sábado, 5 de janeiro de 2013

Correios da Guiné-Bissau em greve de 30 dias

Bissau, (Lusa) - Os funcionários dos Correios da Guiné-Bissau iniciaram hoje uma greve de 30 dias para exigir o pagamento de 12 meses de salários em atraso, disse o presidente do sindicato, Tefna Tambá.

O sindicalista adiantou que para que a greve tenha "mais efeitos" os funcionários dos Correios decidiram fechar as portas de todas as instituições que funcionam no edifício dos Correios, nomeadamente a Guine Telecom, a Guinetel (telemóveis) e a União Express.

"Nenhum funcionário de outras instituições que aqui trabalham pode entrar nesta casa a partir de hoje até que o Governo se decida a resolver os nossos problemas, com uma resposta satisfatória", notou Tefna Tambá.

O sindicalista disse que o Governo "promete mas nunca cumpre", citando a promessa de pagar algum salário antes do Natal, facto que, disse, não aconteceu.

"O Governo chamou-nos no dia 20 de dezembro, para nos dizer que compreende as nossas reivindicações mas que iria tentar fazer com que tenhamos algo com que passar as festas, mas nada disso se concretizou, ainda por cima o Governo não nos deu nenhuma justificação", afirmou Tefna Tambá.

"Estamos abertos para diálogo com o Governo, mas, hoje, depois de varias maratonas de concertação que encetamos junto do Governo, decidimos fechar as portas dos Correios e que cada um fique na sua casa", sublinhou Tambá.

O sindicalista diz também que a greve serve para demonstrar ao Governo o desacordo dos funcionários pela forma como os Correios são tratados no país.

"Não existe uma única estação dos Correios em funcionamento no interior da Guiné-Bissau. Apenas existem os serviços dos Correios em Bissau", observou Tefna Tambá, lembrando que mesmo nesse caso os serviços "não têm rentabilidade" desde que o Governo liberalizou o setor permitindo a entrada de operadores privados.

Os funcionários do Correios exigem do Governo o pagamento de uma dívida de 151 milhões de francos CFA, referentes a 12 meses de salários e subsídios em atraso e ainda reformas no setor e o enquadramento de funcionários com mais de 20 anos de serviço que ainda auferem como eventuais.

Funcionários do setor da Saúde Pública iniciaram também hoje uma greve de 20 dias para reivindicar o pagamento de salários e subsídios em atraso.

MB //JMR.

Lusa

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