O primeiro-ministro, José Maria Neves, escusa-se a comentar as declarações do brigadeiro-general Daba Naualna que diz que “há mais delinquência em Cabo Verde do que na Guiné-Bissau”, mas pediu que se respeite a soberania e a independência guineense.
O porta-voz das Forças Armadas guineenses, Daba Naualna, insurgia-se contra as críticas do ex-Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, que acusou os militares da Guiné de “tirania e delinquência”.
“Não gostaria de comentar qualquer declaração de entidades da Guiné-Bissau sobre esta matéria. Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático, uma pessoa de bem com grande credibilidade e confiança da comunidade internacional”, respondeu José Maria Neves ao ser instado pelos jornalistas a comentar as declarações de Daba Naualna, dizendo que como chefe do Governo deve defender o seu país e o “bom nome” do arquipélago.
Entretanto, pediu a que todos respeitem a soberania e a independência da Guiné-Bissau de modo a que não se intrometam nos assuntos internos daquele país irmão.
“Devemos também respeitar as autoridades constituídas na Guiné-Bissau, da mesma forma que Cabo Verde é um Estado soberano e também deve merecer o respeito de todos aqueles que se pronunciam sobre Cabo Verde”, defendeu.
O chefe do Governo apelou igualmente à serenidade e à responsabilidade de todos para que “não haja confusões” pelo facto de os dois países terem feito parte da luta comum pelas suas respectivas independências.
Em entrevista concedida ao jornal português Expresso, a propósito dos 40 anos da independência da Guiné-Bissau, Pedro Pires acusou os militares guineenses de “tirania e de delinquência”. Em resposta, Daba Naualna afirmou que “Pedro Pires está localizado à distância da Guiné” e, por isso, “não sabe o que diz e não diz o que sabe”, mesmo julgando-se “conhecer a Guiné”.
“Nós aqui não somos um bando de delinquentes e acho que há mais delinquência em Cabo Verde do que na Guiné-Bissau. Quem conhece sabe que assim é”, atirou o brigadeiro-general, para quem “Pedro Pires devia pensar que Cabo Verde também é o responsável pela situação que a Guiné-Bissau passa”.
“Temos Combatentes da Liberdade da Pátria que não só lutaram para a independência da Guiné, mas também para a independência de Cabo Verde e não dá um centavo para ajudar a vida dos combatentes guineenses”, lamentou Naualna, citado pelo site Gbissau.
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