A estabilidade política na Guiné-Bissau passa por um processo inclusivo que agregue todas as forças vivas do país lusófono, defendeu o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira.
O responsável da organização lusófona, que falava à Angop, referiu que a situação cíclica de instabilidade política que se tem vindo a registar na Guiné-Bissau só pode ter fim se houver vontade política dos guineenses.
"O que tem que ser feito é um processo inclusivo, que permita a todos sentir que a sua voz é escutada e é tida em conta", advogou.
Quanto ao papel da CPLP nesta questão, Domingos Simões afirmou que a comunidade tem como um dos princípios básicos a construção da paz e estabilidade em todos os países que a integram e tem-no feito através de troca das melhores práticas, do acompanhamento do processo eleitoral e todo o apoio que possa ser prestado.
Deixou claro que cada vez que acontecem situações de alguma anormalidade dos países, a CPLP tem estado presente para demonstrar a sua solidariedade, para acompanhar o Estado e tentar compreender o cerne da questão.
No caso concreto da Guiné-Bissau, o secretário executivo saudou a forma paciente como os Estados membros têm auscultado os seus dirigentes e, de modo reflectivo, tentar perceber como eles próprios fazem a leitura da situação, antes de qualquer tentativa de impor uma ou outra solução.
"Problemas tão graves como estes, às vezes, não se conseguem com soluções muito fáceis. Achamos que, desde logo, tem que se promover um diálogo mais aberto, mais franco da sociedade política e da sociedade civil guineense", argumentou Domingos Simões Pereira.
A Guiné-Bissau é um país da costa ocidental de África que se estende desde o cabo Roxo até à ponta Cagete. Faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné-Conacri (ex-francesa) e a sul e oeste com o oceano Atlântico.
Além do território continental, integra ainda cerca de oitenta ilhas que constituem o arquipélago dos Bijagós, separado do Continente pelos canais do rio Geba, de Pedro Álvares, de Bolama e de Canhabaque.
Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência, em 1974. Actualmente faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP e da União Africana.
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