Bissau - Os anúncios da nomeação de Bubo Na Tchuto como Chefe de Estado Maior da Armada e da libertação de Zamora Induta, detido desde 01 de Abril em Mansoa, marcaram a semana noticiosa na Guiné-Bissau.
Estes anúncios poderão ser o «enterrar do machado da guerra» entre clãs militares desavindos. Mas apesar do que parecem ser os bons sinais no terreno, a crónica situação de instabilidade das Forças Armadas guineenses continua a permitir a sua instrumentalização política.
Roberto Ferreira Cacheu, elemento histórico do PAIGC e auto-proclamado líder do grupo de familiares das personalidades assassinadas em 2009, «Nino» Vieira, Tagme Na Waie, Baciro Dabo e Hélder Proença, este último ligado ao narcotráfico e envolvido na tentativa de golpe de estado de 05 de Junho de 2009, tem utilizado as últimas semanas para preparar novas rondas de iniciativas públicas reclamando a identificação dos mandantes das mortes.
Durante a última semana, Cacheu esteve reunido no hotel Malaika, propriedade do também deputado do PAIGC Braima Camará, com elementos do PRS e PRID para delinear a melhor estratégia para provocar a publicação dos resultados oficiais das investigações feitas pelo Ministério Público.
Ainda esta semana, o blog Ditadura do Consenso publicou uma alegada carta do Procurador Amine Saad dirigida ao Presidente Malam onde o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior era apontado como o mandante da morte de «Nino» Vieira. Apesar de ter sido o tema das conversas nos cafés de Bissau, a carta foi desacreditada e classificada como «mais uma manobra de propaganda para desestabilizar a política nacional», de acordo com fontes da Primatura guineense.
Certo é que os próximos dias poderão vir a ser marcados por movimentações de fundo, orientadas por actores políticos com interesse na condução dos destinos da Guiné-Bissau.
(c) PNN Portuguese News Network
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