quinta-feira, 6 de maio de 2010

Chefes militares da CEDEAO impedidos de visitar Zamora Induta na Guiné-Bissau

Bissau, Guiné-Bissau (PANA)- A delegação militar da CEDEAO (Comunidade de Desenvolvimento da África Ocidental) que se encontra na Guiné-Bissau desde terça-feira não foi autorizada a visitar o contra-almirante José Zamora Induta, chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas guineenses detido desde 1 de Abril passado, soube a PANA quinta-feira em Bissau. A delegação de quatro chefes militares dos países-membros da CEDEAO deslocou- se à Guiné-Bissau no quadro duma missão de inquérito sobre o incidente ocorrido a 1 de Abril passado, em que militares revoltosos detiveram o seu chefe máximo e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

A constituição desta missão foi decidida na última reunião dos chefes dos Estados-Maiores-Generais das Forças Armadas dos Estados-membros da CEDEAO que decorreu recentemente em Cotonou (Benin) na presença da chefia militar bissau- guineense.

Chefiada pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas liberianas e integrada pelos seus homólogos de Cabo-Verde, Gana e Togo, a delegação visitou quarta-feira os quartéis militares de Canchungo, norte do país, e Mansoa (centro), onde se encontra detido o contra-almirante Zamora Induta.

Porém, durante a visita ao quartel de Mansoa, os membros da delegação não foram autorizados a visitar o contra-almirante Zamora Induta que, de acordo com organizações dos direitos humanos, estaria com sérios problemas de saúde.

Na ocasião, António Indjai, que se autoproclamou chefe máximo das Forças Armadas guineenses após liderar a rebelião que afastou e deteve Induta, disse à imprensa que a visita aos dois quartéis serviu para que os seus "homólogos" pudessem "constatar as dificuldades existentes a nível dos quartéis".

Injai disse esperar da CEDEAO um "grande apoio" para melhorar as condições dos militares nas casernas.

"E, pelo que percebi, a CEDEAO está disposta a apoiar-nos no processo de reforma a nível das Forças Armadas da Guiné-Bissau", indicou.

A missão militar da CEDEAO vai durar uma semana, devendo reunir-se com as autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau, nomeadamente o chefe de Estado, o primeiro-ministro e o ministro do Interior, e ainda com representantes da sociedade civil, para esclarecimentos sobre os acontecimentos de 1 Abril passado em Bissau.

Integra ainda a missão o comissário da CEDEAO para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, coronel Mahamane Touré.

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