sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Guiné-Bissau caminha para o perdão da dívida

Bissau - A Guiné-Bissau poderá chegar ao ponto de conclusão da Iniciativa HIPC até o final do ano, de acordo com o optimismo mostrado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Já o ministro das Finanças, José Mário Vaz, depois de revelar as proezas económicas atingidas até agora, disse que a situação actual é difícil e é necessário tomarem-se medidas. Apesar de o ano ter começado com grandes ganhos financeiros, no domínio das receitas, o titular da pasta das Finanças afirma que o dinheiro foi aplicado na resolução de problemas nas áreas da Educação, Saúde e em missões de serviço que subiram escandalosamente, assim como na contestada subida do subsídio de representação atribuído aos titulares de órgãos públicos.


José Mário Vaz afirma que a situação o deixou «triste», porque as receitas deviam ser alocadas em investimentos públicos ao nível das infra-estruturas e agricultura, tendo em conta que os apoios orçamentais dos principais parceiros internacionais, nomeadamente o Banco Mundial, Brasil, Portugal, Franca e União Europeia (este último que mais apoios concede ao Governo), calculado em mais de 10 mil milhões de francos Cf, ainda não foram desbloqueados, ou sequer cedidos.


O ministro das Finanças destaca a importância que a União Europeia representa para o país, defendendo que as autoridades políticas devem encontrar uma solução urgente para que o país não se depare com dificuldades financeiras no próximo ano. Como gerir as finanças públicas nos meses que restam até ao final do ano e o que será o orçamento do ano 2011, são as grandes questões colocadas pelo ministro das Finanças.


No capítulo do perdão da dívida externa, grande objectivo de Bissau, o ministro das Finanças, afirmou que foi dado um passo gigante. Segundo Mário Vaz, as autoridades guineenses já cumpriram todos os critérios traçados no programa, assim como todas as metas quantitativas e medidas estruturais para que o país possa ver a sua dívida perdoada.


O chefe da missão do FMI que teve início dia 16 de Setembro, Paulo Drummond, adiantou que o desempenho «satisfatório» no âmbito do programa e progressos inseridos na iniciativa HIPC ajudarão a assentar as bases para que a Guiné-Bissau atinja o ponto de conclusão no final do ano. Paulo Drummond considera que o alívio da dívida no âmbito da iniciativa HIPC e da iniciativa de Alívio Multilateral, em combinação com o alívio da dívida adicional dos credores bilaterais, atenuarão o peso do endividamento e ajudarão a restaurar a sustentabilidade externa e fiscal do país.

Lassana Cassamá

(c) PNN Portuguese News Network

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