quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Presidente de transição da Guiné-Bissau intervém dia 26 na Assembleia-Geral da ONU - ministro

O presidente de transição da Guiné-Bissau tem intervenção na 68.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, agendada para 26 de setembro anunciou hoje Delfim da Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição.


A Guiné-Bissau não interveio na Assembleia-geral do ano passado, depois de duas representações terem pedido credenciais: uma por parte das autoridades de transição e outra em representação do governo e presidente depostos no golpe de estado de abril de 2012.
Na altura, a organização decidiu que, nem uma nem outra deviam usar da palavra.


Delfim da Silva garantiu hoje que este ano tudo foi preparado com o embaixador guineense nas Nações Unidas para que o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, use da palavra ao lado dos restantes chefes de Estado.


Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, a intervenção de Nhamadjo é legítima, porque a Assembleia Nacional Popular, "órgão eleito pelo povo guineense", continua a funcionar com a mesma composição que tinha antes do golpe e "ratificou a transição política", bem como "o programa e orçamento do governo" transitório.


Nos contactos internacionais que vão ser mantidos, a comitiva da Guiné-Bissau vai apontar como meta a realização de eleições gerais a 24 de novembro, tal como marcado por Serifo Nhamadjo, e o fim da transição a 31 de dezembro, data acordada com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).


"Até uma alteração eventual", que Delfim da Silva afasta, "vamos manter esse discurso", referiu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.


Várias figuras internacionais e guineenses, como o presidente de transição Serifo Nhamadjo, têm admitido que o escrutínio pode ser adiado devido aos atrasos na respetiva preparação.


Em Bissau, encontra-se desde segunda-feira uma comissão de sete peritos da CEDEAO que está realizar um levantamento com vista à atribuição de fundos de que a Guiné-Bissau precisa para organizar as eleições.


Para além de demonstrarem empenho em realizar eleições, os representantes da Guiné-Bissau pretendem aproveitar a deslocação Nova Iorque para reforçar o diálogo internacional.


"Temos intenção de falar com todos os membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)", referiu Delfim da Silva, apesar da condenação generalizada do golpe de estado de abril de 2012.
O ministro dos Negócios Estrangeiros classifica o golpe como "um incidente" que "não apaga a história, o capital de relações e de afetos" que existe entre os países que falam português.


Uma primeira comitiva guineense, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, parte no sábado para Nova Iorque, enquanto o presidente de transição deverá comemorar em Bissau o feriado do Dia da Independência, a 24 de setembro, partindo no mesmo dia para Dacar, Senegal, e daí para Nova Iorque, no dia 25.

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