15 milhões de euros é o valor que Carlos Gomes Júnior procura junto dos parceiros internacionais para levar por diante a reforma das Forças Armadas guineenses
Na reunião em Bruxelas a 27 de Setembro, Durão Barroso condicionou a continuação da ajuda da União Europeia à Guiné Bissau à garantia de estabilidade política no país. A aceitação da entrada de uma Força de Estabilização Internacional, composta por parceiros africanos, foi um sinal positivo da parte do Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior para restabelecer a “confiança internacional” naGuiné-Bissau.
A ajuda internacional assume um carácter de importância extraordinária para o futuro da Guiné-Bissau. O Orçamento Geral do Estado guineense para 2011 tem um buraco orçamental de cerca de 15 milhões de euros, correspondente ao apoio directo que a União Europeia atribui anualmente ao mesmo orçamento, valor que terá, também este ano, de ser encontrado junto dos parceiros de cooperação. No entanto, fruto das convulsões político-militares que Bissau tem sofrido desde o início de 2010, a posição da Comunidade Internacional sofreu um endurecimento claro. Caso a estabilidade política não esteja assegurada pelas autoridades guineenses, a União Europeia invocou a possibilidade de sanções internacionais caso o poder passe para as mãos dos militares.
Nos últimos anos, a África Ocidental tem sido terreno fértil para os Golpes de Estado de cariz militar, como foram exemplos os casos da Mauritânia e da Guiné-Conakry. Ainda que Bissau mostre um quadro diferente – o Governo guineense mantém-se estável desde 2008, cumpriu as metas impostas pelo FMI e negociou com sucesso um empréstimo junto do Banco Mundial – o risco de tomada de poder por parte dos militares é ainda considerado elevado pelas autoridades europeias.
Daí a importância que União Europeia coloca sobre a Reforma do Sector da Segurança e Defesa guineense, programa que a Guiné-Bissau se diz incapaz de realizar nas actuais condições. Comunidade Internacional pretende retomar o apoio uma vez que tem consciência uma crise orçamental em 2011 poderia conduzir à queda de um Governo estável às mãos de uma classe militar instável.
A reunião entre Durão Barroso e Carlos Gomes Júnior terá sido uma mensagem clara de que a Comunidade internacional não pretende abandonar a Guiné-Bissau à sua sorte. No entanto, a pressão internacional espera agora sinais muito claros de que o poder político não continuará a estar, como até agora, refém dos militares guineenses.
(c) PNN Portuguese News Network
"Se não nos derem a mesada vamos nos portar mal".
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