O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, apelou a uma mudança de comportamento das forças de segurança e militares para que haja "paz duradoura" no país.
Ramos-Horta discursava numa cerimónia na Praça dos Heróis Nacionais alusiva ao Dia Internacional da Paz, a que se juntaram também atividades alusivas aos 40 anos da Independência da Guiné-Bissau, reunindo centenas de pessoas.
O representante da ONU pediu o fim da "prepotência dos serviços de inteligência civis e militares" e o fim da "arrogância de quem tem armas" e "interrompe a democracia".
"A democracia não é perfeita, mas não cabe aos militares interrompê-la", referiu, acrescentando que, para isso, servem "as eleições".
"Só assim haverá paz duradoura na Guiné-Bissau" e, para alcançar essa meta, o sistema das Nações Unidas vai continuar a apoiar o país, garantiu Ramos-Horta.
Já antes, no mesmo discurso, o representante da ONU tinha feito deixado outras frases de apelo à paz, tema que foi uma nota dominante ao longo de toda a manhã.
Grupos de dança, cantares, teatro e jovens, todos participaram no espetáculo e, de uma forma ou de outra, deixaram "recados do povo" a governantes e militares da Guiné-Bissau, pedindo "paz e harmonia", para aproveitar os recursos naturais do país e tirá-lo da pobreza.
Dia Internacional da Paz é celebrado em 21 de Setembro depois de ter sido declarado pela ONU em 30 de novembro de 1981.
O primeiro-ministro e presidente interino da Guiné-Bissau foram depostos num golpe de Estado militar em abril de 2012, quando decorriam eleições presidenciais.
O país passou a ser gerido por um governo e presidente de transição até novas eleições gerais, que estão marcadas para 24 de novembro, mas que a generalidade das instituições nacionais e internacionais admite que venham a ser adiadas devido a atrasos nos preparativos.
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