quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Regressão na Guiné-Bissau sem surpresas para sindicato dos jornalistas

Bissau, 31 jan (Lusa) - O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau recebeu "sem surpresa" a notícia da regressão do país em termos de liberdade de imprensa e diz que houve vários casos que levaram a essa queda.

De acordo com o relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras, a liberdade de imprensa na Guiné-Bissau regrediu 17 lugares, estando agora o país em 92.º lugar. O relatório diz que existe um clima de censura na Guiné-Bissau, reforçada pelo golpe de Estado militar de 12 de abril passado o que, realça o documento, tem dificultado o trabalho dos profissionais de comunicação social.

"Não se trata de nenhuma surpresa para o Sinjotecs. É uma avaliação que se faz a todas as situações ocorridas antes e depois do golpe de Estado na Guiné-Bissau. Há vários casos ocorridos nesse período que concorrem para esta avaliação", disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) da Guiné-Bissau, Mamadu Candé.

O presidente do sindicato lembrou "o caso do jornalista António Aly Silva e do delegado da RTP-África, que acabou expulso do país". Aly Silva foi detido e espancado por militares no ano passado, logo a seguir ao golpe de Estado de abril.

Além dessas situações, Mamadu Candé apontou as "dificuldades" com que se deparam os profissionais de comunicação social guineense, destacando o baixo salário, falta de materiais de trabalho e de formação, para também enquadrar o relatório dos Repórteres Sem Fronteiras.

Para Mamadu Candé, são situações que "também acabam por condicionar" o exercício pleno da liberdade de imprensa. O presidente do sindicato dos jornalistas enfatiza igualmente o facto de que a Guiné-Bissau ser considerada "um país de risco".

Lusa

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

“Sérias suspeitas” de infiltração do narcotráfico no aparelho de Estado

Lusa-A infiltração do narcotráfico no aparelho de Estado da Guiné-Bissau é acompanhada por “sérias suspeitas”, afirma Carmelita Pires, até novembro conselheira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para o combate à droga.

Quando quer aceder ao território de um país, ainda que para fins de armazenamento ou trânsito, a “máfia” do tráfico de droga atua através do “acesso a determinadas pessoas, que lhe permitam o direito de passagem”, observa a especialista, que foi, durante três anos, conselheira especial do presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para o combate à droga e ao crime organizado.

“Não estou a ver os soldados rasos a concederem esse direito de passagem”, confessa, realçando que, na Guiné-Bissau e noutros Estados igualmente frágeis, o narcotráfico “infiltra-se ao mais alto nível”.

"Passa-se tudo em Bissau e nós sabemos”, realça a advogada de formação e ex-ministra da Justiça da Guiné-Bissau.

Recordando que, enquanto ministra, defendeu a investigação, a acusação e o julgamento desses casos – na sequência do que chegou a receber ameaças de morte –, Carmelita Pires reconhece que, a esse nível, “as coisas não têm corrido bem”.

“Um dos nossos principais problemas tem a ver com a questão da impunidade e aí não posso dizer que tenhamos tido resultados”, vinca.

Simultaneamente, admite, o sucesso do combate internacional ao narcotráfico na Guiné-Bissau e na região da África Ocidental tem sido impedido por “condicionalismos, sobretudo de cariz financeiro”.

O plano de combate da CEDEAO “é extremamente ambicioso” e pressupõe ações concretas, entre as quais Carmelita Pires destaca a partilha de informação e operações conjuntas entre as polícias da região. “Este trabalho já começou, mas ainda não está totalmente em prática. Fizeram-se só duas ou três operações”, diz.

A criação de um tribunal específico, que contorne as “debilidades” dos sistemas judiciais da região, e a harmonização da legislação são outras medidas constantes no plano, acrescenta.

Comunidade internacional não pode abdicar de apoiar o país - ex-ministra da Justiça

Lisboa, 30 jan (Lusa) -- A crise na Guiné-Bissau deve ser resolvida internamente, mas a comunidade internacional não pode abdicar de apoiar a realização de eleições e uma futura reforma das forças armadas, defende uma ex-ministra da Justiça guineense.

Numa altura em que ainda é incerto um financiamento internacional às eleições na Guiné-Bissau, em período de transição desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, a ex-ministra da Justiça Carmelita Pires frisa, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, que a comunidade internacional "tem de saber" que "a Guiné-Bissau não pode, neste momento, fazer nada que não seja com um apoio muito sério".

O acordo de transição na Guiné-Bissau, assinado em maio de 2012, previa a realização de eleições no prazo máximo de um ano e Carmelita Pereira, advogada de formação, não admite sequer a possibilidade de a comunidade internacional ignorar os apelos financeiros para a sua realização.

Empresários chineses pretendem adquirir produção de amendoim da Guiné-Bissau

Um grupo de empresários chineses associou-se a uma empresa guineense para comprar toda a produção de amendoim da Guiné-Bissau, disse terça-feira em Bissau Botche Candé, administrador da empresa Cuba Limitada.

Botché Candé, ministro do Comércio no governo deposto em Abril passado, disse à agência noticiosa portuguesa Lusa que a intenção da sua empresa é retomar a exportação de amendoim interrompida há 36 anos.

Tendo como compradores empresários chineses que já se encontram no país, a empresa do antigo ministro pretende adquirir aos produtores individuais quatro mil toneladas de amendoim, quantidade que o próprio Botché Candé reconhece ser difícil de atingir.

No passado, a Guiné-Bissau foi grande exportador de amendoim, tendo, em 1980, exportado 25 mil toneladas mas, com a produção centrada no caju, o país deixou de produzir outras culturas.

A partir dos anos 90 do século passado, o caju passou a ser principal produto de exportação da Guiné-Bissau tendo em 2010 exportado cerca de 180 mil toneladas, o que rendeu 156 milhões de dólares aos cofres do Estado, de acordo com dados oficiais.

A última colheita de caju foi substancialmente mais fraca e houve dificuldades de exportação, devido ao golpe de Estado e à baixa de preço do produto no mercado internacional.

Fonte: (macauhub)

Guiné-Bissau volta a exportar amendoim, 36 anos depois

Bissau, 29 jan (Lusa) - Um grupo de empresários chineses está a trabalhar com uma empresa guineense para voltar a comprar toda produção de amendoim da Guiné-Bissau, disse hoje Botche Candé, administrador da empresa Cuba Limitada.

De acordo com Botché Candé, ministro do Comércio no governo deposto em abril passado, a intenção da sua empresa é retomar a exportação de amendoim interrompida há 36 anos.

Tendo como compradores empresários chineses que já se encontram no país, a empresa do antigo ministro pretende comprar para já quatro mil toneladas de amendoim, quantidade que o próprio Botché Candé reconhece ser difícil de se atingir.

No passado, Guiné-Bissau foi grande exportador de amendoim, tendo inclusive, em 1980, exportado para vários países do mundo, 25 mil toneladas do produto. Nos últimos anos, com o cultivo acentuado do caju, o país deixou de produzir outras culturas.

A partir dos anos 90 do século passado, o caju passou a ser principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Em 2010, o país exportou cerca de 180 mil toneladas, tendo rendido 156 milhões de dólares aos cofres do Estado, indicam os dados do Governo.

A última colheita de caju foi substancialmente mais fraca e houve dificuldades de exportação, devido ao golpe de Estado e à baixa de preço do produto no mercado internacional.

O grupo chinês, que agora pretende comprar o amendoim guineense, visa, no futuro, abrir uma unidade de processamento do produto no país com o qual vai empregar 200 pessoas, disse Botché Candé.

MB // PJA

Lusa/

Comunicado de Imprensa - A União Europeia incentiva a valorização das florestas da região de Cacheu

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fotógrafo português José João Silva registra o cotidiano desconhecido de Guiné-Bissau

O LIVRO "GUINEENSES NA CHINA" SERÁ LANÇADO NAS LIVRARIAS CULTURA DE SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO NOS DIAS 29 E 31 DE JANEIRO RESPECTIVAMENTE

Capa que registra uma menina andando no meio da selva sozinha, com um balde amarelo na cabeça (Foto: Divulgação)CAPA QUE REGISTRA UMA MENINA ANDANDO NO MEIO DA SELVA SOZINHA, COM UM BALDE AMARELO NA CABEÇA (FOTO: DIVULGAÇÃO)
A inquietação e o impulso de explorar uma Guiné-Bissau para além dos noticiários de guerra e drogas, levou o fotógrafo português José João Silva a viajar até o país africano e questionar os limites da verdade e da objetividade, da arte e do jornalismo. "Nas últimas décadas, as notícias de Guiné-Bissau que chegam a nós na Europa ou nas Américas são quase que exclusivamente sobre guerra e drogas. Mas existe muito mais e o que me despertou a curiosidade foi a forte presença da cultura chinesa no país", diz o fotógrafo sobre Guineenses na China
(Ed. Efeitos) - lançamento no dia 29/01 na Livraria Cultura de São Paulo e 31/01 na Livraria Cultura do Rio de Janeiro-, livro que reúne as imagens de seu olhar sobre essa Republica que só declarou independência em 1973. Dividido em duas partes, o livro mostra, na primeira seção, uma coleção de 55 fotografias encenadas e acompanhadas por legendas fictícias. "Eu pedi às pessoas para fingirem que estavam na China. A verdade está nas pessoas, nas roupas, nos sets, aquilo tudo que existe lá… E a capa é a única fotografia que é fotojornalismo puro. Era realmente uma menina, tinha uns 14 anos e estava a andar no meio da selva sozinha, com um balde amarelo na cabeça". Na segunda parte, João Silva explica o processo de produção com fotos de adereços e da equipe, incluindo um diário e uma carta que analisam e refletem sobre o espírito divertido e culturalmente rico da paisagem social de Bissau.      

Guiné-Bissau "paradisíaca" quer ultrapassar clichés da crise

Palco de recorrente instabilidade política, a Guiné-Bissau tem relíquias naturais, como o arquipélago dos Bijagós, e culturais. Portugal acolheu Semana Cultural da Guiné-Bissau para divulgar país africano.

http://mediacenter.dw.de/portuguese/audio/item/828019/Guin%C3%A9_Bissau_paradis%C3%ADaca_quer_ultrapassar_clich%C3%A9s_da_crise/

O arquipélago de Bijagós é uma das relíquias naturais da Guiné-Bissau, cujo potencial está subvalorizado. Responsáveis do Instituto da Biodiversidade das Áreas Protegidas estiveram em Lisboa para falar desse potencial e sublinhar  a necessidade de preservar aquela reserva de biosfera constituída por 88 ilhas, situadas na costa ocidental africana.

Artistas plásticos e fotógrafos retratam os Bijagós numa exposição encerrada este domingo no âmbito da Semana Cultural da Guiné-Bissau em Portugal que decorreu entre 19 e 27 deste mês.

Chegou ao fim este domingo a Semana Cultural da Guiné-Bissau, encerrada com torneio de futebol e participação de Portugal e dos cinco países lusófonos de África. No fim-de-semana anterior, a abertura desta iniciativa promovida pela Embaixada da Guiné-Bissau, em parceria com outras instituições, também juntou a comunidade guineense e convidados que partilharam com alma os momentos de música e de poesia.

Os poemas de Edson Incópté, Ernesto Dabó, Emílio Lima e Toni Tcheka, de gerações distintas, ou as canções, por exemplo, de Juca Delgado e Braima Galisa, entre outros motivos exibidos ao longo da semana, confirmaram que, na diversidade, a Guiné-Bissau é uma nação culturalmente rica.

É esta riqueza que os organizadores quiseram mostrar ao público português e não só. Referência necessária à exposição de artes plásticas e de fotografias sobre a biodiversidade da Guiné-Bissau, que reuniu no Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas, perto de Lisboa, trabalhos diversos, por exemplo de Maio Copé, Irmãos Unidos, Michel Té, Tchudá e João Carlos Barros.

A mostra exibe em quatro telas de tamanho maior alguns aspetos pitorescos das áreas protegidas do arquipélago dos Bijagós. Trata-se de um património natural a preservar, assim como é necessário preservar os valores da cultura guineense.

"E também temos que aproveitar a riqueza que nós temos, que é a riqueza cultura. Hoje em dia, fala-se de Guiné por tudo. Nós temos que falar da Guiné positiva. Quando falamos da Guiné positiva, isso só nos dá alegria", disse Edmilson dos Santos, da comissão organizadora.

"Todos os guineenses aqui na diáspora são embaixadores da Guiné", acrescentou dos Santos. "As pessoas apreciam com vontade de ajudar, com vontade de comentar e de ver a Semana. As pessoas reconheceram o trabalho que foi feito e que a cultura neste momento é a parte que nos une".

Um paraíso, "muito mais que os militares"

Já Flaviano Mindelo, declamador de poesia, usa a força das palavras para exortar a uma maior atenção aos Bijagós, "que é para, finalmente, aquilo começar a ser explorado, porque aquilo é um patrimônio mundial. E é bom que a humanidade desfrute de alguma maneira, direta ou indiretamente. Organizamos esta semana cultural para mostrar a Portugal e ao mundo que a Guiné[-Bissau] tem muito mais do que os militares", afirmou Mindelo, ao lembrar a atual situação de crise política do país ocidental africano, desencadeada pelo golpe militar de Estado de abril de 2012.

Na exposição, também há fotografias de Paula Tábuas, que, depois de uma viagem a Bissau, retrata sobretudo a vida, a história e a simplicidade das pessoas. Esta portuguesa que está a fazer mestrado em fotografia pensa voltar ao país para novas descobertas, incluindo as ilhas dos Bijagós.

"Não só Bijagós. A Guiné-Bissau é apaixonante", afirmou a fotógrafa. "O país mantém-se ainda num estado bastante puro, mas há sempre essa necessidade de chegar e procurar mais. Estivemos na ponte Amílcar Cabral e não avançamos. E gostaríamos de avançar e abranger outras áreas, porque é de pureza que precisa de ser registada. É preciso mostrar ao mundo que a Guiné-Bissau é um paraíso a ser também trabalhado e desenvolvido", avaliou.

Fonte: D W

Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Renate Krieger/António Rocha

Governo angolano e países africanos lusófonos contra levantamento de sanções da União Africana à Guiné Bissau

"Há a tendência da CEDEAO, com a Nigéria à cabeça, obrigar a União Africana a levantar as sanções internacionais à Guiné-Bissau, sob o argumento de que a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo". Angola e países africanos da CPLP defendem manutenção das sanções.

Luanda - O secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, fez uma avaliação positiva da participação de Angola na Cimeira da União Africana (UA), que encerrou segunda-feira, em Addis Abeba, noticia hoje o Jornal de Angola.

De acordo com declarações do governante angolano, as discussões foram acaloradas, principalmente entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), devido à situação política na Guiné-Bissau.

"Há a tendência da CEDEAO, com a Nigéria à cabeça, obrigar a União Africana a levantar as sanções internacionais à Guiné-Bissau, sob o argumento de que a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo", denunciou Manuel Augusto, esclarecendo que esta não é a opinião de Angola nem da CPLP.

Após acesos debates, acrescentou, chegámos à conclusão de que as sanções vão continuar, até que o Conselho de Paz e Segurança da União Africana conclua que estão criadas as condições para se levantarem as sanções que pesam sobre a Guiné-Bissau.

"Foi um momento não muito bonito porque os argumentos apresentados pela CEDEAO não colheram e tentaram ir por um caminho que não é o que a União Africana segue. Felizmente, os países que aqui representaram os PALOP tiveram o apoio de outros países e manteve-se a posição inicial", disse.

Segundo o secretário de Estado angolano, a Cimeira da UA teve como mérito chamar novamente a atenção de África para uma reflexão profunda. No encontro, foi entendido como um sinal não muito bom o facto de um país europeu, a França, ter intervido num conflito africano. "Isso demonstra a nossa incapacidade", admitiu Manuel Augusto, citado pelo Jornal de Angola, para quem a pobreza ou a falta de recursos materiais não pode ser a justificação para África ter dificuldades em lidar com os seus problemas.

All-Party Parliamentary Group for Guinea-Bissau:Thompson discute processo parlamentar de Reconciliação Nacional com Bill Clinton

Britânico diz esperar “uma solução partilhada para um futuro partilhado”

Bill Clinton, ex-Presidente dos Estados Unidos, discutiu o processo de reconciliação nacional na Guiné-Bissau com Peter Thompson, coordenador do grupo parlamentar do Reino Unido para a Guiné-Bissau, que tem vindo a mediar as conversações sobre a Reconciliação Nacional na Assembleia Nacional Popular (ANP, o parlamento guineense).


Reunidos recentemente na Califórnia, Estados Unidos, Thompson e Clinton partilharam as suas experiências na mediação de conversações em zonas de conflito, nomeadamente na Irlanda do Norte.


Recorde-se que o Presidente Clinton e a sua mulher, Hillary, desempenharam um papel fundamental no processo de paz da Irlanda do Norte, uma região do Reino Unido, onde milhares de pessoas morreram em resultado do conflito. Durante o Natal de 1995, quando a Irlanda do Norte estava a braços com uma onda de violência e terrorismo, Clinton e a sua mulher visitaram Belfast, de onde Thompson é natural, uma visita que ajudou ao estabelecimento de um processo de paz e reconciliação celebrado em todo o mundo.


Thompson e a sua equipa partilharam as experiências do processo de reconciliação na Irlanda do Norte com os deputados da ANP. Olhando para a actual crise política neste país africano, Thompson disse esperar que “a ANP pode definir uma solução partilhada para um futuro partilhado, baseada nos princípios de consenso, justiça e democracia”. Em relação ao papel da ANP, disse igualmente: “Cada cidadão da Guiné-Bissau é representado por um deputado. Esta é a base de cada democracia em todo o mundo. Um Parlamento céptico e que fale é uma parte importante de um futuro partilhado”.


As conversações prosseguem na ANP, com a intenção de ser realizada uma Conferência Nacional e um processo de reconciliação duradouro.

Opinião: Kumba i na manóbra

by pasmalu

Kumba, embora em rampa inclinada, não se dá por vencido e aposta em dois tabuleiros.

Um, o do PRS, com o seu delfim Nambeia à cabeça, procurando mudar a imagem o partido para convencer incautos de outras etnias que julguem que algo vá mudar e que vale a pena apostar neles.

O outro tabuleiro, é o do PAIGC, partido completamente perdido e sem rumo, à mercê de uma nova guarda que já teve tempo para provar que gosta mais do poleiro do que do país. Aí Kumba tirou a sua boina vermelha, adquiriu a nacionalidade guineense, jurou pelas alminhas que era PAIGC deste pequenino e, perante uma assembleia rendida à sua reconversão que o ovacionava freneticamente, ele dizia aos seus apaniguados de mais perto: "vou ser candidato, porque os que há, Ocante e Pereira não têm base de apoio e a nomenklatura, a velha guarda, chefiada pelo Manecas, não vai conseguir ninguém que me consiga bater".

É assim que a Praça dos Heróis está a fervilhar com montanhas de militantes a posicionarem-se e de candidatos a um lugar no próximo governos a correr num vai-vem para os djambakosses e murus. Estes andam delirantes, sempre a faturar, chegando a trabalhar para uns e outros ao mesmo tempo. Dinheiro não falta...

Chefe das Forças Armadas do Senegal termina visita ao país

Bissau – O Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal termina, esta terça-feira, 29 de Janeiro, a sua visita de dois dias à Guiné-Bissau.

Convidado pelo homólogo guineense, António Indjai, o Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal, Mamadu Sow, visitou unidades militares no país e o contingente militar do Senegal em Bissau, que integra um total de 200 homens, no âmbito da ECOMIB (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental– CEDEAO).


Nesta sequência da ECOMIB, os médicos militares senegaleses estão a efectuar consultas no Hospital Militar de Bissau, enquanto os engenheiros aguardam pelo início das obras de reparação de quartéis, que se encontram num estado avançado degradação.


Durante a sua estadia em Bissau, espera-se um esclarecimento sobre a participação do país na Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) onde cerca de 120 militares guineenses se encontram acantonados na Base Área de Bissau, nos arredores da capital.


O assunto tem gerado controvérsia entre as autoridades militares, que afirmavam que os soldados guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês, enquanto recentemente Serifo Nhamadjo, de regresso da cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, por falta de meios financeiros.

Cônsules Honorários da Guiné-Bissau reunidos em Buba

Bissau - A primeira Conferência de Cônsules da Guiné-Bissau realiza-se na cidade de Buba, região de Quinara, sul do país, entre 28 e 30 de Janeiro.

O «encontro de Buba» é promovido pelo Governo de transição, que pretende informar-se da situação de representação do país no exterior, bem como ouvir as dificuldades com que se têm deparado os cônsules guineenses.

Durante três dias vão estar em dissuasão, de entre outros temas, a diplomacia guineense no mundo globalizado, a Guiné-Bissau presente e perspetiva do futuro, a tutela do estrangeiro na ordem jurídica guineense e as oportunidades de investimento na Guiné-Bissau.

Os trabalhos terminarão com visitas a algumas localidades do interior do país, nomeadamente à cidade de Buba, cidade de Cachéu e Quinhamel, os dois últimos na zona norte do país.
O Ministro dos Negócios Estrangeiro do Governo de transição,
Faustino Fudut Imbali, vai presidir à cerimónia de abertura do encontro.

Portela:Voo da TAP com destino à Guiné-Bissau obrigado a regressar a Lisboa

Um voo da TAP que partiu no domingo à noite de Lisboa rumo à Guiné-Bissau teve que regressar ao aeroporto da Portela, devido um problema no sistema hidráulico, disse à Lusa fonte da companhia aérea.

Voo da TAP com destino à Guiné-Bissau obrigado a regressar a Lisboa

Lusa

De acordo com a mesma fonte, já durante o voo foi detectado um problema no sistema hidráulico, que teria que ser reparado em Lisboa e o avião teve de regressar ao aeroporto da Portela.

Um novo voo está marcado para o final do dia de hoje.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CPLP participou em reunião para analisar futuro da Guiné-Bissau

A Comunidade esteve representada pelo seu secretário-executivo, Murade Murargy, numa reunião à margem da 20ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Lisboa - O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy,  participou numa reunião da missão conjunta para a Guiné-Bissau,  sábado, realizada à margem da 20ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA).

Esta reunião, foi presidida pelo Comissário para a Paz e Segurança da UA, é consagrada à apreciação da situação na Guiné-Bissau.

Recorde-se que a Organização das Nações Unidas (ONU), a UA, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a CPLP e a União Europeia (UE) realizaram uma missão conjunta à Guiné-Bissau, entre 16 e 21 de dezembro de 2012.

Com coordenação da UA, a missão reuniu com diversos interlocutores para avaliar a situação interna no país.

Morreu fundador do partido Resistência da Guiné-Bissau - Domingos Fernandes esteve em coma induzida nos últimos três dias

O fundador do partido Resistência da Guiné-Bissau (RGB, Movimento Bâfatá), Domingos Fernandes, morreu este sábado em Lisboa, vítima de doença, disse à agência Lusa fonte partidária em Bissau.

De acordo com a fonte, Domingos Fernandes, que se encontrava em tratamento médico num hospital na capital portuguesa, esteve em coma induzida nos últimos três dias, "mas hoje acabou por falecer".

Médico de profissão formado em Itália, Domingos Fernandes fundou em 1986, em Portugal, a RGB - Movimento Bâ Fatá, aquele que é considerado o primeiro partido da oposição democrática ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Após a abertura política do país ao sistema multipartidário, Domingos Fernandes encabeçou as listas da RGB nas primeiras eleições gerais, tendo ficado na terceira posição, com 17,4% dos votos, e alcançado 18 deputados no Parlamento.

A RGB tornou-se assim na terceira força mais representativa atrás do PAIGC e do Partido da Renovação Social (PRS).

Nos últimos anos, a RGB tem vivido crises internas, facto criticado por Domingos Fernandes, que insistia em apelar à reconciliação daquilo a que chamava de "grande família Bâ Fatá".

Nos últimos tempos residia praticamente em permanência em Portugal, o que fez com que a sua atividade política no país fosse invisível.

Homem ligado à Igreja Católica, Domingos Fernandes era um orador eloquente e, nas palavras de um antigo colega de partido, "um profundo democrata".

Ramos Horta acredita em eleições na Guiné-Bissau até ao fim do ano

Adis Abeba - O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) junto da Guine Bissau, José Ramos Horta, disse hoje, sábado, em Adis Abeba, acreditar que as eleições, para pôr fim a crise política naquele país deverão ocorrer até final deste ano.

Em declarações a jornalistas na capital etiope, a um dia da 20ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, Ramos Horta, disse ter informações que a situação política evoluiu positivamente, havendo um clima de diálogo, envolvente para um acordo abrangente.

«Em primeiro lugar devem ser os irmãos da Guine Bissau a decidirem se existem condições ou não para realizar eleições», declarou.

Garantiu que a ONU fará tudo para mobilizar recursos para apoiar a realização de eleições, no tempo adequado, depois de ouvidas todas as partes e desde que hajam garantias de o pleito abrir “as portas para o futuro da Guine Bissau”.

Anunciou que chegará a Bissau a 12 de Fevereiro e promete, com “muita Paciência”, iniciar contactos com as autoridades governamentais, partidos políticos, mas também trabalhando com a sociedade civil e as forças armadas para juntos encontrar o consenso nacional, para que o país ainda este ano possa sair da crise, de quase duas décadas.

Diz que será necessária muita paciência e tempo para dialogar com todos sem excepção, porque todos estão cansados e querem ver as suas vidas nos planos profissional e pessoal normalizada e com dignidade.

Apontou ainda como prioridade a reorganização e modernização das forças armadas, de acordo com a vontade dos guineenses, mas que só é possível num quadro politico constitucional, democrático, que terá o apoio da comunidade internacional.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Medicamentos de origem duvidosa vendidos na Guiné-Bissau


Cerca de 80 por cento das farmácias da Guiné-Bissau vendem medicamentos de origem duvidosa, a maioria vindos de países vizinhos como a Nigéria, Gâmbia ou Guiné-Conacri, denunciou hoje um responsável do setor.

Na Guiné-Bissau não existe um laboratório de controlo dos medicamentos que são vendidos ao público, disse o secretário nacional da Associação dos Farmacêuticos da Guiné-Bissau, Ahmed Akdhar.

«O problema maior reside na origem dos remédios. A título de exemplo, no Senegal existe mais de dez depósitos de distribuição oficial de medicamentos e na Guiné-Bissau não há nenhum», revelou Akdhar, citado pela Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANG).

O país adiantou que dispõe de um Depósito Central de Compras de Medicamentos Essenciais (CECOMES) mas o recheio é produto de donativos e não é destinado à venda.

De acordo com Ahmed Akdhar outro dos problemas do setor é a falta de formação de pessoal farmacêutico, já que a maioria dos profissionais nem sequer sabe interpretar as receitas médicas

Ainda citado pela ANG, o responsável mostrou-se contra a propagação de postos de venda de medicamentos (sem qualquer controlo e fora das farmácias), um fenómeno que no vizinho Senegal foi extinto "há 30 anos".

Também em declarações à ANG o inspetor-geral de Saúde disse que a instituição tem falta de meios materiais e humanos para combater a venda ambulatória de medicamentos.

Benjamim Lourenço Dias disse que, como farmacêutico de profissão, tem consciência de que os medicamentos vendidos nas farmácias do país se encontram em mau estado de conservação, devido nomeadamente à falta da luz elétrica.

Lusa

Universidade brasileira abre processo seletivo para estudantes estrangeiros

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Petição Pública «CONTRA O USO ABUSIVO DO TERMO "SOCIEDADE CIVIL" PELO GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA»

Caros Amigos,
Acabei de ler e assinar esta petição online:
«CONTRA O USO ABUSIVO DO TERMO "SOCIEDADE CIVIL" PELO GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA»
http://www.peticaopublica.com/?pi=pasc

Pessoalmente concordo com esta petição e acho que também vais concordar.
Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=pasc e divulga-a pelos teus contactos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Saúde: Cardiologista português consulta 350 doentes gratuitamente na Guiné-Bissau

Um cardiologista português pretende consultar em Bissau, de forma gratuita, 350 doentes guineenses que inicialmente aguardavam para serem transportados para Portugal, avança a agência Lusa.

O médico português, levado a Bissau pela Fundação Ricardo Sanhá, iniciou na quinta-feira as consultas no hospital Simão Mendes e no mesmo dia atendeu 92 pacientes com problemas cardíacos, revelou Ricardo Sanhá.

Até ao final do dia desta sexta-feira, o cardiologista português vai atender 69 pacientes, indicou ainda o patrono da Fundação Ricardo Sanhá, cuja acção principal tem sido, desde a sua criação em 2009, reduzir o número de doentes guineenses que vão em junta médica para Portugal.

Originário da Guiné-Bissau mas formado e residente em Portugal há vários anos, Ricardo Sanhá lamenta que em certos casos alguns doentes que são levados para Portugal podiam ser tratados na Guiné-Bissau.

O responsável da fundação dá o exemplo de que o especialista português acabou por descobrir que o hospital Simão Mendes tinha equipamentos que podiam perfeitamente ser usados para tratar os doentes com problemas cardíacos.

"Descobrimos que há equipamentos mas os próprios técnicos que estão no hospital desconheciam que esses equipamentos existiam lá. São equipamentos de ponta que vamos usar para tratar os doentes. É pena que esses equipamentos estejam aqui há três anos sem que fossem usados para atender os doentes", afirmou Ricardo Sanhá.

Os doentes que precisarem de intervenções cirúrgicas serão transportados para Lisboa ou para Dacar, no Senegal, a expensas da Fundação, disse o responsável, que em poucos dias de atendimentos enalteceu o trabalho do especialista português que tem sido coadjuvado pelos médicos guineenses.

Braima Camará anunciará em breve candidatura à liderança do PAIGC: VIII Congresso Ordinário vai decorrer em Maio

Mais um para dividir ou para somar?

Bissau - O Presidente da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) disse estar disponível e ao serviço do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), indicando para breve o anúncio público da sua candidatura à liderança do partido, cujo VIII Congresso Ordinário se realiza em Maio.

Em declarações a imprensa, Braima Camará defendeu que a causa do PAIGC é nobre e necessária, tendo referido que sempre que for solicitado estará ao serviço do partido dos combatentes da liberdade da pátria, com base nas suas competências.

«Sou filho de um combatente de liberdade da pátria, comungo a causa do partido, sou deputado e faço tudo para este partido sempre que for solicitado pelos militantes na capacidade e clareza», referiu Braima Camará.


Neste sentido, o responsável da CCIAS disse que está em curso a auscultação das diferentes camadas do partido, entre os quais constam combatentes de liberdade da pátria, mas prefere levar as questões no seu tempo necessário.


«Estou a ouvir todos, desde os veteranos. Na última reunião do Comité Central ficaram ultrapassados os diferendos que existiam no partido, estando agora reunidas condições para este efeito», destacou.

Em relação à sua atividade empresarial, Braima Camará falou do Fundo de Promoção a Industrialização de Produtos Agrícolas (FUNPI), assim como da decisão do Governo em devolver 40 Francos CFA aos exportadores de castanha, tendo informado que dinheiro deste fundo está intacto, apenas uma parte da soma foi concedida ao Governo de transição para pagamento de salários num valor de 2 bilhões e meio de Francos CFA, quantia que está ainda por pagar à sua instituição, por parte do Executivo.


No que diz respeito à última campanha de comercialização de castanha de caju, Braima Camará classificou negativamente esta campanha.


«Foi uma campanha que correu mal, perdemos muito dinheiro porque até este momento ainda se encontram nos armazéns perto de trinta toneladas de castanhas de caju», referiu o Presidente da CCIAS.
Braima Camará informou ainda que houve um atraso na chegada deste produto ao mercado internacional, nomeadamente na India, onde não foram pagos de acordo com os contratos que tinham estabelecido com empresários estrangeiros.

Dilma Rousseff diz que Brasil quer participar na estabilização da Guiné Bissau

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil quer participar nos processos de estabilização da Guiné Bissau e considera ser responsabilidade de Portugal apoiar a antiga colónia.



A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil quer participar nos processos de estabilização da Guiné Bissau e considera ser responsabilidade de Portugal apoiar a antiga colónia.

Numa abordagem a conflitos internacionais, no final da Cúpula Brasil-União Europeia, realizada quinta-feira no Palácio do Planalto, a presidente  demonstrou o interesse especial do Brasil em participar do processo de paz na Guiné-Bissau, integrante da comunidade dos países de língua portuguesa.

"Também não podemos ficar indiferentes à situação vivida na Guiné-Bissau, principalmente um país de língua portuguesa", afirmou. "Nós temos interesse em participar de todos os processos para que essa situação de conflito armado e de agravamento da instabilidade política da região devido ao tráfico de drogas, ao tráfico de armas, à pirataria, seja resolvida", afirmou Dilma.

A presidente fez referência também à responsabilidade de Portugal, como antigo colonizador, em apoiar o país africano. No início da semana, o representante da ONU para a Guiné Bissau, José Ramos Horta,  pediu ao Brasil maior controle sobre a droga levada da América do Sul para a África.

Tentações coloniais

A presidente do Brasil defendeu a submissão das ações militares no Mali ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com atenção na proteção de civis. "O combate ao terrorismo não pode, ele mesmo, violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive, a antigas tentações coloniais", disse, sem citar o nome, em referência à atuação da França, que colonizou o país por décadas, até sua independência, em 1960.

A presidente disse que considera "muito preocupante" a situação do conflito armado no Mali. "Advogamos uma participação muito grande dos órgãos internacionais na resolução desses conflitos".

Dilma Rousseff defendeu uma mobilização internacional para que se encontre solução pacífica para o conflito na Síria. "Ficou visível que, através do conflito armado, não se chegará a um acordo", disse. Segundo a presidente, o principal responsável pelo acirramento do conflito é o governo local, mas a oposição armada também contribui. As informações são da Agência Brasil.

Jovens da Guiné-Bissau denunciam "abate indiscriminado" de árvores por madeireiros chineses

FotoO presidente da Associação de Jovens de Fulacunda, no sul da Guiné-Bissau, denunciou hoje o "abate indiscriminado" de árvores de grande porte nas matas da zona por madeireiros chineses que dizem ter autorização do governo central.

Ver POST no NGB 12/10/2012

Contactado por telefone pela agência Lusa, Lamine Mané, presidente da Ajaudes (Associação de Jovens, Amigos Unidos para o Desenvolvimento do Setor de Fulacunda), afirmou que "grupos de chineses estão a derrubar árvores" numa mata de cerca de 15 quilómetros quadrados.

"Cortam as árvores de forma indiscriminada, sobretudo o pau de carvão, mas também arrancam as raízes das árvores. É um desastre o que os chineses estão a fazer nesta zona. É um crime", disse, Mané, emocionado e irritado.

"É mesmo para chorar. Dói o que se vê por aqui. Os chineses estão a dar cabo da nossa floresta. O problema é que até têm documentos passados pelo governo central e contra isso não se pode fazer nada", sublinhou o jovem.

O presidente da Ajaudes diz que o representante do governo no setor, o administrador, até está do lado dos jovens que estão contra os madeireiros chineses, mas diz que não pode fazer nada para parar o abate das árvores "porque a ordem vem de Bissau".

"A floresta, que queríamos que fosse considerada floresta comunitária e protegida, da zona de Mbasso já está completamente destruída. Há dois anos que os chineses estão a cortar árvores naquela floresta, hoje aqui está com uma clareira enorme", notou Lamine Mané.

No passado mês de dezembro os jovens de Fulacunda passaram das ameaças aos atos, parando, à força, os madeireiros, mas estes, dias depois voltaram a cortar árvores mediante uma nova autorização passada pelo governo central, contou o jovem Mané.

"Qualquer dia, se isto continuar assim, com os chineses a cortarem as nossas árvores, com o consentimento do governo, pode haver aqui um conflito perigoso com a população", avisou o responsável da associação dos jovens de Fulacunda.

Lamine Mané lembra que a floresta de Mbasso fica situada numa zona considerada área protegida mas mesmo assim, diz, são as próprias autoridades que concedem autorização para ser desmatada.

"Os chineses além de cortarem as arvores e arrancarem as raízes, não estão a reflorestar como manda a lei, cortam e metem as troncos nos contentores e vão-se embora, sem dar nenhuma contrapartida para o nosso setor e ainda por cima recusam-se a empregar os jovens", afirmou Lamine Mané.

Os jovens prometem viajar para Bissau para falar com o Presidente interino do país, Serifo Nhamadjo para tentar parar o abate das árvores de Mbasso.

A Lusa tentou contactar a empresa chinesa responsável pelo corte de árvores mas tal não foi possível.

O responsável de outra empresa madeireira chinesa que opera na região, que pediu para não ser citado, disse à Lusa que a sua empresa não teve até agora problemas com a população local mas que soube do caso envolvendo jovens de Fulacunda.

"Há bom relacionamento com a comunidade, estamos a dar apoio social nas escolas", disse, acrescentando que as empresas madeireiras operam legalmente e que cada carga é inspecionada pelas autoridades competentes.

"As comunidades entendem que a exploração da madeira na sua região tem de dar contrapartidas, reclamam que são eles quem tem de proteger a floresta. É preciso negociar e dar contrapartidas, embora isso não esteja na lei, para não gerar problemas", disse.

Lusa

Tema de conferência em Lisboa intelectuais guineenses e portugueses reunem-se na capital portuguesa para analisar situação naquele país

Fonte: VOA

Está a decorrer em Lisboa um ciclo de conferências sobre a situação na Guiné-Bissau.
A 2ª conferência sob o lema, “ Guiné-Bissau: antes, durante e depois”, realizou-se ontem na capital portuguesa e contou com a presença de especialistas portugueses em questões africanas tais como Jaime Nogueira Pinto e Miguel Anacoreta Correia.

Ouvir entrevista:

Conferência em Lisboa sobre a Guiné-Bissau


A 3ª e última conferência deste ciclo decorrerá no dia 30 de Janeiro.
A sessão de ontem foi presidida pelo intelectual guineense Aladje Baldé que salientou à VOA que chegou a altura de todas as facções guineenses se unirem para tirar o país da precária situação em que se encontra.

Durante uma entrevista à VOA, Aladje Baldé, falou do golpe militar, das implicações do tráfico de drogas na estabilidade do país e também acerca da posição da CEDEAO em relação à Guiné-Bissau.

Mais de 600 empresas legalizadas nos últimos vinte meses: Entre Maio de 2011 e Dezembro de 2012 Guiné-Bissau

Bissau - Nos últimos 20 meses, a Direção do Centro de Formalização de Empresas autorizou a implementação de 644 organizações na Guiné-Bissau, no período entre Maio de 2011 e Dezembro de 2012.

A notícia foi avançada por Eduardo Pimentel, Diretor do referido centro, que revelou a criação de 51 firmas em regime de Sociedade Anónima e 593 com Responsabilidade Limitada.


Ao nível das empresas criadas por cidadãos nacionais e estrangeiros neste período, Eduardo Pimentel destacou que 297 são nacionais, 187 estrangeira e 160 têm capitais mistas.


Para a área de Comércio, Indústria e Turismo, o Centro de Formalização de Empresas já concedeu alvarás a 390 organizações de comércio, 46 na área de indústria e 27 de turismo.

Apesar deste aumento, o responsável do Centro de Formalização de Empresas reconheceu que nem todas estão em funcionamento devido à situação que a Guiné-Bissau atravessa, sendo que após o golpe de Estado de 12 de Abril 2012, a procura do serviço de legalização caiu significativamente.


Para breve, a direção do centro prevê o alargamento dos seus serviços para o interior da Guiné-Bissau, referiu Eduardo Pimentel.
Centro de Formalização de Empresas tem como a missão facilitar o acesso e o exercício de atividades económicas através da simplificação de procedimentos e formalidades, bem como a redução de custos e prazos de implementação.


Para além destes aspetos, o Centro de Formalização de Empresas é um interlocutor privilegiado aos operadores económicos em matéria de construção, registo de empresas e licenciamento de atividades industriais, turísticas e comerciais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Hoje somos noticia “Atingimos UM MILHÃO DE VISiTAS”

Novas da Guiné Bissau

O Blogue NOVAS DA GUINÉ-BISSAU  chegou ao impressionante numero de (Um  milhão de visitas).

 Mas sem especular com as noticias, informar com a verdade, sem por em causa pessoas ou instituições,  tentar informar  todos aqueles  que se interessam pelo que se passa na GUINÉ-BISSAU, sem partidarite aguda,  parece que conseguimos!!!!!.

Vamos continuar com o nosso trabalho, mesmo que tenhamos recebido alguns insultos e ameaças para o deixar de fazer,  VAMOS CONTINUAR!!!!!!!

Por isso o nosso obrigado a todos

O Editor

 Blogue Novas da Guiné-Bissau

Virtor Gaspar de reguesso aos mercados

Violações de Direitos Humanos na Guiné-Bissau "não podem ser toleradas" , diz Ban Ki-moon


As Nações Unidas estão preocupadas com relatos de assassínios e buscas extrajudiciais na Guiné-Bissau, violações de Direitos Humanos que "não podem ser toleradas", afirma o secretário-geral Ban Ki-moon.

No seu último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau, a que a Lusa teve acesso, o secretário-geral da ONU apela ao diálogo entre todas as partes para acordar um roteiro de um "período de transição" que inclua a realização de eleições e um consenso alargado sobre um conjunto de reformas para reforçar a estabilidade política e social.

Quase um ano depois do golpe de Estado de abril de 2012, em que altos oficiais guineenses depuseram as autoridades eleitas, Ban Ki-moon considera de "grande preocupação" a "contínua falta de controlo e supervisão civil sobre as forças de segurança e defesa e tentativas insistentes de alguns políticos para manipular os militares para benefícios sectários".

Estas tentativas "minam o funcionamento eficaz das instituições estatais e sublinham a necessidade urgente de mudar radicalmente a forma como a política é conduzida no país, bem como o imperativo da reforma dos setores de segurança e justiça", escreve Ban Ki-moon.

Além de execuções e buscas domiciliárias extrajudiciais, há relatos de ameaças, raptos e espancamento de políticos, depois abandonados nos arredores da capital, refere.

O secretário-geral da organização frisa que "alguns dos perpetradores [dos ataques] têm usado uniformes, outros roupas civis".

"Estas violações de Direitos Humanos não devem ser toleradas. Apelo, portanto, às autoridades de facto na Guiné-Bissau para que atuem de maneira lesta para combater a impunidade e promover a justiça", declara.

O relatório surge numa altura em que é substituído o chefe do gabinete da ONU em Bissau (UNIOGBIS), iniciando funções em fevereiro o Prémio Nobel timorense José Ramos-Horta.

O mandato da UNIOGBIS cessa a 28 de fevereiro de 2013 e tem de ser renovado pelo Conselho de Segurança, o que o secretário-geral recomenda.

Dado que Ramos-Horta está em início de mandato e a fazer uma avaliação da situação no terreno, com base na qual Ban Ki-moon irá fazer um conjunto de recomendações para ajustar o mandato da UNIOGBIS, o secretário-geral recomenda uma extensão por apenas 3 meses, até 31 de maio.

O sistema da ONU, refere, vai "realinhar a sua intervenção" no país, também tendo em conta as recomendações conjuntas da União Africana, CPLP, CEDEAO e União Europeia, que enviaram uma missão conjunta a Bissau entre 16 e 21 de dezembro de 2012.

Serão "especialmente" tidas em conta as recomendações no que diz respeito a reforma do aparelho militar, combate ao tráfico de droga e crime organizado, combate à impunidade, violações humanitárias e deterioração da situação socioeconómica.

Durante a última assembleia geral da ONU, no final de setembro, o governo deposto e as autoridades de transição encontraram-se em Nova Iorque, e Ban Ki-moon pede que "continuem as discussões".

A criação de condições para um regresso "rápido e sustentável" à ordem constitucional é uma "responsabilidade primária" dos guineenses, argumentou.

Guiné-Bissau: Aristides Ocante da Silva lança candidatura à Presidência do PAIGC

Aristides Ocante da Silva, biólogo e ex-ministro da Função Pública na Guiné-Bissau

Bissau - O ex-ministro da Função Pública do Governo deposto a 12 de Abril procedeu, esta quarta-feira, 23 de Janeiro, ao lançamento da sua candidatura à Presidência do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Aristides Ocante da Silva disse que a sua corrida à liderança do partido consiste numa candidatura espontânea, em resposta ao chamamento as regras regulamentares do partido e resultado de uma reflexão dos militantes do PAIGC na sua reafirmação.


«Esperamos continuar a expirar a confiança com a nossa tarefa envolvida no início de um percurso político», referiu o antigo governante.


O candidato disse que esta iniciativa visa colocar o partido «em marcha» e anunciou estar pronto para aceitar o resultado que obtiver no congresso.

«É uma candidatura animada com espírito de camaradagem e de harmonia no seio do partido. Aceitamos qualquer resultado que venha a acontecer», declarou.


O respeito às leis, com base nos estatutos do PAIGC, as reformas nos sectores estruturais do partido e a formação de militantes foram, de entre outras, metas definidas por Ocante da Silva.


«Após uma reflexão pessoal profunda decidi que, depois de 37 anos como militante, estou na altura de implementar os ideais do partido promovendo valores de luta de libertação nacional», destacou o ex-ministro.


Além de aspectos anteriormente levantados, Aristides Ocante da Silva disse que, caso seja eleito, vai promover a unidade interna do PAIGC, para que possa congregar os seus militantes e ganhar as próximas eleições.


Com base na realidade da Guiné-Bissau, este político disse ser necessário atacar os problemas estruturais do país.


Além de Aristides Ocante da Silva, alguns militantes manifestaram igualmente as suas intenções de concorrer à liderança do PAIGC, tal como Domingos Simões Pereira, Carlos Gomes Júnior e Braima Camará.

Destacada evolução positiva da situação na Guiné Bissau

Representante da presidente da Comissão Africana, Ovideo Pequeno

Representante da presidente da Comissão Africana, Ovideo Pequeno

Addis Abeba - A evolução positiva da situação na Guiné Bissau foi destacada ontem, quarta-feira, em Addis Abeba, Etiópia, pelo representante da presidente da Comissão Africana (CUA), Ovideo Pequeno.  

Em declarações à imprensa, no âmbito da 20ª Cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), o diplomata baseou a sua afirmação no facto de na semana passada o PAIGC ter assinado a “Carta de Transição” e o “Acordo Político”, dois dos documentos que regulam o processo de transição em curso no país.  

Além desse passo, acrescentou o representante de Nkosazana Dlamini-Zuma para a  Guiné Bissau, foi criada a nível da Assembleia Nacional uma comissão cujo objectivo é debater possíveis caminhos e posições futuras para a implementação efectiva do processo em curso.  

“Creio que há sinais totalmente bons e há uma vontade política de todos os actores políticos guineenses para a saída da crise”, realçou o diplomata de nacionalidade santomense.  

Saudou a nomeação do antigo presidente de Timor-Leste, Ramos Horta, para representante do secretário-geral da ONU, Ban Kimoon, para àquele país, e considera salutar o envolvimento e concertação de todas instituições internacionais para a resolução da situação na Guiné Bissau.

Para já, realçou a colaboração entre a ONU, UA, CEDEAO, CPLP e a União Europeia, organizações que recentemente participaram numa reunião de avaliação, coordenada pela 

União Africana, com o objectivo essencial de colher elementos, analisar, estudar “in loco” os problemas e apresentar sugestões e recomendações concretas.  

“Neste momento em que vos falo, a União Africana já concluiu o seu relatório a ser entregue a essas organizações e penso que a margem dessa sessão vamos fazer consultas e adoptar posições que vão ser entregues ao Conselho de Segurança da ONU para se ter uma posição comum sobre a situação na Guiné-Bissau”, sublinhou.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Gomes Júnior assume-se como 'candidato natural' à presidência da Guiné-Bissau

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau assumiu-se hoje como "candidato natural" à presidência do país e responsabilizou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelo eventual adiamento das eleições, previstas para Abril.

"Há um compromisso assumido pela CEDEAO quanto ao período de transição. (...) Se não pode ser cumprido o período de transição como estava estabelecido, a única responsabilidade cabe à CEDEAO", disse Carlos Gomes Júnior, contactado pela Lusa para comentar declarações recentes que apontam para o provável adiamento das eleições no país.

O acordo de transição na Guiné-Bissau, assinado em Maio após o golpe de Estado de 12 de Abril, previa a realização de eleições no prazo máximo de um ano, mas nos últimos tempos avolumam-se as vozes dos que não acreditam em tal possibilidade.

"A nossa reacção, como tem sido até aqui, é de prudência, é de calma", disse o primeiro-ministro deposto, que na altura do golpe de Estado se preparava para a segunda volta das eleições presidenciais, depois de ganhar a primeira com 49% dos votos.

Carlos Gomes Júnior recordou que falta ainda definir, no quadro das exigências do Conselho de Segurança da ONU, o restabelecimento da ordem constitucional.

"Já havia terminado a primeira volta das presidenciais e aguardava-se a continuação desse ato eleitoral. Ninguém se pronuncia sobre isso", disse.

Carlos Gomes Júnior, que está exilado em Lisboa desde o golpe de Estado, justificou ainda o adiamento do congresso do partido a que preside, o PAIGC, de Janeiro para Maio: "Em primeiro lugar têm de ser criadas as condições para o regresso do presidente do partido - porque o presidente do partido é que dirige o congresso - e dos dirigentes que estão no exterior".

Questionado se isso significa que o congresso poderá ser novamente adiado, o dirigente afirmou que na altura "o comité central analisará" se há condições para a sua realização.

Seja como for, Carlos Gomes Júnior assume-se desde já como "candidato natural" à presidência do país: "Naturalmente sou candidato. Ganhei a primeira volta com 49% dos votos e isso representa a esperança que o povo da Guiné-Bissau e os militantes do PAIGC depositam na minha pessoa".

Lusa/SOL

Declaração ao Parlamento Europeu da Sra. Catherine Ashton sobre a situação no Mali

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Artigo de opinião: Falta de juízo vs miragem, de Jorge Herbert

Falta de juízo vs miragem

"É incrível a falta de senso e a desconexão da realidade dos golpistas, transicionistas e seus apoiantes! Primeiro cometem as barbaridades e depois, incapazes de assumirem publicamente as asneiras (para não usar outro termo) que fizeram, vêm gabar-se de terem razão e tentarem demonstrar a todo o custo que os errados são aqueles que até agora assumiram uma posição intransigente contra o golpe de estado e na defesa da constitucionalidade! É caso para perguntar, mas que raio de líderes, pensadores e algumas pessoas do povo temos naquele país!?
Então, deitam por terra anos de caminhada na consolidação da democracia no país, interrompem um processo eleitoral, deitando para o lixo todo o investimento monetário que se fez nesse processo, colocam o país numa posição socioeconómica mais difícil, com os principais parceiros internacionais a virarem-nos as costas, para não falar ainda da amputação dos direitos mais elementares da população, com a proibição de manifestações e espancamentos dos manifestantes, espancamentos de figuras públicas, assassinatos de jovens, e vêm dizer-nos agora que eles é que tinham razão, que o caminho que tem de ser percorrido é este e que almejam a paz mais do que aqueles que não pegaram em armas, não pactuaram com os militares, não cometeram nenhuma barbaridade e sempre condenaram publicamente esses actos bárbaros!? Agora querem, mais que ninguém, a reposição da Ordem Constitucional mas, ao mesmo tempo, dizem não terem dinheiro para organizarem umas eleições que eles mesmo suspenderam e que custou os “olhos da cara” ao país!?
Saem em defesa de artigos pontuais da Constituição, esquecendo-se que dezenas de outros artigos dessa mesma Carta Magna são diariamente violados por eles! Que “transição” pretendem e em que constitucionalidade falam, quando existem políticos e outros cidadãos fora do país, impedidos de exercerem os seus direitos de cidadania mais básicos e nem a própria pátria podem regressar em segurança!? Esquecem-se que a carta Magna pretende-se inclusiva de todos os cidadãos e não exclusiva de alguns interesses mais obscuros!? Que regresso a constitucionalidade querem, quando os militares continuam a deter o poder na Guiné-Bissau e a intimidar a população!?
É que, as vezes chego a perguntar se são eles que perderam o juízo de vez, ou se são os cidadãos guineenses que defendem a legalidade que estão a açlejar uma miragem!
Conforme dizia o treinador de futebol Luís Filipe Scolari: “E o burro sou eu, né!?”
Enfim!
Jorge Herbert"

Presidente da Nigéria visita Guiné-Bissau Encontro com responsáveis da ECOMIB

Bissau – O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, é esperado para uma visita de trabalho na Guiné-Bissau, segundo uma fonte das autoridades de transição guineenses.

De acordo com a referida fonte, a deslocação do Presidente em Exercício da Comunidade de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), tem como a finalidade acompanhar de perto o período de transição em curso na Guiné-Bissau, onde se prevê um encontro com os responsáveis das forças da CEDEAO (ECOMIB) movida para o país na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.


Contactada a Embaixada da Nigéria na Guiné-Bissau confirmou a deslocação de Chefe de Estado nigeriano ao país, indicando que esta visita está agendada para Fevereiro.
A Nigéria detém maior número de efetivos das forças da ECOMIB na Guiné-Bissau, onde a Ministra da Defesa deste país esteve de visita a 25 de Dezembro, aos efetivos da Nigéria na Guiné-Bissau.


Com a finalidade de proteger as autoridades de transição e reformas nos sectores de Defesa e Segurança, inicialmente estava previsto que a força da CEDEAO terminasse a sua missão após um período de 12 meses no país.

Ramos-Horta admite dificuldades em mobilizar apoio internacional para eleições na Guiné-Bissau

Lusa21 Jan, 2013,

O representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, admitiu hoje que será difícil mobilizar a comunidade internacional para apoiar o processo eleitoral no país e mostrou-se favorável a um adiamento das eleições.

"Não é fácil (...) devido à crise financeira e económica que prevalece no mundo, em particular nos países ricos amigos e apoiantes tradicionais da Guiné-Bissau. [Será] Difícil devido aos constantes recuos no processo na Guiné-Bissau, alguma desilusão, desencanto", disse o timorense José Ramos-Horta.

O representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, que falava aos jornalistas em Lisboa, após uma reunião com o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Isaac Murade Murargy, adiantou contudo ser possível inverter este cenário.

"Se conseguirmos dar passos positivos nas próximas semanas e meses estou convencido que países doadores como Portugal, União Europeia e União Africana vão retomar o apoio à Guiné-Bissau (...) É possível mobilizar recursos desde que haja um quadro político satisfatório", prosseguiu.

A Guiné-Bissau está a ser gerida por um Governo de transição desde o golpe militar que a 12 de abril afastou do poder o Presidente e primeiro-ministro eleitos.

O acordo de transição, assinado em maio, previa a realização de eleições no prazo máximo de um ano, mas nos últimos tempos avolumam-se as vozes dos que não acreditam em tal possibilidade.

"Tudo indica que não há meios para que as eleições se realizem no prazo previamente anunciado. Para que as eleições decorram com total transparência e normalidade há muitos passos a serem realizados no terreno além dos aspetos técnicos e administrativos", disse Ramos-Horta.

Ressalvando que são os guineenses que têm que decidir o calendário eleitoral, o ex-Presidente timorense considerou que "as eleições não são um fim em si".

"Além do ato tem que haver todo um processo de diálogo para que o resultado das eleições venha a ser aceite por todos (...) e isso vai levar mais algum tempo", disse.

Adiantou que partilha do ponto de vista dos que defendem o adiamento das eleições "para permitir criar condições ótimas" para a sua realização.

Ramos-Horta, que deverá instalar-se em Bissau a partir da segunda semana de fevereiro, adiantou aos jornalistas que a sua primeira tarefa passa por "ouvir exaustivamente todas as partes".

Na agenda tem também previstas deslocações a vários países da região, nomeadamente Senegal, Guiné-Conacri, Gâmbia, Cabo Verde e Moçambique, que ocupa atualmente a presidência rotativa da CPLP.

Nos próximos dias, Ramos-Horta estará em Adis Abeba, Etiópia, com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para analisar com a União Africana a situação da Guiné-Bissau.

O ex-Presidente timorense disse ainda que teve já acesso aos resultados preliminares da missão internacional que em dezembro se deslocou à Guiné-Bissau, adiantando que baseará muito do seu trabalho nas conclusões desse relatório.

"A comunidade internacional é muito perentória, clara [na defesa] do Estado de direito e da ordem constitucional, mas também tem o sentido da realidade e de que é preciso dar passos com prudência para ajudar os guineenses a sair desta crise", disse.

Ramos-Horta acredita que os resultados da visita da missão internacional estão "a encorajar o diálogo e a levar a um processo de transição mais inclusivo", considerando que "há sinais positivos" no terreno.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) assinou na semana passada o Pacto de Transição, instrumento que regula o período de transição no país e que o maior partido do país se recusava a assinar.

ONU quer controle do Brasil sobre entrada de droga em Guiné-Bissau

"Brasileiros, colombianos e venezuelanos, façam mais para evitar a saída da droga da América do Sul." O pedido é do ex-presidente do Timor-Leste e ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1996 José Ramos-Horta, representante nomeado das Nações Unidas em Guiné-Bissau. O país africano é rota de passagem de cocaína para a Europa.

"Os nossos irmãos africanos, sobretudo da África Ocidental, sempre aparecem mal na fita quando, na realidade, nenhum país africano produz droga. Isto é produzido na América Latina. Em nenhum país africano há grande consumo de droga. Consumidores há na América do Norte e na Europa", ponderou.

Para José Ramos-Horta, o problema de drogas na Guiné-Bissau seria resolvido se "os nossos irmãos da América Latina fizessem maiores esforços para controlar a produção da droga, e os nossos irmãos europeus fossem mais eficazes em controlar suas fronteiras", disse nesta segunda-feira ao sair de reunião na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

Na última década, Guiné-Bissau passou a ser utilizada como rota de narcotráfico para a Europa, crime que, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), tem sido mais rentável que os Estados Unidos, em especial no caso da droga produzida na Colômbia e na Venezuela.

O relatório do Unodc de 2012 aponta para o trânsito de drogas entre países falantes da língua portuguesa. "Uma parte da cocaína enviada para o Brasil é contrabandeada para a África (sobretudo o oeste e o sul da África), tendo a Europa como destino final. Por causa de afinidades linguísticas com o Brasil e alguns países africanos, Portugal emergiu como área significativa para o trânsito de cocaína", descreve o documento.

O tráfico de drogas se aproveita da extrema pobreza de Guiné-Bissau, herdada do período de colonização portuguesa, iniciada antes do descobrimento do Brasil. Há o problema da fragilidade das instituições de Estado de direito, marcadas por movimentos recorrentes de golpes de Estado - em quase 40 anos, nenhum presidente eleito chegou ao fim do mandato. Em abril do ano passado, militares atacaram a residência do então primeiro-ministro e principal candidato às eleições presidenciais de Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior.

Os militares têm a hegemonia política do país desde a independência. Ramos-Horta promete procurá-los e também outros setores para dialogar. "Serei muito ativo no diálogo, no ouvir as pessoas. Serei ativo sem ser intervencionista", disse, seguindo a orientação da ONU e afinado com a CPLP, que não reconhece o governo de transição instalado no país desde abril do ano passado. 

Ramos-Horta muda-se na segunda semana de fevereiro para Bissau, capital de Guiné-Bissau. Uma das metas das Nações Unidas é que o país se pacifique internamente e promova novas eleições. "As eleições não são um fim em si, mas um instrumento de escuta da sociedade. Para além do ato eleitoral, tem que haver um processo de diálogo e de organização das eleições para que o resultado venha a ser aceito sem qualquer questionamento", disse, sem prever quando os guineenses voltarão a ter eleições.

Em recente reunião no Uruguai dos 23 países que integram a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), o Brasil se posicionou em favor do diálogo interno na Guiné-Bissau para dirimir conflitos. O Brasil tem grande interesse na normalização da vida política em Guiné-Bissau por causa da participação do país na CPLP, importante acesso do Brasil à África.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 20 de janeiro de 2013

Actualização:Amílcar Cabral é homenageado

Na Guiné-Bissau

Lançados em Bissau documentário e livro sobre a vida e obra de Amilcar

Bissau, Um documentário e um livro sobre a vida e obra de Amílcar Cabral foram lançados  este domingo na Guiné-Bissau para assinalar o 40.º aniversário da morte do fundador da nacionalidade da Guiné e Cabo Verde. 

  De acordo com a agência Lusa,  o documentário é da autoria do jornalista guineense, Waldir Araújo, da RDP-África, e retrata o trabalho feito pela fotojornalista italiana Bruna Polimeni, com imagens de Amílcar Cabral antes da sua morte.  

O livro, o primeiro sobre Amílcar Cabral escrito por um guineense, é do historiador Julião Soares de Sousa, radicado em Portugal.  

Os dois documentos foram apresentados num hotel de Bissau numa sala cheia de ex-combatentes, familiares de Amílcar Cabral e dirigentes partidários, numa iniciativa do Instituto Benten, do administrador do Banco Mundial para 24 países de África, o guineense
Paulo Gomes.  

Para Paulo Gomes, falar de Amílcar Cabral "é mais que uma homenagem" ao homem, ao político e ao visionário da Guiné-Bissau e de África, é também projectar o país para o futuro.   

"Não conseguimos ainda valorizar o que Amílcar Cabral teorizou para esta Guiné, mas todo o seu ensinamento continua válido. Amílcar Cabral é um reservatório enorme de ideias e de soluções para o país", afirmou Paulo Gomes.  

"Amílcar Cabral é um tema presente porque é o fundador da nossa nacionalidade, construtor das bases onde assentamos neste momento, bases a partir das quais devemos projectar o nosso futuro", acrescentou ainda o fundador e presidente do Instituto Benten.  

Sobre a primeira iniciativa organizada pela instituição, Paulo Gomes diz ter sido um êxito por ter juntado personalidades de várias esferas para analisarem em conjunto a figura do "pai" da independência da Guiné e Cabo Verde.   

Paulo Gomes enalteceu também a presença do cineasta guineense Flora Gomes na cerimonia, um dos pontos altos do 40 aniversário da morte de Amílcar Cabral, prometendo que o Instituto Benten irá ajuda-lo, ainda este ano, a concretizar o projecto de um filme sobre a vida e obra do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.   

Flora Gomes conheceu Amílcar Cabral em vida e, conta, foi o líder histórico que lhe mandou estudar cinema em Cuba ainda nos anos 60. 


Em Cabo Verde

Pai das independências da Guiné e Cabo Verde

O fórum internacional para assinalar o 40º aniversário da morte de Amílcar Cabral, o “pai” das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, a 20 de Janeiro de 1973, em Conakry (Guiné), encerra hoje na cidade da Praia.


Ao longo de três dias, conferencistas de Angola, Portugal, Canadá, Cuba, Itália e Finlândia, bem como de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, participaram em debates sobre o “pensamento e a obra” de Amílcar Cabral e questões relativas à agenda nacional e internacional relacionadas com a educação, cultura, economia e política.


O fórum, organizado pela Fundação Amílcar Cabral, sob o lema “Por Cabral Sempre”, decorre em torno de três grandes temas: “O pensamento de Amílcar Cabral na perspetiva contemporânea”; “Cabo Verde - Os caminhos do futuro, desafios e perspectivas” e “Questões do mundo global - integração e interdependências”.


Além desta iniciativa da fundação, presidida pelo ex-presidente cabo-verdiano Pedro Pires, estão igualmente previstos outros eventos destinados a assinalar em Cabo Verde o dia da morte de Amílcar Cabral e, em Setembro próximo, os 90 anos do nascimento do líder histórico do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Cedeao realiza cimeira extraordinária com Mali e Guiné Bissau na agenda

Os líderes da sub-região oeste-africana realizam sábado, 19 de Janeiro, em Abidjan, na Côte d'Ivoire, uma sessão extraordinária visando tomar medidas suplementares para resolver a crise maliana. A situação na Guiné Bissau também deverá ser abordada.


Abidjan - Os líderes da sub-região oeste-africana realizam sábado, 19 de Janeiro, em Abidjan, na Côte d'Ivoire, uma sessão extraordinária visando tomar medidas suplementares para resolver a crise maliana, que se degradou nos últimos dias depois de os islamitas que ocupam o norte do país tentarem controlar outras cidades e progredir para a capital, Bamako.

Esta conferência dos chefes de Estado e de Governo examinará os
últimos desenvolvimentos da situação política do Mali e como a região pode cooperar com a comunidade internacional para a aplicação de resolução 2085 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Durante esta sessão, os líderes regionais ouvirão uma exposição do presidente da Comissão da Cedeao, Kadré Désiré Ouédrago, sobre a situação política e de segurança no Mali, bem como os relatórios dos presidentes burkinabe, Blaise Compaoré, e nigeriano, Goodluck Jonathan, sobre os esforços de mediação que eles realizaram para a resolução de conflitos.

Eles serão igualmente informados sobre o estado de avanço do desdobramento da Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) pelo presidente do Comité dos Chefes dos Estados-Maiores da Cedeao, o general ivoiriense Soumaila Bakayoko, ao passo que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Côte d'Ivoire, Charles Koffi Diby, apresentará um relatório sobre a reunião do Conselho de Mediação e Segurança (CMS).

A cimeira dos chefes de Estado e de Governo é precedida, nesta sexta-feira (18), por um encontro extraordinário do CMS, que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos Estados-membros da Cedeao.

A reunião permitirá igualmente discutir sobre a situação na Guiné-Bissau, onde a Cedeao desdobrou no ano passado uma missão militar denominada ECOMIB com vista a proteger as instituições de transição e concluiu um acordo sobre a aplicação do programa de reforma do sector da defesa e segurança no país.

A cimeira de Abidjan deverá igualmente aprovar a nomeação do major-general nigeriano Shehu Usman Abdulkadir como comandante da MISMA e a do brigadeiro nigerino Yaye Garba como seu adjunto.

PAIGC quer juntar-se a governo de transição: Mudança de posição atribuída a pressões internacionais e a risco de isolamento

 

Numa mudança de posição o PAIGC decidiu juntar-se ao “pacto de transição”  e o “Acordo Político” saído do golpe de estado de Abril que o partido havia anteriormente condenado e que resultou na formação de um governo de transição.



Um porta voz do partido, Oscar Barbosa, disse que a decisão do PAIGC será transmitido á Assembleia Nacional Popular e que o partido irá fazer parte do governo de transição devido a pressões da “ comunidade internacional”.


Barbosa indicou que a decisão se deve também ao facto do PAIGC se arriscar a não participar num dialogo entre guineenses que leve ao regresso à ordem constitucional.


“Nós condenamos o golpe de estado mas temos que admitir e aceitar que o dialogo entre guineenses conduz a que obrigatoriamente o PAIGC não possa ser parte contrária ao entendimento nacional e que é necessário para se obter o retorno á constituição,” disse


Barbosa disse que “é a comunidade internacional que entende que é urgente e útil que o PAIGC assuma ou integre um governo de transição porque é o partido maioritário na assembleia e isso é a possibilidade de forma legal abrirmos as janelas para que a comunidade internacional possa dialogar com a Guiné Bissau”.

O PAIGC anunciou que vai realizar o seu congresso em Maio.
A decisão segue-se a dois dias de reuniões dos Órgãos internos do partido, durante os quais decidiram assinaram o Pacto de Transição e o Acordo Politico.


Trata-se de um congresso que promete ser muito renhido, em virtude de profundas divergências internas que marcaram e ainda marcam o partido, isto depois de eleições presidenciais de Maio do ano passado e que viria a resultar-se no Golpe de Estado de 12 de Abril.

Transição: Presidente da Guiné-Bissau admite que eleições não serão em Abril

O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, admitiu que "infelizmente" não será possível fazer eleições em Abril, como estava previsto no acordo de transição assinado em maio de 2012.

Presidente da Guiné-Bissau admite que eleições não serão em Abril

O acordo previa a realização de eleições no prazo máximo de um ano e Serifo Nhamadjo já tinha dito que queria eleições gerais em abril deste ano. Nos últimos meses, no entanto, a data tem sido posta em causa por diversos responsáveis e o próprio Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), maior partido, marcou o congresso para maio.

Além de o Governo dizer que não tem dinheiro para fazer eleições também estão por concluir aspectos técnicos, como a feitura de mapas e o recenseamento da população.

A feitura de eleições exige outros preparativos, técnicos e financeiros, e "o aspecto financeiro requer convergência de todas as instituições internacionais. Estando neste momento a redefinição da estratégia para o apoio à Guiné-Bissau no quadro das instituições internacionais”, disse.

“Estamos impotentes para poder dar avanço à nossa intenção", disse Serifo Nhamadjo.

E acrescentou: "por isso aguardo que a missão que esteve na Guiné-Bissau produza o seu relatório e que as organizações parceiras da Guiné-Bissau se possam pronunciar. Porque a Guiné-Bissau sozinha não tem capacidade económica, por isso estamos infelizmente nessa expectativa", sendo que também "tecnicamente vai ser muito difícil cumprir o calendário".

Serifo Nhamadjo falava aos jornalistas no aeroporto de Bissau, à partida para Abidjan, na Costa do Marfim, para participar numa cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que vai debater a guerra no Mali e passar em revista o processo de transição na Guiné-Bissau, na sequência de um golpe de Estado em abril do ano passado.

Aos responsáveis da CEDEAO, o Presidente de transição vai dizer que o país "está a marchar lentamente, mas com o objectivo de inclusão, para que todos os atores políticos e sociais se juntem para a elaboração de uma agenda de transição, inclusiva", e para que o país possa dizer à comunidade internacional a via que quer seguir e "os elementos que quer concretizar antes das eleições", explicou Nhamadjo.

Na quinta-feira, quatro partidos assinaram o acordo de transição, entre eles o maior partido. São "passos significativos" para que "num espaço curto possamos convocar todos os atores e redefinir a agenda de transição", disse.

Questionado sobre se a adesão ao acordo (Pacto de Transição) do maior partido, o PAIGC, levaria a mudanças no Governo de transição, Serifo Nhamadjo remeteu para os partidos subscritores do Pacto.

"O que eles entenderem, a proposta que me apresentarem, será a proposta, consensual, que eu tentarei materializar", salientou.

Sobre o envio de tropas guineenses para o Mali, Serifo Nhamadjo disse que o país está disponível para integrar uma força da CEDEAO e explicou que o envio de militares dos países da região será por etapas.

Em Bissau está já um grupo de militares a ser treinado para ir para o Mali, mas até agora não foi divulgada qualquer data para a partida.

ZOPACAS aprova declarações sobre Guiné Bissau e RDC

Montevideo  - A sétima Reunião Ministerial da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) que decorreu em Montevideu (Uruguai) na terça e quarta-feira, aprovou duas declarações sobre a Guiné Bissau e a RDC.

Sobre a Guiné Bissau o forum saudou a nomeação de Ramos Horta como novo enviado especial do secretário-geral da ONU para este apaís lusófono  e manifestou a total disponibilidade de apoiá-lo na sua missão. 

Os delegados manifestaram ainda o seu apoio aos esforços sustentáveis que veêm sendo desenvolvidos pela União Africana,  CEDEAO e  CPLP para solução da crise guineense, de forma a se restaurar a ordem constitucional respeitando-se as liberdades políticas e os direitos humanos.

Os participantes lamentaram as dificuldades por que passam os cidadãos da Guiné Bissau face a degradação  económica do país.  

Sobre a República Democrática do Congo (RDC) ,a sétima reunião Ministerial da ZOPACAS condenou os ataques do M23 ao mesmo tempo que expressou a sua solidariedade ao  Governo de Joseph Kabila, tendo saudado a contribuição dos países membros da ZOPACAS nos esforços  das Nações Unidas de manutenção da paz na RDC.

Recorde-se que na quarta-feira os ministros dos paises da ZOPACAS reunidos em Montevideo tomaram um conjunto de decisões que visam contribuir para a construção de zona de paz e cooperação no Atlântico Sul.

Angola esteve representada no encontro pelo ministro das Relações Exteriores Georges Chicoty que transferiu a presidência angolana assumida em 2007 para o Uruguai. 

2ª conferência do Ciclo de Conferências intitulado “Guiné-Bissau: da multidimensional encruzilhada ao bem comum guineense”

A 2ª conferência sob a insígnia A Guiné-Bissau: antes, durante e depois., terá lugar no próximo dia 23 de Janeiro, com início agendado para as17h30, no Auditório CIUL, Picoas Plaza.

A conferência contará com a participação da Dr.ªCarmelita Pires, do Sr. Professor Jaime Nogueira Pinto, da Dr.ª Graça Pombeiro, do Eng.º Miguel Anacoreta Correia e do Professor Doutor Nuno Severiano Teixeira. A sessão será presidida e moderada pelo Professor Doutor Aladje Baldé.


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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ultima Hora: PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, assinou Pacto de Transição: Atualização

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) assinou hoje em Bissau o Pacto de Transição, instrumento que regula o período de transição no país e que o maior partido se recusava a assinar.

Atualização 18/01/2013  11:58

 O documento estabelece a realização de eleições no prazo de um ano, aceita Serifo Nhamadjo como Presidente da República de transição, prorroga o mandato da Assembleia Nacional Popular, estabelece a escolha de um primeiro-ministro por consenso e diz que nem o Presidente nem o primeiro-ministro se podem candidatar nas próximas eleições.

Esta adesão do PAIGC "é uma nova fase na transição" da Guiné-Bissau, afirmou Serifo Nhamadjo, Presidente da República de transição

Rui Nené volta a vencer eleição para vice-Presidente do STJ

Bissau - O Juiz Conselheiro Rui Nené foi eleito, esta quarta-feira, 16 de Janeiro, vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A votação ocorreu normalmente e a escolha foi feita pelos Juízes Conselheiros e Desembargadores.

Trata-se de uma alternativa que surgiu depois de Rui Nené ter deixado a Comissão Nacional de Eleições (CNE), tendo regressado ao Supremo Tribunal de Justiça.


O magistrado já havia alcançado este lugar, em Dezembro, mas não chegou a assumi-lo uma vez que tinha sido também eleito Presidente da CNE pelos parlamentares, função à qual renunciou devido a pressões políticas.


Foi neste quadro que a Comissão Eleitoral do Poder Judicial decidiu organizar mais uma eleição para o cargo de vice-Presidente do STJ, processo que Rui Nené venceu com uma larga maioria sobre o seu oponente.


Depois da votação, o candidato eleito disse à imprensa que se trata de uma vitória do poder judicial guineense.


Juiz Conselheiro, Rui Nené é novo vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, depois de uma curta experiência na Comissão Nacional de Eleições, apesar de não ter completado um mês de exercício, tendo sido obrigado a demitir-se das funções.


Os interesses políticos, sobretudo do actual poder de transição, estiveram na origem da sua renúncia. Rui Nené faz parte de uma nova direcção do STJ, liderada por Paulo Sanha.

Domingos Simões Pereira confirma candidatura à Presidência do PAIGC

Bissau - Domingos Simões Pereira defendeu, esta quarta-feira, 16 de Janeiro, que a sua candidatura à Presidência do PAIGC visa responder a vários problemas presentes na sociedade guineense.

Em declarações à imprensa, o ex-secretário Executivo da CPLP, chamou a atenção dos guineenses para que a sua candidatura não visa obter qualquer «emprego», mas sim trabalhar em prol da melhoria da situação do país.


Domingos Simões Pereira responsabilizou todos guineenses pela situação em que o país se encontra. Segundo o candidato, a situação não é da exclusiva responsabilidade das Forças Armadas.

O ex-secretário Executivo da CPLP afirmou que os cidadãos estão com mais atenção em «separar os santos dos diabos», dando como exemplo o que acontece em algumas instituições públicas, como o caso da venda de terrenos na Câmara Municipal de Bissau e no Ministério das Pescas.


Domingos Simões Pereira interrogou-se sobre os motivos que levam ao levantamento destas questões apenas quando acontecem situações fora do normal e não quando o país atravessa momentos estáveis.


Em relação à sociedade guineense, o candidato disse que o exercício que lhe é pedido visa a protecção daqueles que têm pior argumento, tendo frisado que existem gravíssimos problemas de confiança no seio da população guineense.

Cartografia da Guiné-Bissau pronta mas cartógrafos recusam entregar trabalho ao Governo por falta de pagamentos

Bissau, (Lusa) - O trabalho de cartografia da Guiné-Bissau está concluído, mas a equipa que o fez recusa-se a entregá-lo por falta de pagamentos do Governo e ameaça mesmo destruir tudo, disse hoje à Lusa o porta-voz dos cartógrafos, Amadu Jaló.

Na sequência de um golpe de Estado em abril de 2012, a Guiné-Bissau está a ser gerida por autoridades de transição que deviam organizar eleições em abril deste ano. Além de a data ter sido diversas vezes posta em causa por responsáveis políticos, o atraso na entrega dos trabalhos cartográficos já tornou tecnicamente impossível realizar eleições em abril.

Amadu Jaló garantiu hoje à Lusa que é impossível realizar eleições em abril na Guiné-Bissau, ainda que hoje mesmo fossem entregues os trabalhos cartográficos, porque é necessário depois "o trabalho de gabinete, de compilação dos dados e de reprodução dos mapas, que dura no mínimo dois a três meses", seguindo-se o recenseamento eleitoral.

Segundo o responsável, os trabalhos cartográficos não serão entregues ao Governo de transição enquanto não for pago o valor em dívida, que ascende a 34 milhões de francos (52 mil euros). No processo estão envolvidos 25 cartógrafos e quatro desenhadores.

"Tivemos ontem (terça-feira) uma reunião com o ministro da Administração Territorial, mas parece-nos que o Ministério das Finanças não está interessado em pagar-nos", disse Amadu Jaló, acrescentando: "o Governo está a bloquear todo o sistema. Fazem propaganda de que estão a preparar as eleições, mas na base estão a bloquear. Sem cartografia não há recenseamento".

Segundo o porta-voz, o processo de cartografia do território guineense começou a ser feito em maio de 2011 mas foi interrompido em setembro do mesmo ano por falta de verbas. Recomeçou em agosto do ano passado e foi concluído a 16 de novembro.

Nas eleições presidenciais de março do ano passado cinco candidatos contestaram os resultados e exigiram a conclusão do processo de cartografia e a realização de um recenseamento biométrico. A segunda volta das eleições não se realizou porque os militares fizeram o golpe de Estado de 12 de abril.

FP // MLL.

Lusa/fim

Guiné-Bissau, os sonhos e um país por cumprir

Por Fernando Peixeiro, da agência Lusa

Bissau, 17 jan (Lusa) - Os sonhos de Amílcar Cabral de uma Guiné-Bissau independente, democrática e desenvolvida estão por cumprir, 40 anos após a morte do herói do país, de acordo com analistas. Para uns o país falhou, para outros foi Amílcar quem falhou.

Amílcar Lopes Cabral, que nasceu na Guiné-Bissau e passou parte da sua vida em Cabo Verde, foi o fundador do movimento de luta pela independência das então duas colónias portuguesas e morreu a 20 de janeiro de 1973, na Guiné-Conacri, prevalecendo a tese de que terão sido os próprios companheiros de luta os autores.

Quarenta anos depois, a Lusa perguntou a três dos mais conhecidos analistas políticos da Guiné-Bissau quais os sonhos do principal herói do país que estavam por cumprir.

? "Este país não tem nada a ver com aquilo que Amílcar Cabral sonhou. Há uma coisa importante que ele sonhou e está feito: preparou tudo até à véspera da consumação das independências e foi assassinado. Este é um mérito histórico, indiscutível e eterno. Daí para a frente falhámos tudo", diz Fernando Delfim da Silva.

Outro analista, Rui Landim, está de acordo. O grande sonho de Cabral, aquilo pelo que lutou, existe hoje: um espaço político e demográfico chamado República da Guiné-Bissau, independente e onde os próprios guineenses dirigem o seu destino. Os outros sonhos não.

Mas Fafali Koudawo nem com isso concorda. "Só se concretizou o içar da bandeira. É difícil dizer que se concretizou a independência. Se atentarmos à definição que Amílcar Cabral deu de independência a Guiné-Bissau está longe de ter uma independência".

O analista explica que Amílcar Cabral tinha como definição de independência o facto de o homem africano ter a liberdade de escolher o seu próprio destino, de andar pelos seus pés no caminho que escolheu. "Será que a Guiné-Bissau está a andar pelos seus pés num caminho escolhido? Duvido!".

Independência à parte, diz Delfim da Silva que nestes 40 anos o país falhou o desenvolvimento económico e político. "Politicamente fracassámos, com instabilidade crónica e permanente, e falhámos no plano económico, porque a pobreza aumentou em vez de reduzir", diz, para concluir: "este não pode ser o país de Amílcar Cabral".

Amílcar Cabral dizia em 1969 que a independência queria dizer melhores condições de vida, mais quadros e escolas, com instituições que respeitassem os cidadãos. "Ele dizia que quem não entende isto não entende nada. Este aspeto hoje está longe de se realizar", afirma Rui Landim, acrescentando: "falhámos no que ele mais insistia, nos recursos humanos, no homem novo".

Rui Landim diz que é preciso para a Guiné-Bissau "descobrir o homem novo que Amílcar Cabral sonhou" e que não surgiu depois de 20 de janeiro de 1973. "Como não se conseguiu substituir o Estado colonial por um Estado democrático no qual os governados fossem os detentores da soberania".

"Pelo que conhecemos de Amílcar Cabral, se fosse vivo diria: eu falhei!", diz.

Palavras idênticas para Fafali: "o maior vazio que deixou o desaparecimento de Amílcar Cabral foi o da liderança. Não se encontrou uma liderança à altura do desafio da construção do Estado da Guiné-Bissau", e nos últimos 40 anos o país teve dirigentes e depois chefes, mas nunca um líder.

Por isso, conclui o analista, a Guiné-Bissau, como um barco, evoluiu pelo impulso que já tinha mas andou cada vez mais devagar. "Neste momento o barco parou, mas ainda bem, porque não há melhor momento para constatar que estamos parados do que quando já não há movimento", diz.

O país vive hoje um "momento crítico", em que toda a gente quer de novo aglutinar-se em torno de um sonho. Pelo que pensa Fafali Koudawo estará por isso melhor quando se assinalarem os 50 anos da morte de Amílcar Cabral.

Será possível sim, diz Delfim da Silva, mas desde que os guineenses "tenham juízo". "Não temos juízo, fazemos as coisas sem pensar e saem torto", lamenta, acrescentando que é preciso recomeçar e que, se houver juízo, em 10 anos podem ser cumprido os sonhos de Amílcar.

"Posso não acreditar nas pessoas mas acredito na Guiné-Bissau", responde Rui Landim, acrescentando que é possível encontrar um líder e fazer o país que Amílcar sonhou, um país de quadros, de consenso e um centro de produção de conhecimentos.

Diz Fafali que é essencial que o país volte a sonhar. E que assim, quando se fizer o balanço do meio século da morte de Amílcar Cabral, talvez o barco tenha recomeçado a andar.

FP // VM.

Lusa/Fim

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PAIGC insiste na prerrogativa que lhe assiste na escolha do Presidente da CNE

Bissau - O Comité Central do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), habilitou o seu grupo parlamentar a manter-se intransigente no respeito da prorrogativa que lhe assiste na proposta da eleição do próximo Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A decisão consta na resoluções da Sessão Ordinária do partido, que teve lugar em Bissau entre 12 e 13 de Janeiro, na qual este órgão encorajou a mesa da Assembleia Nacional Popular, assim como os grupos parlamentares, a perseguirem os seus trabalhos para uma condução cuidadosa e inclusiva do presente processo de transição.


A realização do VIII Congresso Ordinário do PAIGC, a decorrer em Maio, na cidade de Cacheu, norte do país, sob o lema

«Unir e fortalecer o PAIGC rumo ao desenvolvimento», foi uma das decisões saídas do encontro de Bissau.

No que diz respeito ao pacto e acordo político revisto, o Comité Central do PAIGC mandatou a sua direção superior a avaliar as condições e concedeu a sua adesão a estes instrumentos de transição.


A questão de violação dos direitos humanos, restrições de direitos de manifestação, reuniões e de expressão, assim como casos de assassinatos sem esclarecimento dos casos, são aspectos mencionados na referida resolução.


O Comité Central do PAIGC defendeu a necessidade de criação de um Tribunal Penal Internacional especial com a finalidade de averiguar, apurar e julgar todos os crimes de sangue cometidos na Guiné-Bissau.


Relativamente aos militantes do partido, que sejam alvos de processos disciplinares, incluindo Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição, o Comité Central do PAIGC sublinhou a necessidade de reconciliação da família PAIGC e a sua responsabilidade politica de levar a cabo a tarefa de recolocar o país nos caminhos da paz, estabilidade, reconciliação e da unidade nacional, com base na observância rigorosa de preceitos legais aplicáveis.


Por último, o Comité Central do PAIGC repudiou a recente invasão e violência levada a cabo na sua sede pelos militares, solidarizando-se com as pessoas vitimas destes espancamentos.