domingo, 31 de outubro de 2010

Guiné-Bissau promete criminalizar narcotráfico

A Guiné-Bissau comprometeu-se a promulgar em breve uma nova lei que criminaliza internamente o tráfico de droga, revelou sexta-feira, em Dakar, o representante especial da União Africana (UA) no país, Sebastião Isata.


A nova lei a ser aprovada para reforçar a legislação já existente sobre a matéria deverá incidir sobre "todas as formas de narcotráfico incluindo a sua posse, uso e transferência".


Segundo Sebastião Isata, esta garantia foi-lhe dada pelo presidente do Parlamento bissau-guineense, Raimundo Pereira, durante uma audiência que este lhe concedeu quinta-feira, em Bissau.

O emissário da UA falava à PANA durante uma escala na capital senegalesa a caminho de Addis Abeba (Etiópia) para participar numa reunião especial do Conselho de Paz e Segurança da UA sobre a Guiné-Bissau, a decorrer segunda-feira próxima.


Ele explicou que a ideia é "conferir mais força legal" aos instrumentos jurídicos já existentes, nomeadamente as normas do Direito Internacional que criminalizam claramente o tráfico de drogas em todas as suas manifestações.


Este reforço do seu quadro jurídico permitirá ao país estar, internamente, em melhores condições de acompanhar os esforços da comunidade internacional visando combater este flagelo, disse.


Sebastião Isata, diplomata angolano ao serviço da União Africana, reconheceu entretanto a "complexidade" do fenómeno do tráfico de droga na Guiné-Bissau, um país que, segundo ele, não está em condições de enfrentar sozinho o problema do narcotráfico.


"O país precisa de apoios externos concretos em quase todas as frentes, porque está numa situação extremamente difícil", defendeu, lembrando que, no domínio do narcotráfico em particular, "até os países desenvolvidos têm sérias dificuldades para controlar este flagelo".

A Guiné-Bissau é hoje tida como uma das principais referências do narcotráfico em África, em geral, e na África Ocidental, em particular, com várias personalidades suas, sobretudo da hierarquia militar, acusadas de envolvimento direto e ativo.


Mas as autoridades do país têm tentado desdramatizar a situação, considerando haver "algum exagero" nas avaliações da comunidade internacional, e desafiando os acusadores a apresentarem provas.
Muito recentemente, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior disse, por exemplo, que as acusações dos Estados Unidos nesse sentido contra alguns generais das Forças Armadas da Guiné-Bissau, "nunca foram formalizadas", tendo apenas sido "veiculadas pela Internet".

O Departamento Federal do Tesouro americano anunciou, em Abril passado, ter congelado os bens do general Ibraima Papa Camará, chefe do Estado-Maior da Força Aérea bissau-guineense, e do contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada, por alegado envolvimento no tráfico de droga.


Mas os dois oficiais negaram qualquer ligação ao tráfico de droga e afirmaram não possuir bens ou contas bancárias nos Estados Unidos.

Indjai pede apoios e “paciência” à comunidade internacional

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, major-general António Indjai, disse ontem que as forças armadas guineenses precisam "como nunca" de apoios externos e pediu mais "paciência e compreensão" à comunidade internacional.

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O chefe das Forças Armadas guineenses falava na sessão inaugural da XII reunião dos Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que antecede a reunião de ministros da Defesa a realizar em Novembro, em Brasília.


No seu discurso de boas vindas, o major-general afirmou ser com "grande satisfação" que as Forças Armadas guineenses "acolhem a realização do encontro" num "momento em que as Forças Armadas passam por um período em que precisam, como nunca, de apoios externos para o arranque de vários projectos até aqui adiados por factores diversos".


"A paciência da comunidade internacional requer-se mais, de modo a que a reforma em curso no sector da defesa e segurança se desenrole com a paz necessária", salientou António Indjai.
A reunião dos Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas da CPLP termina esta sexta-feira com encontros previstos com o presidente e o primeiro-ministro guineenses, Malam Bacai Sanhá e Carlos Gomes Júnior, respectivamente.

Participam na reunião os Chefes do Estado-Maior de Angola, , Moçambique e São Tomé e Príncipe, tendo Portugal, Cabo Verde e Brasil enviado delegações de representantes.

No encontro, os chefes militares da CPLP, vão abordar, entre outros assuntos, o exercício militar Felino, o Centro de Análise Estratégica e a implementação dos Centros de Excelência de Formação de Formadores.

Agência Lusa

Guiné-Bissau pronta para comissão da verdade e reconciliação

A proposta da União Africana foi amplamente discutida durante encontros mantidos em Bissau com os principais atores da sociedade.

Dakar-As autoridades bissau-guineenses e os demais atores da sociedade aceitaram unanimemente o princípio da criação de uma comissão da verdade e reconciliação nacional, anunciou ontem, em Dakar, o representante especial da União Africana (UA) no país, Sebastião Isata.


De acordo com Sebastião Isata, diplomata angolano ao serviço da organização continental, todas as forças vivas do país consideram uma tal iniciativa como uma "necessidade imperiosa e um passo em frente na via da normalização política do país".
Por isso, socilitaram o apoio da comunidade inte

rnacional em geral, e da União Africana, em particular, para organizar deslocações aos países que tiveram uma experiência similar no passado, nomeadamente a África do Sul, o Ruanda e a Libéria, para recolher as suas contribuições.


Segundo a Pana, o enviado especial da UA na capital senegalesa explicou que a questão da criação de uma tal comissão, numa proposta da União Africana, foi amplamente discutida durante encontros mantidos em Bissau com os principais atores da sociedade, desde as autoridades governamentais aos representantes da sociedade civil passando pelas hierarquias religiosas católica e muçulmana.


No seu último encontro do género, disse, esta questão foi abordada com o presidente do Parlamento, Raimundo Pereira, que também corroborou que uma comissão do género ajudaria o país a chegar rapidamente a uma "verdadeira reconciliação nacional".

Chefes militares da CPLP começam reunião na Guiné-Bissau

Chefes militares da CPLP começam hoje reunião na Guiné-Bissau

Chefes militares da CPLP começam  reunião na Guiné-Bissau

Bissau, 28 out (Lusa) - Os chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se entre hoje e sexta-feira em Bissau, segundo comunicado enviado à agência Lusa pelo Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau.

Os trabalhos dos chefes militares começam com uma cerimónia onde vão intervir o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, o chefe das Forças Armadas de Cabo Verde e o ministro da Defesa guineense, Ocante da Silva.

Na sexta-feira, as delegações deverão realizar visitas de cortesia ao primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, e ao Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, que se encontra em Dacar em tratamento médico.

A reunião dos chefes dos Estados-Maiores da CPLP antecede a reunião de ministros da Defesa daquela organização que deverá decorrer em novembro no Brasil.

Portugal estará representado na reunião pelo contra-almirante Pereira da Cunha e pelo tenente-coronel Ferreira Vieira.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bacai Sanhá continua hospitalizado

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, continua hospitalizado num hospital de Dakar, para onde foi evacuado na semana passada, informou à France Press uma fonte hospitalar na capital senegalesa, sob anonimato.


“O Presidente continua no hospital Principal de Dakar, o maior do Senegal”, declarou a fonte, acrescentado que “ele está em observação no serviço de reanimação”. Nada de concreto foi adiantado sobre a doença de que padece o chefe de Estado da Guiné-Bissau.


Malam Bacai Sanhá, de 62 anos, foi transferido no último sábado, para Dakar, num avião militar, segundo a Presidência da Guiné-Bissau.


Sanhá, diz ainda a France Press, adiou, por razões de saúde, no início de Dezembro de 2009, uma visita a Portugal. Nessa mesma altura esteve em Paris, onde ficou hospitalizado dez dias.

Comentando, então, o seu estado de saúde menos bom, o Presidente guineense disse à imprensa de forma evasiva: “ fala-se de queda de hemoglobina no sangue. Não sou médico. É verdade que também sofro de diabetes mas não sei se é grave”.

Ministra do Interior não comenta suspensão

A ministra do Interior da Guiné-Bissau, Satu Camará, visitou hoje várias esquadras no país, mesmo depois de ter sido suspensa pelo primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.

Durante uma visita às obras da futura esquadra de polícia do Bairro Militar, Satu Camará recusou fazer declarações aos jornalistas sobre a sua suspensão.

«O objetivo desta visita é para ver as obras e como o trabalho vai. Gostávamos que a obra estivesse pronta em janeiro», afirmou Satu Camará.

Lusa

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A saga continua (Diferendo entre Cadogo-Ministra do Interior, visto pelo Jornal Publico em Portugal)

Primeiro-ministro da Guiné-Bissau poderá ser vítima de conflito com a ministra do Interior

 

O lugar de Carlos Gomes Júnior à frente do Governo da Guiné-Bissau poderá estar em risco, depois de a ministra do Interior, Adja Satú Camará, não ter aceite o despacho em que ele a suspendeu de funções.

Carlos Gomes Júnior enfrenta uma nova crise

Carlos Gomes Júnior enfrenta uma nova crise (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Integrada no executivo por indicação expressa do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a ministra decidiu fazer algumas nomeações de pessoal (oficiais superiores) sem consultar Carlos Gomes Júnior, presidente do partido maioritário, PAIGC, mas com o seu poder muito enfraquecido desde que em 1 de Abril chegou a estar sequestrado por um grupo de militares, sob o comando do general António Indjai. A dada altura, este ameaçou mesmo matá-lo.
“O comportamento da ministra do Interior configura um claro desafio à autoridade do primeiro-ministro, ao permitir-se desobedecer-lhe ostensivamente, atitude imperdoável”, diz um despacho de Carlos Gomes Júnior, revelado pelo blogue “Ditadura do Consenso”, que tem acompanhado a par e passo todo este processo.
Devido à rebelião de Adja Satú Camará, uma das militantes mais poderosas do histórico PAIGC, o fragilizado primeiro-ministro suspendeu-a imediatamente das funções, “enquanto se aguarda a sua exoneração pelo Presidente”, que entretanto se sentiu mal durante o fim-de-semana e tem estado nos últimos dias a ser observado no vizinho Senegal, de onde se espera que possa regressar num dos próximos dias.


O ministro da Administração Territorial, Luís Oliveira Sanca, acumularia com as suas funções as de titular do ministério do Interior, segundo o desejo de Carlos Gomes Júnior.
Durante a discussão acalorada que houve entre o primeiro-ministro e Adja Satú Camará, e em que esta teria rasgado o despacho em que era suspensa (segundo contou ao PÚBLICO uma fonte que acompanha regularmente a situação política em Bissau), Carlos Gomes Júnior manifestou-se disposto a esbofetear a ministra, no que foi impedido pelo ministro do Comércio, Botché Candé, conforme conta o referido blogue, da autoria do jornalista António Aly Silva.


Uma vez que Adja Satú Camará Pinto, segunda vice-presidente do PAIGC, é uma das pessoas da confiança do chefe de Estado, a sua suspensão, conforme já foi referido pela BBC, poderá ser encarada como mais um episódio da guerra latente entre Carlos Gomes Júnior e Malam Bacai Sanhá, cuja coexistência tem vindo a ser muito atribulada, apesar dos desmentidos que ambos ocasionalmente têm feito sobre o enorme conflito de interesses que os separa.


A ministra que não aceitou ser suspensa já esteve reunida tanto com o general Indjai, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, como com o contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada, nesta altura os dois militares mais poderosos da Guiné-Bissau e sem cuja concordância parece que nada se faz. Há quem os considere mesmo o poder “de facto”. E é por isso mesmo que se admite nos meios políticos de Bissau que Carlos Gomes Júnior não se aguente por muito mais tempo nas funções de primeiro-ministro.
Durante a próxima semana deverá efectuar-se um Conselho de Estado, de modo a encontrar saída para uma situação de conflituosidade que parece insustentável.

Satú Camara coloca Cadogo e Malam em rota de colisão

Gritos, insultos, ameaças de agressões caracterizaram a reunião de terça-feira entre a Ministra do Interior e o Primeiro-Ministro, discordante das nomeações propostas para os cargos dirigentes das POP.

Satu Camara é desde há muito apontada como tendo sido uma escolha errada para integrar o executivo guineense. O clima de tensão entre a Ministra e Carlos Gomes Júnior já se arrastava há algum tempo, tendo a discussão de ontem sido o culminar deste processo. Satú terá chegado mesmo a chamar “assassino” a Carlos Gomes Júnior, uma aceitação implícita das várias críticas anónimas que nas últimas semanas têm ligado o Primeiro-ministro aos assassinatos de “Nino” Vieira, Baciro Dabó e Hélder Proença, em 2009.


Satú Camara, devido às suas ligações políticas e pessoais ao Presidente da Republica e à Primeira-dama, Mariana Sanha sempre foi vista com desconfiança pelo Primeiro-ministro. «A Satú agia como braço direito da Presidência no interior da Primatura» refere fonte próxima da Comissão Política do PAIGC. A Ministra já vinha sendo apontada com principal alvo da remodelação governamental já anunciada por Carlos Gomes Júnior.


Na passada terça-feira, a Ministra pretendia dar posse a três novos comissários adjuntos e vários outros cargos de direcção sem consulta prévia ao Primeiro Ministro. No entanto, as escolhas da Ministra têm sido caracterizadas pela recolocação de elementos suspeitos de envolvimento em actividades ilícitas em lugares chave do Ministério.


Um dos casos mais flagrantes terá sido a nomeação de Amadu Djaló para a Chefia do Serviço de Segurança no aeroporto Osvaldo Vieira. Djaló havia sido referenciado internacionalmente como elemento de ligação internacional de redes de narcotráfico, razão que terá levado ao seu afastamento do Ministério do Interior.


Outro nome apontado é Abdú Camará, proprietário da empresa Sakala, que para além de proporcionar viagens de barco ao arquipélago dos Bijagós, tinha em funcionamento na sua propriedade uma pista de aterragem para o desembarque da cocaína. Camará, a desempenhar informalmente funções de Conselheiro da Ministra, seria um dos próximos nomes a ser nomeado oficialmente para o Ministério do Interior.


Estes são apenas dois exemplos que representam o percurso de Satu Camara num Ministério crucial para a estabilidade interna do país. Alvo de fortes pressões internas ligadas às actividades ilícitas, a Ministra acabou por ceder. No entanto, ao ceder Satu Camara condenou ao fracasso a reforma e a limpeza do Ministério do Interior. Carlos Gomes Júnior suspendeu a Ministra do cargo, encontrando-se a sua demissão dependente do regresso de Dakar do Presidente, que se encontra internado há uma semana.


Resta agora saber se o regresso de Malam Bacai Sanha colocará um ponto final na crise ou contribuirá para um maior agudizar da mesma na cada vez mais instável cena política na RGB.

CPLP-Chefes das Forças Armadas reúnem-se quinta e sexta-feira

Bissau - Os chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se quinta e sexta-feira em Bissau, refere em comunicado enviado à agência Lusa pelo Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau. 
Segundo o documento, os trabalhos dos chefes militares começam quinta-feira com uma cerimónia onde vão intervir o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, o chefe das Forças Armadas de Cabo Verde e o ministro da Defesa guineense, Ocante da Silva. 
Na sexta-feira, as delegações deverão realizar visitas de cortesia ao Primeiro - ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, e ao Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, que, agora se encontra em Dakar em tratamento médico.
A reunião de chefes dos Estados-Maiores da CPLP antecede a reunião de ministros da Defesa daquela organização, que deverá decorrer em Novembro no Brasil. 

Sindicalista acusa Governo de desinteresse pelo ensino na Guiné-Bissau

A causa principal de constantes greves nas escolas públicas na Guiné-Bissau está ligada ao "desinteresse" do Governo, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Luís Nancassa.


Nancassa fazia referência à segunda onda de greve de três dias decretada pelo SINAPROF e pelo Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF), que paralisa desde terça-feira última todos os estabelecimentos públicos do ensino da Guiné-Bissau.
"Estas paralisações têm a ver com o desinteresse dos governantes para com a classe docente. Os seus filhos estudam em melhores escolas no estrangeiro. Querem, como aconteceu no passado com os nossos pais, que os filhos deles venham mandar nos nossos filhos", acusou Nancassa, ex-candidato derrotado à Presidência da República em 2009.


O sindicalista adiantou que a greve prosseguirá enquanto o Governo "não tiver a real vontade" de se sentar à mesma mesa com os sindicatos com vista a uma negociação séria.


De acordo com Nancassa, o encontro entre sindicatos e a comissão negocial governamental, na semana passada após a primeira paralisação, foi um simples "divertimento" pois, a referida comissão foi composta por simples técnicos "sem nenhum poder de decisão".
Entretanto, segundo a nota de pré-aviso de greve, os dois sindicatos de professores reclamam, entre outros, pelo pagamento de seis meses de salário em atraso dos novos docentes, de três meses aos professores contratados e de três meses aos docentes no sistema educativo.


Reclamam igualmente pela aplicação do diploma relativo à carreira docente no ano letivo em curso, bem como a implementação do diploma que regulamenta a gestão dos fundos provenientes das matrículas, das propinas e de outros fundos escolares.


A PANA soube de fonte sindical que a greve em curso será abordada quarta-feira durante uma reunião do conselho de concertação social, um órgão que reúne representantes do Governo e dos parceiros sociais.

Projeto da Unctad beneficia Moçambique e Guiné-Bissau

Exploração de recursos naturais

Os dois países de língua portuguesa foram aprovados para fase-piloto; entre os critérios de selecção estavam a capacidade em recursos naturais, a experiência nesse sector, o volume de dados geo-científicos gerados, a língua e a área geográfica.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, vai facilitar o programa-piloto para desenvolvimento de recursos naturais em seis países africanos.

Numa reunião que decorre nesta segunda e terças-feiras, em Genebra, a Unctad recebe altos representantes africanos, organizações internacionais e especialistas de países na área da gestão de dados, para facilitar a concretização da proposta feita no ano passado, de uma plataforma de Intercâmbio de Informação em Recursos Naturais.

Guiné-Bissau e Moçambique

A fase piloto vai abranger seis países seleccionados, entre os quais se encontram dois países de língua oficial portuguesa, Guiné-Bissau e Moçambique. Os outros quatro são: o Benim, a Guiné-Conacri, a Mauritânia e a Nigéria.
Como objectivo, pretende-se que estes países partilhem informação com outro público interessado sobre a exploração dos recursos naturais.

A iniciativa foi abrangida na resolução adotada na 13ª edição da Conferência sobre Comércio e Financiamento do Petróleo, Gás e Minas em África, que decorreu no ano passado, no Mali.

Os países foram escolhidos durante a reunião de especialistas para implementação da plataforma, que decorreu em Julho, no Benim e na qual os representantes consideraram vários factores para essa selecção.

Selecção dos países

Entre os critérios de selecção encontram-se a diferenciação na capacidade em recursos naturais, a experiência nesse sector, o volume de dados geo-científicos gerados, a língua e a área geográfica.

Neste momento, o programa dá maior relevo à questão operacional. Os delegados vão estabelecer o plano e definir a estratégia para a implementação da plataforma, assim como identificar de que forma mobilizar recursos.

No último dia da reunião, será feita a cerimónia oficial de assinaturas entre a Unctad, as organizações interessadas no projecto e os países seleccionados para a fase-piloto da plataforma de intercâmbio. Também se aguarda a apresentação de um plano detalhado das operações futuras.

Rádio ONU

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Países lusófonos discutem em Moçambique erradicação do analfabetismo

Com abertura presidida pelo ministro da Educação de Moçambique, Zeferino Martins, o encontro reúne peritos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Maputo - A capital moçambicana acolhe a partir desta terça-feira (26) a IV Oficina de Cooperação Sul-Sul no domínio da Educação e Formação de Jovens e Adultos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).


O encontro visa analisar e debater questões relacionadas com os indicadores de Educação de Jovens e Adultos, monitoramento e formação de profissionais da Educação de Jovens e Adultos, formação e certificação de profissionais, bem como o sistema de gestão de informação de Educação Não Formal e os desafios da erradicação do analfabetismo, no contexto do combate à pobreza.
Com abertura presidida pelo ministro da Educação, Zeferino Martins, o encontro reúne peritos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, que irão avaliar o Plano Estratégico de Rede em matéria de Educação e Formação de Jovens e Adultos, bem como estabelecer um novo plano de trabalho para os próximos anos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

EUA reafirmam acusação de narcotráfico contra chefe militar da Guiné Bissau

"Os EUA reafirmam a designação publicada pelo Departamento do Tesouro dos EUA que aponta José Américo Bubo Na Tchuto e Ibraima Papa Camará como barões do tráfico".

Dakar - Os Estados Unidos reafirmam a acusação de envolvimento do chefe da Marinha da Guiné Bissau, Bubo Na Tchuto, com o narotráfico.
"Os EUA reafirmam a designação publicada pelo Departamento do Tesouro dos EUA que aponta José Américo Bubo Na Tchuto e Ibraima Papa Camará como barões do tráfico. A designação feita no dia 08 de Abril é bem justificada", de acordo com o comunicado divulgado nesta segunda-feira (25) pela Embaixada norte-americana no Senegal, país vizinho da Guiné Bissau.
O almirante Bubo Na Tchuto foi recentemente nomeado chefe do Estado Maior da Marinha da Guiné Bissau pelo presidente da República Malam Bacai Sanhá e Ibraima Papa Camará é o chefe da Força Aérea.
De acordo com o comunicado distribuído aos jornalistas em Dakar, os "EUA continuarão a cooperar com a Guiné-Bissau na luta contra o narcotráfico, que ameaça a estabilidade da região e os parceiros internacionais". Na mesma nota, Washington condena as "acções militares que têm obstruído a boa governação e o desenvolvimento das instituições democráticas".
"Os Estados Unidos têm grande e admirável respeito para com o povo da Guiné-Bissau e vão continuar a apoiar o povo e o seu Governo a alcançar a paz e estabilidade", segundo o comunicado.
A 08 de Abril, os EUA acusaram os chefes do Estado Maior da Armada e da Força Aérea guineenses de envolvimento no narcotráfico.

Rússia: Estudante guineense refugia-se na embaixada do seu país em Moscovo

Moscovo, 25 out (Lusa) -- Um estudante finalista guineense refugiou-se na embaixada da Guiné-Bissau para escapar aos Serviços de Imigração da Rússia. Celestino Nhagh e mais cinco estudantes querem regressar ao seu país, mas não têm ainda o bilhete de avião prometido pelo Governo de Bissau.

"Fui obrigado a refugiar-me na embaixada do meu país, pois encontro-me ilegal na Rússia e posso ser detido pela polícia", declarou Celestino à Lusa por telefone.

Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Guiné-Bissau eleva taxa de zonas protegidas a 24 porcento

A Guiné-Bissau comprometeu-se a elevar a taxa de cobertura das suas áreas protegidas de 15 para 24 porcento dentro de dois anos, indica um comunicado da Organização Internacional de Proteção da Natureza (WWF).


Segundo o documento, o anúncio foi feito pelo ministro bissau- guineense do Ambiente, Tomás Gomes Barbosa, durante um jantar oferecido pela iniciativa Lifeweb do secretariado da Convenção sobre a Biodiversidade (CBD), à margem dos trabalhos da 10ª conferência dos signatários da referida instituição que se realiza em Nagoya (Japão) até 29 de Outubro próximo.


O comunicado indica que a Guiné-Bissau passa a ser a campeã na África Ocidental em matéria de criação de áreas protegidas, defendendo que, até agora, o objetivo da taxa de cobertura, tal como fixado pelo Programa de Trabalho sobre as Áreas Protegidas até 2010, é de 10 porcento do território nacional por país.


Este objetivo foi largamento ultrapassado pela Guiné-Bissau que, segundo a WWF, eleva para 24 porcento, dentro de dois anos, a sua taxa de cobertura, numa altura em que as negociações em curso em Nagoya ainda não definiram novas metas.


Com efeito, a iniciativa Lifeweb é uma plataforma de parceria para apoiar o financiamento das áreas protegidas a fim de conservar a biodiversidade, lutar contra as mudanças climáticas e proteger os meios de subsistência através da execução dum programa de trabalho sobre as áreas protegidas da Convenção sobre a Biodiversidade.


No entanto, as áreas protegidas, sobretudo nos países em desenvolvimento que albergam uma parte importante da biodiversidade do planeta, têm dificuldades em funcionar corretamente devido a um défice financeiro.


Os países em desenvolvimento precisam dum orçamento anual avaliado entre um bilião 100 milhões de dólares americanos e dois biliões 500 milhões de dólares americanos para garantir uma gestão eficaz das suas áreas protegidas, de acordo com a fonte.


O PRCM (Programa Regional de Conservação da Zona Costeira e Marítima) quer também contribuir para últrapassar o desafio do financiamento na África Ocidental, em parceria com os países do seu espaço, designadamente Cabo Verde, Gâmbia, Guiné- Bissau, Guiné-Conakry, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa, e com a iniciativa Lifeweb da CBD, ao organizar uma mesa redonda dos doadores de fundos em 2011.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta aberta de um Guineense anónimo

O que leva Angola a investir tanto num país como a Guiné-Bissau. 

Qualquer guineense atento certamente estará, no mínimo, espantado com tamanha boa vontade da nação Angolana para com a nação Guineense. A lista de ajudas cresce a olhos vistos. 

Mas o que será que está por detrás de tamanho altruísmo?

Será que o povo angolano não tem problemas para resolver? 

Será que sobra dinheiro em Angola? 

Será que a Guiné-Bissau oferece oportunidades de negócio assim tão promissoras e só os angolanos notaram?

Eu, guineense, quero saber o que leva Angola a investir tanto num país como a Guiné-Bissau. 

Aprecio a boa vontade, mas antes de aceitar ofertas tão generosas, é preciso saber qual será o preço a pagar por elas. 

Estará a Guiné-Bissau a tornar-se uma neo-colónia de Angola (além de província do Senegal)? 

Angola perdoa dívida da Guiné-Bissau e viabiliza programação da TV pública enquanto Portugal Telecom retira participação na Guiné Telecom e Guinetel

Porquê é que Angola perdoa a dívida da Guiné-Bissau, abre uma linha de crédito de U$ 25 milhões, ajuda a preencher uma lacuna de U$ 12 milhões no orçamento do estado Guineense (que vai quase todo para as Forças Armadas), entre muitas outras coisas? 

Isso tudo enquanto Portugal se retira da Guiné-Telecom e Guinetel.... será que só eu acho isto muito estranho?

Os guineenses devem saber os detalhes destes negócios porque somos nós que pagamos quando dão errado. Não queremos ser vendidos nem alugados. Se a benevolência Angolana engana o Zé-Povinho analfabeto e ignorante da GB, ela faz com que os cidadãos cultos e informados fiquem em alerta.

Angola vai investir 150 mil dólares em "ações de urgência" na comunicação social da Guiné-Bissau

De Isabel Marisa Serafim (LUSA)

"O comunicado do governo guineense assegura também que as autoridades angolanas vão "estudar" e "dar resposta até ao final do ano" sobre o financiamento de projetos relacionados com a reabilitação das ruas de Bissau, a serem executados entre 2011 e 2015, no valor 65 milhões de dólares."

Manchetes como esta surgem praticamente todos os dias nos jornais online.

Não há ruas em Angola para reabilitar? A TPA e outros canais televisivos não precisam de mais apoios? 

Se eu por ventura quiser "neo-colonizar" um país, certamente investirei na comunicação social para fazer com que o público aceite a ideia pacificamente. Lavagem cerebral nacional?  Vamos gostar mais do angolanos, assimilar a cultura deles, falar como eles... qual é objectivo disto tudo?

Púbis tudo ka burro, senhores governantes que estão a fazer estes negócios. Estamos de olhos bem abertos!

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Se você é angolano/a e leu este artigo, por favor, partilhe a sua opinião. O seu país tem dinheiro de sobre? Você não se importa que o dinheiro dos impostos que você paga seja investido na Guiné-Bissau, ao invés de no seu país? Queremos muito saber.

Artigo publicado no Blogue MADINBISSAU

Parceiros chineses chamados a dinamizar projectos mineiros e de obras públicas na Guiné-Bissau

Bissau, Guiné-Bissau, 25 Out - Os projectos de exploração mineira e construção de obras públicas na Guiné-Bissau poderão contar em breve com uma participação de empresas chinesas, chamadas a dinamizar as sociedades responsáveis, noticiou a newsletter África Monitor.


O envolvimento deverá passar pela redução da participação directa de Angola nos referidos projectos e consequente entrada de parceiros chineses, que além de poderem trazer maior "capacidade técnica e financeira", já se mostraram interessadas, refere a mesma fonte.


A empresa mineira chinesa Chinalco é das mais activas na região na procura de bauxite, a matéria-prima básica para a produção de alumínio, mantendo inclusivamente uma disputa por concessões com a brasileira Vale, nomeadamente na vizinha Guiné-Conakry.

Em causa está a exploração de bauxite de Boé, uma extensão das jazidas de Boké na Guiné-Conakry, e a construção do porto de Buba - projectos com investimentos estimados de 600 milhões de dólares.
De acordo com a África Monitor, a sociedade Bauxite Angola tem actualmente 90 por cento de capital angolano e 10 por cento de investidores públicos e privados guineenses.

Encarregue da construção do porto de Buba e respectivas ligações rodoviárias e ferroviárias está a Asprebras, consórcio constituído entre a brasileira Odebrecht e empresas angolanas.


Os dois projectos, lançados em 2007, estão atrasados em relação ao previsto, em parte devido ao impacto da crise económica e financeira em Angola, que deveria suportar os investimentos.


Mas também a situação de instabilidade na Guiné-Bissau tem pesado na decisão de avançar com os empreendimentos, além de que foi considerada necessária maior capacidade financeira e organizativa.
Até ao momento, os únicos trabalhos efectuados resumem-se a preparativos para a construção da nova estrada, adianta a “newsletter”.


A reavaliação da participação angolana nos projectos surge na sequência da substituição do coordenador da componente empresarial e económica das relações entre Angola e Guiné-Bissau.
O posto é agora ocupado por Carlos Feijó, em vez do ex-ministro das Obras Públicas angolano Higino Carneiro.


Parceiro histórico de Bissau, a China tem vindo a intensificar a sua cooperação com as autoridades guineenses.


No início do ano, Pequim doou ao governo da Guiné-Bissau mais de um milhão de dólares para equipar o palácio do governo, que está a ser construído pela cooperação chinesa em Bissau.


Na ocasião, o ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta, disse esperar assinar mais acordos de cooperação entre Bissau e Pequim “antes do final do ano”.


Antes, foi concluído um acordo de financiamento da China à Guiné-Bissau no valor de oito milhões de dólares que serão utilizados para a construção de residências para médicos chineses e guineenses do futuro hospital militar em construção, em Bissau.

(macauhub)

domingo, 24 de outubro de 2010

Os espelhos de Bissau

altA Guiné Bissau pode, afinal, ser um pouco mais complicada que aquilo que Angola esperaria.

As últimas notícias vindas daquele país indicam um cenário em que a diplomacia angolana, no âmbito da presidência da CPLP, terá de se empenhar com toda a inteligência requerida para que Bissau não volte a cair num clima de instabilidade.

Angola tem na Guiné um dos seus desafios na lógica da sua afirmação como país promotor da estabilidade no continente. Claro que a estabilidade depende mais dos próprios guineenses que da boa vontade angolana. E é aí que está o problema.

Nada na Guiné parece claro. Trata-se de um país onde, aparentemente, os desentendimentos pessoais, as raivas e os desejos de vingança entre ex-camaradas de trincheira parecem sobrepor-se à lógica dos interesses do Estado. Na Guiné parece nem haver espaço para o cinismo político, é tudo a ferro.

Neste momento, Sebastião Isata é o único angolano a trabalhar em busca da estabilidade na Guiné, isso como representante da União africana. Os militares angolanos que irão ajudar na reforma do exército guineense ainda não foram nomeados. Enquanto isso, em Bissau a intriga corre, destapando medos e colocando alguns num estado de alerta que poderá descambar num “antes matar que morrer”. Esse é o grande risco.

ZAMORA INDUTA É MESMO CULPADO?

altAs últimas notícias dizem que, citando relatório atribuído ao Procurador-Geral da República, Amin Sad, Zamora induta terá sido o autor dos assassinatos do Presidente Nino Vieira e do general Tagme na Waye que ocupava o cargo de Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.

É verdade que Zamora Induta, na sequência de tais assassinatos, auto promoveu-se para o cargo de Tagme, ficando com o país nas mãos. Porque matar Tagme? Tanto Induta como Tagme eram homens de Ansumane Mané, o general que havia deposto Nino Vieira. Zamora poderia até ter razões para matar Nino (depois de ter ajudado a depô-lo e a força-lo a sair para o exílio, tê-lo de novo como Presidente e como Comandante em Chefe, poderia não ser coisa que Induta engolisse. Mas porque matar Tagme? Apenas para ser .

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'Capacete de Ferro' proposto para chefiar Exército da Guiné

'Capacete de Ferro' proposto para chefiar Exército da Guiné

Augusto Mário Có é um herói popular da rebelião de 1998 contra Nino Vieira e chefiou a batalha de Bissau

O Governo da Guiné-Bissau deverá propor ao Presidente da República, Malan Bacai Sanhá, a nomeação do coronel Augusto Mário Có para chefe do Estado-Maior do Exército, noticiou a Lusa. Augusto Mário, popularmente conhecido por "Capacete de Ferro", foi uma das figuras mais importantes da rebelião de 1998, tendo na altura chefiado a batalha de Bissau.

O conflito de 1998 e 1999 está na origem de muitas das perturbações político-militares da Guiné- -Bissau na última década. Os rebeldes, apoiados por veteranos da Guerra Colonial, derrubaram na altura o presidente Nino Vieira, forçado ao exílio, e derrotaram uma substancial força militar do Senegal e da Guiné-Conacri que tentava proteger Nino.

"Capacete de Ferro", então tenente-coronel, treinado na União Soviética, era o comandante operacional das forças da Junta Militar e comandava, entre outros, o agora contra-almirante Bubo Na Tchuto. Este, no início do mês, foi nomeado chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau. Em 1998, Bubo e Augusto Mário eram os oficiais mais carismáticos, entre os operacionais, e dependiam do brigadeiro Ansumane Mané, que sairia vencedor do conflito.

Em 1999, os militares da Junta ganharam o controlo do país, mas competiram pelo poder com políticos eleitos, criando alta instabilidade. A primeira grande perturbação ocorreu em Novembro de 2000 e provocou a morte de Ansumane, na sequência de um alegado golpe do brigadeiro, que contestara nomeações militares do recém-eleito presidente Kumba Ialá. Este viria a ser destituído em Setembro de 2003, num golpe liderado pelo novo chefe do Estado-Maior Veríssimo Seabra, por sua vez morto num atentado em Outubro de 2004. Em Janeiro de 2007, o país foi de novo abalado pelo assassínio de Lamine Sanhá, um dos militares mais destacados da Junta Militar e que fora afastado após a queda de Ansumane. Os muçulmanos tinham sido derrotados e o conflito passou a ser entre o novo chefe militar, Tagme Na Waie, e o presidente eleito Nino Vieira (que regressara, após o exílio em Portugal). Os dois morreram com horas de diferença, em Março de 2009.

Em Abril deste ano, descontentes com a chefia militar, oficiais veteranos prenderam o chefe do Estado-Maior, Zamora Induta. Durante o golpe, foi detido durante algumas horas o primeiro-ministro eleito, Carlos Gomes Júnior. Pressionado pela comunidade internacional, o novo chefe militar, António Indjai, aceitou respeitar o processo legal de nomeações, com proposta do Governo de Carlos Gomes e escolha do Presidente Malan Bacai.

Presidente evacuado com urgência para Dakar

Bissau - O presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, 62 anos, foi evacuado com urgência sábado para Dakar, no Senegal, na sequência de um mau-estar, noticiou a AFP, citando uma fonte próxima da presidência bissau-guineense.

"Ele acaba de ser evacuado para Dakar ", por avião militar, declarou a fonte por volta das 17H30 locais.

O presidente Malan Bacai Sanhá, diz ter adiado por razões de saúde em princípios de Dezembro de 2009, uma visita privada a Portugal, tendo sido já evacuado pelo mesmo motivo para Dakar e  posteriormente hospitalizado dez dias em Paris, antes de continuar com a sua convalescência nas Ilhas Canárias (Espanha).

Regressou em finais de Janeiro a Paris para novos exames médicos.

Em meados de Dezembro, após a sua hospitalização na capital francesa, declarou de maneira evasiva: " Fala-se de +falta de hemoglobina+ no sangue.Não sou médico.É verdade que também sofro de diabete, mas não tão grave como se pretende fazer crer ".

Precisou igualmente ter estado "longamente sob perfusão", tendo prometido "fazer muito e dar mais atenção" à sua saúde, no futuro. 

Malam Bacai Sanhá, venceu as eleições presidencias de Julho de 2009, com 67 por cento dos votos na segunda volta. Foi investido em Setembro, seis meses após do assassinato pelos militares, do seu predecessor, João Bernardo Vieira.

China entrega novo palácio do Governo

Bissau - A China fez hoje(sexta-feira) a entrega técnica do novo palácio do Governo da Guiné-Bissau ao ministro das Obras Públicas guineense, José António Almeida, que disse que o edifício vai dignificar os funcionários públicos e o executivo do país. 

"Para a Guiné-Bissau isso se reveste de capital importância, porque vai congregar vários ministérios neste complexo, diminuir os custos de funcionamento e permitir dignificar os funcionários públicos e o Governo do país", afirmou o ministro guineense aos jornalistas no final da cerimónia de receção técnica da obra. 

Segundo José António Almeida, para a Guiné-Bissau é "extremamente importante" o donativo chinês, que reflecte a boa cooperação existente entre os dois países. 

Questionado sobre quem vai ocupar o novo palácio do Governo, o ministro explicou que o edifício vai albergar o gabinete do Primeiro-ministro, a presidência do Conselho de Ministros, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, bem como outros ministérios, a definir pelo chefe do executivo, Carlos Gomes Júnior. 

A cerimónia oficial de entrega do palácio do Governo às autoridades guineenses está prevista para 05 de Novembro.

Avião apreendido por alegado tráfico de droga posto à venda

Bissau, 23 Out (Lusa) -- O Governo da Guiné-Bissau, através da Direção Geral das Alfândegas, colocou à venda o avião apreendido em julho de 2008 no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, por alegado envolvimento no narcotráfico.

A venda vem publicada no semanário No Pintcha num anúncio que refere que o aparelho, um jato Gulfstream IIB, está à ser posto à venda na "sequência de infração aduaneira de contrabando de produtos farmacêuticos cometidos pelo capitão da aeronave N351 SE, esta última declarada perdida a favor do Estado da Guiné-Bissau por ter sido utilizada como instrumento para a comissão da infração em referência".

No anúncio, a Direcção Geral das Alfândegas da Guiné-Bissau comunica que a aeronave será vendida no estado em que se encontra, no local onde está estacionada e com a matrícula com que se encontra.

Portugal Telecom retira participação na Guiné Telecom e Guinetel

Bissau, (Lusa) -- O governo da Guiné-Bissau anunciou hoje, em comunicado, a retirada dos acionistas pertencentes ao Grupo Portugal Telecom das empresas estatais guineenses Guiné Telecom e Guinetel.

"A ministra da Economia informou o Conselho de Ministros sobre a evolução das negociações que culminaram, na base de um acordo amigável, na cedência das ações detidas pela PT Comunicações SA e representativas de 40 por cento do capital social da Guiné Telecom e das ações detidas pela PT Investimentos Internacionais, representativas de 55 por cento do capital social da Guinetel", refere o governo, em comunicado hoje divulgado.

Segundo o documento, a ministra da Economia, Helena Embalo, informou que prosseguem "diligências adicionais, que já estão a ser promovidas pela Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações".

Militares queixam-se

Militares da Guiné-Bissau reuniram-se no Parlamento com organizadores da Conferência Nacional para a Paz e queixaram-se das péssimas condições nos quartéis, da interferência dos políticos e de discriminação étnica.

Angola perdoa dívida da Guiné-Bissau e viabiliza programação da TV pública

A decisão do governo de Angola de perdoar a dívida da Guiné Bissau, anunciada quarta-feira (20), permitirá, entre outras coisas, que o país volte a assistir televisão. Além de perdoar os débitos com o país, Angola abriu uma linha de crédito de U$ 25 milhões e ainda vai ajudar a preencher uma lacuna de U$ 12 milhões de déficit orçamentário.


O apoio angolano será decisivo para que a Televisão da Guiné-Bissau (TGB) volte a funcionar. Há três meses os estúdios estão parados por causa de uma avaria no transmissor, que é de 1988, assim como os demais equipamentos da emissora. De tão velhos, não há mais peças de reposição no mercado.


Segundo a direção da empresa, é difícil disponibilizar a programação mesmo quando o transmissor funciona. Nem os programas gratuitamente cedidos por outros países de língua portuguesa conseguem ser reproduzidos, porque o sistema guineense ainda é totalmente analógico, incompatível com as atuais produções audiovisuais.


“O governo não tem dinheiro. O país está com muitos problemas e há outras prioridades sociais”, disse o diretor Eusébio Nunes à Agência Lusa. Os angolanos decidiram também ajudar na melhoria das condições de trabalho da rádio nacional, da agência de notícias e da imprensa escrita estatal.


Com relação à linha de crédito, o ministério de Geologia, Minas e Indústria de Angola informou que pode ser usada pelo setor privado dos dois países, desde que o projeto seja destinado à Guiné-Bissau. Atualmente, um empresa angolana explora bauxita no Sul da Guiné-Bissau, mas tanto o porto quanto a linha férrea que escoam a produção carecem de melhorias.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Angola abre linha de crédito de 25 milhões de dólares para a Guiné-Bissau

Bissau,  21 Out - Angola concedeu à Guiné-Bissau um apoio orçamental de 12 milhões de dólares, uma linha de crédito de 25 milhões de dólares e o perdão da dívida guineense, anunciou quarta-feira em Bissau o ministro da Geologia, Minas e Indústria de Angola.


“A Guiné-Bissau tem um défice orçamental de 12 milhões de dólares e Angola vai cobrir esse défice o mais rapidamente possível”, afirmou Joaquim Costa David.


Relativamente à linha de crédito, o ministro angolano disse que a mesma será utilizada para apoiar iniciativas de empresários dos dois países, de guineenses ou de angolanos em parceria com guineenses, que pretendam investir na Guiné-Bissau.


Ainda no âmbito da cooperação bilateral, o ministro angolano disse que o governo de Angola vai dar um apoio mais significativo ao projecto de uma empresa angolana para a exploração mineral de bauxite, no sul da Guiné.


Segundo o ministro, o governo de Angola vai apoiar de “forma mais incisiva a empresa a realizar os seus objectivos na Guiné, para bem dos dois países, e essa ajuda vai incidir sobre a exploração do bauxite, melhoria do porto de Buba e do caminho-de-ferro”.


O sector da comunicação social foi outro dos assuntos abordados nas discussões sectoriais que decorreram entre segunda-feira e quarta-feira, com Angola a determinar dar uma ajuda imediata à Televisão da Guiné-Bissau, que não emite há mais de dois meses.


Os angolanos também vão ajudar na melhoria das condições de trabalho da rádio nacional, agência de notícias e imprensa escrita estatal.

Portugal vê nomeação de Bubo Na Tchuto com "profunda preocupação"

img_1190631257 Lisboa, 20 out (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, disse hoje que vê a nomeação do almirante Bubo Na Tchuto para chefe de Estado Maior da Armada da Guiné-Bissau com "profunda preocupação".

"Vejo essa nomeação com profunda preocupação da mesma maneira que todos os campos internacionais têm visto", disse o governante à Agência Lusa.

Gomes Cravinho falava à margem da apresentação do relatório "Do conflito e da crise à renovação: as gerações da mudança", do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), que foi hoje divulgado.

Alianças de conveniência de Malam Bacai para estabilizar a Guiné-Bissau

Bissau - Defendida por Malam Bacai Sanhá como medida de estabilidade, a reintegração de Bubo Na Tchuto como CEMA terá sido dos poucos pontos da agenda guineense em que a Primatura e a Presidência da República estiveram de acordo desde 01 de Abril. A resolução do caso Zamora Induta é o próximo foco de tensão.

Com a libertação de Bubo Na Tchuto a 01 de Abril pelos militares revoltosos de António Indjai, a pressão das chefias militares junto do Presidente Malam Bacai Sanhá e do Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior para a reintegração do ex-CEMA nas suas antigas funções era cada vez mais manifesta.


A sentença do Tribunal Militar, que ilibou Bubo das acusações de tentativa de Golpe de Estado que motivaram o seu exílio de ano e meio na Gâmbia, e a não apresentação de provas de envolvimento no narcotráfico por parte dos EUA, após a classificação

como «principal narcotraficante da região Afro-Ocidental», tornaram impossível ao poder político continuar a resistir à pressão das armas.
A verdade é que mesmo fora da estrutura militar, era Bubo quem controlava unidade de Fuzileiros, uma das mais poderosas em termos operacionais da Guiné-Bissau e com fortes ligações ao narcotráfico. Em Bissau, eram notórios os crescentes atritos entre os fiéis a Bubo e os paracomandos, fiéis ao actual CEMGFA António Indjai, com acusações de que este último não estaria a fazer tudo o que estava ao seu alcance para resolver o “problema” de Bubo.
Face a esta situação de características explosivas, Malam e Carlos Gomes Júnior, num raro acto de consonância de posições, terão acordado de forma secreta a reintegração de Bubo na Tchuto na chefia da marinha, evitando assim que os atritos entre as forças militares pudessem degenerar em movimentações alargadas que pudessem pôr em causa o poder político democraticamente eleito. Com Bubo de novo na estrutura militar, o reequilíbrio no Estado Maior terá sido de novo atingido, possibilitando as condições de estabilidade para a resolução do próximo ponto da agenda guineense: a libertação de Zamora Induta.


Detido desde as movimentações de 01 de Abril, o ex-CEMGFA Zamora Induta viu recentemente o Tribunal Militar retirar-lhe todas as acusações de que foi alvo por parte do agora homem forte dos militares, António Indjai. O Luanda Digital sabe que as autoridades guineenses tiveram tudo pronto para anunciar a libertação de Zamora da prisão de Mansoa durante a última semana. No entanto, com o aproximar da data de libertação, tornou-se evidente em Bissau que as mesmas chefias militares que tinham pressionado Malam Bacai para o regresso de Bubo, afirmavam agora não ter a certeza de conseguir garantir a segurança do ex-CEMGFA uma vez em liberdade.


Perante o despacho do Tribunal Militar e a pressão dos militares, o Presidente Malam, Chefe Supremo das Forças Armadas segundo a Constituição da Guiné-Bissau, não terá conseguido fazer cumprir as suas ordens junto do Estado Maior. Zamora continua em Mansoa, à espera do cumprimento da deliberação do Tribunal Militar, que ordena a sua libertação.

O Luanda Digital apurou que a libertação de Zamora Induta estará dependente do sucesso que as iniciativas de cooperação militar venham a ter no futuro próximo da Guiné-Bissau. O propalado envio de uma Força Internacional para a Guiné Bissau poderá ser o contributo decisivo para a reforma do sector de Segurança e Defesa das Forças Armadas, permitindo uma melhoria efectiva das condições de recrutamento, formação e renovação dos quadros nos quartéis guineenses. Mas além disso, a presença de uma força internacional na Guiné-Bissau teria o efeito imediato de «acalmar» os ânimos de uma classe militar classificada pela Comunidade Internacional como instável e pouco dada à sujeição ao poder político.


Angola tem até agora liderado o processo de cooperação. Os contactos entre Luanda e Bissau estarão já avançados e o Luanda Digital sabe que a solução futura poderá passar pelo envio independente de um contingente militar angolano para actuar na área da Reforma, ao abrigo de um acordo de cooperação bilateral. Uma solução mais fácil de aceitar para os militares guineenses, que vêem na entrada no país de uma força internacional, quer no âmbito da CPLP quer da CEDEAO, como uma ingerência inadmissível à soberania da Guiné-Bissau.


Sem surpresas, esta posição, defendida nos corredores do poder por Malam Bacai Sanhá, entra em choque com a estratégia de Carlos Gomes Júnior para a Reforma das Forças Armadas Guineenses. No decorrer do último mês o Primeiro Ministro tem multiplicado os contactos com os parceiros europeus com vista ao regresso ao país do principal parceiro de cooperação de ajuda ao desenvolvimento, a União Europeia. A reunião em Bruxelas com o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, foi bem recebida pela Comunidade Internacional, que aguarda a adopção de medidas de impacto junto das instituições guineenses, condição para o envio da ajuda dos 15 milhões de euros necessários para cobrir o buraco orçamental do Estado Guineense.


No entanto, a implementação de medidas tem vindo a esbarrar não só na classe militar, com pouca vontade de abrir mão do real poder que representa no país, e de Malam Bacai, que cada vez mais desacreditado aos olhos da União Europeia e de outros parceiros tradicionais da Guiné-Bissau, procura nos países islâmicos, como a Líbia e o Irão, os seus derradeiros apoios para se agarrar à cadeira do poder guineense.


Rodrigo Nunes

(c) PNN Portuguese News Network

Narcotráfico: Guiné-Bissau preocupada com imagem do país

O exagero da dimensão do problema do narcotráfico da Guiné-Bissau, um problema «real e pernicioso», está a danificar a imagem externa do país e a condicionar a vida política e o desenvolvimento interno por ser «uma ameaça constante».

A opinião é de Juan Esteban Verastegui, o general espanhol que até maio comandou a missão da UE para a reforma do setor de defesa e segurança no país e que, em entrevista à Lusa, admite ter «uma visão muito particular» sobre o problema da droga na Guiné-Bissau.

«A droga é perniciosa porque existe, claro, mas também porque se diz que existe. Estamos num cenário onde não se sabe bem a dimensão, exatamente quem joga e como joga, e onde se multiplicam as acusações mútuas», afirma à Lusa, em Madrid.

Diário Digital / Lusa

terça-feira, 19 de outubro de 2010

PRS exige divulgação dos relatórios sobre os assassínios de Março e Junho de 2009

Bissau - O Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau exigiu a divulgação imediata do relatório sobre os assassínios ocorridos em Março e Junho de 2009 e admite convocar uma manifestação popular. 

Num comunicado, divulgado na quinta-feira, o PRS, maior força da oposição do país, exige a "divulgação imediata do relatório sobre os assassínios políticos perpetrados em Março e Junho de 2009 na República da Guiné-Bissau, doa a quem doer, de forma a dissipar as dúvidas e banir a suspeição generalizada no seio da classe política nacional". 

"Na persistência do silêncio da parte das autoridades republicanas competentes, o PRS se reserva ao direito de convocar, nos próximos dias, uma manifestação pacífica popular em todo o território nacional com a participação de todas as forças políticas da oposição amantes da paz e democracia e os familiares das vítimas", salienta o partido, no documento. 

O PRS exorta também o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, a tomar medidas para afastar o Primeiro-ministro da chefia do Governo. 

A 01 de Março de 2009, o antigo chefe das Forças Armadas guineenses general Tagmé Na Waié foi morto na explosão de uma bomba no Estado-Maior em Bissau, e, horas depois, na madrugada de 02 de Março, o antigo Presidente "Nino" Vieira foi assassinado na sua residência na capital guineense. 

Em Junho do mesmo ano, Baciro Dabó, candidato às eleições presidenciais do país, e o deputado Hélder Proença foram mortos por alegado envolvimento numa tentativa abortada de golpe de Estado. 

O PRS lamentou ainda que a União Europeia condicione a cooperação com o país à libertação do almirante Zamora Induta, antigo chefe das Forças Armadas detido na intervenção militar de 01 de Abril, levada a cabo pelo actual chefe das forças armadas, António Indjai. 

No comunicado, o PRS lamenta a "posição assumida pelo delegado da União Europeia (em Bissau) que considera a libertação do ex-Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta, como condição básica para a manutenção da cooperação da comunidade que representa com o Estado da Guiné-Bissau, mormente nos domínios da defesa e segurança, se bem que não
se trata do primeiro caso no país". 

"Saliente-se que, como Estado soberano, a República da Guiné-Bissau coopera com outros países e organizações internacionais na base dos princípios da igualdade, respeito mútuo, reciprocidade e de não inferência nos assuntos internos", salienta o PRS no documento.  

Na altura da intervenção militar, Zamora Induta foi acusado de abuso de poder pelo então vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, major-general António Indjai. 

Na sequência dos acontecimentos de Abril, a União Europeia e os Estados Unidos decidiram suspender os apoios à reforma do sector de defesa e segurança.

A União Europeia condicionou ainda o apoio a outros sectores à libertação do almirante.

Estados precisam de provas de crime de narcotráfico

Sebastião Isata, Represente da União Africana (UA)l

                             Sebastião Isata, Represente da União Africana (UA)

Bissau - O representante da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Sebastião Isata, considerou hoje(terça-feira) que crimes como o narcotráfico

não prescrevem, mas que os Estados precisam de provas para tomarem decisões.

Sebastião Isata se referia, em entrevista à Agência Lusa, à nomeação do contra-almirante Bubo Na Tchuto para chefe do Estado Maior da Armada na Guiné-Bissau. 

O departamento Federal do Tesouro dos Estados Unidos anunciou em Abril, no âmbito da lei Kingpin, ter congelado os bens do contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado Maior da Armada, por alegado envolvimento no tráfico de droga. 

Bubo Na Tchuto negou qualquer ligação com o tráfico de droga e afirmou não possuir bens ou contas bancárias nos Estados Unidos. 

"É evidente que o narcotráfico, tal como o terrorismo, a escravatura, o genocídio são crimes contra a humanidade, são crimes contra o direito internacional", salientou o representante da União Africana. 

Sebastião Isata sublinhou que aqueles crimes "não prescrevem, são crimes em relação aos quais qualquer país tem capacidade de adjudicá-los, mas para que de facto tal aconteça deve haver evidência provatória". 

"Não basta acusar, é preciso substanciar essas acusações com alguma evidência provatória e no encontro que nós tivemos com o Presidente da República e com o Primeiro-ministro eles foram claros em afirmar que estavam dispostos a entregar à justiça aqueles indivíduos que de facto fossem acusados com evidência provatória", disse. 

Segundo o representante da UA, "desde que a comunidade internacional reúna as evidências necessárias eles agirão em conformidade com os preceitos legais". 

"Mas também, em direito, se parte do princípio da presunção da inocência. Todo o indivíduo é presumido inocente até ser considerado culpado por um tribunal competente", disse.  

"Mas para que de facto isso aconteça deve ser reunida a evidência provatória necessária", reiterou. 

Os Estados Unidos, através de um porta-voz do Departamento de Estado, condenaram a nomeação do almirante Bubo Na Tchuto para a chefia do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau e consideraram ser um "passo atrás" para o povo guineense. 

Também a Alta Representante da União Europeia para os Negócios estrangeiros e a Política de Segurança, Catherine Ashton, "lamentou profundamente" a nomeação de Bubo Na Tchuto. 

"Esta decisão constitui mais um revés para a boa governação na Guiné-Bissau, revela uma militarização da política no país e poderá acarretar consequências negativas para a relação do país com a União Europeia", referiu Ashton.

A UE reiterou a "incompatibilidade do anticonstitucional comportamento ou envolvimento em tráficos ilícitos com essas posições de responsabilidade".

UA encoraja comissão de verdade e reconciliação

Dakar  - A criação de uma comissão de verdade e reconciliação na Guine-Bissau é uma das medidas a considerar no quadro da busca de soluções para estabilizar o país, indicou hoje (segunda-feira) o representante especial da União Africana (UA), Sebastião Isata, numa entrevista à PANA.

De acordo com o emissário da UA, a ideia já foi abordada com os diferentes actores locais e internacionais empenhados nos esforços de reconciliação nacional, cabendo agora às autoridades políticas tomar a decisão final.

Sebastião Isata precisou que este foi um dos pontos debatidos nos seus vários encontros mantidos com as autoridades políticas, judiciais e religiosas do país e com os membros do corpo diplomático acreditado em Bissau que, na sua maioria, "acolhem a ideia com muito agrado".

Uma tal comissão serviria de complemento moral a outras medidas de carácter legal tendentes a pôr fim à impunidade no país, sublinhou o diplomata angolano que se encontra ao serviço da UA desde meados deste ano.

Indicou que a União Africana considera que, a ser criada, uma comissão dessa natureza deverá ser liderada por uma personalidade guineense "de alto e reconhecido pestígio internacional".

A este propósito citou o actual bispo de Bissau, D. José Câmenate Na Bissign, como uma das figuras com o perfil ideal para o efeito e que de resto, explicou, também apoia pessoalmente a proposta da criação de tal comissão.

Para reforçar mais ainda o espírito e o ambiente de reconciliação nacional, disse, a UA aconselha prudência, no plano legal, sobretudo na gestão de alguns dossiês complexos que envolvem acusações várias contra algumas personalidades políticas e militares do país.

Isata defendeu que, em todas essas situações, incluindo o caso das acusações de tráfico de droga que impendem sobre as principais figuras da hierarquia militar do país, "deve prevalecer o princípio da presunção de inocência".

Segundo o representante especial da UA, a importância da preservação desse princípio encontra a sua justificação na constatação de que o nível de desenvolvimento de uma democracia " se avalia pela forma como ela administra a justiça criminal".

"Não basta acusar, e a própria acusação tem de ter evidência probatória", rematou lamentando, porém, que a "instrumentalização da elite castrense por alguns sectores políticos" está na base dos ciclos de instabilidade que o país vive nas últimas décadas.

A este factor, lembrou, se aliam outros como a própria fragilidade das instituições do Estado e a pobreza extrema que afecta a população nacional.

Porém, desdramatizou, são situações que podem ser ultrapassadas se houver fé e confiança "em nós mesmos" uma vez que "não há nenhuma vergonha num indivíduo ser considerado pobre".

Parafraseando alguns sábios da antiguidade clássica, Sebastião Isata sustentou que o que é vergonhoso é, antes pelo contrário, a incapacidade dos indivíduos para "superar a pobreza através da inteligência".

Acusações dos EUA contra Bubo Na Tchuto nunca forma formalizadas -- PM

Bissau, 18 out (Lusa) -- O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje à Lusa que o país respeita os parceiros de desenvolvimento, mas que as acusações dos EUA, envolvendo o almirante Bubo Na Tchuto no narcotráfico, nunca foram formalizadas.

"Há acusações que foram feitas contra o contra-almirante Bubo Na Tchuto. Essas acusações não foram formalizadas. Foram veiculadas pela Internet", afirmou à agência Lusa o primeiro-ministro guineense.

"Dentro do devido respeito que temos pelos nossos parceiros, também esses parceiros têm de ter respeito por esse Estado. Somos membros das Nações Unidas. Um Estado não é notificado pela Internet", salientou Carlos Gomes Júnior.

EUA ainda não apresentaram provas contra Bubo Na Tchuto - advogado

Bissau, 18 out (Lusa) -- O advogado do contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, disse hoje que os Estados Unidos ainda não apresentaram provas sobre o alegado envolvimento daquele militar no narcotráfico.

Bissau, 18 out (Lusa) -- O advogado do contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, disse hoje que os Estados Unidos ainda não apresentaram provas sobre o alegado envolvimento daquele militar no narcotráfico.

"Os Estados Unidos levantaram esta questão em Abril último e até à data presente ainda não foram apresentadas quaisquer provas", afirmou à Agência Lusa o advogado João Vieira Có.

"Estou a dizer provas válidas em juízo, portanto judicialmente. De modo que eu considero certas declarações proferidas na altura por certos responsáveis" como fazendo parte de uma "certa campanha", disse.

CPLP preocupada com nomeação de Na Tchuto

O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, considerou hoje «preocupante» a nomeação do contra-almirante Bubo Na Tchuto para chefe do estado maior da Armada da Guiné-Bissau, admitindo que se lhe coubesse esta decisão não a tomaria.

«Num momento em que gostaríamos de continuar a mobilizar o apoio, a atenção, o acompanhamento da comunidade internacional, realmente essa nomeação não pode deixar de ser preocupante», disse Domingos Simões Pereira.

O contra-almirante Bubo Na Tchuto foi nomeado chefe de Estado Maior da Armada a 13 de outubro, cargo que já tinha ocupado anteriormente, até agosto de 2008, quando foi acusado de tentativa de golpe de estado, tendo fugido para a Gâmbia, onde esteve exilado cerca de dois anos.

Diário Digital / Lusa

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Jovens lideram desenvolvimento comunitário

Bissau - Jovens com idades compreendidas entre os 12 e 18 anos estão a liderar o desenvolvimento comunitário nas regiões de Batatá e Gabú, no leste da Guiné.

Integrados num projecto da Plan Guiné-Bissau, sensibilizam os pais para a aplicação das regras de saneamento básico, promovem os direitos e deveres das crianças e controlam as consultas pré-natais das mulheres grávidas.

Segundo, Alaje Iaiá Embalo, coordenador dos programas da Plan nas regiões de Bafatá e Gabú esta iniciativa copiada de Honduras, já está a provocar mudanças de comportamentos nas comunidades.

Este projecto foi lançado em 2006 nas regiões de intervenção da plan, Bafatá e Gabú, cobrindo actualmente 70 comunidades.

A tabanca de Gã-Tauda, da região de Bafata é uma dessas comunidades. 30 jovens, entre eles 15 raparigas, formados pela Plan, limpam as tabancas com os seus pais e outros moradores, reduzindo os casos de paludismo.

Os jovens sensibilizam as mulheres grávidas para fazerem as consultas pré-natais e controlam a assiduidade nas escolas de crianças em idades pré-escolares.

Segundo Alaje Iaiá Embalo, esta iniciativa já esta a dar os seus frutos. "O projecto já regista muitas inovações. Os efeitos são já sentidos nas comunidades na mudança de comportamentos das crianças e dos próprios adultos."

Os maiores efeitos se registam nos domínios de saneamento básico e do respeito aos direitos das crianças, confirmou Iaiá Embalo, em declarações à BBC.

O casamento forçado foi praticamente abolido em Gã-Tauda, devido à força da promoção dos direitos das crianças.

"Os meus pais permitiram-me frequentar a escola tal como aos meus irmãos. Aqui todos os pais deixam as suas filhas estudar" disse Ibana Sanhá de 16 anos, em declrações à BBC.

Os níveis de confiança nas crianças e a capacidade de resolução de problemas surpreenderam os adultos. Contrariamente aos tempos idos, os pais é que passaram a orientar-se com as recomendações dos filhos.

Respondendo como é que os adultos vêem esta mudança, Mamandin Sanhá disse tratar-se de um desenvolvimento.

"Os tempos são outros. Os nossos pais não nos permitiram estudar alegando podíamos passar a consumir bebidas alcoólicas . A minha filha já é crescida mas não a dou em casamento, mandei-a estudar, é o que todos os pais fazem agora", disse Mamandin Sanhá, pai da Ibana Sanhá, falando à BBC.

O projecto que está a revolucionar as comunidades de Bafatá e Gabú deve alargar a sua cobertura de 70 para 110 comunidades.

Mesmo assim as comunidades beneficiárias são ainda insignificantes perante as necessidades nesta matéria, em toda a Guiné - Bissau que conta com nove regiões.

Aruna Mané, coordenador de programas da Plan reconhece a necessidade do projecto chegar às outras partes da Guiné mas lamenta as limitações da instituição.

"Estamos abertos, se realmente houver financiadores interessados neste projecto, em dar formação a outras organizações para que possam implementá-los nas suas áreas de intervenção", garante Aruna Mane em entrevista à BBC.

A Plan é uma organização humanitária internacional criada pelo jornalista britânico Jonh Langdon-Davies em 1937. A organização intervém em 66 países, nas áreas de protecção da criança, saúde e educação, entre outras.

Delegação governamental Angolana trabalha na Guiné Bissau

Ministro da Geologia e Minas e da Indústria, Joaquim Duarte da Costa David

Ministro da Geologia e Minas e da Indústria, Joaquim Duarte da Costa David

Luanda – Uma delegação ministerial e multisectorial angolana, encabeçada pelo ministro de Geologia e Minas e da Indústria, Joaquim Duarte da Costa David, encontra-se desde a manhã de hoje, segunda-feira, na Guiné Bissau, no âmbito do reforço das relações de cooperação entre os dois países.

A permanecer naquele país até a próxima quarta-feira, dia 20, a delegação integra o secretário de Estado para as Relações Exteriores, George Rebelo Chicoty, o ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Afonso Pedro Canga, o secretário de Estado do Tesouro,  Manuel Neto Costa, e o vice-ministro da Comunicação Social, Manuel Miguel de Carvalho “Wadijimbi”.

O programa da visita, segundo uma fonte oficial a que a Angop teve acesso,  reserva para hoje uma audiência com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, encontros bilaterais nos ministérios da Economia, do Plano, e da Integração Regional. Segundo indicação oficial, estão igualmente programados encontros sectoriais.

Antes do regresso ao país, na próxima quarta-feira, está previsto um encontro de balanço da visita, seguido de nova reunião com o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

O ministro da Geologia e Minas e da Indústria, Joaquim Duarte da Costa David, na qualidade de chefe da delegação, e o secretário de Estado para as Relações Exteriores, George Rebelo Chicoty, têm prevista uma audiência com o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

Governo vacina mais de 92 mil pessoas contra gripe A

Bissau – O Governo da Guiné-Bissau anunciou, a vacinação de 92 191 mil pessoas, entre as quais mulheres grávidas e crianças, contra a gripe A.

É a primeira vez que se realiza a vacinação contra a gripe A. A iniciativa, que vai durar quatro dias, tem como objectivo, prevenir famílias vulneráveis, assim como fazê-las aderir este tipo de acção de prevenção. A campanha tem como grupo alvo as crianças entre os seis meses de idade aos 5 anos, grávidas e pessoal da área da saúde.
Falando na cerimónia de lançamento oficial da iniciativa, o ministro da Saúde Pública, Camilo Simões Pereira, disse que o progresso de um povo se mede pela sua capacidade de prevenir situações susceptíveis de atentar negativamente a qualidade de vida dos cidadãos.


Foi uma ocasião para o responsável máximo da pasta da Saúde apelar àcolaboração da população para o sucesso desta campanha. Já o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país, Alangar Ioko Wide, garantiu que esta organização vai continuar a dar o seu apoio ao Governo da Guiné-Bissau no combate às endemias.

Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

domingo, 17 de outubro de 2010

PAIGC em pé de guerra com Malam em silêncio

Grupo de históricos do PAIGC acusa o presidente do partido Carlos Gomes Júnior de implementar o divisionismo, afastando-se do legado político de Amílcar Cabral.

Depois de um período de relativa acalmia, as hostes políticas na Guiné-Bissau voltam e entrar em ebulição com o Primeiro-Ministro no centro dos ataques. As críticas a Cadogo, que não são novas, oriundas de um núcleo de personalidades próximas da Presidência demonstram que os resultados do Congresso de Gabú, quando Carlos Gomes Júnior ganhou a Malam Bacai a liderança do PAIGC, ainda estão por digerir.


O grupo, liderado por Roberto Ferreira Cacheu, Daniel Gomes, Marciano Silva Barbeiro e Manecas Santos, criticou em carta aberta dirigida a Carlos Gomes Júnior, presidente do PAIGC, a “incapacidade da actual cúpula directiva do Partido para garantir a unidade e a coesão interna”. O também Primeiro Ministro da Guiné-Bissau é ainda acusado de ter “enveredado pela via da violência, dos assassinatos políticos e espancamentos de figuras pública” e “instituir a eliminação física dos adversários como método de governação”, estratégia que colocou o PAIGC num “estado de terror interno”.


Na carta aberta, o grupo anuncia a intenção de convocar uma reunião extraordinária do bureau político do PAIGC para analisar a situação política da Guiné-Bissau e obter “explicações do presidente do partido sobre a governação e os crimes não esclarecidos e cometidos em 2009”.
O grupo contestatário a Carlos Gomes Júnior relaciona ainda os assassinatos de 2009, que vitimaram Hélder Proença e Baciro Dabó, com uma tentativa de Carlos Gomes Júnior de“decapitar e destruir a campanha eleitoral [presidenciais de 2009] do Camarada Malam Bacai Sanhá”.


Apesar da referência ao Presidente da República Malam Bacai Sanhá, principal opositor interno de Carlos Gomes Júnior no panorama político guineense, o grupo rejeita que esta carta aberta se trate de um “ajuste de contas dentro do partido, mas sim um diagnóstico das graves situações e atropelos da actual situação no PAIGC”.


Desde a publicação no blog Ditadura do Consenso de uma carta alegadamente escrita pelo Procurador Geral da República e dirigida ao Presidente Malam Bacai Sanhá, na qual Carlos Gomes Júnior era apontado como o mandante dos assassinatos de 2009, que a tensão política em Bissau se tem vindo a agudizar. Roberto Cacheu e Daniel Gomes, que agora lideram a contestação no PAIGC, têm também conduzido o grupo de familiares das vítimas dos assassinatos de 2009, exigindo a publicação dos processos de investigação actualmente no Ministério Público. O Procurador Amine Saad, tem-se remetido ao silêncio sobre este caso, estando actualmente nas Canárias numa viagem particular.

Durante a última semana, o grupo de familiares das vítimas liderado por Cacheu e Gomes manteve encontros com outros elementos da ala do PAIGC adversária de Carlos Gomes Júnior, bem como com elementos do PRS e do PRID. Dessas reuniões, realizadas sob sigilo máximo no Hotel Malaika, propriedade de Braima Camará, deputado do PAIGC e considerado o Delfim do Presidente Malam Bacai, terão saído as orientações para a actual estratégia de ataque a Carlos Gomes Júnior, de colagem da imagem do Primeiro Ministro às mortes de 2009.
Os ataques reflectem aquilo que há muito é voz corrente em Bissau. Desde a vitória sobre Malam Bacai Sanhá no Congresso de Gabú em 2008 que Carlos Gomes Júnior mantém o controlo do aparelho partidário e recolhe o apoio dos guineenses, como foi patente nas movimentações de 01 de Abril quando a população de Bissau saiu para a rua a protestar contra a detenção do Primeiro Ministro pelos militares revoltosos. Para os estrategas adversários de Carlos Gomes Júnior, o ajuste de contas interno terá de ser feito sob uma capa de legalidade, usando o argumento judicial para obtenção de ganhos políticos máximos, sem comprometer os resultados do partido nos próximos actos eleitorais, quer legislativos, quer presidenciais.


Malam Bacai, defensor confesso do modelo governativo de carácter presidencial e que há alguns meses chegou mesmo a afirmar aos órgãos de comunicação social “os sinais de envolvimento de políticos guineenses nas mortes de 2009”, tem mantido um silêncio “ensurdecedor” face à tensão no PAIGC e a um processo político que lhe permitirá, caso seja bem sucedido, reequilibrar a balança de poder guineense do pós Congresso de Gabú.

Rodrigo Nunes

(c) PNN Portuguese News Network

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Contra-almirante Tchuto nega envolvimento tráfico droga

O novo chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, contra-almirante Bubo Na Tchuto, reafirmou hoje que não há provas contra ele de envolvimento no tráfico de droga e que o que se diz não corresponde à verdade.

«Ninguém tem provas e não corresponde à verdade», afirmou Bubo Na Tchuto, no final da cerimónia de posse das novas chefias militares guineenses quando questionado pelos jornalistas sobre o que ia fazer para provar a sua inocência, como pediu hoje o Presidente da Republica.

«Penso que durante estes dias, depois da tua nomeação, tens estado a acompanhar o que se diz de ti. Aquilo que as pessoas falam, sobretudo a comunidade internacional«, disse o Presidente, na tomada de posse de Bubo Na Tchuto.

Diário Digital / Lusa

EUA enviam para a Guiné-Bissau conselheiro do Gabinete Internacional do Narcotráfico do Departamento de Estado

Bissau, 13 out (Lusa) -- Os Estados Unidos vão enviar em janeiro do próximo ano um conselheiro do Gabinete Internacional do Narcotráfico e Aplicação de Leis do Departamento de Estado (INL) norte-americano para a Guiné-Bissau, refere um comunicado hoje divulgado.

Segundo o documento, emitido pela embaixada dos Estados Unidos em Dacar, Senegal, o envio do conselheiro exprime o empenho norte-americano em "apoiar a concretizacão do Estado de Direito na Guiné-Bissau".

"O conselheiro terá a responsabilidade de coordenar o programa do INL de apoio ao setor da justiça (...) e não estará envolvido em nenhuma investigação criminal ou processo judicial", sublinha o documento.

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Presidente da República da Guiné-Bissau pede a Bubo Na Tchuto para provar a sua inocência

Bissau, 13 out (Lusa) -- O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, pediu hoje ao novo chefe do Estado-Maior da Armada guineense, almirante Bubo Na Tchuto, para dar provas de que aquilo que dizem dele não é verdade.

Malam Bacai Sanhá falava na cerimónia da tomada de posse das novas chefias militares guineenses nomeadas na semana passada.

No discurso, proferido em crioulo, o Presidente guineense fez questão de dedicar umas palavras ao almirante Bubo Na Tchuto, acusado pelos Estados Unidos de envolvimento no narcotráfico.

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Euro Atlantic Air Ways com voos a ligar Bissau e Lisboa

Bissau – A companhia aérea Euro Atlantic Air Ways, vai realizar a partir do próximo dia 27 de Novembro os primeiros voos entre Bissau e Lisboa.

euroatlantic

A notícia foi avançada, em exclusivo à PNN por Eduardo Nascimento, director de marketing internacional desta companhia em Bissau. De acordo com o responsável, até esta data, a única dificuldade que pode estrangular o processo prende-se com as formalidades legais por parte das autoridades nacionais guineenses.


«Entre a última semana de Novembro e a primeira semana de Dezembro deste ano terão início as operações de voos entre dois países», garantiu Eduardo Nascimento. Neste sentido, o responsável afirmou que, neste momento, estão reunidas todas as condições para o início das actividades, o que foi demonstrado pela vontade da sua equipa de trabalho de alguns anos a esta data.
Ainda de acordo com este responsável, trata-se de um

projecto que se encarrega da gestão da STP Air Ways em São Tomé e Príncipe, e que foi alargado para a criação de uma companhia aérea para a Guiné-Bissau.


O Boeing 757/200, com 219 lugares (incluindo cargas) prevê igualmente as ligações entre a Guiné-Bissau e as ilhas de São Tomé e Príncipe, revelou ainda Eduardo Nascimento. O director de marketing internacional informou, por outro lado, que o objectivo da ligação aérea entre Bissau e Lisboa, se enquadra numa estratégia de colmatar lacunas no domínio do transporte aéreo na Guiné-Bissau, assim como em vários países da África.


Em relação à situação de instabilidade na Guiné-Bissau, Eduardo Nascimento disse que existem perturbações sociais em toda parte do mundo. «Instabilidade não vejo, existem perturbações em toda parte do mundo», frisou Eduardo Nascimento. O responsável adiantou que actualmente a sua companhia está a operar em várias partes do mundo, nomeadamente em Bangladesh, e Miami e dispõe de um avião junto da TAP Air Portugal.


Refira-se que Eduardo Nascimento exerceu o cargo de director da TAP Air Portugal durante 30 anos para a Guiné-Bissau, Cabo-Verde, Angola, Senegal e Costa de Marfim.

Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PR explica nomeação de contra almirante Bubo Na Tchuto (será que tem ?) com necessidade de estabilidade interna

O Presidente da República guineense, Malam Bacai Sanhá, explicou hoje que a nomeação do contra-almirante Bubo Na Tchuto para a chefia do Estado-Maior da Armada tem como objetivo criar um clima de paz e estabilidade interna.

2010-09-20 114023_e359ccb1-137b-49f4-93b8-84e3da8b10fd$$EAC3638D-92E2-48EB-B88F-01A1F13BBA92$$847A5899-43D5-4FAD-87A3-93A1E7561CDE$$img_ClassifiedDetail$$pt$$1 "Esse decreto explica isso, é uma tentativa do poder legítimo da Guiné-Bissau, do Governo e da Presidência da República, de criar um clima de estabilidade, um clima propício para a implementação da reforma do setor de defesa e segurança", afirmou Malam Bacai Sanhá aos jornalistas, antes de partir para a Líbia para participar na cimeira afro-árabe.

Questionado sobre um eventual recuo da comunidade internacional em relação ao apoio à Guiné-Bissau na sequência desta nomeação, Malam Bacai Sanhá disse pensar que isso não irá acontecer.

Fonte: Lusa

Estão a ser criadas condições de segurança para Zamora Induta ir para casa - fonte militar

Bissau, 12 out (Lusa) -- O almirante Zamora Induta, detido após a intervenção militar de 01 de abril na Guiné-Bissau, continua preso por ainda não estarem reunidas as condições de segurança para a sua libertação, disse hoje à Agência Lusa fonte militar.

"Estão a ser criadas as condições de segurança", afirmou a fonte.

O advogado de Zamora Induta confirmou também à Agência Lusa que o almirante continua detido por ainda não estarem reunidas as "condições de segurança".

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

UA apela aos Bissau-Guineenses para reconciliação

Dakar, Senegal - O representante especial da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, Sebastião Isata, apelou segunda-feira aos Bissau-Guineenses para se reconciliarem.


O diplomata angolano ao serviço da UA lançou este apelo durante um encontro mantido segunda-feira de manhã em Bissau com o bispo católico desta cidade, Kamnate Nabisin, no quadro dos esforços tendentes à reconciliação do povo guineense.


Numa entrevista, por telefone, Sebastião Isata disse que o encontro versou sobre o papel que a Igreja Católica pode desempenhar na moralização da sociedade e na pacificação dos espíritos.
Nessa ocasião, o diplomata angolano recordou o ensinamento do Santo Tomás de Aquino que, na sua suma teologia, dizia: "lá onde o pecado abunda, o perdão superabunda".


Contudo, acrescentou o representante especial da UA na Guiné- Bissau, "para que tal aconteça, é necessário que cada Guineense se reconcilie consigo mesmo".


Isata disse igualmente que a "verdadeira reconciliação passa pelo arrependimento, pela redenção e por um diálogo sinceiro, positivo e construtivo a nível de todos estratos da sociedade guineense".


No quadro do mesmo espírito, o representante especial da União Africana (UA) avistou-se, no mesmo dia, à tarde, com a presidente do Tribunal Supremo da Guiné-Bissau, Maria do Céu Monteiro.


Durante o encontro, afirmou Isata, foi realçado o papel do Tribunal Supremo enquanto guardião da legalidade democrática na consolidação do Estado de Direito e da normalidade constitucional na Guiné-Bissau.


É de notar que é o segundo encontro mantido pelo representante especial da UA na Guiné-Bissau com a presidente do Tribunal Supremo do mesmo país desde a sua chegada a bissau a 3 de Outubro último.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Zamora Induta permanece em Mansoa

Bissau – Apesar de anunciada a libertação do ex CEMGFA guineense, Zamora Induta ainda permanece em Mansoa, local para onde foi transferido há mais de seis meses após o seu «sequestro», como qualificou o advogado Floriberto Carvalho.

Segundo o advogado do almirante Zamora Induta, Floriberto Carvalho, teve acesso a um despacho do Tribunal Militar, datado de 04 Outubro, que informa que não existem razões para manter a medida de coação de prisão preventiva de Zamora Induta e que esta deve ser substituída por uma «menos gravosa». O Tribunal Militar sugere que Zamora Induta permaneça na sua residência no Alto Bandim, e qualquer deslocação deverá ser sujeita a uma autorização prévia.


Floriberto Carvalho garante que «não existe qualquer processo disciplinar contra Zamora, assim a sua detenção foi ilegal» e só pode ser interpretada como um «sequestro, justificado pelos militares como uma medida para garantir a segurança do ex CEMG devido «à situação delicada e complexa do país», um argumento que Floriberto Carvalho considera absurdo. «Se assim fosse, por motivos de segurança, todos os guineense deveriam estar na prisão», ironiza.
O mesmo advogado explicou que Zamora Induta não pode regressar imediatamente à sua residência no Alto Bandim, Bissau, dado que esta não está em condições por ter sido saqueada logo após a revolta militar de 01 de Abril.

(c) PNN Portuguese News Network

Guiné-Bissau, Moçambique e Angola integram lista onde a fome é alarmante

mocambique Guiné-Bissau, Moçambique e Angola constam numa lista de 25 países onde o aumento do índice de fome é "alarmante". O anúncio foi feito pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI) que, esta terça-feira, publicou o Índice da Fome no Mundo 2010.

De acordo com o Índice da Fome no Mundo 2010, a fome atinge mil milhões de pessoas e assumiu proporções alarmantes em perto de trinta países devido à pobreza, aos conflitos e à instabilidade.

Dos cento e vinte e dois países estudados, em quatro (República Democrática do Congo, Burundi, Chade e Eritreia) os níveis de fome são "extremamente alarmante". Aliás, segundo o relatório, a RDC é o estado que sofreu maior deterioração do índice.

Segue-se a fasquia do nível "alarmante" e, aqui, colocam-se 25 estados, por ordem crescente de gravidade: Nepal, Tanzânia, Camboja, Sudão, Zimbábue, Burkina Faso, Togo, Guiné-Bissau, Ruanda, Djibuti, Moçambique, Índia, Bangladesh, Libéria, Zâmbia, Timor-Leste, Níger,Angola, Iémen, República Centro-Africana, Madagáscar, Ilhas Comores, Haiti, Serra Leoa e Etiópia.

O índice da fome no mundo é calculado através de três indicadores: a proporção de população subnutrida, o baixo peso infantil e a taxa de mortalidade infantil.

Sobre o assunto, Domingos Veloso, o diretor nacional da Agricultura, Pecuária e Florestas do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de Angola, que não concorda com a atribuição do rótulo "alarmante" a Angola e acrescenta que no país a fome tem tido uma evolução positiva.

Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe autorizados a votarem

Nova Iorque - A Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe vão poder votar hoje, terça-feira,  para eleger membros não - permanentes do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com outros quatro estados-membros com dívidas às Nações Unidas, anunciou a organização. 

O director da divisão do Secretariado da ONU para os assuntos da Assembleia-geral, Ion Botnaru, sublinhou em conferência de imprensa que todos os 192 países membros vão poder votar, depois de uma autorização especial concedida pela organização.

“Tudo está preparado, a nossa única preocupação é que possamos começar a votação à hora certa. A decisão de autorizar todos os 192 estados membros a votar é encorajadora", afirmou hoje o responsável do Secretariado da ONU em conferência de imprensa para apresentação da votação.

Os outros membros com dívidas autorizados a votar são a República Centro Africana, Comoros, Libéria e Somália. 
Portugal disputa com o Canadá e a Alemanha os dois lugares não-permanentes no Conselho de Segurança disponíveis no grupo regional "Europa Ocidental e Outros", no biénio 2011-12.

Os outros três lugares a serem sujeitos a votação não enfrentam concorrência uma vez que o número de candidatos é igual ao número de vagas, casos da Índia e África do Sul, no grupo "Ásia e África" e da Colômbia, no grupo "América Latina e Caraíbas".

No grupo Ásia e África existe um acordo informal de que cada continente selecciona um membro para ocupar cada um dos dois lugares.