O PAIGC, vencedor das eleições gerais de 2014 na Guiné-Bissau, anunciou que está contra a decisão do Presidente do país em nomear Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro, facto que encara como sinal da implantação de uma ditadura.
"O PAIGC convida a CEDEAO e toda a comunidade internacional a continuarem a acompanhar o povo guineense nesta luta pela defesa das conquistas democráticas e da liberdade, opondo-se frontalmente aos sinais evidentes de implantação da ditadura na Guiné-Bissau", lê-se no comunicado da Comissão Permanente do Bureau Político, assinado por Domingos Simões Pereira, presidente do partido.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) "demarca-se desta decisão" do Presidente, José Mário Vaz, "responsabilizando-o por todas as consequências daí decorrentes e manifesta a sua firme e inabalável determinação em continuar a luta pela afirmação do Estado de direito democrático".
O Presidente da República deu hoje posse a Umaro Sissoco Embaló, 44 anos, general na reserva das Forças Armadas guineenses.
O nome era um dos três propostos por José Mário Vaz nas negociações do Acordo de Conacri, assinado em outubro pelos dirigentes guineenses para ultrapassar a crise política.
No entanto, segundo o PAIGC, Sissoco não foi o nome de consenso.
O partido apoiou o seu dirigente Augusto Olivais, outro nome que Vaz colocou em cima da mesa.
O PAIGC diz que esperava hoje o cumprimento "do consenso estabelecido em Conacri, o que não aconteceu", refere em comunicado, deixando implícito que Olivais teria sido a opção - apesar de o Partido da Renovação Social (PRS), segundo partido mais votado na Guiné, o negar.
Mediado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o texto do Acordo de Conacri não esclareceu o nome escolhido o que tem permitido que haja diferentes versões sobre o que passou nas negociações.
A este propósito o PAIGC já tinha pedido esta semana à CEDEAO e comunidade internacional que seja revelado o respetivo relatório final para acabar com as dúvidas.
O partido entende que, ao dar posse a Sissoco, José Mário Vaz está a denunciar o Acordo de Conacri e assim a pôr em causa "de forma irresponsável todo o esforço e sacrifício consentidos pelos diferentes atores políticos e sociais do País, assim como da comunidade internacional, particularmente da CEDEAO".
O Presidente da República opta por "prosseguir com a crise, por ele criada e ininterruptamente sustentada", conclui o partido.
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