quarta-feira, 30 de novembro de 2016

TAP retoma voos para a Guiné Bissau

A TAP vai retomar os voos regulares para a Guiné-Bissau, a partir de quinta-feira, 1 de Dezembro, anunciou a companhia em comunicado de imprensa.

"A inclusão de Bissau na rede de destinos da TAP vem reforçar o posicionamento da companhia portuguesa no continente africano, onde dispõe de forte presença, e consolida a orientação da transportadora, que considera África um dos seus mercados estratégicos", sublinha.

Os voos vão realizar-se às quintas-feiras e sábados, no sentido Lisboa/Bissau, com partida às 21:50 e chegada às 2:00. No regresso, os voos partem de Bissau todas as sextas-feiras e domingos, pelas 2:50, chegando a Lisboa às 6:00. 

Com a abertura de voos para Bissau, a TAP passa a servir um total de 14 destinos em África.

sábado, 19 de novembro de 2016

Sissoco como primeiro-ministro da Guiné é "sinal da implantação de uma ditadura", afirma PAIGC

O PAIGC, vencedor das eleições gerais de 2014 na Guiné-Bissau, anunciou que está contra a decisão do Presidente do país em nomear Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro, facto que encara como sinal da implantação de uma ditadura.

"O PAIGC convida a CEDEAO e toda a comunidade internacional a continuarem a acompanhar o povo guineense nesta luta pela defesa das conquistas democráticas e da liberdade, opondo-se frontalmente aos sinais evidentes de implantação da ditadura na Guiné-Bissau", lê-se no comunicado da Comissão Permanente do Bureau Político, assinado por Domingos Simões Pereira, presidente do partido.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) "demarca-se desta decisão" do Presidente, José Mário Vaz, "responsabilizando-o por todas as consequências daí decorrentes e manifesta a sua firme e inabalável determinação em continuar a luta pela afirmação do Estado de direito democrático".
O Presidente da República deu hoje posse a Umaro Sissoco Embaló, 44 anos, general na reserva das Forças Armadas guineenses.
O nome era um dos três propostos por José Mário Vaz nas negociações do Acordo de Conacri, assinado em outubro pelos dirigentes guineenses para ultrapassar a crise política.
No entanto, segundo o PAIGC, Sissoco não foi o nome de consenso.
O partido apoiou o seu dirigente Augusto Olivais, outro nome que Vaz colocou em cima da mesa.
O PAIGC diz que esperava hoje o cumprimento "do consenso estabelecido em Conacri, o que não aconteceu", refere em comunicado, deixando implícito que Olivais teria sido a opção - apesar de o Partido da Renovação Social (PRS), segundo partido mais votado na Guiné, o negar.
Mediado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o texto do Acordo de Conacri não esclareceu o nome escolhido o que tem permitido que haja diferentes versões sobre o que passou nas negociações.
A este propósito o PAIGC já tinha pedido esta semana à CEDEAO e comunidade internacional que seja revelado o respetivo relatório final para acabar com as dúvidas.
O partido entende que, ao dar posse a Sissoco, José Mário Vaz está a denunciar o Acordo de Conacri e assim a pôr em causa "de forma irresponsável todo o esforço e sacrifício consentidos pelos diferentes atores políticos e sociais do País, assim como da comunidade internacional, particularmente da CEDEAO".
O Presidente da República opta por "prosseguir com a crise, por ele criada e ininterruptamente sustentada", conclui o partido.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Persistem divergências entre principais partidos da Guiné-Bissau sobre nomeação do novo PM

Os principais partidos no Parlamento da Guiné-Bissau mantêm-se irredutíveis nas suas posições sobre a figura que deve ser escolhida pelo chefe de Estado guineense para o cargo de primeiro-ministro.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, auscultou hoje as cinco formações políticas representadas no Parlamento, mas, à saída, os dois mais votados, PAIGC e PRS, declaram-se irredutíveis naquilo que cada um defende.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, pela voz do seu primeiro vice-presidente, Carlos Correia, disse ter comunicado a José Mário Vaz que só aceita como primeiro-ministro o seu dirigente Augusto Olivais.
O partido fez notar que o nome de Olivais teria sido aquele que mereceu o consenso entre as partes desavindas e que se deslocaram em outubro à vizinha Guiné-Conacri onde o chefe de Estado, Alpha Condé, tentou mediar a crise guineense.
O Partido da Renovação Social (PRS), segunda maior força no Parlamento guineense, através do secretário-geral, Florentino Pereira, diz que de forma alguma poderá admitir o nome de Augusto Olivais para o cargo de primeiro-ministro.
O PRS observa que nunca houve qualquer consenso à volta daquele nome nos encontros tidos em Conacri, como diz o PAIGC.
O Partido da Convergência Democrática (PCD), a terceira força mais votada, entende que o Presidente guineense "apenas deve respeitar o acordo de Conacri", segundo o qual o primeiro-ministro deve ser nomeado por consenso dos partidos representados no Parlamento e deve merecer a confiança do chefe de Estado.
Para Vicente Fernandes, líder do PCD, Augusto Olivais "é a tal figura de consenso" por ter sido um elemento indicado pelo Presidente guineense e aceite pelo PAIGC enquanto partido vencedor das eleições.
Augusto Olivais faz parte de uma lista de três personalidades guineenses propostas por José Mário Vaz para que uma seja escolhida para primeiro-ministro.
As outras personalidades são Umaro Cissoko, general na reserva, e João Fadiá, diretor do Banco Central de Estados da África Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau.
Nas audiências separadas de hoje, o Presidente guineense, José Mário Vaz, pediu a cada uma das entidades que lhe remetam, por escrito, a posição que defendem como proposta para a saída da crise política e, se possível, com o nome de candidato a primeiro-ministro.
Além dos partidos, José Mário Vaz recebeu a direção da Assembleia Nacional Popular, o parlamento guineense.
Inácio Correia, primeiro vice-presidente da ANP disse ter informado o chefe de Estado que não é da competência do hemiciclo indicar a figura para chefiar o Governo.
O primeiro-ministro do Governo em exercício, Baciro Djá, também devia ser auscultado pelo Presidente guineense, mas fontes da presidência indicaram que aquele não compareceu à audiência, nem justificou o motivo da ausência.