sábado, 31 de dezembro de 2011

Oposição e Governo guineense falam em tentativas de homicídio

Os partidos agrupados na chamada oposição democrática da Guiné-Bissau afirmam que estão em curso "operações de limpeza e de eliminação física" de adversários políticos do Governo. Primeiro-ministro garante que golpe de estado teria como objectivo assassiná-lo.

A preocupação da oposição vem expressa num comunicado a que agência Lusa teve esta sexta-feira acesso, no qual o movimento de oposição que reúne 15 partidos, dois dos quais com representação parlamentar, se baseia nas informações de que o major na reserva Iaia Dabó teria sido "sumariamente executado" quando se tentava entregar à policia.

Iaia Dabó, irmão do falecido antigo ministro do Interior e deputado, Baciro Dabó, foi abatido a tiro por elementos da Policia de Intervenção Rápida na passada terça-feira após se entregar naquela corporação.

Dabó era procurado pela polícia por ser o alegado autor dos disparos que vitimara mortalmente um agente daquela corporação, segundo denunciou à Lusa o presidente da Liga dos Direitos Humanos, versão que foi posteriormente confirmada pelo ministro do Interior.

"A confirmarem-se as versões de que a rendição de Iaia Dabó teria sido negociada pelo ministro do Interior, Fernando Gomes com um representante da Igreja Católica, um deputado e activistas da Liga dos Direitos Humanos, resta apenas uma firme certeza: Está em curso uma operação de limpeza patrocinada pelo Governo do senhor Carlos Gomes Júnior para eliminar fisicamente os seus adversários políticos", lê-se no comunicado.

No mesmo documento a oposição exige a demissão imediata de Fernando Gomes do cargo de ministro do Interior e o afastamento dos elementos que abateram Iaia Dabó.

O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse, esta sexta-feira, estar na posse de informações de que o conflito entre militares, registado na segunda-feira, tinha como objectivo a sua morte.

"Havia uma tentativa para assassinar o próprio Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o próprio primeiro-ministro", disse Carlos Gomes Júnior, numa entrevista à Rádio Nacional da Guiné-Bissau. O chefe de Governo negou que tivesse sido protegidos por soldados angolanos.

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