domingo, 10 de janeiro de 2010

Cerca de cem barcos e três mil pirogas pescam anualmente nas águas do país

Bissau, – Cerca de cem barcos e três mil pirogas pescam anualmente nas águas da Guiné-Bissau, disse à agência Lusa, o secretário Estado das Pescas, Mário Sami.

A maioria das embarcações, tanto os navios de pesca industrial como as pirogas de pesca artesanal são de pavilhão estrangeiro, afirmou ainda Mário Sami, explicando que são poucos os guineenses no sector da pesca comercial.

Ao abrigo dos acordos de pesca, desenvolvem actividade industrial na Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Guiné-Bissau barcos de países da União Europeia (Portugal, Espanha, Itália e França), da China, da Coreia do Sul e da Rússia.

A somatória dos barcos de pesca industrial destes países não ultrapassa, contudo, cem navios, realçou Mário Sami, sublinhando que o "grande esforço de pesca" nas águas da Guiné-Bissau é ao nível da pesca artesanal.

"Contando com os poucos pescadores nacionais, são cerca de três mil as pirogas que pescam nas nossas águas todos os anos. São pescadores senegaleses, da Guiné-Conacri, da Gâmbia, da Serra Leoa, do Gana e do Mali", explicou o secretário Estado das Pescas guineense.

Mário Sami entende, porém, que o Governo devia criar condições que possam levar ao surgimento de um sector privado guineense capaz de intervir mais no sector das pescas.

"O Governo devia criar condições para o surgimento de um sector privado nacional forte no sector das pescas, dando incentivos, por exemplo um abaixamento nos valores das licenças ou construir aldeias de pescadores artesanais", afirmou Sami.

Mesmo sendo um sector estratégico para o país, o secretário Estado não concorda que se diga que a pesca representa 40 por cento do Orçamento Geral do Estado guineense. Para Mário Sami esse valor não pode ser estanque.

"Tem sido como a cantiga do papagaio. As pessoas dizem que a pesca contribui com 40 por cento para o Orçamento. Não pode ser assim. Não pode ser um valor constante. Penso que às vezes pode ser mais como pode ser menos", defendeu, frisando que os cálculos são ser feitos com base nas licenças atribuídas anualmente, cujo número não é fixo.

Questionado sobre a capacidade potencial para a captura do pescado na Guiné-Bissau, o secretário Estado das Pescas afirmou que dados recentes indicam cerca de 90 mil toneladas anuais, enquanto dados dos anos 90 apontavam para 200 a 250 mil toneladas anuais.

"O país não tem capacidade, por não tem uma frota própria, para atingir essa capacidade de captura, somos obrigados a fazer acordos com os outros países para virem cá pescar", disse Mário Sami.

No entanto, o responsável do sector das pescas afirmou que o país também não tem capacidade para controlar a sua ZEE pelo que é frequente a captura de navios piratas ou em actividade de pesca ilegal

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