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segunda-feira, 26 de julho de 2010
Presidência angolana da CPLP recebeu mandato para ajudar a Guiné-Bissau a desenvolver as suas instituições - Cavaco Silva
Lisboa, 25 jul (Lusa) - O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje em Luanda que o Presidência angolana da CPLP recebeu um mandato para ajudar a Guiné-Bissau a desenvolver as suas instituições, "com o poder militar subordinado ao poder político".
Instado a comentar as declarações do Presidente de Angola, que não excluiu uma intervenção de natureza militar na Guiné-Bissau, desde que acordada com as autoridades de Bissau, Cavaco Silva disse que o seu homólogo guineense, Malam Bacai Sanhá, cedeu ao bloco lusófono toda a informação necessária para que a organização possa avaliar e promover o diálogo sobre a situação naquele país.
"O que saiu dessa discussão bastante profunda foi uma linha de orientação que irá ser trabalhada pela Presidência angolana [da CPLP], tendo em vista alcançar aquilo que todos nos desejamos, que é o fortalecimento das instituições democráticas da Guiné-Bissau, com o poder militar subordinado ao poder politico", explicou o chefe de Estado português.
Cavaco Silva adiantou que os oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) deram "um mandato, um acordo, à Presidência angolana para desenvolver os contactos considerados úteis para alcançar o objetivo final em que todos estamos completamente de acordo".
"Nos iremos trabalhar dando o apoio à Presidência angolana nessa matéria extremamente complexa", garantiu Cavaco Silva.
Em conferência de imprensa após o encerramento da VIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que hoje terminou em Luanda, o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, realçou que a primeira aposta é no diálogo "construtivo e dinâmico" para restaurar a confiança entre os diversos atores da Guiné-Bissau, mas deixou margem no seu discurso para um "esforço de natureza militar".
José Eduardo dos Santos advertiu que a CPLP, agora sob presidência angolana "não excluirá nenhuma hipótese de intervenção que permita a resolução do problema desde que vá de encontro à vontade das autoridades da Guiné-Bissau".
"A nossa primeira 'demarche' é na busca de uma solução consensual no plano político para restabelecer a confiança e para que as autoridades competentes realizem a missão que lhes compete no âmbito da Constituição da República. Qualquer esforço externo será sempre complementar e esse esforço pode ser de natureza política, militar ou económica e financeira", disse o Presidente angolano.
SK/MSP (RB).
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/fim
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