Sete ministros representantes dos países da CPLP concordaram quarta-feira, em Nova York, que "tecnicamente já não será possível" a realização de eleições na Guiné-Bissau em 24 de novembro, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete.
A situação do país, que está sob um Governo de transição desde que o golpe de Estado de 12 abril de 2012, dominou o almoço de trabalho dos ministros da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), realizado quarta-feira em Nova York, à margem da 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O chefe da diplomacia portuguesa explicou que o representante da Guiné-Bissau não esteve presente no almoço porque a organização "não reconhece, desde o princípio, legitimidade a este Governo".
Segundo o calendário estabelecido com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o país devia realizar eleições gerais em 24 de novembro e terminar com o periodo de transição em 31 de dezembro, mas os ministros reunidos concluiram que os prazos não serão cumpridos.
Rui Machete disse que existe a preocupação de encontrar "soluções credíveis e exequíveis que permitam um regresso à estabilidade e evitem uma solução mais ou menos artificial ou um Governo fantoche".
"Tivemos alguma hesitação entre a pressão que resulta de exigir que as eleições se realizem em 24 de novembro e o realismo de reconhecer que isso já não será possível", admitiu Machete.
O chefe da diplomacia portuguesa disse acreditar que, "tecnicamente, não é possível, porque há problemas de recenseamento e de financiamento" e sublinhou que "há, sobretudo, um problema político."
A CPLP é integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau (suspensa da organização), Moçambique, Portugal e Timor-Leste.
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