Durante a semana que finda foram destaques no noticiário africano: a aceitação pelo governo da Guiné Bissau do envio de uma missão de estabilização, a vitória da ADI (Acção democrática Independente) de Patrice Trovada nas legislativas, de domingo transacto, em São Tomé e Príncipe e também o “sim” no referendo sobre uma nova Constituição no Quénia.
Com efeito, governo da Guiné-Bissau aceitou a presença de uma força estrangeira para ajudar a estabilizar um país cíclico de violência política e militar, anunciou segunda-feira, Soares Sambu, porta-voz do Conselho nacional de Defesa, afecto ao gabinete do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.
Essa força será composta por elementos da Comunidade económica dos Estados da África do Oeste (Cedeao), da Comunidade de países de língua portuguesa (CPLP) e da União Africana (UA).
De acordo com Sanhá, por enquanto, ainda não está definida a composição dessa eventual missão de estabilização, mas se vier a ser aprovada pelos órgãos competentes do Estado não terá problema nenhum, enquanto chefe de Estado, em endereçar convites para os países indicados pelo governo para integrarem a missão.
Ainda na Guiné-Bissau mereceu também destaque a visita que o presidente Sanha efectua a partir de hoje (sábado) a República do Irão em resposta à um convite do seu homólogo iraniano, Mahmud Ahmadinejad, com o objectivo de reforçar as relações bilaterais e explorar possíveis canais de cooperação.
Em São Tomé, após a vitória da ADI (Acção Democrática Independente), o seu líder Patrice Trovoada pretende formar um Governo com a inclusão de personalidades da sociedade civil, numa lógica de mudança, com novas caras.
“Queremos um Governo de estabilidade, onde vamos procurar reunir personalidades com alguma competência, não necessariamente vinculadas ao partido. Vamos também fazer abertura à sociedade civil, porque o que mais importa agora é dar respostas aos problemas que o país conhece”, afirmou.
A ADI elegeu 26 dos 55 deputados do Parlamento são-tomense, beneficiando do apoio de 42,13 porcento do eleitorado, à beira da maioria absoluta.
Foi também destaque a vitória do referendo constitucional no Quénia, cujo texto é defendido pelo presidente Mwai Kibaki e o seu Primeiro-ministro, Raila Odinga, destinado a substituir a Constituição do país adoptada depois da independência desta ex-colônia britânica em 1963.
Esta vitória foi saudada pelo presidente Kibaki e pela União africana (UA) que felicitou o povo queniano pela maturidade demonstrada , após as violências pós-eleitorais de 2007-2008.
Na Cote d’Ivoire o destaque foi para a marcação definitiva, após sucessivos adiamentos desde 2005, do 31 de Outubro de 2010 para a realização das eleições presidenciais.
O adiamento sucessivo do escrutínio está na base da grave crise político-militar nascida do abortado golpe de Estado de 2002, protagonizado pela rebelião das Forças novas (FN).
Já Conakry recebeu a visita do presidente senegalês, Abdoulaye Wade , dois dias após o medianeiro da crise guineense, o seu homólogo Blaise Compaoré se ter pronunciado sobre a organização “o mais rapidamente possível” da segunda volta das eleições, que oporá os candidatos da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), Cellou Dalein Diallo da Coligação do Povo da Guiné (RPG), Alpha Conde.
Durante a primeira volta, que decorreu a 27 de Junho último, Diallo venceu com 43,69 porcento dos votos à frente de Condé, que obteve 18,25 porcento dos votos.
Foi também destaque a condenação na África do Sul a 15 anos de prisão por corrupção do ex-chefe da polícia nacional da África do Sul, Jackie Selebi, de 60 anos, que segundo o juiz, é um mau exemplo para o país e também para os policiais que serviram sob suas ordens. Selebi já foi presidente da Interpol, a polícia internacional.
A confirmação por Naomi Campbell , perante um tribunal de Haia, de ter recebido "algumas pedras de diamantes com aspecto sujo", que julga serem oferecidas por Charles Taylor após um jantar em 1977, organizado por Nelson Mandela, foi também realçada.
Contra Charles Taylor foi aberto um processo, em Janeiro de 2008, acusando-o de ter dirigido, em segredo, os rebeldes da Frente revolucionária Unida (RUF) na Serra Leoa, fornecendo-lhes armas e munições em troca de diamantes.
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