem, não como ameaça”.

“Somos todos responsáveis por todos e é importante ter uma conceção positiva da solidariedade”, disse o Papa a onze novos embaixadores não-residentes na Santa Sé, incluindo os representantes diplomáticos da Guiné-Bissau e Moçambique.

Este discurso, divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, aludiu à importância dos meios de comunicação social, “que ligam todas as regiões do planeta” e à facilidade de deslocação e de criação de “laços comerciais”, que tornam as economias “interdependentes”.

Segundo Bento XVI, estes fatores associam-se a “desafios que assumem uma envergadura mundial de tal ordem, como a salvaguarda do ambiente, a importância dos fluxos migratórios, que os homens compreenderam que tinham, de ora em diante, um destino comum”.

“Os novos desafios que os vossos países se encontram hoje a enfrentar exigem, certamente, uma mobilização de inteligências e de criatividade do homem para combater a pobreza e para uma mais eficaz e mais correta utilização das energias e dos recursos disponíveis”, declarou aos diplomatas presentes.

O Papa apelou a um “desenvolvimento humano integral” que permita à humanidade “avançar para a sua realização” e lutar contra “os males sociais que são o desemprego, a criminalidade e o não respeito pela pessoa”.

“A preocupação pelo destino das gerações futuras conduz a um avanço significativo na perceção da unidade do género humano”, prosseguiu, alertando contra “lógicas de poder que levam à desagregação da sociedade e acentuam a pobreza”.

Neste contexto, a intervenção papal destacou a importância da “solidariedade entre geração” que encontra a sua “radicação natural na família”.

“Encorajo cada um, qualquer que seja o seu nível de responsabilidade, particularmente os governantes, a serem inventivos, a investirem os meios necessários para dar à juventude as bases éticas fundamentais”, disse ainda Bento XVI.

À religião, indicou o Papa, compete “ultrapassar os condicionamentos” de interesses particulares e ajudar a reconhecer os “bens universais” que interessam à humanidade, como a paz e a harmonia social.

Em conclusão, Bento XVI deixou votos de que se promova “uma política cultural que favoreça o acesso de cada um aos bens espirituais, valorize a riqueza do tecido social e nunca desencoraje o homem de prosseguir livremente a sua busca espiritual”.

À margem desta audiência, o porta-voz do Vaticano explicou aos jornalistas os motivos que levaram o Papa a não endereçar uma saudação particular, no discurso, a cada um dos embaixadores, nem a pronunciar um texto específico para os diversos países [Trindade e Tobago, Guiné-Bissau, Suíça, Burundi, Tailândia, Paquistão, Moçambique, Quirguistão, Andorra, Sri Lanka e Burquina-Faso].

Segundo o padre Federico Lombardi, este será o procedimento habitual, de ora em diante, por “motivos de simplicidade e uniformidade com os costumes diplomáticos atuais”.