quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Adiado congresso do PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau

O oitavo congresso ordinário do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, que devia realizar-se de 16 a 20 de janeiro, foi adiado para nova data, a ser marcada no próximo fim de semana, anunciou hoje o partido em comunicado.


ANDRE KOSTERS/LUSA

ANDRE KOSTERS/LUSA


O Comité Central do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) deve reunir-se entre quinta-feira e domingo para escolher uma nova data do Congresso, quando será eleita a nova liderança do partido.

A reunião, em Bissau, deverá também analisar o relatório do conselho de jurisdição do partido sobre as sanções disciplinares de um conjunto de militantes e dirigentes em litígio com a atual direção.

Vários dirigentes do PAIGC estão suspensos do partido, entre os quais o atual Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, acusados de terem desrespeitado as orientações do partido nas últimas eleições presidenciais antecipadas.

Serifo Nhamadjo, que acabou por ser Presidente de transição na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, apresentou-se como candidato independente às eleições contra a vontade da direção do PAIGC, que apoiou Carlos Gomes Júnior, até aqui presidente do partido.

Na altura do golpe de Estado, Carlos Gomes Júnior era primeiro-ministro. Desde 12 de abril que está a viver em Portugal, desconhecendo-se se estará presente no congresso, embora tenha apresentado, por carta, a recandidatura à liderança do partido.

Tanto Serifo Nhamadjo, como os que o apoiaram nas eleições presidenciais contra o candidato oficial do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, estão sob a alçada disciplinar do partido.

Fontes do PAIGC admitiram à agência Lusa que "há uma forte tendência" para a anulação de sanções a vários dirigentes, dada a necessidade de unir o partido, na perspetiva das eleições gerais previtas para abril deste ano.

O próprio comunicado do adiamento da data do congresso e da convocação da reunião do Comité Central salienta que o partido pretende a reconciliação de militantes e dirigentes.

"A comissão permanente do 'bureau' político defende a necessidade do ressurgimento de um PAIGC unido, reconciliado e preparado para assumir os grandes desafios políticos que se avizinham", lê-se no comunicado.

MB // EJ.

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