sexta-feira, 2 de abril de 2010

CEDEAO adverte contra golpe de Estado na Guiné-Bissau

Lagos, Nigéria (PANA) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) advertiu, num comunicado emitido quinta-feira, de uma resposta forte com "consequências directas" se as tropas rebeldes na Guiné-Bissau destituírem o Governo democraticamente eleito neste país.

Este aviso seguiu-se à detenção quinta-feira por soldados revoltosos do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e do primeiro-ministro, respectivamente Zamora Induta e Carlos Gomes Júnior, numa acção que parecia prenunciar uma tentativa de golpe de Estado neste país da África Ocidental, onde foi assassinado o Presidente da República há um ano.

Na expressão da sua "consternação e forte preocupação" em relação à situação prevalecente neste país, a CEDEAO afirma que "o momento escolhido pelos militares para praticarem estes actos de indisciplina não poderia ser pior".

Segundo a nota, tais actos surgem numa altura em que as eleições presidenciais bem sucedidas de Julho de 2009 permitiram criar o ambiente exigido pela CEDEAO e pela comunidade internacional, em geral, para ajudarem na estabilização da segurança, reforçar o processo democrático e de reconciliação nacional e iniciar reformas sociais e económicas.

A CEDEAO exorta ainda a UA (União Africana) e as Nações Unidas a considerarem igualmente o acto praticado pelos militares como um momento oportuno para juntar esforços visando estabilizar a situação política, económica e de segurança neste país.

"A música militar tocada na Rádio nacional indica que as tropas pretendem destituir o Governo, embora centenas de civis se tivessem reunido diante do Gabinete do primeiro-ministro para cantar lemas hostis à acção militar", denuncia o comunicado da Organização regional sediada em Abuja, na Nigéria.

Apesar de os soldados terem reconduzido o primeiro-ministro à sua casa mas por eles vigiada, eles detêm, em local desconhecido, o chefe do Estado-Maior- General das Forças Armadas deste país da África Ocidental que conheceu golpes de Estado sucessivos e uma guerra civil durante os seus 35 anos de ndependência.

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