Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recebe, na quinta-feira (26) às 11 h, o presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá. O presidente Malam Bacai vem acompanhado de uma comitiva de 25 pessoas, que inclui oito ministros e diversas autoridades do primeiro escalão do governo guineense. O objetivo da visita é conhecer os trabalhos desenvolvidos pela Embrapa no agronegócio caju.
A programação vai contar com uma apresentação do chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Vitor Hugo de Oliveira, sobre a atuação da Unidade em pesquisa e desenvolvimento para agregação de valor aos produtos da cajucultura brasileira. Em seguida, o supervisor do Núcleo de Inovação Tecnológica, Fábio Paiva, vai apresentar os trabalhos de cooperação técnica em cajucultura na Guiné-Bissau. Os visitantes também irão conhecer a Unidade Móvel de Transferência de Tecnologia Agroindustrial - uma parceria entre o Sesi e a Embrapa.
Segundo Vitor Hugo de Oliveira, a empresa vem desenvolvendo ações na área de fruticultura tropical em países da África. Na sua avaliação, esses países possuem algumas semelhanças com a Região Nordeste, não só no que diz respeito às condições de clima e solo, mas também às dificuldades econômicas e sociais. Vitor Hugo vê nessa cooperação uma ampliação da atuação da Unidade e de oportunidade de negócios para empresas nacionais, “principalmente metalúrgicas que produzem equipamentos para a agroindústria”, explica, uma vez que parte das tecnologias transferidas dizem respeito ao processamento e aproveitamento de frutas. Ele também considera que “o estreitamento das relações entre países produtores de caju é uma oportunidade para a afirmação da Embrapa como centro de excelência mundial em cajucultura”.
Guiné-Bissau
A produção de castanha de caju é o principal produto agroindustrial do país, que é o maior produtor africano de castanha e o sexto do mundo. Plantações de cajueiro são encontradas em todo o território nacional e ocupam cerca de 80% da população de 1,5 milhão de habitantes. Em pouco mais de 20 anos, a área cultivada passou de 3 mil hectares para cerca de 175 mil hectares, com uma produção de 100 mil toneladas, sendo 90% a 95% vendidas como matéria-prima para o exterior. Estima-se que 70% das propriedades possuem cultivo de caju.
A idéia do governo de Guiné-Bissau é melhorar a tecnologia de manejo, tratos culturais, controle fitossanitário, pós-colheita e melhoria no padrão genético das áreas de produção, além de desenvolver o processo de beneficiamento da castanha e iniciar o aproveitamento do pedúnculo do caju.
Diagnóstico
Durante viagem técnica realizada por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical à Guiné-Bissau, em 2007, foi constatado que o plantio é feito por semeadura direta no campo, o que ocasiona um número elevado de plantas improdutivas, resultando também na falta de uniformidade dos frutos. Outra constatação é que a utilização de espaçamentos variados favorece o surgimento de pragas e doenças.
A falta de conhecimento de técnicas de colheita e pós-colheita e a incidência de doenças como seca-das-inflorescências, resinose, mancha-de-alga, mancha-angular e infecções de antracnose também são um entrave para o desenvolvimento do cultivo naquele país.
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