domingo, 7 de julho de 2013

China entrega palácio presidencial da Guiné Bissau reconstruído

O Palácio da Presidência da Guiné-Bissau, destruído aquando da guerra de 1998/99, foi hoje entregue ao Estado guineense pela cooperação chinesa após 18 meses de obras de reabilitação e ampliação que custaram 6,5 milhões de euros

Bissau - O Palácio da Presidência da Guiné-Bissau, destruído aquando da guerra de 1998/99, foi hoje entregue ao Estado guineense pela cooperação chinesa após 18 meses de obras de reabilitação e ampliação que custaram 6,5 milhões de euros.

O palácio, que foi parcialmente destruído durante a guerra, tinha sido construído por Portugal ainda no tempo colonial e o último embaixador português no país cedeu ao governo guineense a maquete e a memória descritiva do edifício, que se destaca pela imponência, no centro de Bissau.

Essa entrega foi lembrada hoje pelo presidente da Câmara de Bissau, Artur Sanhá, na cerimónia de entrega do Palácio, momentos depois de o embaixador da China, Li Baojun, ter dito que a empresa de construção e os técnicos chineses tiveram muitas dificuldades na obra, sobretudo pela falta "de desenhos originais do Palácio".

Para as autoridades de transição da Guiné-Bissau a entrega do Palácio e a sua entrada em funções (os serviços da Presidência vão mudar-se para o local) tem um grande simbolismo, como disse o Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo.

Que o edifício agora reabilitado sirva para que todos sintam a responsabilidade "de nunca mais provocarem tantos desgostos ao povo guineense", disse Serifo Nhamadjo, acrescentando que o dinheiro que foi "enterrado" na reabilitação poderia ter sido usado no sector produtivo.

"Exorto a todos para que todas as nossas divergência sejam dirimidas à volta de uma mesa e para que nunca mais dêmos exemplos horríveis ao mundo.

Este edifício serve de referência e para que todos reflictam sobre o que considero ser uma vergonha nacional. Quem ganhou com a destruição do palácio?", assinalou Serifo Nhamadjo.

À cerimónia de entrega das chaves assistiram as principais autoridades do país e diplomatas, além de convidados da sociedade civil, chefias militares e o antigo Presidente da República Kumba Ialá.

O complexo ocupa uma área de construção de 2471 metros quadrados, com o edifício principal, e também residência oficial do Presidente, a ocupar 1171 metros quadrados. Nas traseiras os edifícios administrativos ocupam mais 1300 metros quadrados. Toda a área, incluindo pátios e jardins, ocupa 4500 metros quadrados.

Além da reabilitação do Palácio da República a cooperação chinesa também construiu a Assembleia Nacional Popular e o Palácio do Governo e reabilitou o Estádio Nacional, além de estruturas na área da Saúde e iluminação pública.

Em breve será inaugurada a Escola Nacional de Saúde e vai também ser construído um Palácio da Justiça, tudo oferecido pela China.

"A China ofereceu à parte guineense viaturas oficiais por duas vezes e lotes de assistência de materiais, incluindo mediamentos contra a malária", lembrou ainda Li Baojun.

Serifo Nhamadjo disse que em conversa com o embaixador chinês foi debatida a construção de um edifício digno e equipado para a televisão e rádio públicas, "porque uma democracia sem comunicação social não é uma verdadeira democracia".

Por todos os apoios prestados ao país o embaixador Li Baojun, que está a terminar a missão, foi condecorado pelo Estado guineense com a medalha da Ordem Nacional de Mérito, Cooperação e Desenvolvimento.

Momentos antes o embaixador já tinha dito que a China está "sempre disposta a ajudar o povo guineense" e a "esforçar-se conjuntamente com a comunidade internacional para contribuir activamente na realização da paz duradoura e desenvolvimento socio-económico na Guiné-Bissau".

Angop

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