sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Comunidade internacional tenta aproximar partidos desavindos na Guiné-Bissau

Os representantes da comunidade internacional na Guiné-Bissau convocaram hoje para reuniões separadas as duas forças políticas mais representadas no Parlamento do país, tentando aproxima-los para a saída da crise política.
 A iniciativa é do chamado P5, fórum de concertação que junta representantes da ONU, União Africana, Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia.

O encontro, conduzido pelo novo representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Modibo Traoré, juntou uma delegação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), chefiada pelo ex-primeiro-ministro, Carlos Correia e a do Partido da Renovação Social (PRS), liderada pelo antigo presidente do Parlamento, Jorge Malú.

Em declarações à imprensa, Carlos Correia, segundo vice-presidente do PAIGC disse que o seu partido defende a constituição de um novo Governo "já que o atual parece não ter pernas para andar".

"É uma única saída para a crise que temos atualmente no país", defendeu o veterano Carlos Correia, de 84 anos.

Por seu lado, Jorge Malú afirmou que para o PRS a saída da crise "passa pelo respeito escrupuloso das leis" por parte do presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, a quem lembrou que "não pode estar a seguir a agenda de um partido".

Cipriano Cassamá é dirigente do PAIGC e o PRS entende que tem vindo a "compactuar com a agenda" do seu partido, deixando de lado as suas responsabilidades constitucionais.

No entanto, Jorge Malú disse ser "fundamental e salutar" que o PAIGC e o PRS "se sentem à mesma mesa" por serem os dois principais partidos no Parlamento do país, onde se assiste a um impasse já que as duas forças políticas não se entendem quanto a data para a discussão do programa do Governo.

MB // EL

Lusa/fim



PAIGC denuncia perseguições




O PAIGC denuncia perseguição aos seus militantes pelo procurador geral da república. Este pronunciamento do maior partido guineense ocorre no dia seguinte à detenção do porta-voz do partido João Bernardo Vieira. 
 
 
A captura do antigo secretário de Estado dos transportes foi confirmada nesta quarta-feira pelo seu advogado Carlos Pinto Pereira.

E isto por alegado desrespeito de uma convocatória do Ministério público, facto contestado pela defesa de João Bernardo Vieira. Esta última afirma que o dirigente não recebera tal intimação.

O porta-voz do PAIGC denunciara recentemente perseguições políticas e teria demonstrado a sua disponibilidade para responder perante a justiça.

Enquanto secretário de Estado dos transportes ele estivera a ser investigado nomeadamente quanto à rota aérea Lisboa Bissau a ser efectuada pela companhia aérea privada portuguesa EuroAtlantic, com a sua defesa a contestar qualquer acto ilícito.

Esta detenção ocorreu após a captura no final de Julho do deputado do PAIGC Gabriel Sow, sem levantamento prévio da sua imunidade parlamentar.

Um facto que tem vindo a ser denunciado por vários sectores... tomadas de posição que suscitaram uma reacção do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, denunciando alegadas "interferências de outras entidades" no funcionamento da justiça.

O deputado em causa já fora julgado e condenado, pelo que o processo transitara em julgado no caso da sua gestão da falência de uma empresa. 
 
Fonte : R F I