terça-feira, 24 de setembro de 2013

Presidente de transição apela à estabilidade

O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, fez hoje um apelo à estabilidade no discurso de celebração dos 40 anos de independência da Guiné-Bissau.

Presidente de transição apela à estabilidade

"As constantes e persistentes crises minam todo o esforço e todas as conquistas e lançam a sociedade guineense num desespero total. É hora de pararmos, pensarmos a Guiné-Bissau e, na diversidade, caminharmos juntos", referiu.

Serifo Nhamadjo considera que a estabilidade "é a única saída", sem a qual os guineenses continuarão "mergulhados em sofrimento, desgraça e se calhar num subdesenvolvimento crónico".

O Presidente de transição discursava na Assembleia Nacional Popular perante figuras públicas nacionais e vários representantes internacionais, numa cerimónia destinada a assinalar os 40 anos de independência da Guiné-Bissau.

Apesar de dedicar parte do discurso às conquistas feitas com a independência, Nhamadjo reconheceu que "não se podem ignorar as constantes crises políticas que o país tem sofrido e a circunstância de não se ter cumprido nenhuma legislatura até ao fim".

Fosse de outra forma e "muito mais podia ter sido feito", referiu.

O próprio Serifo Nhamadjo lidera o país na sequência de um golpe de estado militar, a 12 de abril de 2012, após o qual a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) aceitou haver um período de transição até final deste ano, com realização de eleições - marcadas para 24 de novembro, mas com preparação atrasada.

"O país enfrenta hoje sérias dificuldades em praticamente todas as áreas da nossa vida comum", referiu o Presidente de transição, para concluir que "é com muita mágoa" que se vivem os 40 anos de independência: "é triste constatar a realidade dura da Guiné-Bissau", que é um dos países mais pobres do mundo.

Para mudar o cenário, e desde que haja estabilidade, Serifo Nhamadjo aponta como vetores estratégicos na próxima década as "apostas sérias" nos setores da saúde, educação, agricultura e infraestruturas.

Defendeu igualmente como urgentes a reestruturação da administração pública, assim como a reforma e modernização do setor da defesa e segurança.

"A independência só vale a pena se todos interiorizarmos o valor da nação", referiu o Presidente de transição, que deixou ainda um voto de respeito pela "vibrante e empenhada sociedade civil".

No discurso, Serifo Nhamadjo lançou ainda um apelo à comunidade internacional para que sejam levantadas as sanções impostas ao país após o golpe de estado do último ano e garantiu à diáspora que poderá votar nas próximas eleições gerais.

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