terça-feira, 17 de agosto de 2010

Delegação do MpD (Cabo Verde) desconfia de processo de recenseamento de cabo-verdianos

Bissau,   -  A delegação na Guiné-Bissau do Movimento para a Democracia (MpD), na oposição em Cabo Verde, levantou hoje dúvidas quanto à forma como tem sido conduzido o processo de registo de potenciais eleitores e acusa o PAICV, no poder no arquipélago, de
tentativa de fraude. 

Em declarações à imprensa, sem que os jornalistas pudessem fazer perguntas, Benvindo Rodrigues, da comissão política do MpD na Guiné-Bissau, acusou a associação de filhos e descendentes de Cabo Verde de estar a "enganar os eleitores com promessas falsas" no acto do registo biométrico de potenciais eleitores.

"A associação dos filhos e descendentes de Cabo Verde (...), que não passa de uma associação dos camaradas do PAICV, está enganar as pessoas dizendo-lhes que, com o recenseamento biométrico, se pode obter a nacionalidade e que o partido no poder em Cabo  Verde lhes vai isentar 50 por cento do custo do processo", disse Benvindo Rodrigues, lendo um comunicado.

Simão Moreira, presidente da Associação de Filhos e Descendentes de Cabo Verde,  afirmou que não pretende responder às alegações "porque a Associação não é um partido político", mas promete esclarecer tudo o que Benvindo Rodrigues diz "numa altura oportuna". 

No entanto, Simão Moreira adianta que Rodrigues "nem sequer é membro da Associação"  pelo que "não merece resposta". 

De acordo com as palavras do dirigente do MpD, a fraude já tinha sido perpetrada pela  Associação de filhos e descendentes de Cabo Verde no passado recente com um alegado extravio de 650 processos de nacionalidade. 

Em 2009, centenas de filhos e descendentes de Cabo Verde residentes na Guiné-Bissau obtiveram a sua nacionalidade num processo tratado pela associação de filhos e descendentes das ilhas. 

Para os representantes do MpD na Guiné-Bissau, todo esse processo de obtenção de nacionalidade foi "um serviço mal prestado", através do qual o responsável da Associação,  "chefe do setor do PAICV na Guiné-Bissau", terá recebido uma "avultada soma em dinheiro",  acusa a oposição cabo-verdiana.

O partido liderado por Carlos Veiga defende ser incompreensível que, "só agora, nas  vésperas das eleições", a Associação tenha demonstrado actividade, quando durante largos  meses não se via nada da mesma. 

"Os cabo-verdianos na Guiné-Bissau querem saber porque é que a Associação, que devia ser  um espaço de convívio e de reunião de cabo verdianos, foi transformada na residência do seu  presidente", pergunta Benvindo Rodrigues.

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