Bissau, 31 jan (Lusa) - O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau recebeu "sem surpresa" a notícia da regressão do país em termos de liberdade de imprensa e diz que houve vários casos que levaram a essa queda.
De acordo com o relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras, a liberdade de imprensa na Guiné-Bissau regrediu 17 lugares, estando agora o país em 92.º lugar. O relatório diz que existe um clima de censura na Guiné-Bissau, reforçada pelo golpe de Estado militar de 12 de abril passado o que, realça o documento, tem dificultado o trabalho dos profissionais de comunicação social.
"Não se trata de nenhuma surpresa para o Sinjotecs. É uma avaliação que se faz a todas as situações ocorridas antes e depois do golpe de Estado na Guiné-Bissau. Há vários casos ocorridos nesse período que concorrem para esta avaliação", disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) da Guiné-Bissau, Mamadu Candé.
O presidente do sindicato lembrou "o caso do jornalista António Aly Silva e do delegado da RTP-África, que acabou expulso do país". Aly Silva foi detido e espancado por militares no ano passado, logo a seguir ao golpe de Estado de abril.
Além dessas situações, Mamadu Candé apontou as "dificuldades" com que se deparam os profissionais de comunicação social guineense, destacando o baixo salário, falta de materiais de trabalho e de formação, para também enquadrar o relatório dos Repórteres Sem Fronteiras.
Para Mamadu Candé, são situações que "também acabam por condicionar" o exercício pleno da liberdade de imprensa. O presidente do sindicato dos jornalistas enfatiza igualmente o facto de que a Guiné-Bissau ser considerada "um país de risco".
Lusa
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