A causa principal de constantes greves nas escolas públicas na Guiné-Bissau está ligada ao "desinteresse" do Governo, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Luís Nancassa.
Nancassa fazia referência à segunda onda de greve de três dias decretada pelo SINAPROF e pelo Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF), que paralisa desde terça-feira última todos os estabelecimentos públicos do ensino da Guiné-Bissau.
"Estas paralisações têm a ver com o desinteresse dos governantes para com a classe docente. Os seus filhos estudam em melhores escolas no estrangeiro. Querem, como aconteceu no passado com os nossos pais, que os filhos deles venham mandar nos nossos filhos", acusou Nancassa, ex-candidato derrotado à Presidência da República em 2009.
O sindicalista adiantou que a greve prosseguirá enquanto o Governo "não tiver a real vontade" de se sentar à mesma mesa com os sindicatos com vista a uma negociação séria.
De acordo com Nancassa, o encontro entre sindicatos e a comissão negocial governamental, na semana passada após a primeira paralisação, foi um simples "divertimento" pois, a referida comissão foi composta por simples técnicos "sem nenhum poder de decisão".
Entretanto, segundo a nota de pré-aviso de greve, os dois sindicatos de professores reclamam, entre outros, pelo pagamento de seis meses de salário em atraso dos novos docentes, de três meses aos professores contratados e de três meses aos docentes no sistema educativo.
Reclamam igualmente pela aplicação do diploma relativo à carreira docente no ano letivo em curso, bem como a implementação do diploma que regulamenta a gestão dos fundos provenientes das matrículas, das propinas e de outros fundos escolares.
A PANA soube de fonte sindical que a greve em curso será abordada quarta-feira durante uma reunião do conselho de concertação social, um órgão que reúne representantes do Governo e dos parceiros sociais.
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