Lisboa, 06 mai (Lusa) - A campeã olímpica Rosa Mota classificou hoje como "uma lição de vida" o exemplo da guineense Maria Buinen, obrigada a percorrer diariamente vários quilómetros para abastecer a família de água potável e outros bens na povoação de Suzana, Guiné-Bissau.
Rosa Mota falava no final da estreia do documentário "42,195 km" (distância da maratona), do realizador Júlio Alves, que juntou a campeã olímpica, mundial e europeia da maratona e a cidadã guineense de Suzana, produzido no âmbito do projeto VIVA, destinado a angariar financiamento para a abertura de furos na região de São Domingos (norte da Guiné-Bissau) para abastecer com água potável cerca de 85 000 pessoas.
"Quando nos encontrámos, a Maria disse-me que a minha vida era muito fácil. Eu fazia maratonas pelo fascínio de correr, pelo desafio. Se perdesse nada acontecia. Ao contrário, as maratonas de Maria acontecem diariamente por uma questão de sobrevivência. O nosso encontro simbólico na Maratona em Lisboa, em dezembro último, foi uma lição de vida para todos. Duas maratonas diferentes, uma de vida, outra por prazer, acabaram por nos unir", disse Rosa Mota.
O realizador Júlio Alves destacou a forma com a equipa de filmagens foi recebida na Guiné-Bissau e lembrou que este foi o seu primeiro "filme de autor, com financiamento privado".
No documentário, é mostrada a vida das mulheres de Suzana - designadamente as longas caminhadas diárias para irem buscar água, lenha e óleo de palma para venderem (cada uma percorre em média 12 quilómetros por dia) - e excertos de vitórias de Rosa Mota em maratonas, com destaque para a primeira em campeonatos da Europa (Atenas 1982) e a vitória olímpica em Seul (1988), intercaladas com imagens da vida atual da campeã portuguesa, em casa e a treinar.
Rosa Mota tem como melhor tempo nos 42,195 km da maratona 2:23.29 horas, o documentário de Júlio Alves ocupou seis dias de filmagens e demorou seis meses a montar, para um tempo total de 30 minutos.
O projeto VIVA, lançado pela organização não governamental VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano), visa abrir um total de 54 furos de água potável na região de São Domingos, estando para já garantida a abertura de 15 (suficientes para abastecer 23 mil pessoas), através dos donativos recolhidos ao longo da campanha que decorreu entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, em todas as lojas Lidl em Portugal.
Os trabalhos de abertura do primeiro furo vão arrancar já na segunda quinzena de julho, prevendo-se que até final de agosto esse número atinja os cinco.
O realizador Júlio Alves adiantou que o documentário "42,195 km" vai agora entrar no circuito dos festivais de cinema, acrescentando que o filme está apto para ser transmitido por qualquer estação de televisão.
Júlio Alves já realizou, entre outros, os filmes Alferes, O Jogo, e Ossudo, tendo recebido já vários prémios em Portugal, Espanha, Uruguai e Bélgica.
Rosa Mota falava no final da estreia do documentário "42,195 km" (distância da maratona), do realizador Júlio Alves, que juntou a campeã olímpica, mundial e europeia da maratona e a cidadã guineense de Suzana, produzido no âmbito do projeto VIVA, destinado a angariar financiamento para a abertura de furos na região de São Domingos (norte da Guiné-Bissau) para abastecer com água potável cerca de 85 000 pessoas.
"Quando nos encontrámos, a Maria disse-me que a minha vida era muito fácil. Eu fazia maratonas pelo fascínio de correr, pelo desafio. Se perdesse nada acontecia. Ao contrário, as maratonas de Maria acontecem diariamente por uma questão de sobrevivência. O nosso encontro simbólico na Maratona em Lisboa, em dezembro último, foi uma lição de vida para todos. Duas maratonas diferentes, uma de vida, outra por prazer, acabaram por nos unir", disse Rosa Mota.
O realizador Júlio Alves destacou a forma com a equipa de filmagens foi recebida na Guiné-Bissau e lembrou que este foi o seu primeiro "filme de autor, com financiamento privado".
No documentário, é mostrada a vida das mulheres de Suzana - designadamente as longas caminhadas diárias para irem buscar água, lenha e óleo de palma para venderem (cada uma percorre em média 12 quilómetros por dia) - e excertos de vitórias de Rosa Mota em maratonas, com destaque para a primeira em campeonatos da Europa (Atenas 1982) e a vitória olímpica em Seul (1988), intercaladas com imagens da vida atual da campeã portuguesa, em casa e a treinar.
Rosa Mota tem como melhor tempo nos 42,195 km da maratona 2:23.29 horas, o documentário de Júlio Alves ocupou seis dias de filmagens e demorou seis meses a montar, para um tempo total de 30 minutos.
O projeto VIVA, lançado pela organização não governamental VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano), visa abrir um total de 54 furos de água potável na região de São Domingos, estando para já garantida a abertura de 15 (suficientes para abastecer 23 mil pessoas), através dos donativos recolhidos ao longo da campanha que decorreu entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, em todas as lojas Lidl em Portugal.
Os trabalhos de abertura do primeiro furo vão arrancar já na segunda quinzena de julho, prevendo-se que até final de agosto esse número atinja os cinco.
O realizador Júlio Alves adiantou que o documentário "42,195 km" vai agora entrar no circuito dos festivais de cinema, acrescentando que o filme está apto para ser transmitido por qualquer estação de televisão.
Júlio Alves já realizou, entre outros, os filmes Alferes, O Jogo, e Ossudo, tendo recebido já vários prémios em Portugal, Espanha, Uruguai e Bélgica.
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