terça-feira, 19 de outubro de 2010

PRS exige divulgação dos relatórios sobre os assassínios de Março e Junho de 2009

Bissau - O Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau exigiu a divulgação imediata do relatório sobre os assassínios ocorridos em Março e Junho de 2009 e admite convocar uma manifestação popular. 

Num comunicado, divulgado na quinta-feira, o PRS, maior força da oposição do país, exige a "divulgação imediata do relatório sobre os assassínios políticos perpetrados em Março e Junho de 2009 na República da Guiné-Bissau, doa a quem doer, de forma a dissipar as dúvidas e banir a suspeição generalizada no seio da classe política nacional". 

"Na persistência do silêncio da parte das autoridades republicanas competentes, o PRS se reserva ao direito de convocar, nos próximos dias, uma manifestação pacífica popular em todo o território nacional com a participação de todas as forças políticas da oposição amantes da paz e democracia e os familiares das vítimas", salienta o partido, no documento. 

O PRS exorta também o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, a tomar medidas para afastar o Primeiro-ministro da chefia do Governo. 

A 01 de Março de 2009, o antigo chefe das Forças Armadas guineenses general Tagmé Na Waié foi morto na explosão de uma bomba no Estado-Maior em Bissau, e, horas depois, na madrugada de 02 de Março, o antigo Presidente "Nino" Vieira foi assassinado na sua residência na capital guineense. 

Em Junho do mesmo ano, Baciro Dabó, candidato às eleições presidenciais do país, e o deputado Hélder Proença foram mortos por alegado envolvimento numa tentativa abortada de golpe de Estado. 

O PRS lamentou ainda que a União Europeia condicione a cooperação com o país à libertação do almirante Zamora Induta, antigo chefe das Forças Armadas detido na intervenção militar de 01 de Abril, levada a cabo pelo actual chefe das forças armadas, António Indjai. 

No comunicado, o PRS lamenta a "posição assumida pelo delegado da União Europeia (em Bissau) que considera a libertação do ex-Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta, como condição básica para a manutenção da cooperação da comunidade que representa com o Estado da Guiné-Bissau, mormente nos domínios da defesa e segurança, se bem que não
se trata do primeiro caso no país". 

"Saliente-se que, como Estado soberano, a República da Guiné-Bissau coopera com outros países e organizações internacionais na base dos princípios da igualdade, respeito mútuo, reciprocidade e de não inferência nos assuntos internos", salienta o PRS no documento.  

Na altura da intervenção militar, Zamora Induta foi acusado de abuso de poder pelo então vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, major-general António Indjai. 

Na sequência dos acontecimentos de Abril, a União Europeia e os Estados Unidos decidiram suspender os apoios à reforma do sector de defesa e segurança.

A União Europeia condicionou ainda o apoio a outros sectores à libertação do almirante.

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