sexta-feira, 21 de maio de 2010

Semanário Kansare marca regresso com manchete sobre droga


Bissau – Esta semana a imprensa guineense é marcada pelo regresso do semanário Kansare, ausente das bancas durante quase um ano e pela agressão ao jornalista do Diário Bissau.

Além do editorial em que evocou os motivos da sua prolongada ausência, o jornal Kansare destaca em manchete o título, «Dossier da Droga. A droga rói o coração da Guine», artigo ilustrado com a caricatura de um jovem a expor-se perante o repórter de Kansare. «A minha mãe chorou até morrer porque eu me drogava», diz o jovem.

No capítulo da política, o jornal questiona: «Mas onde esta Cadogo?», mostrando a foto que juntou Malam Bacai Sanhá, Carlos Gomes Júnior e António Indjai numa sala, que parece ser da presidência da República. Sobre o assunto, o semanário concluiu: «Abril dos perigos, Maio das Incertezas». Outra interrogação da semana consta no Última Hora. O jornal resgata a questão levantada pelos parlamentares sobre o paradeiro de Pansau Intchama. «Deputados querem saber ‘onde está’ o operativo Pansau Intchama», lê-se no semanário, sublinhando o artigo que a «comissão de inquérito criada pela ANP para investigar as razões dos acontecimentos de 1 de Abril apresentou o relatório à plenária no passado dia 17 de Maio».

Entre as várias questões levantadas, o semanário recorda ainda que alguns parlamentares acham estranho o nome do operativo Pansau Intchama não constar (e muito menos os seus depoimentos) sobre os diferentes casos do crime militar ocorrido no país. Ainda no Última Hora, pode ler-se «Pressões militares levam Governo a extinguir FISCAP e dar coordenação à Marinha». Segundo a publicação, estes são alguns estratos da reunião das partes intervenientes nas actividades de fiscalização marítima e com esta decisão, disse o jornal, o Governo da Guiné-Bissau voltou a ceder perante pressões militares, porque desde Abril do ano passado que os mesmos reclamam o controlo desses serviços.

Passando para o Gazeta de Notícias, que em destaque escreve que «Preocupadas com ex-Chefe de Estado-maior General das Forcas Armadas, Organizações da Sociedade Civil pedem prisão domiciliária para Zamora Induta». A preocupação foi manifestada esta semana aos jornalistas no final de um encontro entre o Presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Jorge Gomes, e o Chefe de Estado guineense, Malam Bacai Sanhá, lembra o jornal.

O mesmo jornal destaca na capa «Jornalista agredido e ameaçado de morte por causa de artigo sobre narcotráfico». Trata-se do jornalista e proprietário do Diário Bissau, João de Barros, cuja agressão foi cometida por dois indivíduos que não terão gostado de um artigo publicado na última edição do jornal. «Os agressores invadiram as nossas instalações proferindo ameaças de morte contra a minha pessoa e ainda disseram que estamos a ser guiados a partir de Lisboa», afirmou João de Barros, para quem o que faz sentido é dizer que elementos do narcotráfico «estão a tentar amedrontar os jornalistas, para desta forma controlar o país».

O No Pintcha lançou em manchete: «Governo e BAD assinam acordo de apoio orçamental. País beneficia de mais de 4,2 bilhões de francos Cfa». O acordo relativo a esse financiamento foi rubricado na terça-feira pelas duas partes. Assinaram o documento a Ministra de Economia, do Plano e da Integração Regional, pela parte guineense, e o Representante Residente do BAD, para África Ocidental, pela instituição bancária, evoca o semanário.

Outro destaque do jornal estatal: «Eliminatória do CAN-2012. Yannick Djaló pode representar a selecção nacional», é uma revelação do Secretário de Estado do Desporto da Guiné-Bissau, Fernando Saldanha, segundo o qual o futebolista pode vir a representar a selecção guineense na fase de qualificação para a taça das Nações Africanas de 2012.

O Diário Bissau será obrigado a suspender a edição durante algumas semanas, em virtude da danificação das infra-estruturas da redacção na semana passada, na sequência da destruição deixada pelos agressores a o director do jornal.

Lassna Cassamá

(c) PNN Portuguese News Network

2 comentários:

  1. E em breve teremos uma remodelação governamental, não é? Será provavelmente um Governo mais presidencialista, mais ao gosto de Malam Bacai Sanhá. O primeiro-ministro é um cargo que tem vindo a perder força.

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  2. Para já, o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior já teve de aceitar o general António Indjai e o contra-almirante Bubo Na Tchuto à frente do Estado-Maior General e do Estado-Maior da Armada, respectivamente.

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