O pesadelo de um poder hostil cruza-se com o dia-a-dia de uma população ansiosa e desassossegada. A esperança ilusória ganha força e a recompensa de uma luta fratricida corrói a alma de gente sã e fiel aos princípios e valores éticos.
Ainda assim, persiste a firmeza no coração dessa gente martirizada e vontade de um novo esplendor que tarda em florir do horizonte imaginário.
Na essência dessa pátria amada ainda tem lugar o sonho roubado de uma vida de glória e de encanto embalado com o assobio do vento. A amargura do povo colide com a vontade em separar do corpo a alma que corrói e destrói a esperança que tanto crê e mantém aceso o fulgor dessa pátria.
Dizem que nas mãos do povo reside o sucesso ou o fracasso de uma nação. Sabemos que esse povo atormentado não deve procurar satisfazer a sua sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio, mas sim conduzir a luta no alto plano da dignidade e da disciplina.
Sabemos que esse povo não deve aceitar e nem permitir que o protesto criativo suscite violência física, mas essa revolução pacífica da esperança não pode tornar-se presa de poderes hostis.
Na verdade, o povo acredita que reside no futuro a esperança de uma nova travessia que requer, desde já, uma união plena e um esforço na construção e fortificação das pontes que levarão ao entendimento e ao progresso nacional.
Esse futuro assentará no pilar da verdade, da justeza e da união, pois uma nação dividida pouco pode fazer para enfrentar um poderoso desafio, o tal que faz parte do dia-a-dia de gente humilde e simples, que carrega sobre os seus ombros a idade e a responsabilidade de uma vida de sofrimento.
Se me perguntarem, direi apenas que…
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