Peter Thompson, coordenador do Grupo Parlamentar Britânico para a Guiné-Bissau, lançou um forte ataque contra a deflorestação ilegal na Guiné-Bissau, exigindo uma acção imediata numa indústria que classificou como “tráfico de madeira”, num discurso que proferiu recentemente em Genebra, Suíça.
Peter Thompson afirmou que a indústria de deflorestação ilegal na Guiné-Bissau “beneficia terroristas e criminosos organizados sem escrúpulos que não hesitam em traficar madeira, drogas, armas, medicamentos falsificados, escravas sexuais e outros seres humanos por toda a África, Ásia e Europa”. Numa intervenção enérgica, Thompson apelou para um boicote imediato nas exportações de madeira não transformada oriunda da Guiné-Bissau e apelou também para que a CEDEAO e as Nações Unidas tomem medidas nesse sentido.
“A deflorestação ilegal é pior do que o tráfico de droga em termos do impacto directo que tem junto do povo da Guiné-Bissau”, afirmou. “Deixem-me ser perfeitamente claro – esta é a forma mais directa de crime organizado no país e está a ter um forte impacto na forma de vida do povo guineense. Devemos iniciar um combate contra este flagelo em nome das crianças da Guiné-Bissau”.
"As ricas florestas da Guiné-Bissau, onde os heróis da independência lutaram e sacrificaram as suas vidas pela dignidade da auto-determinação e a derrota do colonialismo, estão a desaparecer. Esta destruição escandalosa do ecossistema da Guiné-Bissau terá um impacto enorme nas vidas da população guineense nas próximas gerações, bem como na vida animal, agricultura e na protecção natural das cheias”.
Numa reacção à declaração da União Europeia que apelou para a suspensão de exportação de madeira durante três anos, Thompson foi mais além: "Concordo em absoluto com a União Europeia e questiono se a Guiné-Bissau deveria seguir o exemplo de outros países africanos que baniram completamente a exportação de madeira não transformada. Desta forma, a Guiné-Bissau pode criar uma lucrativa indústria de transformação de madeira, tornando mais fácil a detecção de exportações ilegais”.
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