Ziguinchor, Senegal - O tráfego rodoviário entre o Senegal e a Guiné-Bissau estava paralisado terça-feira por uma greve desencadeada pelo Sindicato dos Transportadores e Motoristas Guineenses em todo o território do seu país para protestar contra chantagens e desmandos das forças da ordem, constatou a PANA no local.
Esta greve obrigou centenas de automobilistas de Ziguinchor, a capital de Casamança, no sul do Senegal, que rumam para Bissau, a capital da Guiné-Bissau, a estacionar os seus veículos até que situação volte à normalidade do outro lado da fronteira.
Alguns, que partiram muito cedo de manhã de Ziguinchor, fizeram meia volta quando chegaram à aldeia fronteiriça senegalesa de Mpack, dissuadidos pelo bloqueio imposto do outro lado pelos grevistas, confiou à PANA um motorista
senegalês.
Segundo os grevistas, na Guiné-Bissau, mesmo se um motorista tem documentos em dia, não está ao abrigo de desmandos das forças da ordem.
"Eles obrigam-te a pagar mil francos (cerca de dois dólares americanos) ou mais. Aliás, quando chegas, eles não querem saber se está em dia ou não, só te pedem para pôr a mão no bolso e se negar, vão criar-te todos os problemas do mundo”, denunciou Abdourahmane Diallo, transportador entre Ziguinchor e Bissau.
Habituado a este eixo rodoviário, Michel Gomes pensa que os transportadores bissau-guineenses trabalham para as forças de segurança e que esta situação já não pode continuar.
Segundo ele, é preciso que as autoridades ponham termo a este fenómeno, senão, disse, já não haverá transporte na
Guiné-Bissau.
"Estamos determinados a ir até ao fim. Na Guiné Bissau, ninguém tem a autoridade perante as forças de segurança que fazem tudo a seu bel-prazer sem se preocupar com as consequências dos seus actos sobre a vida das populações", desabafou Gomes.
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