Bissau (Lusa, 18 de Setembro de 2013) -O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, condenou ontem, quarta-feira, em declarações à Lusa, os interrogatórios a que autoridades policiais e militares têm sujeitado algumas figuras públicas.
Ramos-Horta deixa “um conselho às autoridades nacionais e a quem de direito, se querem limpar a imagem da Guiné-Bissau, têm que começar por ser muito sensíveis a respeitar a dignidade e integridade da pessoa humana e do cidadão guineense”.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Luís Vaz Martins, foi interrogado pela Polícia Judiciária no final de Agosto por causa de um comunicado em que desmentiu informações dadas pelo chefe das Forças Armadas, António Indjai.
Na última semana, um comentador da Rádio Bombolom FM, em Bissau, foi interrogado pelos serviços de contra inteligência e levado a tribunal militar depois de ter criticado as recentes promoções de oficiais.
Em ambos os casos, os inquiridos foram ouvidos durante várias horas até serem dispensados pelas autoridades.
Para o representante da ONU, “as instituições do Estado devem saber exactamente qual o papel de cada uma”, em vez de algumas “assumirem outras funções em que detêm” e “interrogam” pessoas.
“Às tantas não se sabe quem é quem em termos de instituições”, acrescentou.
Por outro lado, “a comunidade internacional acompanha a situação e vê com muita preocupação” e “decepção”, o facto de que “activistas, defensores dos direitos humanos, jornalistas, artistas e intelectuais possam ser intimidados”.
“É uma situação totalmente inaceitável”, concluiu.
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