quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Relações Praia-Bissau continuam a deteriorar-se

Pedro Pires teceu duras críticas aos militares guineenses em declarações à imprensa portuguesa que surpreenderam dirigentes guineenses

Antigo presidente de Cabo Verde, Pedro Pires

As relações entre Cabo Verde e a Guiné Bissau continuam bastante tensas. Na sequência das acusações do ex-presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, segundo as quais, os militares guineenses transfiguraram-se “em instrumento de tirania e de delinquência”, o ministro dos negócios estrangeiros do governo de transição, Fernando Delfim da Silva, reagiu vigorosamente.

Não é tão difícil descortinar as razões da divergência e do conflito diplomático entre a Praia e as actuais autoridades de transição na Guiné-Bissau.


Indo aos factos, recentemente, o caso da detenção dos dois agentes da polícia cabo-verdiana por parte dos serviços secretos guineenses, deitou achas na fogueira numa correspondência que vinha sendo ofuscada depois da captura do antigo chefe de estado-maior da armada, José Américo Bubu Na Tchutu. Uma captura que para Bissau contou com a colaboração das autoridades policiais cabo-verdianas.


Acusação que o governo de Cabo Verde jamais aceitou. E na semana passada, Pedro Pires, que é também um antigo guerrilheiro pela luta da independência da Guiné e de Cabo Verde, teceu duras críticas contra os militares guineenses que, na sua opinião, transfiguraram-se “em instrumento de tirania e de delinquência”.


A entrevista de Pedro Pires, um dos principais comandantes militares do PAIGC, foi concedida ao jornal Expresso de Portugal, a propósito dos 40 anos da independência da Guiné-Bissau.


Hoje, o ministro dos negócios estrangeiros do governo de transição, saído do golpe de estado de 12 de Abril do ano passado, Fernando Delfim da Silva, mostrou-se surpreendido com as acusações do antigo presidente de Cabo Verde aos militares guineenses.


Fernando Delfim da Silva, falava hoje aos jornalistas para anunciar que o Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, é quem vai discursar na sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque. Numa clara alusão ao escândalo diplomático que envolveu, no ano passado, as autoridades depostas pelo golpe militar de 12 de Abril de 2012 e as do governo de transição.

FONTE : VOA

Sem comentários:

Enviar um comentário