Bissau - A reunião dos chefes militares da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que quinta-feira terminou em Bissau, não tinha como objectivo decidir a vinda de uma missão de estabilização para a Guiné-Bissau, disse o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Nigéria, o marechal Paul Dick.
"A nossa presença na Guiné-Bissau não tinha como objectivo conversar com as autoridades deste país sobre a vinda de qualquer força ou missão de estabilização. O mandato que nos foi confiado foi plenamente atingido", afirmou o marechal Dick, numa breve conferência de imprensa, a seguir ao encerramento formal da reunião dos chefes militares da CEDEAO, que decorreu em Bissau quarta e quinta-feira.
O responsável nigeriano, que é igualmente presidente da comissão de chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas da CEDEAO, defendeu que a sua presença naquele país visava três objectivos, mas sobretudo ajudar "os colegas da Guiné-Bissau a resolverem a crise que se abateu sobre o país".
Paul Dick referia-se, assim, ao último levantamento militar liderado pelo actual chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, o tenente general Antonio Indjai, o qual resultou na destituição e prisão do então responsável, Zamora Induta.
"Viemos ver como ajudar os nossos colegas a trabalharem no sentido do respeito da democracia, respeito pelo Estado de Direito, e a resolver os problemas criados com a última crise", sublinhou Paul Dick.
Das reuniões, encontros com as autoridades políticas e visitas a algumas instalações militares, os chefes das Forças Armadas da CEDEAO concluíram ser "urgente" dar continuidade ao processo de reforma do sector de Defesa e Segurança guineense, tendo sido apontadas as tarefas imediatas a desenvolver nesse âmbito.
Para já, ficou estabelecido que as Forças Armadas guineenses precisam de ser reestruturadas, porque contam actualmente com mais oficiais do que soldados, sendo que estes também necessitam de formação nos domínios da cidadania, respeito pelos Direitos Humanos e princípios democráticos, frisou o marechal nigeriano.
Paul Dick disse que a comissão que dirige irá formular propostas para a direcção política da CEDEAO, no sentido desta organização mobilizar fundos para colocar à disposição da Guiné-Bissau, com os quais o país poderá dar início a programas de reconstrução de casernas e reequipamento das instalações militares.
Questionado sobre a situação do ex-Chefe das Forças Armadas guineenses, Zamora Induta, o responsável da CEDEAO afirmou que não gostaria de trazer a público vários assuntos discutidos durante os dois dias da reunião.
"Essa e outras questões foram debatidas, mas não gostaria de as trazer a público", afirmou Paul Dick.
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