terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Congresso do PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, em maio

Interior da sede do PAIGC em Bissau
Lusa

O principal partido da Guiné-Bissau, o PAIGC, deve realizar em maio o oitavo congresso ordinário, que esteve marcado para janeiro, disse hoje o porta-voz do partido, Óscar Barbosa.

A decisão do adiamento do congresso, que servirá para a escolha de uma nova liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), saiu de uma reunião do Comité Central realizada no último fim de semana em Bissau.

Segundo Óscar Barbosa, ainda não se decidiu sobre a data da realização do conclave mas o Comité Central aprovou, em princípio, o mês de maio e manteve a cidade de Cacheu (no norte) como palco da reunião.

Com a marcação do congresso do PAIGC para maio o partido está a admitir implicitamente que as eleições gerais, projetadas para abril, já não vão ter lugar nessa data.

O porta-voz do PAIGC adiantou igualmente que o partido irá assinar o Pacto e o Acordo Político de Transição (dois instrumentos que regem o período de transição em curso no país) como forma de "acelerar o retorno à normalidade constitucional", interrompida com o golpe de Estado de 12 de abril passado.

Questionado sobre se com a assinatura do Pacto de Transição (rubricado pela maioria de partidos guineenses) o PAIGC não estaria a legitimar o golpe de Estado, Óscar Barbosa disse que não é esse o entendimento.

"Não nos interessa legitimar ou deixar de legitimar o golpe. O nosso posicionamento sobre o golpe é claro, condenamos o golpe de Estado, mas temos que admitir e aceitar que o diálogo guineense conduz a que obrigatoriamente o PAIGC não possa ser parte contrária ao entendimento nacional que urge e que é necessário", notou Óscar Barbosa.

O porta-voz do PAIGC adiantou que o Comité Central analisou e admitiu a possibilidade de perdoar os dirigentes do partido que incorrem em processo disciplinar, incluindo suspensão de militância, por terem apoiado um candidato independente nas últimas eleições presidenciais.

Entre os dirigentes que se encontram nessa situação está o atual Presidente de transição, Serifo Nhamadjo.

"Há um princípio de aceitação da reconciliação. O conselho nacional de jurisdição, que é um órgão independente, vai fazer sair as sanções e depois virá a reconciliação. Ninguém é indultado sem que haja a pena", observou Barbosa.

"O perdão já está. É um princípio praticamente assumido superiormente pelo partido. Inclusive o camarada Manuel Saturnino da Costa (atual presidente em exercício) diz que há necessidade de convocar todos os militantes (a serem sancionados) para falarmos, olhos nos olhos, criticarmo-nos uns aos outros e só depois é que vamos avançar para a reconciliação. Este é o desejo expresso no Comité Central pela grande e esmagadora maioria de militantes", disse o porta-voz do PAIGC.

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