quinta-feira, 29 de abril de 2010

Comércio entre China e espaço lusófono cresce 94% até Março

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa registou um aumento de 93,82 por cento no primeiro trimestre deste ano para 17 279 milhões de dólares (13 082 milhões de euros) face a igual período de 2009, indicam dados oficiais.
Dados dos Serviços de Alfândega da China, disponíveis na página oficial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, indicam que Angola e a Guiné-Bissau registaram as maiores subidas percentuais nas trocas comerciais com o gigante asiático, enquanto que São Tomé e Príncipe, que não tem relações diplomáticas com Pequim, era o único país em sentido negativo.

As importações da China face aos oito países lusófonos aumentaram 120,19 por cento entre janeiro e março, ao mesmo tempo que o volume das exportações chinesas também registava uma subida homóloga de 53,78 por cento.

Lusa

BAD concede 12 milhões de dólares para formação de funcionários públicos


Bissau - A Guiné-Bissau vai receber do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) um donativo de 12 milhões de dólares (cerca de nove milhões de euros) para construir a Escola Nacional de Administração (ENA), disse hoje (quinta-feira) a ministra da Economia, Plano e Integração Regional, Helena Embaló.


Helena Embaló disse que se pretende com o Parca reforçar a capacidade do pessoal da administração pública, através de um novo quadro organizacional e institucional, redimensionar os efectivos e ao mesmo tempo melhorar a administração económica e financeira no país.

Referendo-se aquilo que o governo espera da ENA, a ministra da Economia afirmou que a instituição deverá ser um centro de referência "capaz de gerar ambientes educativos contemporâneos", uma vez que será equipada de infra-estruturas tecnológicas modernas.

Por seu turno, Porgo Judicael, um responsável do BAD ligado a área da Educação disse que o reforço das capacidades do pessoal da administração pública trará a boa governação, destacando a importância do projecto hoje lançado.

A ENA, que vai funcionar nas actuais instalações do CENFA (Centro de Formação Administrativa) em Bissau, enquadra-se no projecto de apoio ao reforço das capacidades administrativas (Parca) na Guiné-Bissau, que visa a capacitação e valorização dos servidores públicos.


O BAD, parceiro da Guiné-Bissau desde 1976, apoia o país nos domínios do sector social, agricultura e das reformas sectoriais.

Indicação de oficiais narcotraficantes foi feita após anos de investigação - embaixadora EUA

"Aquela designação foi o resultado de investigações de vários anos e, com base naquelas investigações, outras pessoas e empresas (da sub-região) vão ser incluídas naquela lista", afirmou a diplomata norte-americana na capital guineense.

"Aquela lei foi promulgada para lutar contra a influência e corrupção que aqueles indivíduos podem fazer com o dinheiro da droga", explicou Márcia Bernicat.

Abra este link indicado em baixo, e ouça a noticia, carregando em (leia-me) site RTP

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Indicacao-de-oficiais-narcotraficantes-foi-feita-apos-anos-de-investigacao---embaixadora-EUA.rtp&article=340038&layout=10&visual=3&tm=

Lisboa recebe semana cultural da lusofonia


A terceira Semana Cultural da CPLP começa amanhã na capital portuguesa, um dia depois do arranque da 80ª edição da Feira do Livro de Lisboa.

Lisboa - A capital portuguesa viverá nos próximos dias um ambiente cultural mais intenso do que o habitual. Se hoje começa a 80ª edição da Feira do Livro de Lisboa, amanhã a cidade dá início à terceira edição da Semana Cultural da CPLP. A lusofonia será comemorada com cinema, literatura, artes plásticas, dança e gastronomia.

De 30 de abril a 9 de maio Lisboa acolherá representantes de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O lançamento acontece esta quinta-feira no Palácio Foz, com uma recepção acompanhada de um recital de poesia pela artista Elsa Noronha.

No âmbito da Semana Cultural da CPLP vai realizar-se um programa denominado "CPLP nas Escolas", nos dias 3, 4,6 e 7 de maio, para dar a conhecer às crianças esta entidade, que agrega oito países unidos por uma mesma língua.

A semana de 10 dias de actividades inclui uma exposição de artes plásticas e fotografia, com trabalhos de Marta Ferreira (Portugal), Paulo Lima (Cabo Verde), Samuel Vicente (Angola), Renato Rodyner (Brasil), Manuela Jardim (Guiné Bissau), Lívio de Morais (Moçambique), Ismael Sequeira (S. Tomé e Príncipe) e Abel Júpiter (Timor-Leste).

No âmbito da Semana Cultural da CPLP, realiza-se de 4 a 9 de maio no Cinema São Jorge, a primeira edição do "FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa". O programa contará com a apresentação de documentários, curtas e longas-metragens. No decorrer da programação do FESTin serão realizados ainda workshops com o realizador de documentários da TV Globo, TV Futura e Cultura do Rio de Janeiro, Claufe Rodrigues.

O Dia da Língua Portuguesa terá lugar no dia 5 de maio e merecerá uma sessão comemorativa na Assembleia da República, local onde se irá igualmente realizar um debate sobre o futuro da língua.

A Semana Cultural da CPLP será ainda motivo para o lançamento de um selo comemorativo CPLP, bem como para o Festival de Dança e Música da CPLP, com artistas convidados dos oito Estados-membros.

Na vertente de dança haverá apresentações dos grupos Afrolatin Connection (Portugal), Allatantou Dance Company (Guiné-Bissau), CIA Art Brasil (Brasil), Kilandukilu (Angola), Kua Téla (São Tomé e Principe), Malimba Tradicional (Moçambique) e Bei Gua (Timor Leste).

A componente musical incluirá artistas como Ancha Cuchicaio (Moçambique), Guto Pires (Guiné-Bissau), Tito Paris (Cabo Verde), Joana Melo (Portugal), Raspa de Tacho (Brasil), Quarteto Musical Timorense (Timor-Leste) e Irmãos Verdades (Angola).

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Milhares de minas desenterradas na Guiné-Bissau


Mais de três mil minas anti-pessoal e mais de 600 minas anti-tanque foram desenterradas do subsolo da Guiné-Bissau, mas o país ainda não está desminado, declarou hoje o responsável do governo pela desminagem, César de Carvalho.

O diretor do Centro Nacional de Coordenação de Ação Anti-Minas (CAMI) fez esta revelação no âmbito de uma reunião do conselho nacional de desminagem humanitária que decorre em Bissau, durante o qual será feito um balanço da desminagem no país.

Segundo o responsável do CAMI, em sete anos de desminagem humanitária, "foram limpas minas em mais de quatro milhões de quilómetros quadrados" na Guiné-Bissau, o que corresponde a cerca de um terço do território coberto de minas.

"Estamos no bom caminho, mas ainda falta muita coisa e o país tem poucos recursos para fazer face à desminagem", afirmou César de Carvalho.

Para já, da aérea limpa de minas foram retiradas 3.072 minas anti-pessoal, 661 minas anti-tanque e 152 minas anti-barco, explicou César de Carvalho, sublinhando, contudo, que o país tem "muito mais que isso no seu subsolo".

"Até novembro de 2011, grande parte do território estará livre de minas anti-pessoal, mas precisará de mais tempo para cumprir com as determinações da convenção da Ottawa que preconiza a desminagem total dentro de alguns anos", disse o diretor do CAMI.

Além de minas, o país está infestado de engenhos e artefatos explosivos espalhados pelo território na sequência de vários conflitos armados desde a independência, frisou César de Carvalho.

Atualmente algumas organizações não-governamentais executam diretamente a açao de desminagem, sob a coordenação do governo (CAMI), mas toda a assistência técnica e financeira é prestada pela comunidade internacional.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), os EUA, Inglaterra, Suíça, Noruega, Suécia, Alemanha, Canada, Japão e França são os principais financiadores da desminagem na Guiné-Bissau.

Liga Guineense dos Direitos Humanos lança relatório sobre direitos humano


Bissau – A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), lança esta sexta-feira o seu relatório sobre a situação dos direitos humanos na Guiné-Bissau.

O documento de 144 páginas, publicado sob o lema «a força sem discernimento, colapso sob o seu próprio peso», espelha a real situação de violações de direitos humanos na Guiné-Bissau, entre 2008 e 2009.

Entre outros aspectos a que se refere o relatório, a LGDH destaca a liberdade de imprensa, liberdades e garantias, assuntos sobre defensores dos direitos humanos, direitos económicos, sociais e culturais assim como o direito à saúde.

A administração da Justiça, funcionamento das instituições democráticas, forças de defesa e segurança e a situação dos direitos humanitários na Guiné-Bissau são, entre outros assuntos, assuntos do relatório a ser publicado esta sexta-feira em Bissau, pela LGDH, com a presença do ministro da Justiça Mamadu Saliu Djalo Pires e Amine Saad, procurador-geral da República.

De acordo com a exposição a que a PNN teve acesso, a liga adverte que é imperativo adoptar mecanismos para contornar a actual pirâmide de inversão de valores e da ordem social, marcada pelos cenários militares, tropas que continuam negativamente a ter um papel determinante na definição do rumo político da Guiné-Bissau.

Neste sentido, ainda de acordo com a LGDH, esta conjuntura foi reconhecida pelos principais autores da vida pública do país e órgãos de soberania, tendo como ponto comum o descrédito do sector da Justiça, elevado índice de corrupção no aparelho de Estado, insuficiência de produtividade e ainda a falta de uma política de combate ao desemprego no país.

Por outro lado, a liga destacou a maturidade do povo guineense, demonstrado em várias situações de crise, particularmente em Março 2009, aquando dos assassinatos do Presidente da República, João Bernardo «Nino» Vieira e do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Waié. O tema, é lembrado pela LGDH, lembrando que a investigação continua por concluir.

Para terminar, a LGDH fez varias recomendações entre as quais se destacam a urgente identificação e consequente tradução a justiça de supostos responsáveis morais e materiais de assassinatos registados no país em 2009, enceramento da Cela submarina e sul do Centro prisão da Segunda Esquadra bem como a Prisão subterrânea da Primeira Esquadra, todos em Bissau.

A criação de centro de protecção e acolhimento de crianças vítimas de violência e ainda revisão do Código de processo penal para aumento de número de juízes de instrução criminal, foram entre outras recomendações que constam no relatório desta ONG de carácter humanitário.

Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

É preciso promover a produção de alimentos no país - Bispo de Bafatá

Bissau, 29 abr (Lusa) -- O Bispo de Bafatá, Guiné-Bissau, Dom Carlos Pedro Zilli, disse hoje que há falta de comida no país e que é preciso promover a produção de alimentos, referindo-se ao tema que domina o encontro das Cáritas lusófonas.
Até domingo, representantes daquelas organizações humanitárias da Igreja Católica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa estão reunidos em Bissau para trocar experiências sobre o combate à pobreza através da promoção da auto-suficiência alimentar.
"Na Guiné-Bissau existe pobreza, em algumas situações miséria e falta de comida, as pessoas às vezes comem uma vez só por dia e achamos que era importante este tema", explicou o Bispo de Bafatá.

Japão concede ajuda alimentar à Guiné-Bissau

Dakar, Senegal (PANA) - O Governo do Japão doou à Guiné-Bissau arroz avaliado em um bilião e 500 milhões de francos CFA (cerca de três milhões de dólares americanos), anunciou a Embaixada do Japão terça-feira em Dakar.

A doação foi entregue às autoridades bissau-guineenses no mesmo dia, nas instalações do Programa Alimentar Mundial (PAM), na capital senegalesa, na presença do embaixador do Japão no Senegal, Takashi Saito.

"O objectivo da doação é contribuir para os esforços do Governo bissau- guineense para satisfazer as necessidades alimentares da população", precisa a Embaixada nipónica num comunicado distribuído em Dakar.

A entidade doadora diz acreditar que a oferta é "muito oportuna" porque vai ajudar a mitigar a penúria alimentar na Guiné-Bissau e permitir às autoridades deste país consagrar-se a outros programas de desenvolvimento socioeconómico sustentável e para a estabilidade da nação, segundo a nota.

Cabo Verde e França defendem acção concertada internacional


Cidade da Praia - Cabo Verde e França manifestaram hoje (terça-feira) a necessidade de haver uma acção concertada da comunidade internacional em relação à Guiné-Bissau, onde as sucessivas crises políticas e militares têm impossibilitado estabilizar a região oeste africana.

Em declarações à Agência Lusa, o director dos Assuntos Políticos e Cooperação do Ministério dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, José Luís Rocha, sublinhou ter analisado o assunto hoje na Cidade da Praia com o seu homólogo francês, Stéphane Gompretz, que termina hoje uma visita de trabalho de dois dias ao arquipélago.


"Temos as mesmas ideias sobre a Guiné-Bissau, país onde terá de haver uma acção concertada da comunidade internacional" para resolver as sucessivas crises, sublinhou José Luís Rocha.

Do encontro com o diplomata francês, que não falou à imprensa, José Luís Rocha disse terem sido abordadas outras questões ligadas à África Ocidental, maioritariamente francófona, sobretudo relacionadas com a paz, segurança e estabilidade regional.

Os dois responsáveis debateram ainda questões como a insegurança em África, o terrorismo no Maghreb (Mauritânia, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia), a pirataria, o narcotráfico e a criminalidade a ele associada, temas que não foram comentados com a imprensa.

Segundo José Luís Rocha, Cabo Verde e França perspectivaram ainda as cimeiras França/África, em Nice (sul), em Maio próximo, e Europa/África, a realizar em Novembro em Sirte (leste da Líbia), realçando a "convergência de pontos de vista generalizada".


Em relação às relações bilaterais, o responsável cabo-verdiano lembrou que datam desde a independência de Cabo Verde (1975), recordando que, a partir de 2006, se recorreu a um quadro de parceria para os anos 2007/2011.

"É esse documento que tem estado a orientar as relações de cooperação entre os dois países", realçou José Luís Rocha, sublinhando que assenta nos setores das infraestruturas, água e saneamento, governação democrática e luta contra a pobreza, entre outros.

Presidente gambiano nomeia novo embaixador na Guiné Bissau

Banjul, Gâmbia (PANA) - O Presidente gambiano, Yahya Jammeh, nomeou novos embaixadores na Serra Leoa, na Libéria, na Côte d'Ivoire, na Guiné-Bissau, no Senegal e nos Estados Unidos.

Omar Gibril Sallah, o secretário permanente no Escritório de Gestão do Pessoal, foi nomeado embaixador da Gâmbia na Serra Leoa, com acreditação na Libéria e na Côte d'Ivoire, de acordo com fontes oficiais.

Sallah substitui Dembo Badjie, indicado para a Arábia Saudita, onde sucede a Lamin Kiti Jabang, chamado de volta à Gâmbia.

Estas fontes revelam igualmente que Baboucarr Jallow, ex-ministro do Comércio e Emprego, foi designado embaixador na Guiné-Bissau, em substituição de Momodou Sainey Badjie.

Ismaila Sambou, ex-ministro das Terras e Governo Local, foi nomeado Alto Comissário da Gâmiva no Senegal, enquanto Alieu Ngum, presidente da Comissão Nacional da Planificação, foi promovido a embaixador nos Estados Unidos.

Gibril Joof, que era Alto Comissário no Senegal, foi transferido para a Turquia, enquanto o general da divisão reformado, Yankuba Drammeh, foi nomeado chefe de missão adjunto no mesmo país.

terça-feira, 27 de abril de 2010

PR reúne-se com oficiais expulsos das fileiras do exército

Bissau - O Presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, reuniu-se hoje (segunda-feira) com oficiais expulsos das fileiras do exército, na sequência de várias convulsões registadas, para tentar encontrar formas de entendimento que possam tranquilizar o país, disse o seu porta-voz.

De acordo com Agnelo Regalla, o Presidente Bacai Sanhá pretende procurar "todas asvias, através do diálogo que levem o país a encontrar a tranquilidade" e por isso, "decidiu convocar os antigos combatentes da liberdade da pátria".

A semana passada o Presidente guineense convidou todos os militares e políticos que saíram do país na sequência de convulsões político-militares a regressarem, tendo apelado mesmo ao retorno dos militares às fileiras do exército.

Indagado sobre se a reunião de hoje visa reintegrar os ex-oficiais nas fileiras das Forças Armadas, Agnelo Regalla disse que o encontro apenas pretendeu servir de espaço para a busca de soluções para a crise que o país enfrenta.

"Tal como fizera a semana passada, o Presidente está a ouvir todas as sensibilidades do país e hoje reuniu-se com os antigos combatentes da liberdade da pátria para os ouvir sobre o que pensam sobre o momento actual do país", declarou o porta-voz da presidência.

Agnelo Regalla afirmou que a questão da nomeação de um novo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas não está em debate na reunião, apesar da presença do actual homem forte do exército guineense, general António Indjai, e dos seus colaboradores mais próximos.

"A seu tempo esse assunto será discutido", sublinhou Agnelo Regalla.

Entre os oficiais presentes na reunião figuram, por exemplo, os generais Lamine Cissé e Watna Na Layé, ex-chefes do Estado-Maior do Exército, ligados a Ansumane Mané e Veríssimo Seabra, ambos assassinados, o brigadeiro-general Humberto Gomes, ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, um fiel ao Presidente João Bernardo 'Nino' Vieira, entre vários outros militares agora fora do exército.

O porta-voz da presidência guineense disse desconhecer a data da conclusão da reunião, admitindo que deverá durar o tempo que for necessário.

"É uma reunião com os antigos combatentes que tanto pode durar um dia como vários dias", precisou Agnelo Regalla.

UE exige clarificação da situação política interna


Luxemburgo - A União Europeia exige uma "clarificação" da situação política interna na Guiné-Bissau antes de decidir o futuro da missão de apoio à reforma do setor de segurança do país, disse hoje (segunda-feira), em Luxemburgo, o ministro português dos Negócios Estrangeiros.

Luís Amado falava à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia dos 27, cujas conclusões dedicam dois pontos à Guiné-Bissau, para saudar o trabalho desenvolvido pela actual missão da UE, cujo mandato expira no final do Maio próximo, e para advertir que o futuro compromisso da União depende dos desenvolvimentos políticos no país.

Dando conta da "preocupação da União Europeia relativamente ao desenvolvimento dos acontecimentos" na Guiné-Bissau, Amado escusou-se a comentar a possibilidade de Portugal liderar a futura missão da UE de apoio ao setor de segurança.

Luís Amado sublinhou que foi decidido, ao nível do Comité Político e de Segurança, e hoje reafirmado pelos chefes de diplomacia dos 27, que "não há nenhuma decisão em relação à substituição (da missão), enquanto não se clarificar a situação politica interna na Guiné-Bissau".

AMI alerta para a necessidade do combate à malária


Lisboa - A Assistência Médica Internacional (AMI) lembrou este domingo a importância do combate à malária.

A preocupação da AMI relativamente à necessidade de combater a malária, são visíveis através das missões internacionais de desenvolvimento, que têm lugar na Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe. Nestas missões, os seus profissionais de saúde implementam projectos ligados à nutrição, formação em cuidados de saúde básicos e educação para a saúde, nomeadamente no combate à malária.

Em 2008 mais de 500 instituições, entre as quais a UNICEF, o Banco Mundial, governos de alguns dos países mais afectados e organizações não governamentais, juntaram forças e decidiram estabelecer uma parceria denominada «Roll Back Malaria» (RBM). Esta entretanto, elaborou o projecto «The Global Malaria Action Plan» que pretende, até ao final deste ano, controlar de forma significativa as infecções de malária e até 2015 ter a doença extinta.

Em Portugal foi lançada em 2008 pelo Instituto Nacional Casa da Moeda uma moeda emitida para apoiar uma causa, num total de 300 mil exemplares, mais concretamente a Moeda Contra a Indiferença de cuja venda unitária a AMI recebe 1 euro, comprometendo-se a aplicar os fundos no combate à fome a à Malária. Já foram vendidas mais 120 mil moedas cujo resultado foi aplicado nos projectos Guiné-Bissau (100 mil euros) e S. Tomé e Príncipe (20 mil euros).

Estima-se que a malária seja responsável pela morte de um milhão de pessoas todos os anos em mais de 100 países. África, Ásia e América Latina são os continentes mais afectados.

(c) PNN Portuguese News Network

Embaixador do Japão visita Bissau e entrega donativo de arroz


O embaixador do Japão para a Guiné-Bissau, residente em Dacar, Senegal, visita Bissau na terça e quarta-feira para entregar um donativo de arroz e reunir-se com vários membros do Governo guineense.


Segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros guineense, na terça-feira o embaixador do Japão, Takashi Saito, reúne-se com o ministro da Educação, Artur Silva, e com o ministro da Energia, Higino Cardoso, e fará a doação do arroz oferecido pelo Governo japonês através do Programa Alimentar Mundial.

Na quarta-feira o diplomata japonês prossegue os encontros com os responsáveis guineenses pela pasta da Saúde, Finanças, Presidência e Negócios Estrangeiros.

Ainda na quarta-feira é assinado o apoio do Governo japonês a um programa do Fundo da ONU para a Infância, a ser desenvolvido nas regiões de Oio e Gabu.

Antigo PR Henrique Rosa diz que país tem "futuro"


Bissau - O antigo Presidente da Guiné-Bissau Henrique Rosa disse hoje (segunda-feira) que o país "tem futuro" e que as pessoas não devem "desanimar" por causa dos incidentes que vão ocorrendo.

"A Guiné-Bissau tem futuro, não é por causa destes incidentes que vão acontecendo que as pessoas devem desanimar ou não acreditar", afirmou Henrique Rosa, no final de um encontro com o chefe de Estado, Malam Bacai Sanhá.

"A Guiné-Bissau tem futuro, (os incidentes) são coisas, são percalços que acontecem na vida de um povo. Todos os povos passaram por momentos difíceis antes de serem aquilo que são hoje", salientou, referindo-se à intervenção militar do passado dia 01.

"A Guiné-Bissau é um país jovem, com muitos traumas, nós sabemos a nossa luta, como foi conseguida, foi através de muita violência, e nós não recuperámos ainda dessas sequelas, desses traumas da nossa luta", explicou o antigo Presidente guineense.

"Aos poucos e poucos temos de construir esta pátria para que a gente consiga chegar ao desenvolvimento", acrescentou.

Cabo Verde – Entrega do novo avião da Halcyonair está atrasada


Praia – O processo de certificação está a atrasar a chegada do novo avião ATR, da transportadora privada cabo-verdiana Halcyonair, o que dificulta voar para os países da região oeste africana.

O conselho de administração da Halcyonair garante que a empresa se encontra em negociações para obter o certificado, pois pretende voar em breve e de forma regular para destinos como Bissau, na Guiné-Bissau e Dacar, no Senegal, para onde a companhia estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), voam há vários anos.

Após consolidar estes dois voos, a Halcyonair tenciona alargar a oferta de destinos a Conacri, capital da Guiné-Conacri, Abidjan, na Costa do Marfim, Bamaco, no Mali e
Freetown, capital da Serra Leoa, todos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A companhia privada Halcyonair Cabo Verde Airways, que opera em Cabo Verde desde meados de 2008, espera receber um novo ATR, com capacidade para 48 passageiros, desde Janeiro, ficando assim com dois aparelhos ao seu serviço.

A empresa tenciona adquirir ainda no decurso deste ano mais um aparelho para a sua frota, porquanto tem traçado como objectivo a entrada, em força, no mercado da CEDEAO e, posteriormente, atacar o mercado europeu, nomeadamente, Portugal.

(c) PNN Portuguese News Network

Acidente faz 24 mortos na Guiné-Bissau

Um acidente de viação no Sul da Guiné-Bissau provocou a morte a 24 pessoas, tendo sido já considerado pelas autoridades guineenses como o pior da história do país, informou uma fonte oficial.
Segundo Fernando Pinto, delegado do Ministério Público na região de Quebó, Sul do país, o acidente, que teve lugar no domingo, envolveu uma carrinha que transportava um grupo de jovens da aldeia de Cuntabane, com idades compreendidas entre os 16 e 30 anos, que regressava de um baile e um camião que transportava castanha de caju para Bissau.
O acidente ocorreu quando a carrinha que transportava os jovens embateu de frente, numa curva, com o camião.
"No local morreram 23 pessoas, todos os ocupantes da carrinha que trazia os jovens de regresso a casa, e o motorista do camião carregado de castanha de caju", disse Fernando Pinto, citado pelas rádios de Bissau.
O jornalista Tcherno Cali Balde, que se encontrava na sua aldeia, próximo do local do acidente, indicou que na carrinha sinistrada seguiam, em alguns casos, elementos da mesma família "por exemplo, irmãos, tio e sobrinho".
Apenas o ajudante do camião saiu ileso do aparatoso acidente. O passageiro que viajava ao lado do motorista daquela viatura ficou gravemente ferido e foi transportado para Bissau.
Fonte da polícia citada pelas rádios de Bissau considerou que este é o acidente mais grave ocorrido nas estradas da Guiné-Bissau, onde existe uma manifesta falta de sinalização.

Kadafi recebe chefe golpista das Forças Armadas da Guiné-Bissau

Sirtes, Líbia (PANA) - O líder líbio, Muamar Kadafi, recebeu domingo à tarde, em Sirtes, centro da Líbia, o actual chefe do Estado-Maior-General de facto das Forças Armadas bissau-guineenses, general António Indjai, chegado sábado à Líbia à frente duma delegação do seu país.

Nesta audiência, o chefe militar bissau-guineense transmitiu, segundo uma fonte oficial líbia, uma mensagem do Presidente Malam Bacai Sanhá a Kadafi e esclareceu que a situação "está sob controlo" na Guiné-Bissau depois da insurreição militar de 1 de Abril passado.

Nesta sublevação por si liderada na capital guineense, os militares detiveram o primeiro-ministro Carlos Gomes Junior e o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Zomora Induta, por razões não precisadas.

Algumas horas depois, os soldados libertaram o primeiro-ministro, mas detêm até agora Zamora Induta, depois de o general Indjai se ter autoproclamado chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

domingo, 25 de abril de 2010

Governo do Senegal diz que quer negociar com os rebeldes de Casamance

Governo quer reunir-se com a rebelião independentista em Casamance, uma região do sul do país, na frontreira com a Guiné Bissau, onde os incidentes se multiplicam entre o exército e os rebeldes.


Dakar - O Primeiro-ministro senegalês, Souleymane Ndéné Ndiaye, lançou um novo apelo para as negociações "não importa qual o lugar do Senegal" com a rebelião independentista de Casamance, uma região do sul do país, onde os incidentes se multiplicam entre o exército e os rebeldes.

"Eu aproveito esta ocasião para, uma vez mais, lançar um apelo ao Movimento das
Forças Democraticas de Casamance (MFDC, rebelião independentista), para responder ao
apelo lançado há alguns dias por César Atoute Badiate (um chefe militar do MFDC) que
apelava ao governo (senegalês) para abertura de negociações", declarou Souleymane Ndéné Ndiaye.

"O governo (senegalês) está pronto para essas negociações (no) território senegalês, não
importa qual o lugar do Senegal. A delegação (do governo) foi já constituída. Nós esperamos que eles (rebeldes) nos digam quando eles estiverem prontos e iniciaremos essas negociações", acrescentou Ndiaye na Rádio Futuros Médias (RFM), uma rádio privada
senegalesa.

Ndiaye falava quinta-feira (22) em Ziguinchor, principal cidade da Casamance, na abertura de um Festival internacional da cultura.

Combater a pobreza promovendo a auto-suficiência alimentar

O Fórum das Caritas Lusófonas decorre na Guiná-Bissau, de 26 de Abril a 2 de Maio, e tem como tema «Combater a pobreza promovendo a auto-suficiência alimentar».

Esta iniciativa organizada pela Igreja Católica da Guiné-Bissau, vai reunir representantes das Caritas dos oito países da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), para a partilha de experiências das respectivas missões, a fim de identificarem formas concretas de desenvolver acções conjuntas.

No convite endereçado às Caritas homólogas, D. Pedro Zilli, Bispo de Bafatá e Presidente da Caritas Guiné-Bissau, indicou que o fórum é uma “oportunidade de conhecer mais de perto a realidade guineense e os desafios que ela coloca, bem como o percurso percorrido pelas restantes organizações participantes”.

Na Guiné-Bissau, a Caritas desenvolve “uma acção generalizada, em todo o território nacional, assegurando serviços de saúde, formação e apoio ao desenvolvimento junto das comunidades locais” – realça um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Durante o Fórum terão lugar diversas palestras, debates, exposições temáticas, além de visitas a projectos em execução no terreno. Está previsto, ainda, um jantar de gala para angariação de fundos, o lançamento de uma colecção de postais evocativa do último sínodo dos bispos para África e diversas actividades culturais.

Ministro da Defesa esclarece declaração em que se referiu a uma “caça ao homem”

Bissau, 23 abr (Lusa) – O ministro da Defesa da Guiné-Bissau esclareceu hoje o conteúdo das suas declarações em Luanda, desmentindo que tenha associado instabilidade político-militar ao parlamento e ao que então chamou de “caça ao homem”.
Aristides Ocante da Silva sustentou que, no discurso proferido em Angola, no passado dia 15, nunca disse que a instabilidade política militar-estava a afetar o parlamento com “ataques pessoais e verdadeira caça ao homem”.
A agência Lusa em Luanda noticiou no mesmo dia que o ministro da Defesa da Guiné-Bissau afirmou que a instabilidade político-militar na Guiné-Bissau está a afetar o parlamento e a tomar “proporções de ataques pessoais e de verdadeira caça ao homem”.

sábado, 24 de abril de 2010

Guiné-Bissau vai aos Jogos Desportivos da CPLP

A Guiné-Bissau vai estar presente nos Jogos Desportivos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a decorrer em Maputo entre julho e agosto garantiu à Lusa o secretário de Estado do Desporto, Fernando Saldanha.

O governante guineense contrariou as notícias veiculadas recentemente que davam conta de que a Guiné-Bissau poderá falhar os Jogos de Maputo devido à situação política que o país vive nos últimos dias. "Confirmo e reafirmo que a Guiné-Bissau vai estar presente nos Jogos de Maputo. Estamos a seguir todos os trâmites previstos, isto é, respeitando os prazos, e o governo já comunicou à comissão executiva que organiza os Jogos de que a Guiné-Bissau vai estar presente", afirmou Fernando Saldanha.

"Não obstante a situação que se vive no país, há condições para estarmos presentes nos Jogos de Maputo, aliás estamos a disputar as provas internas em diferentes modalidades", referiu o governante.

"Mesmo que a situação política fosse outra vamos participar, mas estamos com muita fé em como as coisas, em termos políticos, se vão melhorar aqui no país", sublinhou o secretário de Estado do Desporto guineense.

"Seria muito prejudicial para a nossa juventude não estivesse presente nos Jogos da CPLP, porque estes poderiam ajudar no alívio do stress que a juventude sente neste momento devido à situação do país", defendeu Fernando Saldanha para quem os Jogos da comunidade lusófona servem essencialmente para a convivência dos jovens lusófonos.

"Sempre defendi que os Jogos da CPLP são oportunidades de fomento da convivência lusófona, não são os jogos clássicos onde o ganhar é o mais importante. A Guiné-Bissau precisa hoje mais do que nunca de estar presente nos certames internacionais, sobretudo no âmbito juvenil e da CPLP", afirmou Saldanha.

"Contamos muito com a solidariedade dos países irmãos da CPLP, nomeadamente Angola, Portugal e Brasil, sem essa solidariedade dificilmente poderemos estar presentes nos Jogos de Maputo", disse o secretário de Estado do Desporto guineense.

Malam Bacai Sanhá e António Indjai a caminho da Líbia


Bissau - O Presidente da República Malam Bacai Sanhá e o vice-CEMGFA António Indjai, partem este sábado de manhã, pelas 10h00, para uma visita oficial à Líbia. O Chefe do Executivo, Carlos Gomes Júnior, prepara viagem Cuba.

Com uma duração prevista de 24 horas, a visita ocorre num período em que a Guiné-Bissau ainda vive as convulsões resultantes das movimentações militares de 01 de Abril que culminaram na detenção do CEMGFA Zamora Induta e do director da secreta militar, Samba Djaló.

O líder líbio, Muamar Kadafi, tem sido, nos últimos anos, um dos principais aliados de Malam Bacai Sanhá e dos militares da Guiné-Bissau.

Por seu lado, o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior estará a efectuar preparativos para uma deslocação a Cuba com vista à realização de tratamentos médicos.

Fontes contactadas no Estado Maior guineense estranham a coincidência de datas nas viagens das principais figuras do Estado guineense, sobretudo quando continuam os interrogatórios a Zamora Induta e a Samba Djaló, temendo que, com estas ausências, esteja criado o momento para «algo acontecer». As mesmas fontes referem que estes interrogatórios entraram agora numa fase mais «musculada», facto que tem levantado sérias preocupações à Comunidade Internacional.

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ONU E AMI IMPLEMENTAM PROJECTO INOVADOR NA GUINÉ-BISSAU


A ONU convidou a AMI para dar formação a agentes da autoridade da Guiné-Bissau. Um total de 34 polícias estão a receber, pela primeira vez, formação em matérias ligadas à área da saúde e cidadania. Intitulado “Agir em Saúde: da Prevenção à Acção”, o projecto-piloto aborda temáticas como Suporte Básico de Vida (SBV), técnicas de socorrismo, infecções sexualmente transmissíveis e saúde comunitária. A ideia central da iniciativa visa ajudar as autoridades de Bissau a reconhecer que podem desempenhar um papel fundamental junto das comunidades que servem, resolvendo e prevenindo problemas de saúde.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Samba Djaló poderá colaborar na incriminação de Zamora Induta


Bissau - A Comissão de Audição do Estado Maior Guineense, constituída no seguimento das movimentações militares de 01 de Abril lideradas por António Indjai, começaram já a ouvir o CEMGFA Zamora Induta e Samba Djaló, director da secreta militar.

Induta, principal alvo das acusações feitas por António Indjai, mantém-se ainda no quartel de Mansoa, base dos revoltosos no interior do país. Apesar dos apelos da Liga Guineense dos Direitos Humanos, alertando para o débil estado de saúde e a necessidade urgente de tratamentos médicos ao ainda CEMGFA, Indjai tem vindo a manter a postura de recusar quaisquer cedências. O novo homem forte da Guiné-Bissau terá mesmo dado ordens para se proceder à proibição absoluta de quaisquer visitas.

Samba Djaló, também ele inicialmente detido em Mansoa, foi já transferido para a prisão da Base Aérea de Bissalanca, em Bissau, no que está a ser entendido como um «prémio» depois do director da secreta militar Dinfosemil ter, aparentemente, aceitado colaborar com a Comissão de Audição. Fontes do Estado Maior afirmaram que «Samba Djaló foi sujeito a interrogatórios bastante mais duros do que os sofridos por Zamora Induta e terá sido essa a razão para que tenha decidido colaborar». Djaló terá, no seguimento destes interrogatórios, sido alvo de tratamento médico no Hospital Militar de Bissau.

As mesmas fontes referem que a estratégia de António Indjai é a instrumentalização de Samba Djaló, utilizando os testemunhos obtidos deste através dos «interrogatórios bastante duros» a que foi sujeito, para a incriminação de Zamora Induta nos vários crimes de que é acusado.

António Indjai, líder das movimentações militares de 01 de Abril, foi um dos principais implicados no caso de narcotráfico ocorrido em Cufar no início de Março, caso que terá levado, mesmo, à assinatura de uma confissão de culpa por parte do vice-CEMGFA.

Sobre esta confissão de envolvimento, como sobre as suspeitas de tortura exercidas contra Zamora Induta e Samba Djaló, o Presidente da República Malam Bacai Sanhá mantêm-se no silêncio.

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Adolescente espancada até à morte por ter recusado casar com homem mais velho


Bissau – Uma adolescente de 15 anos de idade, foi espancada até a morte por se ter recusado a casar com um homem muito mais velho.

A vítima, Tânia Na Ntchongo, residente na povoação de Botche Mendy, na região de Tombali, no sul da Guiné-Bissau, era órfã e viveu toda a sua infância junto da tia em Botche Mendy. Tânia foi espancada em plena cerimónia de casamento, por mulheres que participavam na cerimónia tradicional Balanta, depois de ter escapado à primeira tentativa de se realizar o casamento.

O caso já se encontra no Ministério Público, mas os autores deste homicídio encontram-se em liberdade sem nenhuma justificação, segundo a responsável do Instituto da Mulher e Criança (IMC), Iraceme do Rosario (na foto). A presidente do IMC condenou a situação, tendo advertido que é urgente pôr cobro à situação de violência contra crianças e mulheres.

Espancamentos, casamentos forçados, impedimento pelos pais dos filhos frequentarem a escola, assim como a recusa da prática de actividades religiosas, são entre outros, aspectos que ainda caracterizam a sociedade guineense, com particular destaque na região sul do país.

Outro caso que merece atenção, teve lugar na povoação de Canefaque, na região de Tombali também, e terminou com o fecho de um local onde se praticavam actividades religiosas pela população local, como forma de represália contra a comunidade da Igreja Evangélica em Canefaque, acusada de ser responsável pela fuga de cinco meninas para Bissau, As raparigas fugiram para a capital por não concordarem com o casamento forçado, imposto pelos seus pais.

O assunto é do conhecimento das autoridades regionais e do Governo central, mas no entanto não houve nenhuma iniciativa para pôr cobro à situação. As raparigas têm idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos, e neste memento encontram-se em Bissau, a frequentar a escola.

A equipa de reportagem da PNN, deslocou-se ao Bairro de Antula, nos arredores da capital onde se encontram as raparigas e falou com uma delas. Bistande Na Tcharé contou à PNN que foi levada aos dois anos para a vizinha Guiné-Conacri para se casar com um velho mas que, no entanto, voltou a casa dos seus pais em Canefaque, de onde foi para Bissau, para escapar ao casamento pela via da força.

Sorte diferente teve Buan Na Ban-na, um órfão que estudava na quinta classe na Escola do Ensino Básico Elementar de Cawale. Buan Na Ban-na foi espancado pelo seu tio por seguir a igreja como religião. Tupa Nhaá, de 14 anos, que nunca frequentou a escola, foi obrigada pelos seus pais a casar-se em Bissau, com um velho que disse desconhecer. Já Ngueba Nhango, uma adolescente de 13 anos, que estuda na primeira classe em Canefaque, estava prometida a um homem com 60 me poucos anos mas não aceitou a imposição e fugiu para Bissau.

Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

Autoridades aguardam nomear novas chefias militares

O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou hoje que as autoridades políticas do país estão a deixar que a poeira assente para nomearem as novas chefias das Forças Armadas.
«Está a ser ainda analisada. Estamos a deixar que a poeira assente, analisando todos os problemas que há nos quartéis», disse Carlos Gomes Júnior em resposta à agência Lusa quando saía de uma audiência de rotina com o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá.

«Faz parte da audiência semanal que tenho com o Presidente da Republica. Vim cá para fazermos o ponto de situação do país«, declarou o chefe do Governo, sublinhando que a nomeação das novas chefias militares está na agenda, embora a questão esteja a ser tratada com calma.

Diário Digital / Lusa

Guiné-Bissau está calma, mas crise ainda está por resolver

Bissau, 23 abr (Lusa) - As autoridades da Guiné-Bissau e a comunidade internacional garantem que a situação no país é estável, mas a resolução da crise criada com a intervenção militar de dia 01 está dependente da nomeação das novas chefias militares.
No discurso à Nação proferido no passado dia 10, o Presidente guineense condenou os "incidentes graves", mas lembrou que o país não podia parar e que as pessoas não podiam perder a esperança.
"Dentro de breve vamos pensar em reorganizar o Estado-Maior das Forças Armadas. Temos que reorganizar o Estado-Maior para que fique completo, que funcione e nos garanta a tranquilidade no país", afirmou o chefe de Estado.
© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Estabilidade política da Guiné-Bissau passa por um diálogo inclusivo


A estabilidade política na Guiné-Bissau passa por um processo inclusivo que agregue todas as forças vivas do país lusófono, defendeu o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira.

O responsável da organização lusófona, que falava à Angop, referiu que a situação cíclica de instabilidade política que se tem vindo a registar na Guiné-Bissau só pode ter fim se houver vontade política dos guineenses.

"O que tem que ser feito é um processo inclusivo, que permita a todos sentir que a sua voz é escutada e é tida em conta", advogou.

Quanto ao papel da CPLP nesta questão, Domingos Simões afirmou que a comunidade tem como um dos princípios básicos a construção da paz e estabilidade em todos os países que a integram e tem-no feito através de troca das melhores práticas, do acompanhamento do processo eleitoral e todo o apoio que possa ser prestado.

Deixou claro que cada vez que acontecem situações de alguma anormalidade dos países, a CPLP tem estado presente para demonstrar a sua solidariedade, para acompanhar o Estado e tentar compreender o cerne da questão.

No caso concreto da Guiné-Bissau, o secretário executivo saudou a forma paciente como os Estados membros têm auscultado os seus dirigentes e, de modo reflectivo, tentar perceber como eles próprios fazem a leitura da situação, antes de qualquer tentativa de impor uma ou outra solução.

"Problemas tão graves como estes, às vezes, não se conseguem com soluções muito fáceis. Achamos que, desde logo, tem que se promover um diálogo mais aberto, mais franco da sociedade política e da sociedade civil guineense", argumentou Domingos Simões Pereira.

A Guiné-Bissau é um país da costa ocidental de África que se estende desde o cabo Roxo até à ponta Cagete. Faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conacri (ex-francesa) e a sul e oeste com o oceano Atlântico.

Além do território continental, integra ainda cerca de oitenta ilhas que constituem o arquipélago dos Bijagós, separado do Continente pelos canais do rio Geba, de Pedro Álvares, de Bolama e de Canhabaque.

Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência, em 1974. Actualmente faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP e da União Africana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

As caras das Noticias

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PAIGC à beira de um ataque de nervos


Bissau – O PAIGC está à beira de um ataque de nervos face às suas divisões internas envoltas de grande silêncio. A ala dos derrotados no Congresso de Gabú ressurge discretamente.

A tentativa de Golpe de Estado de 01 de Abril desencadeada por uma facção dos militares guineense liderados pelo vice Chefe de estado Maior Geral das Forças Armadas, António Indjai, teve como alvo principal a destituição do incómodo CEMGFA Zamora Induta, mas também o Primeiro Ministro, Carlos Gomes Júnior «Cadogo», presidente do PAIGC.

O PAIGC, partido no poder, poderia ter reagido imediatamente e unanimemente a favor do seu presidente e chefe do Governo. Mas não. A acção «interna militar», como definiu o Chefe de Estado, Malam Bacai Sanha, pretendia atingir, além de Zamora, também o PAIGC. No partido do poder guineense, os militares encontraram uma ala de apoio que contribuiu para o arrastamento da crise política e militar.

Soares Sambú, discretamente, reaparece em cena. Em plena crise, acompanha o Presidente numa visita relâmpago a 07 de Abril a Luanda. Além de ser Conselheiro para os Assuntos Diplomáticos da Presidência, Soares Sambú é também o aliado de Angola em Bissau. Uma relação incrementada por interesses comuns quando, durante o Governo de Martinho Cabi, Sambú detinha firmemente a pasta dos Recursos Naturais e «negociou», em 2007, a concessão da exploração mineira no Boé com a Bauxite Angola SA.

Assim, a presença de Soares Sambú em Luanda a 07 de Abril não foi uma surpresa. Por outro lado, Sambú é uma das figuras proeminentes do PAIGC e reputado por «estar sempre presente nos bons momentos e ausente nos maus». No entanto, nunca aceitou de bom grado, o facto de ter perdido a pasta dos Recursos Naturais, mas encara como um «bom momento» transitório ser conselheiro do Presidente, aproximando-se, assim, do trampolim para a liderança de um PAIGC dividido e vulnerável a uma investida relâmpago.

Mas, «Cadogo» na presidência do PAIGC e Chefe do Governo é um entrave à desejada ascensão de Soares Sambú, que já beneficia do apoio de alguma «nomenklatura» angolana.

Carlos Gomes Júnior enfrenta, além dos militares revoltosos, uma ala interna do seu partido que ainda não encontrou líder mas tem os seus acólitos, especializados nas movimentações partidárias. Daniel Gomes, Marciano Silva Barbeiro, Roberto Ferreira Cacheu, Soares Sambú, Braima Camará e Francisco Conduto de Pina, um antigo fiel de «Nino» Vieira, são os nomes que tentam subverter a liderança. Todos eles são tidos como próximos do actual Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

Esta oposição silenciosa teve início logo após o Congresso do PAIGC em Gabu, de 26 de Junho a 02 de Julho de 2008, quando Malam Bacai Sanha e Martinho Dafa Cabi tentaram, sem sucesso, assumir a liderança do partido. Soares Sambú, Daniel Gomes e Marciano Silva Barbeiro saíram também derrotados quando apoiaram a lista de Martinho Dafa Cabi, claramente vencido por «Cadogo».

O PAIGC vive um momento de divisão interna nas suas fileiras. Por um lado, uma elite de fiéis a Malam Bacai Sanha, derrotados em Gabú, que neste momento ocupam lugares de destaque nos órgãos de soberania guineense. Por outro, as estruturas de base do PAIGC, os militantes do partido e o próprio eleitorado guineense afecto ao PAIGC e que lhe deu a clara maioria parlamentar de que dispõe, apoiam incondicionalmente «Cadogo» e não tolerarão qualquer alteração da liderança.

Ambas as forças não baixam armas, mas contribuem para o sentimento de instabilidade Governativa do partido vitorioso nas legislativas, PAIGC.

A revolta militar de António Indjai beneficiou Malam Bacai Sanha, que de certa forma contribuiu para que ela acontecesse, e consequentemente Soares Sambú, que tentarão agora, uma vez mais, assumir a liderança perdida do PAIGC durante o «fatídico» Congresso de Gabú.

Rodrigo Nunes

(c) PNN Portuguese News Network

Situação na Guiné-Bissau está estável

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, considerou hoje que a situação na Guiné-Bissau está "estável", mas sublinhou que a crise não está resolvida. Sobre a mesma questão, O Governo de Cabo Verde defendeu também hoje ter chegado a altura de “acabar, de vez, com o cancro” na Guiné-Bissau, acusando os militares de se envolverem na política de um Estado democrático.


"A situação está estabilizada, mas não está resolvida a crise que foi aberta", disse o ministro aos jornalistas à margem da iniciativa "Os Dias do Desenvolvimento", que hoje começaram em Lisboa.

Luís Amado afirmou que Portugal está a "acompanhar a situação com as autoridades guineenses", que estão a "fazer um esforço muito grande para garantir as condições de estabilidade necessárias para o desenvolvimento e para recuperação económica do país".

Referindo-se à "instabilidade" que aquele país atravessou na última década, o chefe da diplomacia disse estar "preocupado pela forma como a situação se tem vindo a desenvolver".

Questionado sobre a viagem que vai fazer à Guiné-Bissau com um grupo de empresários portugueses, o ministro garantiu que se mantém, mas ainda não tem uma data.

"As orientações que assumimos aquando da visita do Presidente da República da Guiné-Bissau a Portugal serão implementadas, mas é preciso que se clarifique a situação interna" do país, afirmou.

No dia 1 de Abril, a Guiné-Bissau voltou a ser palco de uma crise interna quando uma intervenção militar conduziu à detenção do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e do CEMGFA, tenente-general Zamora Induta. O primeiro ministro foi libertado pouco depois, mas Zamora Induta está detido numa base militar em Mansoa, no sul do país.

Entretanto, o departamento Federal do Tesouro dos EUA cancelou os bens do general Ibraima Papa Camará, chefe do Estado-Maior da Força Aérea guineense, e do contra-almirante Bubo Na Tchuto, ex-Chefe da Armada, por alegadamente os dois estarem envolvidos no tráfico de droga.

Governo de Cabo Verde diz ter chegado a altura de acabar com "cancro dos militares" na política guineense


Praia - O Governo de Cabo Verde disse hoje (quarta-feira) ter chegado a altura de "acabar, de vez, com o cancro" na Guiné-Bissau, acusando os militares de se envolverem na política de um Estado democrático.

"Chegou a altura de acabar, de uma vez por todas, com o cancro na Guiné-Bissau, que não pode ficar refém dos militares que, nalguns casos, estão envolvidos no tráfico de droga", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, José Brito, aludindo ao recente relatório nesse sentido do Departamento de Estado norte-americano.

O chefe da diplomacia aludia aos acontecimentos de 01 de Abril de 2010 na Guiné-Bissau, quando o Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, foi sequestrado e libertado horas depois por um grupo de militares, liderado pelo vice-chefe do Estado-maior general das Forças Armadas (Vice-CEMGFA), António Indjai.

O sequestro seguiu-se à detenção do então Chefe do EMGFA, Zamora Induta, que continua preso no quartel de Mansoa, 60 quilómetros a leste de Bissau.

"A situação na Guiné-Bissau preocupa bastante a comunidade internacional e nós, Cabo Verde, queremos ajudar a encontrar uma solução", afirmou José Brito, indicando que a questão guineense vai ser abordada nos próximos dias no arquipélago, com altos responsáveis dos Estados Unidos, França, Canadá e Guiné-Equatorial.

ONU retoma assistência aos refugiados na Guiné-Bissau


Nove anos após a sua retirada da Guiné-Bissau, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) retomou as suas actividades no país.
O organismo pretende implementar um programa de assistência com vista à integração local dos refugiados, com o financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), no valor de pouco mais de um milhão de dólares americanos.

Em entrevista à BBC, o Representante Regional Adjunto do ACNUR para África Ocidental, Rufin Gilbert Loubaki, disse tratar-se de um plano de assistência com vista à instalação prolongada de refugiados no país. Guiné-Bissau conta com cerca de 12 mil refugiados provenientes, na sua maioria, do vizinho Senegal fugidos do conflito armado de Casamance, no sul daquele país.

A inauguração da nova sede e o início do recenseamento dos refugiados marcaram a retoma das actividades do ACNUR na Guiné-Bissau.

A cerimónia foi presidida pela ministra da Administração Interna, Adja Satu Camará Pinto que garantiu protecção a todos aqueles que escolherem a Guiné-Bissau como país de refúgio.

"Temos que ser um país acolhedor. Uma pátria libertada serve à todos que queiram viver nela. O governo vai fazer tudo para que os refugiados se sintam como se fosse a sua própria terra", disse a ministra do Interior Satu Camará Pinto.

Intervenção

Alegando falta de presença de refugiados, o ACNUR abandonou Bissau, em 2001.

Seguiu-se a criação, pelo governo, da Comissão Nacional de Refugiados, para, à medida das suas possibilidades, garantir assistência aos refugiados de Libéria, Serra leoa e Senegal acolhidos em Bissau e nalgumas partes do norte do país.

A intervenção do governo assenta, sobretudo, na sensibilização das comunidades locais para que não haja conflitos de terras e de outros recursos escassos, e no fornecimento de alojamento, alimentação e assistência medicamentosa.

Para a retoma das actividades do ACNUR na Guiné, a representação da organização na Africa Ocidental fez deslocar a Bissau o representante-adjunto, Rufin Gilbert Loubaki.

Vínculos

Falando na ocasião, ele referiu que "o elemento principal da retoma das nossas actividades é o lançamento do programa de assistência para a integração local dos refugiados instalados na Guiné-Bissau."

"A implementação desse programa exige a nossa presença permanente na Guiné-Bissau. Não se trata de dar algum dinheiro aos refugiados mas sim acompanhar, com apoio do governo, a instalação durável dos refugiados", considerou Loubaki.O representante adjunto do ACNUR na África Ocidental disse que o referido programa contempla a formação profissional através da qual os refugiados serão melhor integrados na sociedade guineense.

Nancy Tocka, uma refugiada da Serra Leoa na Guiné-Bissau, contou à BBC o seu testemunho de vida durante os nove anos de presença no país.

"Temos o que comer, mas faço pequenos negócios. Vendo pastéis e também recebo medicamentos", explicou Nancy Tocka.

Dauda Camará, um refugiado de nacionalidade liberiana, considera entretanto, insuficiente o nível de assistência que lhe é prestada.

"Queremos saber fazer outras coisas, ser mecânico, carpinteiro, coisas assim é que nos ajudam bastante", considerou Dauda que vive há sete anos em Bissau e renova as suas esperanças com a reabertura da sede do ACNUR no país.

"Viemos trocar os documentos. Talvez isso mude, não sei, oxalá assim seja porque sofremos muito como refugiados", explicou.

Grande parte dos refugiados na Guiné-Bissau constitui família com parceiras guineenses. O pequeno Josué, de seis anos é fruto de uma dessas ligações.

"Viemos trocar documentos", disse, em crioulo, o pequeno Josué, que na companhia do se deslocou às instalações do ACNUR para se recensearem.

O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados na Guiné-Bissau é dirigido pelo angolano Nsona Vela do Nascimento.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Morte e tortura alimentam rumores sobre Zamora Induta


Bissau – Morto, torturado, em preocupante estado de saúde, os rumores sobre a situação CEMGFA guineense, Zamora Induta, detido no quartel de Mansoa não param de inundar Bissau.

Zamora Induta foi o principal alvo dos golpistas militares de 01 de Abril na Guiné-Bissau. Assim, permitiram o decapitar das forças armadas e afastar radicalmente o CEMGFA da chefia das Forças Armadas provocando uma multicefalia na classe castrense guineense.

Mas, Zamora Induta é uma personagem incómoda para os autoproclamados lideres do levantamento militar. Depois de ter apresentado um corolário de muitas acusações e poucas provas contra o CEMGFA, ao Procurador-Geral da Republica, Amine Saad, António Indjai prossegue na tentativa de legitimação do Golpe. Nos últimos dias, tem visitando várias unidades militares por toda a Guiné-Bissau, com o objectivo de convencer alguns oficiais superiores do seu projecto para a estrutura militar do país. Tarefa fundamental para a implementação desta nova ordem militar guineense é o afastamento de Zamora Induta.

Os rumores entretanto circulam. Zamora Induta foi morto em Mansoa, diziam ainda ontem em Bissau, situação imediatamente confirmada como «irreal». Outros rumores apontavam que Induta e Samba Djaló teriam sido torturados pelos militares revoltosos, informação também não confirmada.

João Vaz Mané, presidente do Observatório dos Direitos Humanos, Democracia e Cidadania da Guiné-Bissau, confirmaram que Induta «está extremamente doente» e «em condições péssimas». Fonte na Guiné-Bissau confirmou também que Induta «está como um aspecto cadavérico e urina muito sangue.»

Segundo Liga Guineense dos Direitos Humanos, citada pela agência Lusa, é muito urgente «fazer-se uma visita médica aos detidos, mas infelizmente não tem sido facilitado e estamos a aguardar autorização».

Rodrigo Nunes

(c) PNN Portuguese News Network

Indjai faz acusações contra Zamora Induta


O vice Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, major general António Indjai, acusou o ex-responsável da instituição, Zamora Induta, de conduzir os assuntos militares do país como se fossem propriedade privada, uma das razões da sua destituição e detenção.
A acusação está expressa numa, carta assinada por António Indjai, dirigida ao Procurador-Geral da Republica, Amine Saad.
A carta, datada de 12 de Abril, contém um conjunto de acusações contra o almirante Zamora Induta, entre as quais de situações que podiam conduzir as Forças Armadas “para um conflito iminente”.
O antigo ex-CEMGFA guineense é também acusado de “desvios de dinheiro na ordem de 135 milhões de francos CFA”.
A carta fala, igualmente, da apreensão de um navio, por pesca ilícita, em Bubaque, que tinha a bordo 17 milhões de francos CFA e “grande quantidade de droga”.
“Desconhece-se o paradeiro da droga que se encontrava a bordo desse navio”, diz Indajai, que garante que Induta utilizava “a seu belo prazer” o dinheiro de arrendamento de bens imóveis pertencentes às Forças Armadas.
Indajai acusa ainda Zamora Induta de ter concentrado na sua pessoa a condução de todos os assuntos ligados aos departamentos dos recursos humanos e de logística, sem nunca dar explicações aos membros do Estado-Maior sobre a utilização dos fundos.
Induta é descrito como alguém que privilegiava a “ostentação do luxo pessoal”.
Induta, refere a carta, mandou reparar o seu gabinete de trabalho e a sua residência, “em detrimento de outros serviços essenciais do Estado-Maior”.
O actual vice-chefe do Estado-Maior disse ter sido obrigado a tomar medidas no dia 1 de Abril de 2010, “com vista a pôr ordem nas Forças Armadas porque a forma como a classe estava a ser dirigida ia culminar num conflito iminente”.
No dia 1, a Guiné-Bissau voltou a ser palco de uma crise interna, quando uma intervenção militar levou à detenção do Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, e do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante Zamora Induta.
O Primeiro-Ministro foi libertado pouco depois, mas Zamora Induta está detido numa base militar em Mansoa, no centro do país. A União Europeia (UE) continua preocupada com os acontecimentos registados na Guiné-Bissau no passado dia 1 deste mês e voltou ontem a defender o regresso da ordem constitucional ao país, depois de encontros com as autoridades guineenses.
“A União Europeia solicitou-me que fizesse contactos junto das mais altas autoridades do Estado, para transmitir as suas preocupações sobre os acontecimentos de 1 de Abril”, afirmou o representante da Comissão Europeia, Franco Nulli.
“É por isso que tive oportunidade de transmitir ao senhor Primeiro-Ministro e a sua excelência o Presidente da República o apoio da União Europeia, a nossa vontade de continuar a apoiar o país no quadro das reformas e do seu desenvolvimento, mas também as nossas preocupações sobre os acontecimentos de 1 de Abril”, disse.
Segundo Franco Nulli, os acontecimentos foram “extremamente graves e uma quebra da ordem constitucional e da estabilidade do país”.
Franco Nulli falava à imprensa depois dos encontros com o Chefe de Estado guineense, Malam Bacai Sanhá, e com o Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, acompanhado dos embaixadores de Portugal, França e Espanha e de um representante da missão europeia para a reforma do sector de defesa e segurança do país.

AMI vai dar formação na área da saúde a agentes da autoridade



Bissau – As Nações Unidas (ONU) e a AMI vão implementar em Bissau, um projecto inovador que consiste em dar formação a agentes da autoridade na área da saúde.

A ONU dá início já esta quarta-feira ao projecto, que visa dar formação, durante três dias, a um total de 34 polícias, em matérias ligadas à área da saúde e cidadania. A ONU convidou a AMI para dar a formação aos agentes da autoridade guineenses.

O projecto, intitulado «Agir em Saúde: da Prevenção à Acção», irá abordar temáticas como Suporte Básico de Vida (SBV), técnicas de socorrismo, infecções sexualmente transmissíveis e saúde comunitária.

O objectivo da iniciativa é ajudar as autoridades de Bissau a reconhecer que podem desempenhar um papel fundamental junto das comunidades, ajudando a resolver e prevenir problemas de saúde.

(c) PNN Portuguese News Network

terça-feira, 20 de abril de 2010

Xangai 2010 pode ajudar a captar investimentos

A Guiné-Bissau vai participar na Expo-2010 de Xangai com o objetivo de captar investimentos para o país, disse hoje à agência Lusa a comissária guineense para a exposição mundial, Zinha Vaz.
«O objetivo da nossa participação é captar investimento para a Guiné-Bissau. Levar uma imagem positiva do país e essa imagem positiva é através da nossa biodiversidade», afirmou Zinha Vaz.

A comissária considerou como áreas prioritárias para o investimento no país o sector energético e o turismo.

MDG pede libertação "imediata" de Zamora Induta

Bissau - O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG), Silvestre Alves, exigiu hoje(segunda-feira) a libertação imediata e incondicional do ex-Chefe das Forças Armadas do país, Zamora Induta, detido há 19 dias no quartel de Mansoa.

Em conferência de imprensa, Silvestre Alves, cuja formação política não possui representação parlamentar, afirmou que quaisquer que possam ser os erros cometidos por Zamora Induta, este não pode continuar detido.

"Exigimos a libertação imediata e incondicional do almirante Zamora Induta, sem prejuízo de ir responder pelos crimes que eventualmente possa ter cometido, mas em tribunal", declarou Silvestre Alves, umas das vozes mais críticas da oposição guineense.

"Existe uma carta (...) assinada pelo Estado-Maior na qual são apontadas várias alegadas irregularidades cometidas pelo almirante Induta, pois bem gostaríamos de vê-lo a defender-se das acusações", afirmou ainda o líder do MDG, numa alusão a uma queixa-crime contra Induta que se encontra na Procuradoria guineense.

Na carta são apontadas, por exemplo, alegadas situações em que Zamora Induta é suspeito de uso indevido de dinheiro das Forças Armadas e apropriação da droga apreendida em operações militares.

"Afinal de contas, quem faz negócio da droga no país? Eventualmente não serão apenas aquelas figuras apresentadas pelo departamento do Tesouro norte-americano, eventualmente estarão envolvidos nesse negócio políticos e até deputados", questionou Silvestre Alves, exigindo esclarecimentos das autoridades.

O líder do MDG diz ainda que o país já devia ter ultrapassado a crise político-militar iniciada faz hoje 19 dias.

"Obviamente que condenamos o levantamento militar do dia 01 de Abril, mas já se passaram 19 dias sem um esclarecimento da situação. Não percebemos o que é que se passa", declarou ainda Silvestre Alves.

No dia 01 de Abril, a Guiné-Bissau voltou a ser palco de uma crise interna quando uma intervenção militar conduziu à detenção do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e do CEMGFA, almirante Zamora Induta.

O Primeiro-ministro foi libertado pouco depois, mas Zamora Induta está detido numa base militar em Mansoa, no centro do país.

UE continua preocupada e pede regresso da ordem constitucional à Guiné-Bissau

De Isabel Marisa Serafim (LUSA)

Bissau, 19 abr (Lusa) - A União Europeia continua preocupada com os acontecimentos registados na Guiné-Bissau no passado dia 01 e voltou hoje a defender o regresso da ordem constitucional ao país depois de encontros com as autoridades nacionais.
"A União Europeia solicitou-me para fazer uma 'demarche' junto das mais altas autoridades do Estado para transmitir as suas preocupações sobre e na sequência dos acontecimentos de 01 de abril", afirmou o representante da Comissão Europeia, Franco Nulli.
"É por isso que hoje (...) tive oportunidade de transmitir ao senhor primeiro ministro e à sua excelência o Presidente da República de um lado o apoio da União Europeia, a vontade da União Europeia continuar a apoiar o país no quadro das reformas e no quadro do seu desenvolvimento, mas também as nossas preocupações sobre os acontecimentos de 01 de abril", disse.
© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anuncia nas próximas semanas a sua decisão sobre o apoio financeiro a Guiné Bissau


O Fundo Monetário Internacional (FMI) anuncia nas próximas semanas a sua decisão sobre o apoio financeiro ao programa macroeconómico do Governo da Guiné-Bissau.

"Tínhamos um acordo preliminar já em Janeiro e a apresentação desse programa para consideração do directório é uma decisão que iremos tomar nas semanas vindouras", afirmou o brasileiro Paulo Drummond, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau.

O conselho de administração do FMI deveria ter reunido no passado dia 2 para debater e aprovar o apoio à Guiné-Bissau, mas a intervenção militar de dia 1 provocou o adiamento da reunião.

Na sequência daquela decisão enviou ao país uma missão para analisar a situação política na Guiné-Bissau.

"Como manifestei, tanto ao senhor presidente da República como ao senhor primeiro-ministro, um dos motivos da nossa missão à Guiné-Bissau foi exactamente, num momento de dificuldade, para virmos dar o nosso apoio para que o programa de reformas do Governo continue". A missão "que concluímos hoje na Guiné-Bissau está bastante encorajada com a determinação do senhor primeiro-ministro, do senhor ministro das Finanças de seguir em diante, levar a cabo a implementação do programa de Governo".

Paulo Drummond disse também que há "um consenso de que a estabilidade política é uma condição necessária para que o Governo tenha a habilidade, a capacidade, de seguir em diante e implantar o programa das reformas".

O responsável do FMI explicou que o "programa é muito importante porque permitirá ao Governo colocar as finanças públicas numa situação mais sólida e catalisar apoios orçamentais" para o país. "É um programa também importante porque é o que abrirá caminho para um eventual alívio da dívida, que é um alívio significativo".

As autoridades guineenses pretendem apoio financeiro para o programa macroeconómico e de reformas estruturais ao abrigo do Instrumento de Crédito Alargado (ECF). O ECF é um instrumento do FMI destinado aos países com poucos recursos.

Os empréstimos ao abrigo daquele programa têm uma taxa de juro 0% até ao final de 2011 e não superior a 0,5% nos anos seguintes.

Para obter o empréstimo as autoridades guineenses tiveram de proceder ao saneamento das finanças públicas, tendo a última avaliação do FMI sido "satisfatória".

Chefia militar "de facto" acusa Zamora Induta de tratar Forças Armadas como "propriedade privada"

Bissau, 19 abr (Lusa) - O Estado-Maior das Forças Armadas "de facto" da Guiné-Bissau acusa o ex-responsável da instituição, Zamora Induta, de conduzir os assuntos militares do país como se tratassem de uma propriedade privada, uma das razoes da sua destituição e detenção.
A acusação está expressa numa carta assinada pelo major-general António Indjai, vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas guineense e dirigida ao Procurador-geral da Republica, Amine Saad, a que a Agência Lusa teve hoje acesso.
A carta, datada de 12 de abril, apresenta um conjunto de acusações contra Zamora Induta, nomeadamente situações que poderiam conduzir as Forças Armadas "para um conflito iminente".

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Em busca de um «bode expiatório»


Lisboa - Manelinho Lopes, destacado deputado do PAIGC lançou no passado sábado, aos microfones da rádio Pindjiguiti, fortes críticas contra Portugal. Para o deputado, o actual estado da Guiné-Bissau é fruto da influência de «Portugal e de pessoas que são apoiadas por Portugal».

Se até agora esta tentativa de culpabilização de Portugal era falada apenas à porta fechada, não deixa de ser também notória a tentativa de usar o nome Portugal como referência a governantes guineenses que receberam o apoio da Comunidade Internacional logo após as movimentações militares de 01 de Abril.

Nos meses mais recentes, Malam Bacai Sanhá, Carlos Gomes Júnior e o próprio Zamora Induta deslocaram-se a Portugal em visitas oficiais que permitiram o estabelecimento de acordos de cooperação entre os dois países em vários domínios, e o reforço dos laços históricos e afectivos entre os dois povos. Aliás, as movimentações militares do início de Abril surgiram exactamente quando as autoridades guineenses consideravam estar numa nova fase de estabilidade no país, facto reconhecido internacionalmente, sobretudo devido ao efectivo combate ao narcotráfico.

Se a nível internacional o trabalho efectuado nos últimos meses pelas autoridades guineenses era reconhecido, a nível interno a situação era diferente. Numa classe política divida em clãs e alas alimentadas por projectos pessoais, elementos das ditas elites guineenses preferiram o silêncio à condenação do que a 01 de Abril toda a Comunidade Internacional considerou ser uma tentativa de alterar da ordem constitucional. Quinze dias depois, o silêncio começa a ser quebrado.
Manelinho Lopes acusou os «homens de Portugal» como única razão da instabilidade guineense nos últimos anos. Há um ano, a Guiné-Bissau viu morrer algumas das suas principais figuras políticas, num caso onde se suspeita do envolvimento das redes do narcotráfico. Há quinze dias, um CEMGFA é preso, um vice-CEMGFA toma as ruas pelo poder das armas e ameaça matar o Primeiro-Ministro, um militar golpista regressa impunemente a circular nas ruas da capital. Hoje, o silêncio daqueles que afinal não estão acima de qualquer suspeita começa a ser quebrado.

Mas em Bissau há também os que incriminam Portugal de ter uma postura pouco interventiva. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, tem resistido a uma política externa «agressiva». No período logo após a morte do Presidente da República «Nino» Vieira e do CEMGFA Tagme Na Waie, Luís Amado manteve-se imune às pressões para o envio de uma força de interposição militar. Pressões externas, caso do Brasil e da CEDEAO, e internas da estrutura militar Portuguesa.

Nos últimos anos, Portugal tem apoiado a Guiné a concretizar os sonhos de Amílcar Cabral, posicionando-se na linha da frente quando na Europa se discute a pertinência da manutenção da missão PESD para a reforma do sector da segurança, quando envia dezenas de professores para fomentar o ensino da língua, nas missões de cooperação técnico militar e policial e até mesmo na ajuda ao orçamento de Estado. Portugal tem-se mantido como o principal doador de ajuda ao desenvolvimento da Guiné-Bissau, não monopolizando a exploração de minérios nem exigindo fidelidades cegas. A sua principal motivação é o respeito pela ordem constitucional e em retirar à Guiné-Bissau o cognome de Narco-Estado.

O narcotráfico, e todos os actores que giram à volta da chamada «economia da cocaína», é o grande desafio à estabilidade da Guiné-Bissau e a grande ameaça às autoridades guineenses, legitimamente eleitas por uma população que a 01 de Abril invadiu Bissau para clamar respeito pelos valores da Democracia Moderna.

Rodrigo Nunes

(c) PNN Portuguese News Network

Banco Mundial promete disponibilizar 4,4 milhões de euros

Bissau - O Banco Mundial (BM) prometeu apoiar o orçamento da Guiné-Bissau no valor de seis milhões de dólares americanos (4,4 milhões de euros), soube-se junto do Ministério da Economia.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério da Economia da Guiné-Bissau, a promessa de apoio foi feita por uma equipa do BM, que visitou o país para analisar com as autoridades locais as formas de ajudar o país e preparar a nova estratégia de intervenção daquela instituição financeira.

Outro objectivo desta missão é analisar uma proposta de Memorando Económico da Guiné-Bissau "destinado a servir de suporte a um futuro programa do BM no país", refere ainda a nota do Ministério da Economia.

O programa visa ajudar a Guiné-Bissau a superar o seu baixo crescimento económico, a instabilidade política e a fragilidade institucional registadas na última década.

FMI encorajado com empenho do Governo nas reformas


Bissau – A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse-se encorajada com o empenho do Governo no programa de reforma do crescimento económico e redução de pobreza na Guiné-Bissau.

Falando aos jornalistas em Bissau, o chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau, Paulo Drumond, destacou a importância do programa para o país, no que diz respeito ao compromisso assumido pelo Governo relativamente à estabilidade económica do país.

O responsável do FMI, que terminou a sua visita de quatro dias ao país este fim-de-semana, disse ainda que para a concretização do referido programa, é indispensável a estabilidade política no país, tendo adiantado que, se as a situação política continuar a evoluir da forma positiva como está, o FMI vai pronunciar-se nos próximos tempos sobre a Guiné-Bissau. Assim, será fixada uma nova data para uma reunião do Conselho de Administração do FMI, para analisar a questão do perdão da dívida à Guiné-Bissau, encontro este que devia ter tido lugar no dia 1 de Abril.

«O desempenho do Governo até Março foi satisfatório. A capacidade do Governo em dar continuidade ao seu programa de reforma, exigirá estabilidade política na Guiné-Bissau», referiu o FMI.

Do acordo com os responsáveis desta organização, a determinação para preservar as instituições democráticas e conduzir o país a uma maior estabilidade é um sinal positivo para o futuro da Guiné-Bissau.

Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

domingo, 18 de abril de 2010

Bubo Na Tchuto implicado na tentativa de Golpe de Estado em Agosto de 2008


Documento colocado anonimamente no site angolano Club K e publicado pela redacção do Luanda Digital acusa Bubo Na Tchuto de ser o mentor da tentativa de Golpe de Estado de Agosto de 2008 na Guiné-Bissau.

De acordo com o documento oficial da Comissão de Inquérito do Estado Maior General das Forças Armadas (disponível para download desde 14 de Abril), Bubo Na Tchuto tentou a «mobilização de militares para, por via armada, forçar a mudança ou a Alteração do Estado de Direito (entenda-se a mobilização de militares para levarem a cabo um Golpe de Estado).»

No entanto, o falhanço na mobilização das Forças de Fuzileiros Navais, que não chegaram a sair das suas instalações para deter o então Presidente Nino Vieira, levou a que o Golpe abortasse. «Caso o tivessem feito, em cumprimento da ordem do CEMA, Contra-Almirante Bubo Na Tchutco, julga-se não haver dúvidas de se poder considerar que o país esteve à beira de um confronto militar.»

O link para o documento surge, estranhamente, na zona de comentários relativo à notícia da visita de Malam Bacai Sanhá a Angola e Reunião com o Presidente da República José Eduardo dos Santos.

(c) PNN Portuguese News Networ

Password Confidential Newsletter: Crise na Guiné-Bissau em destaque



Lisboa – A crise na Guiné-Bissau é destaque no número duplo da Password Confidential Newsletter que também incide na instrumentalização para destabilização interna dos grupos de artes marciais em Timor-Leste.

«Especial Guiné-Bissau: Militares, politica & narcotráfico Lda.» é o artigo de abertura do número duplo da edição Março/Abril da Password Confidential Newsletter. Uma análise dos bastidores da crise guineense e apresentação dos seus principais actores: Malam Bacai Sanha, Carlos Gomes Júnior, Ernesto Carvalho, Antonio Indjai, Bubo Na Tchuto e Zamora Induta.

Principais títulos desta edição:

Estratégias da cooperação de Portugal com a Guiné-Bissau.
Guiné Bissau: Soares Sambú na sombra do poder.
Grupos de Artes Marciais em Timor Leste: Instrumentalização para destabilização interna.
Timor-Leste: Manipulações provocam clima de «quase» crise.
Marrocos vs Frente Polisário: Um incómodo impasse.
Lula da Silva candidato à sucessão de Ban Ki-Moon?
Narcotráfico: Motor de destabilização crónica da África Ocidental.
Segurança no Golfo da Guiné debatida na Guiné Equatorial.

E muito mais...

Se ainda não é assinante, solicite o número especial da Password Confidential Newsletter de Março / Abril através do e-mail: password@pnn.pt

(c) PNN Portuguese News Network

Cinco correios humanos de droga detidos no aeroporto de Lisboa

A Polícia Judiciária Portuguesa anunciou a detenção, esta sexta-feira, de mais cinco correios humanos de droga no aeroporto de Lisboa, todos transportando cocaína dentro do organismo. Quatro dos homens eram oriundos da Guiné-Bissau, o quinto do Brasil.

Os cinco transportavam 4,7 quilos de cocaína, divididos em 341 pequenas embalagens. No primeiro trimestre de 2010, foram apreendidos 53 quilos de cocaína, e detectados 45 traficantes, 20 dos quais transportavam droga dentro do organismo.

Organização das Forças Armadas mobiliza o Governo e os militares

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, e o Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, continuaram, na quinta-feira, discussões iniciadas na véspera sobre a situação do país e a reorganização das Forças Armadas, disse, em Bissau, o chefe do Governo.
As discussões têm decorrido “da melhor forma possível, deixando as pessoas falar e colocar os problemas”, afirmou Carlos Gomes Júnior, no final de uma das sessões.
Questionado se já havia novas chefias militares para o país e a autorização para o almirante Zamora Induta, antigo chefe das Forças armadas detido em Mansoa, receber tratamento médica, absteve-se de falar.
O Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, major general António Indjai, também se limitou a dizer aos jornalistas que se está a discutir a “reorganização das Forças Armadas” e que “ainda não se abordou o assunto das novas chefias militares”.
A Guiné-Bissau voltou a passar por uma nova crise político-militar, depois de António Indjai ter assumido a chefia militar e mandado deter, em 1 de Abril, o Primeiro-Ministro e o Chefe de Estado-Maior Zamora Induta.
Zamora Induta continua detido, em Mansoa, juntamente com o director dos Serviços de Informação e Segurança do Estado, coronel Samba Djaló. Organizações de direitos humanos afirmam que necessitam de assistência médica.
O estado de saúde de Induta é descrito como “extremamente grave”. A manutenção da sua detenção e da de Samba Djaló levaram um deputado português a escrever, na quarta-feira, ao embaixador da Guiné-Bissau em Portugal e ao Parlamento guineense, manifestando-se preocupado.
“As notícias publicadas sobre situação em que estão o comandante Zamora Induta e o coronel Samba Djaló preocupam-nos muito”, disse o deputado José Ribeiro e Castro, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento português, na carta endereçada ao embaixador Constantino Lopes da Costa e ao seu homólogo da Assembleia Nacional Popular guineense.
Ribeiro e Castro recordou o desejo manifestado pelo Parlamento português “da plena normalização constitucional” na Guiné-Bissau face à intervenção militar”.
Na terça-feira, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins, considerou “muito urgente” que Zamora Induta e Samba Djaló sejam vistos por médicos.
“A Liga considera muito urgente fazer-se uma visita médica aos detidos, mas infelizmente não tem sido facilitado e estamos a aguardar autorização”, afirmou.
Elementos da Protecção dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau visitaram, há dias, os detidos e alertaram para a necessidade de receberem tratamentos médico, principalmente Zamora Induta.

A triste sina da Guiné-Bissau


Uma vez mais, e pelas piores razões, a Guiné-Bissau esteve por momentos nos telejornais e na imprensa escrita. De Estado frágil a narcoestado, os epítetos multiplicam-se. Não é apenas o país que é posto em causa. É, por arrasto, África. E com grande injustiça, diga-se, para todos aqueles que ali tentam dar o seu melhor no campo político, social ou económico. Não é fácil entender o que realmente alimenta a instabilidade de forma cíclica. Meras questões étnicas? Regionais? Ajustes do passado? Ou será tudo uma questão meramente venal, os interesses da droga e a ideia de que o país produzirá petróleo e outras matérias-primas muito interessantes (bauxite)? Não sei, mas do que estou certo é de que não é a comunidade internacional, sejam as Nações Unidas, a União Africana, a CEDEAO, Portugal, Angola ou a CPLP que poderão impor uma solução. Questões como estas radicam fundamentalmente em motivações internas, sejam elas quais forem. E isto é motivo para voltar as costas à Guiné-Bissau? Longe disso. O que fazer e como, não é fácil. A 5 de Março, o Conselho de Segurança da ONU saudou os esforços do Governo na procura da estabilização e reforma. Nem passou um mês e o mesmo órgão via-se obrigado a dizer que as partes deveriam "resolver as suas diferenças através do diálogo". Na verdade ninguém se pode substituir aos guineenses. Portugal tem feito, conjuntamente com a comunidade internacional, o que pode... e a mais não é obrigado. E não tem sido tão pouco assim. Muitos dirão que é tempo perdido. Perdido não só porque 'aquilo' não tem solução, o que é sempre arrepiante de ouvir, mas porque a Guiné-Bissau não pesa nas relações económicas de Portugal. Na realidade, as exportações portuguesas que eram de 22 milhões de euros em 1995, dez anos depois mantinham-se nos 24 milhões e no ano passado subiram para uns meros 33 milhões de euros, ou seja, 0,1% das vendas totais portuguesas ao exterior. Do lado das importações pior: apenas 5 milhões de euros em 1995, 1 milhão em 2005 e 1,3 milhões de euros em 2009! No cômputo dos PALOP, vale pouco mais de 1%. E no que respeita ao investimento português, o panorama ainda é mais esclarecedor: em 2006 investiram-se 200 mil euros e em 2009 apenas 122 mil. A dívida para com Portugal está em atraso pelo menos desde 2003, sendo que em 2008 valia 125 milhões de euros com 48 milhões atrasados. É o único dos países africanos lusófonos onde, em Junho de 2009, não havia presença de um banco português. Nesta relação bilateral, a única coisa que corre de feição à Guiné-Bissau são os envios de remessas dos seus emigrantes em terra lusa (mais de 6 milhões de euros em 2008, à frente de São Tomé e Príncipe e Moçambique). Mas é esta a óptica que deve guiar a posição portuguesa naquele país? De forma alguma. O país e a sua população merecem respeito e dignidade. Mas a solução encontra-se lá dentro e a impotência da comunidade internacional reflecte apenas isso mesmo, o que não é pouco e é trágico.
*Professor do ISEG
Texto publicado na edição do Expresso de 10 de Abril de 2010

Soares "incomoda" Cabo Verde com frase sobre independência


Declarações de antigo presidente português "estão ultrapassadas". Os dois países "nada ganham com estas discussões".

"O 'se' da União Europeia não passa disso mesmo enquanto o saldo da independência é real e positivo. Os cabo-verdianos estão orgulhosos da sua independência", afirmou ao DN o escritor Germano Almeida, comentando declarações feitas na véspera por Mário Soares.
Numa intervenção num colóquio em Lisboa, o antigo presidente expressou reservas sobre o caminho seguido em 1975 por este arquipélago. "Eu sempre achei que Cabo Verde não deveria ter sido independente" e teria "muito a ganhar" caso tivesse mantido a ligação a Portugal. Notando que Cabo Verde "não é nada do que era em 1975", Germano Almeida relativiza a análise de Soares. "Não é opinião a valorizar nesta matéria."
A ideia de "ficar preso a regalias efémeras, dos subsídios da União Europeia" é sinónimo "de um espírito dependente", considerou Arlinda Santos. Para esta cabo-verdiana envolvida "na luta armada do PAIGC pela independência", como fez questão de afirmar, Soares "voltou a um certo saudosismo, que não entendo. É uma declaração irreconhecível nele".
Soares defendeu ainda a ideia de que "Cabo Verde não é propriamente África" e que "deveria ter sido mais explorada" a relação entre este arquipélago e os Açores, Madeira e Canárias.
Cabo Verde obteve a independência em 1975 sob a égide do PAIGC, partido também no poder na Guiné-Bissau. Em 1980, devido à conjuntura política em Bissau, o arquipélago segue uma via totalmente autónoma e o partido no poder passa a designar-se PAICV.
Houve de facto "resistência" à independência na diáspora a viver nos EUA, admite Jorge Carlos Fonseca, ministro dos negócios estrangeiros (MNE) cabo-verdiano entre 1991 e 1993, e até "bolsas de rejeição localizadas" no arquipélago. Principalmente devido ao "discurso ideológico do PAIGC da época" e à forma do "projecto de unidade com a Guiné-Bissau", diz ex-MNE.
Para Mário Silva, professor e deputado do MpD (oposição ao Governo do PAICV), esta "é uma situação ultrapassada"; Portugal e Cabo Verde "não ganham nada com estas discussões". Até porque os resultados da independência são "incontestáveis". O arquipélago "é o único país de língua oficial portuguesa cuja qualidade de vida melhorou depois da independência". Uma ideia subscrita pelas restantes figuras cabo-verdianas ouvidas pelo DN, entre as quais Cursino Tolentino, embaixador em Lisboa nos anos 80.
Para o actual director interino do Instituto da África Ocidental, "esta é uma declaração que incomoda e não faz sentido". Mas, recorda, no próprio arquipélago em dois momentos da primeira metade do século XX houve movimentos tendentes a uma dissociação de África. "Nos anos 30, houve reivindicações de adesão ao Brasil e mais tarde de ligação a Portugal como província do território continental".
As declarações de Mário Soares tiveram repercussão nos media electrónicos do arquipélago e foram bastantes comentadas na Net.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Novo programa com Banco Mundial inclui preservação do biodiversidade e energia

Bissau - A ministra da Economia da Guiné-Bissau, Helena Embalo, anunciou hoje (sexta-feira) que o novo programa que o Banco Mundial vai estabelecer com o país inclui a preservação da biodiversidade e o sector energético.

"Há setores críticos que são indispensáveis para promover o crescimento económico do país, nomeadamente, o sector da energia, um dos que será contemplado nesse programa que o Banco Mundial irá estabelecer nos próximos tempos com o país", afirmou a ministra, em declarações aos jornalistas.

Acrescentou que os sectores da energia, do porto (de Bissau) e também a preservação da biodiversidade, serão os contemplados, uma vez que a Guiné-Bissau é um país que dispõe de importantes recursos que é importante proteger.

Segundo a ministra da Economia, que falava no final de um encontro com uma missão do Banco Mundial, a equipa daquela instituição está em Bissau para "discutir a formulação do novo documento de política económica".

Para a formulação deste documento, o Banco Mundial veio discutir com as autoridades uma nova abordagem do tratamento das questões económicas e das questões ligadas ao desenvolvimento do país", explicou Helena Embalo.

Outro dos assuntos abordados com a missão do Banco Mundial, foi a questão da criação de um centro de formalização de empresas.

Segundo a governante guineense, o Banco Mundial "disponibilizou-se para encontrar o financiamento que falta" para aplicar aquele centro.