domingo, 16 de maio de 2010

Jornalista guineense agredido e ameaçado de morte por causa de artigo sobre narcotráfico


O jornalista e proprietário do Diário de Bissau, João de Barros, disse hoje à Lusa que foi agredido e ameaçado de morte por duas pessoas por publicação de um artigo sobre narcotráfico.
Segundo João de Barros, a agressão ocorreu nas instalações do Diário de Bissau (primeiro jornal privado na Guiné-Bissau) e foi cometido por dois indivíduos que "não terão gostado de um artigo” publicado na última edição do jornal.
“Os agressores invadiram as nossas instalações proferindo ameaças de morte contra a minha pessoa e ainda disseram que estamos a ser guiados a partir de Lisboa, pelos artigos que escrevemos”, afirmou João de Barros, antigo secretário de Estado da Comunicação Social.
Para João de Barros, no entanto, o que faz sentido é dizer que elementos do narcotráfico “estão a tentar amedrontar os jornalistas, para desta forma controlar o país”.
“Estão a tentar isso, mas não vão conseguir porque os guineenses não vão deixar que isso aconteça”, defendeu, em declarações à agência Lusa.
João de Barros não tem dúvidas de que existe um “subgrupo de pessoas que tenta controlar o país”, com o recurso aos meios que dispõem a partir do tráfico da droga.
Sobre a agressão de que foi alvo, o jornalista disse que os seus agressores lhe deram socos e pontapés e ainda destruíram o computador central onde tinha todos os ficheiros e fotografias, pelo que nos próximos tempos o jornal Diário de Bissau não poderá estar nas bancas.
“Vamos ter que arranjar outra forma de fazer o jornal”, declarou João de Barros, indicando que a Polícia Judiciária já tomou conta da situação, tendo mandado encerrar as portas do jornal e levado os dois agressores para interrogatórios.
O jornal Diário de Bissau é conhecido na Guiné-Bissau pelos artigos e denúncias de assuntos polémicos.

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