Bissau - Um relatório do Banco Mundial diz que a Guiné-Bissau é um país preso numa armadilha de baixo equilíbrio motivada pela instabilidade política e má governação, o que acaba por condicionar o seu crescimento económico, noticia hoje (quarta-feira) a LUSA.
O relatório foi publicado em Bissau, no âmbito de uma série de seminários que o Banco Mundial tem estado a organizar com o
governo guineense e nos quais estão a ser analisados os mecanismos para melhorar a ajuda àquele país.
Num dos seminários, que decorreu entre segunda-feira e terça-feira, subordinado ao tema "Guiné-Bissau como escapar à armadilha da fragilidade", foi abordado o relatório sobre o desenvolvimento do mundo em 2011 e as implicações para a Guiné-Bissau.
Em relação a este país o relatório analisou os conflitos, segurança e desenvolvimento.
"A instabilidade política tem prejudicado a lei e a ordem e enfraquecido a capacidade de governos sucessivos em prestar serviços públicos essenciais e garantir a infra-estrutura económica de base", adiantou o relatório designado Memorando Económico da Guiné-Bissau.
De acordo com o documento de cerca de 200 páginas, a instabilidade política tem impedido o investimento privado o que se traduz na impossibilidade de o governo guineense normalizar a situação do país, por falta de recursos que poderia ir buscar aos impostos desse mesmo sector privado.
"Na área fiscal, por exemplo, o baixo crescimento traduziu-se na falta de dinamismo das receitas do Estado, e limitou as perspectivas de oportunidades fora do sector público para o pessoal militar e civil, tornando necessária a contenção de gastos de pessoal, uma opção politicamente difícil", refere o documento.
Esta situação realça o Banco Mundial, acaba por conduzir a uma insatisfação permanente dos funcionários públicos e dos militares bem como do próprio sector privado.
"É pouco provável que a saída dessa armadilha de equilíbrio-baixo ocorra com rapidez apenas a partir da dinâmica interna do país", nota o documento, realçando, porém, que em caso de estabilidade política o país possui condições objectivas para dar um salto qualitativo em poucos anos.
O Banco Mundial aponta cinco pilares sobre os quais a Guiné-Bissau se deve basear-se para dar o salto. Assim, o país deve criar infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento, promover um crescimento mais rápido do sector agrícola.
Assentar as bases de um crescimento sustentado nos seus principais recursos naturais, melhorar o ambiente de negócios e
promover a transparência e a eficiência do sector público, sublinha o documento.
A "Guiné-Bissau, ao contrário dos seus países vizinhos, ainda possui uma base rica, relativamente intacta, de recursos naturais. Esta base de recursos e a biodiversidade associada a estes representam um activo considerável para a economia do país, tanto no curto prazo" como no médio prazo, indicou o relatório a que Agência Lusa teve acesso.
Sem comentários:
Enviar um comentário