terça-feira, 2 de julho de 2013

Liga dos Direitos Humanos pessimista quanto a eleições em Novembro

Bissau - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) duvida de que as eleições gerais da Guiné-Bissau ocorram a 24 de Novembro, porque há "atrasos na preparação de actos prévios", disse hoje (segunda-feira) o presidente da instituição.  

"Preferimos esperar para ver até ao dia 24 de Novembro se vai haver eleições. Mas sinceramente não acreditamos que as eleições vão ter lugar nessa data", disse hoje (segunda-feira) Luís Vaz Martins, ao comentar para a agência Lusa o decreto presidencial
que marcou a data das eleições gerais na Guiné-Bissau para 24 de Novembro próximo.  

Para o presidente da LGDH, a marcação da data das eleições "é um passo importante", na medida em que vai ao encontro das exigências da comunidade nacional e internacional. Contudo, não é o suficiente para que o escrutínio tenha lugar.  

"Da marcação da data das eleições à criação de condições objectivas para a realização do escrutínio na data marcada vai uma grande distância. Paralelamente à marcação da data devem ser encetados mecanismos suficientes que nos levam a acreditar que a
marcação da data não passa de um mero procedimento para agradar às exigências da comunidade nacional e internacional", observou Vaz Martins.  

E acrescentou acreditar que não estão a ser feitos trabalhos no sentido de que as eleições ocorram ainda este ano. "Chamamos a atenção das pessoas atentas à situação da Guiné-Bissau para que saibam que a marcação da data das eleições, por si só, não é
tudo. As autoridades devem fazer todas as diligências para que a data seja concretizada", reforçou.  

Luís Vaz Martins apelou às autoridades de transição, Presidente da República e Governo, para que juntem esforços com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para que no dia 24 de Novembro haja efectivamente eleições.  

Para a Liga, não importa se o registo eleitoral dos potenciais eleitores será manual ou biométrico, desde que haja eleições no dia 24 de Novembro. 

O que preocupa mesmo o presidente da LGDH é saber se a sua organização e outras da sociedade civil local finalmente vão poder participar na observação eleitoral, tal como tem sido recomendado, há muito, pela comunidade internacional. 

"Nós estamos a fazer por isso, aliás, ao longo destes anos da vivência democrática neste país, temos andado a bater, de mãos dadas com a comunidade internacional, nesta exigência, porque se a democracia é uma opção interna da Guiné-Bissau têm de ser
criadas as condições para que haja participação das diversas franjas da sociedade nesse processo", sublinhou Vaz Martins.

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