O sector da saúde pública da Guiné-Bissau iniciou hoje uma nova greve, desta vez de 20 dias, até ao próximo dia 31, para reivindicar o pagamento de salários em atraso e melhoria de condições de trabalho.
De acordo com Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS), a greve hoje iniciada "é a continuação da paralisação laboral" efectuada no passado mês de Dezembro mas que, de forma unilateral, havia sido suspensa pelos sindicatos.
"Vamos continuar com a nossa luta, já que, por ocasião das festas do Natal e novo ano, decidimos suspender a greve, agora é só continuar com a luta até que as nossas reivindicações sejam cumpridas", afirmou o sindicalista.
"Em causa estão salários em atraso dos novos ingressos, recém-formados e ainda subsídios do pessoal contratado", declarou Domingos Sami, notando também que o Governo não cumpriu com a promessa de passar a observar os mecanismos de progressão na carreira do pessoal da saúde.
Em relação às dívidas, o sindicalista afirmou que o valor global situa-se na ordem de 349 milhões de francos CFA (532 mil euros), acumulados com salários em atraso, subsídios de vela e de isolamento (técnicos colocados em localidades recônditas do país), bem como o pagamento do pessoal contratado para prestar assistência nos hospitais e centros de saúde.
A agência Lusa constatou hoje um notório fraco movimento no hospital nacional Simão Mendes, de Bissau, onde, garantiram os elementos do sindicato do pessoal da saúde, há um serviço mínimo como em todos os hospitais e centros médicos do país.
Bacari Manafá, um familiar de um paciente internado nos serviços da pediatria disse à Lusa que a greve está a afectar o atendimento dos doentes, mas ainda assim afirmou que "podia ter sido pior" se a paralisação tivesse ocorrido no dia 28 de Dezembro passado aquando do naufrágio de uma piroga, no qual, oficialmente, morreram 29 pessoas e 74 foram assistidas no Simão Mendes.
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