Desde 2002, autoridades nacionais ganharam apoio de organizações internacionais para promover a alfabetização no país. Embora o número de alfabetizados seja ainda baixo, já há bons exemplos e casos de sucesso no país.
Há dois anos, Muskutó Babá, de 56 anos, teve a oportunidade de frequentar, pela primeira vez na sua vida, uma sala de aula.
"Estou muito contente por frequentar a escola de alfabetização. Mudou a minha vida e a vida dos meus netos", conta a vendedora, uma cara bem conhecida na feira popular da vila de Nhacra, situada no extremo norte da Guiné-Bissau.
Graças ao programa de alfabetização, Muskutó Babá consegue ler cartazes de sensibilização e receitas médicas e também já assina a lista de presenças quando vai às reuniões do seu partido.
Mariama Balde, de 50 anos, mãe de seis filhos, também já é capaz de escrever uma carta em português para o filho que vive no estrangeiro. "Estou muito contente com esta escola porque sensibiliza pessoas que não sabem ler nem escrever", afirma, sublinhando que "agora muitas mulheres já sabem escrever".
Poucas mulheres alfabetizadas
Segundo o Inquérito de Indicadores Múltiplos (MICS, na sigla em inglês) de 2010, citado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apenas 39,8% das mulheres entre os 15 e os 24 anos são alfabetizadas na Guiné-Bissau. Em 2012, foram formados cerca de 4.000 adultos e para o final de 2013 estima-se que o número seja superior a 9.000.
Autoridades nacionais e organismos internacionais acabam de lançar uma campanha de sensibilização e promoção da alfabetização para tentar captar ainda mais alunos.
Com as ações de alfabetização, esperam atingir cerca de 5.000 pessoas ainda este ano.
As autoridades da Guiné-Bissau contam, desde 2002, com o apoio da UNICEF - que disponibiliza meios audiovisuais e de apoio ao funcionamento e supervisiona 60 centros de alfabetização no interior do país.
Índice de analfabetismo diminuiu
Segundo Braima Indjai, coordenador dos centros de alfabetização, o índice de analfabetismo diminuiu de 60% para cerca de 45% graças a estas formações que estão a mudar o rumo dos acontecimentos na sociedade.
"Agora as pessoas já conseguem ler, escrever, fazer contas, distinguir receitas médicas e até agem como mensageiros e sensibilizadores na comunidade e nos hospitais", conta o coordenador.
As ações de divulgação são dirigidas a toda a população, mas com atenção especial para as mulheres, e explicam que a alfabetização contribui para que haja melhores cuidados de saúde, redução da pobreza e mais desenvolvimento.
Fonte : Deutsche Welle
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