Bissau, - A delegação na Guiné-Bissau do Movimento para a Democracia (MpD), na oposição em Cabo Verde, levantou hoje dúvidas quanto à forma como tem sido conduzido o processo de registo de potenciais eleitores e acusa o PAICV, no poder no arquipélago, de
tentativa de fraude.
Em declarações à imprensa, sem que os jornalistas pudessem fazer perguntas, Benvindo Rodrigues, da comissão política do MpD na Guiné-Bissau, acusou a associação de filhos e descendentes de Cabo Verde de estar a "enganar os eleitores com promessas falsas" no acto do registo biométrico de potenciais eleitores.
"A associação dos filhos e descendentes de Cabo Verde (...), que não passa de uma associação dos camaradas do PAICV, está enganar as pessoas dizendo-lhes que, com o recenseamento biométrico, se pode obter a nacionalidade e que o partido no poder em Cabo Verde lhes vai isentar 50 por cento do custo do processo", disse Benvindo Rodrigues, lendo um comunicado.
Simão Moreira, presidente da Associação de Filhos e Descendentes de Cabo Verde, afirmou que não pretende responder às alegações "porque a Associação não é um partido político", mas promete esclarecer tudo o que Benvindo Rodrigues diz "numa altura oportuna".
No entanto, Simão Moreira adianta que Rodrigues "nem sequer é membro da Associação" pelo que "não merece resposta".
De acordo com as palavras do dirigente do MpD, a fraude já tinha sido perpetrada pela Associação de filhos e descendentes de Cabo Verde no passado recente com um alegado extravio de 650 processos de nacionalidade.
Em 2009, centenas de filhos e descendentes de Cabo Verde residentes na Guiné-Bissau obtiveram a sua nacionalidade num processo tratado pela associação de filhos e descendentes das ilhas.
Para os representantes do MpD na Guiné-Bissau, todo esse processo de obtenção de nacionalidade foi "um serviço mal prestado", através do qual o responsável da Associação, "chefe do setor do PAICV na Guiné-Bissau", terá recebido uma "avultada soma em dinheiro", acusa a oposição cabo-verdiana.
O partido liderado por Carlos Veiga defende ser incompreensível que, "só agora, nas vésperas das eleições", a Associação tenha demonstrado actividade, quando durante largos meses não se via nada da mesma.
"Os cabo-verdianos na Guiné-Bissau querem saber porque é que a Associação, que devia ser um espaço de convívio e de reunião de cabo verdianos, foi transformada na residência do seu presidente", pergunta Benvindo Rodrigues.
Sem comentários:
Enviar um comentário