Os militares da Guiné-Bissau deverão aceitar, mas com muita relutância, o estabelecimento de uma missão de estabilização no país, apurou o DN, a partir de fontes guineenses. Para as altas hierarquias, uma força militar externa seria vista como "uma guarda pretoriana" do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
A presença de uma missão de estabilização é uma decisão do poder civil e foi tomada no domingo, numa reunião entre o Presidente Malan Bacai Sanhá e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior. O objectivo é estabilizar a situação interna. Os militares guineenses só devem pronunciar-se nos próximos dias.
Caso seja aprovada, a missão será formada por elementos de CPLP (comunidade de países de língua portuguesa), CEDEAO (comunidade económica dos Estados da África Ocidental) e União Africana, mas não é claro se a missão é militar, civil ou mista. O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, disse à Lusa que não devem ser necessárias forças portuguesas nesta missão.
Um golpe militar a 1 de Abril resultou no afastamento do chefe do Estado-Maior, almirante Zamora Induta, e na detenção e agressão do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior. O novo chefe militar é o general António Indjai. Embora seja ele a deter o poder efectivo, é muito contestado no exterior.
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