domingo, 21 de julho de 2013

Lafú Baldé, o guineense que está todos os dias nas rádios internacionais

*** Mussá Baldé, da Agência Lusa ***

Bissau, 21 jul (Lusa) - Lafu Baldé é um jovem guineense conhecido mundo fora através das ondas das rádios internacionais, não por ser político ou militar mas sim por ser um ouvinte assíduo dos programas das emissoras captadas em Bissau.

Quase todos os dias o nome de Lafu Baldé é citado nos programas interativos com os ouvintes da Voz da Alemanha, Voz de América ou Rádio França Internacional.

Através de mensagens por telemóvel (sms), o jovem, que há 36 anos nasceu na localidade de Galomaro-Cossé (no leste da Guiné-Bissau) não perde a oportunidade para comentar qualquer notícia, seja ela da guerra na Síria, das cheias na China, da crise política em Portugal, das disputas partidárias em Moçambique, ou da instabilidade na Guiné-Bissau. Lafú tem sempre opinião.

"Gosto de participar e de dar a minha opinião porque me considero um cidadão deste mundo. Sou uma pessoa globalizada por isso comento as noticias", disse Baldé, em conversa com a Agência Lusa.

É pelo meio dessa conversa que Lafú, que se dedica ao pequeno comércio no centro de Bissau, recebe vários telefonemas "dos clientes", que a todos "despacha" com a resposta: "Agora não dá, porque estou a dar uma entrevista".

Franzino e de olhar penetrante, Lafú Baldé, de túnica verde, conta à Lusa que apanhou o "bicho" de participar nos programas das emissoras internacionais desde 2007, ainda quando a BBC tinha o serviço em língua portuguesa.

Diz que de lá para cá não se lembra de um único dia que não tivesse mandado uma ou várias mensagens para rádios internacionais.

"Mesmo estando na casa de banho tenho o meu aparelho de rádio, para poder ouvir as notícias e saber quais os assuntos em debate. Logo que o tema é lançado mando o meu comentário", diz no meio de um sorriso malandro.

E explica que já várias vezes foi procurado por outros ouvintes, que querem saber o seu segredo por estar sempre na "crista da onda".

"Rio-me e respondo-lhes que tenho tido sorte. Mas, também escrevo rápido", diz, acrescentando que talvez seja também por ter já memorizado os números de telemóveis de todas as rádios internacionais captadas em Bissau.

Em tempos Lafú Baldé também participou em programas interativos da RDP-Africa, mas, confessa, é através da Voz da Alemanha (Deuscthe Welle) que o seu nome é mais ouvido.

Pela fidelidade e assiduidade, Lafú Baldé recebeu em tempos um "ipod" da Voz da Alemanha, aparelho que traz sempre no bolso mesmo estando na mesquita.

Por enquanto dedica-se ao pequeno comércio, mas no futuro diz querer ser político ou jornalista "muito conhecido".

Acredita que através de uma dessas profissões poderá ajudar a mudar a Guiné-Bissau. "Para melhor".

MB // PJA

Lusa/Fim

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